Tormenta escrita por Katherine
Alexander acreditava ver um anjo, pela primeira vez em sua vida teve certeza de que todo tipo de ser sobrenatural existia, até mesmo os celestiais, ditados pelos católicos. O vampiro não era religioso, também nem poderia, e achava patético as coisas que os humanos inventavam para prenderem sua fé. Mas, ele não podia duvidar de que a garota deitada no sofá realmente era um anjo. Seus cabelos cobriam parte do seu rosto, e ele teve vontade de afasta-los para que pudesse ter uma visão ainda melhor. Parecia injusto toca-la. Era como uma obra lapidada e extremamente bem cuidada, tinham de ter o maior cuidado. Carly dormia tranquilamente, pela primeira vez depois de todos aqueles dias aterrorizantes, seu pai sabia que o motivo para a garota finalmente ter paz era o fato de Alec Volturi estar junto dela. A garota só terá paz, quando ele estiver próximo. O resto da família, e dos vampiros Italianos, estavam na sala um andar abaixo, conversando sobre tudo o que havia acontecido desde a noite em que a pequena Cullen foi mordida. Alec ouvia tudo o que diziam no andar de baixo, era como se ele estivesse lá. Depois de escutar a descrição da família de Sua Cantante, sentiu uma vontade extrema de arrancar a cabeça de qualquer pessoa que ousou fazer mal a garota. Não poderiam ser capaz de fazer mal a um anjo.
— E então? – a voz agoniada de uma mãe torturada perguntou – Onde os encontramos?
Edward uniu a mão com a da esposa.
— Eu não sei, Bella – suspirou – O pior é que eu não sei.
— Vou ficar de olho na decisão deles, seja lá quem forem – Alice anunciou, fazendo todos se sentirem gratos – Mas, pra isso preciso que Jacob e Renesmee não fiquem tão perto.
— É pela Carly – Renesmee sussurrou – Podemos ficar longe de Alice por algum tempo.
— Não precisa de tanto – a fadinha disse – Só não fiquem aqui o tempo todo.
Todos estavam tensos com aquela conversa, e dispostos a ajudar ao mesmo tempo. Até mesmo os Volturi, porque aquilo não atingiu somente a família Cullen, também atingiria Alec e Jane, os principais membros da guarda principal, quase como filhos para Aro.
— Vou tentar rastrear algo pela floresta – Demetri chamou a atenção para a sua fala, virando-se especialmente para o leitor de mentes – Preciso ver o local onde aconteceu o atentado, talvez tenham deixado rastros.
— Tudo bem – disse – Eu posso leva-los até o chalé.
— Vamos todos – Rosalie disse – Quanto mais, melhor.
— Eu e Calisle ficamos – Esmee se juntou ao marido – Se Carly ou Alec precisarem de algo, estaremos aqui.
— Cuida dela – Edward sussurrou, e Alec soube que era pra sí.
— Como minha própria vida.
Os vampiros começaram a se arrumar no andar de baixo juntamente a Jacob, que se despediu de Renesmee dizendo que a menina deveria continuar ali, ao lado da irmã. Mesmo que não confiasse nos Volturi, Calisle e Esmee estariam ali, qualquer lugar era mais seguro do que a floresta naquele momento.
— Jane – Demetri chamou, pronto para partir – Você não vem?
Ela negou.
— Vou ficar com Alec – disse – Caso alguém tente invadir a casa.
Jacob anunciou que iria até a reserva para saber como estavam as coisas enquanto esteve fora, e organizar uma patrulha frente a mansão dos Cullen. Renesmee e Jane subiram para o segundo cômodo, encontrando seus respectivos irmãos. Alec ainda sentado em uma poltrona com os olhos presos em Carly que dormia tranquilamente.
A hibrida se aproximou, sentando no chão, de forma que pudesse acariciar os cabelos da irmã.
— Eu não sei o que está fazendo, mas ela não dorme direito a dias – falou com sinceridade – Então, obrigada Alec.
— Não estou fazendo nada – disse, surpreso.
Renesmee deu de ombros, voltando a atenção para o cabelo da irmã.
— Como ela veio parar aqui? – Jane perguntou, pegando-os de surpresa – Digo, nos Cullen.
A hibrida sorriu para eles, fazendo-o estranharem o ato.
— Ela ainda era um bebê muito pequeno, e eu só uma criança – imagens do dia em que encontraram Carly veio a tona em sua cabeça – Estávamos voltando para o chalé, quando encontramos uma cesta na frente dele, com ela lá dentro. Eu implorei para que ficássemos com o bebê, e depois de muito pensar, minha família acabou cedendo, porque já estavam tão encantados quanto eu. Eles dizem que eu trouxe luz pra essa casa, e tudo começou com a minha mãe, mas eu sei que o real motivo pra sermos tudo isso é ela.
— Como ela é? – Alexander quis desesperadamente saber.
— Eu sou o lado bom, Carly é o lado difícil. Eu sou o lado emocional, ela o racional. Não que isso seja ruim, ela é única. E o fato de ser tão única faz com que todo mundo se apaixone por ela, apesar de ser bem difícil de lidar – sorriu – Vocês devem saber do que eu tô falando.
— Não somos o oposto – Jane comentou – Somos bem parecidos.
— A minha irmã é forte, e eu não – Renesmee sussurrou – Por incrível que pareça. E é isso que mais dói, vê-la fragilizada, de uma forma que ela não é, por conta de algo que ela não fez. Pela primeira vez na vida, me arrependi de ter implorado para que meus pais adotassem a Carly, no dia em que chegamos ao chalé e a vimos naquele instado. Ela não teve escolha, quem escolheu coloca-la nesse mundo fomos nós.
A mão de Carly, que mantinha os olhos fechados, segurou a mão de Renesmee no momento em que a morena acabou de falar.
— Nunca mais repita isso – abriu os olhos – Eu não mudaria nada do que aconteceu.
Jane lançou uma rápido olhar para o irmão que mantinha os olhos presos na menina, deixando um pequeno sorriso escapar. Alec havia encontrado um sentido para a vida? Assim como ela e Demetri?
Esmee surgiu na ponta da escada sorrindo para os jovens que estavam ali.
— Como se sente? – perguntou.
— Descansada – suspirou – Seja lá por quanto tempo eu dormi, estava precisando mesmo disso.
— Sei que sim – sorriu para a neta – A escola ligou, dizendo que estavam a três dias sem comparecer. Tive de dizer que viajaram em uma emergência, ficaram fora durante algum tempo.
— Como assim fora durante algum tempo? – Carly sentou-se no sofá, com a ajuda de sua irmã, e as duas se entreolharam – Não vamos mais a aula?
— Não durante algum tempo – Esmee surrou.
— Não posso ficar em casa por tanto tempo, Esmee – levantou-se em um pulo – Por Deus, preciso entrar em uma faculdade em dois anos!
— Você gosta mesmo de ir a escola? – Jane perguntou incrédula.
— O QI dela é o maior dessa cidade toda – Renesmee respondeu e os vampiros se assustaram – Carly sabe Latim clássico e arcaico.
— Uau – Jane murmurou – Quem é que sabe Latim arcaico? Nem eu com meus trezentos anos.
A garota deu de ombros, observando Alexander sorrir orgulhoso.
Ela realmente era um anjo.
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