Tormenta escrita por Katherine


Capítulo 6
Capitulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730853/chapter/6

 

 

Alexander acreditava ver um anjo, pela primeira vez em sua vida teve certeza de que todo tipo de ser sobrenatural existia, até mesmo os celestiais, ditados pelos católicos. O vampiro não era religioso, também nem poderia, e achava patético as coisas que os humanos inventavam para prenderem sua fé. Mas, ele não podia duvidar de que a garota deitada no sofá realmente era um anjo. Seus cabelos cobriam parte do seu rosto, e ele teve vontade de afasta-los para que pudesse ter uma visão ainda melhor. Parecia injusto toca-la. Era como uma obra lapidada e extremamente bem cuidada, tinham de ter o maior cuidado. Carly dormia tranquilamente, pela primeira vez depois de todos aqueles dias aterrorizantes, seu pai sabia que o motivo para a garota finalmente ter paz era o fato de Alec Volturi estar junto dela. A garota só terá paz, quando ele estiver próximo. O resto da família, e dos vampiros Italianos, estavam na sala um andar abaixo, conversando sobre tudo o que havia acontecido desde a noite em que a pequena Cullen foi mordida. Alec ouvia tudo o que diziam no andar de baixo, era como se ele estivesse lá. Depois de escutar a descrição da família de Sua Cantante, sentiu uma vontade extrema de arrancar a cabeça de qualquer pessoa que ousou fazer mal a garota. Não poderiam ser capaz de fazer mal a um anjo.

— E então? – a voz agoniada de uma mãe torturada perguntou – Onde os encontramos?

Edward uniu a mão com a da esposa.

— Eu não sei, Bella – suspirou – O pior é que eu não sei.

— Vou ficar de olho na decisão deles, seja lá quem forem – Alice anunciou, fazendo todos se sentirem gratos – Mas, pra isso preciso que Jacob e Renesmee não fiquem tão perto.

— É pela Carly – Renesmee sussurrou – Podemos ficar longe de Alice por algum tempo.

— Não precisa de tanto – a fadinha disse – Só não fiquem aqui o tempo todo.

Todos estavam tensos com aquela conversa, e dispostos a ajudar ao mesmo tempo. Até mesmo os Volturi, porque aquilo não atingiu somente a família Cullen, também atingiria Alec e Jane, os principais membros da guarda principal, quase como filhos para Aro.

— Vou tentar rastrear algo pela floresta – Demetri chamou a atenção para a sua fala, virando-se especialmente para o leitor de mentes – Preciso ver o local onde aconteceu o atentado, talvez tenham deixado rastros.

— Tudo bem – disse – Eu posso leva-los até o chalé.

— Vamos todos – Rosalie disse – Quanto mais, melhor.

— Eu e Calisle ficamos – Esmee se juntou ao marido – Se Carly ou Alec precisarem de algo, estaremos aqui.

— Cuida dela – Edward sussurrou, e Alec soube que era pra sí.

— Como minha própria vida.

Os vampiros começaram a se arrumar no andar de baixo juntamente a Jacob, que se despediu de Renesmee dizendo que a menina deveria continuar ali, ao lado da irmã. Mesmo que não confiasse nos Volturi, Calisle e Esmee estariam ali, qualquer lugar era mais seguro do que a floresta naquele momento.

— Jane – Demetri chamou, pronto para partir – Você não vem?

Ela negou.

— Vou ficar com Alec – disse – Caso alguém tente invadir a casa.

Jacob anunciou que iria até a reserva para saber como estavam as coisas enquanto esteve fora, e organizar uma patrulha frente a mansão dos Cullen. Renesmee e Jane subiram para o segundo cômodo, encontrando seus respectivos irmãos. Alec ainda sentado em uma poltrona com os olhos presos em Carly que dormia tranquilamente.

A hibrida se aproximou, sentando no chão, de forma que pudesse acariciar os cabelos da irmã.

— Eu não sei o que está fazendo, mas ela não dorme direito a dias – falou com sinceridade – Então, obrigada Alec.

— Não estou fazendo nada – disse, surpreso.

Renesmee deu de ombros, voltando a atenção para o cabelo da irmã.

— Como ela veio parar aqui? – Jane perguntou, pegando-os de surpresa – Digo, nos Cullen.

A hibrida sorriu para eles, fazendo-o estranharem o ato.

— Ela ainda era um bebê muito pequeno, e eu só uma criança – imagens do dia em que encontraram Carly veio a tona em sua cabeça – Estávamos voltando para o chalé, quando encontramos uma cesta na frente dele, com ela lá dentro. Eu implorei para que ficássemos com o bebê, e depois de muito pensar, minha família acabou cedendo, porque já estavam tão encantados quanto eu.  Eles dizem que eu trouxe luz pra essa casa, e tudo começou com a minha mãe, mas eu sei que o real motivo pra sermos tudo isso é ela.

— Como ela é? – Alexander quis desesperadamente saber.

— Eu sou o lado bom, Carly é o lado difícil. Eu sou o lado emocional, ela o racional. Não que isso seja ruim, ela é única. E o fato de ser tão única faz com que todo mundo se apaixone por ela, apesar de ser bem difícil de lidar – sorriu – Vocês devem saber do que eu tô falando.

— Não somos o oposto – Jane comentou – Somos bem parecidos.

— A minha irmã é forte, e eu não – Renesmee sussurrou – Por incrível que pareça. E é isso que mais dói, vê-la fragilizada, de uma forma que ela não é, por conta de algo que ela não fez. Pela primeira vez na vida, me arrependi de ter implorado para que meus pais adotassem a Carly, no dia em que chegamos ao chalé e a vimos naquele instado. Ela não teve escolha, quem escolheu coloca-la nesse mundo fomos nós.

A mão de Carly, que mantinha os olhos fechados, segurou a mão de Renesmee no momento em que a morena acabou de falar.

— Nunca mais repita isso – abriu os olhos – Eu não mudaria nada do que aconteceu.

Jane lançou uma rápido olhar para o irmão que mantinha os olhos presos na menina, deixando um pequeno sorriso escapar. Alec havia encontrado um sentido para a vida? Assim como ela e Demetri?

Esmee surgiu na ponta da escada sorrindo para os jovens que estavam ali.

— Como se sente? – perguntou.

— Descansada – suspirou – Seja lá por quanto tempo eu dormi, estava precisando mesmo disso.

— Sei que sim – sorriu para a neta – A escola ligou, dizendo que estavam a três dias sem comparecer. Tive de dizer que viajaram em uma emergência, ficaram fora durante algum tempo.

— Como assim fora durante algum tempo? – Carly sentou-se no sofá, com a ajuda de sua irmã, e as duas se entreolharam – Não vamos mais a aula?

— Não durante algum tempo – Esmee surrou.

— Não posso ficar em casa por tanto tempo, Esmee – levantou-se em um pulo – Por Deus, preciso entrar em uma faculdade em dois anos!

— Você gosta mesmo de ir a escola? – Jane perguntou incrédula.

— O QI dela é o maior dessa cidade toda – Renesmee respondeu e os vampiros se assustaram – Carly sabe Latim clássico e arcaico.

— Uau – Jane murmurou – Quem é que sabe Latim arcaico? Nem eu com meus trezentos anos.

A garota deu de ombros, observando Alexander sorrir orgulhoso.

Ela realmente era um anjo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!