A Pequena princesa escrita por HeartOfCourage


Capítulo 6
Minas de diamantes


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730800/chapter/6

2 Maio 1888
Mais uma vez, encontrava-me no meu quarto com Thalia e, desta vez, também a Piper estava connosco. Desde que nos conhecemos, eu e a criança criamos uma laço muito forte; eu sentia-me como uma irmã mais velha dela, e ás vezes quase a sua mãe, nos confrontos dela. Thalia também gostou muito da garotinha mas, como sempre, teve um jeito próprio para se relacionar com ela.
—... e nesse grande castelo, vivia uma rainha muito poderosa, mas sobretudo generosa e com um coração enorme. A sua beleza era imensa, tanto que o povo, entre eles, achavam que ela devesse ter algo de divino e magico dentro dela. Foi nomeada A Rinha da Beleza, e todos a amavam por aquilo que ela era. O seu reinado era dominado pela paz, até que um dia uma bruxa filha de uma...
—THALIA!- exclamei, antes que ela terminasse o insulto. Quero dizer, Piper ainda só era uma criança.
Se alguém nos visse por fora, acharia a cena muito, mas muito estranha. Thalia, como disse antes, encontrou uma forma própria para ajudar Piper; contar historias, frutos de uma imaginação muito fértil, onde previam Piper como a protagonista e Rachel como antagonista.
—Mas Annie, é a Rachel...
—É Annie, é a Rachel...- repetiu Piper. Fuzilei Thalia com os meus olhos cinzentos penetrantes. Ela se limitou a rolar os olhos.
—Está bem, está bem... até que uma bruxa muito má apareceu, querendo arruinar a vida da rainha, por causa da inveja que sentia por ela. Ela tentou humilha-la, bater-lhe, rapta-la..., tentou de tudo. Mas Piper, a rainha, muito corajosamente sobreviveu a tudo com a cabeça erguida e, com a inteligência, conseguiu caça-la para sempre do seu reinado.- terminou Thalia enquanto me fixava com um sorriso falso, querendo saber se assim a história estava bem. Eu acenei positivamente, toda contente, enquanto Lia bufava.
—Eu quero ser linda e corajosa como a rainha!- pronunciou-se a pequena, gesto que me fez sorrir de satisfação.
—Você é como ela acredite em mim. - Disse eu, orgulhosa dela.
—É verdade... -começou Thalia -... agora vá dormir para o seu quarto, que já está ficando tarde. Não se preocupe, amanhã contar-lhe-ei uma história com um final mais decente do que este.
—O que você está insinuando?- perguntei. Thalia sorriu maliciosamente.
—Oh, o final teria sido muito melhor se tivesse terminado com uma Piper que agarrava nos cabelos da sardenta e que a caçasse do reino com pontapés no cu...
—THALIA!!!- gritei desesperada, enquanto ela se ria toda, acompanhada por Piper, que logo fugiu, desejando-nos boa noite antes de sair.
Olhámo-nos nos olhos por alguns segundos, até desatarmos a rir como duas loucas, coisa que somos.
Passamos o resto do tempo a falar mal da Rachel e da Miss Hera, e, pela felicidade de Thalia, de Nico e do progresso que ela vinha fazendo durante os encontros deles. Ela uma vez chegou toda exaltada, gritando que aquele era o dia mais feliz da vida dela. Eu tinha pensado que eles tinham se beijado, mas não. Nico simplesmente segurou a mão dela por, tipo, cinco segundos durante uma pièce teatral, e essa foi a consequência. Essa e os meus pobres tímpanos que estouraram. Mereço.
Contudo, já tinha passado da hora de se recolher para os próprios quartos, e eu já estava para me deitar na cama, quando improvisamente ouvi umas vozes falarem perto do meu quarto. Curiosa, encostei-me a porta para perceber o que diziam.
—Você está a falar á serio?
—Sim! Leia aqui você mesma!
—Mas você abriu a correspondência dela...
—Isso não tem importância alguma. Para além disso, se não tivesse lido essa carta, provavelmente aquela garota não me teria contado sobre a verdadeira existência das minas de diamantes.
Reconheci a ultima voz como aquela da Miss Hera, que estava falando com a sua irmã Miss Héstia. E tinha quase a certeza absoluta que essa carta me pertencia. Hera sua vaca, eu te mato.
—Tudo bem Hera, mas agora de essa carta a senhorita Annabeth...
—Mh... sim, claro... só mais uma coisa. Daqui para a frente deveremos a tratar da melhor forma possível. Assim que o capitão Chase perceber quais foram os bons tratamentos que demos a sua filhinha, nos dará uma generosa recompensa.
—Talvez... mas agora de essa carta a Annie, os conteúdos, para além desse, são pessoais e a menina sente a falta do pai dela e precisa comunicar com ele...
—Ah, sim. Acabei por ler essa parte melosa também. "Minha querida filha...." "...minha princesa..." "...te amo..." bleah. Insuportável.
A raiva dentro de mim estava prestes a explodir. Mas quem ela pensava que era? Recompensa o caralho, eu vou mas é enfiar essa sua língua afiada e cheia de veneno naquele lugar...
De repente senti os passos dela se aproximarem, e eu praticamente voei para a cama, fingindo ter acabado de me deitar enquanto elas bateram a porta e entraram.
—Senhorita Annabeth, peço desculpa pelo incomodo.- disse a Miss Hera com um sorriso falsamente carinhoso. -Chegou uma carta do seu pai para você. Trouxe-a, sabendo que a senhorita sente a falta dele...-continuou ela. Víbora.
—Portanto é tudo... desejo-lhe uma boa noite.
Dito isso, ela saiu do quarto, sendo seguida pela irmã, que me olhava cheia de compaixão. Eu me perguntava como ela conseguia suportar aquela bruxa.
Decidi deixar isso para o lado e abri a carta lentamente, com as mãos que tremiam levemente pela emoção.
"Minha querida filha,
espero que você se esteja sentindo bem nesse internato e que tenha feito novas amizades. E lembre-se, só amizades com meninas, nada de rapazes, entendido?
Mando essa carta porque sinto muita falta da minha princesa, da minha pequena mulher que cresceu tão rapidamente. Parece que ainda era ontem quando você começou a dizer as suas primeiras palavras... está bem, eu paro.
Não pude lhe enviar uma correspondência primeiro pelo imenso calor que está nesta zona da India, onde, adivinhe? Encontramos as minas de diamantes! Eu e o meu sócio entramos em otimos negocios e, quem sabe, já já estarei aí com você de novo!
Queria também lhe dizer que estou com um pouco de febre, mas não se preocupe: o seu pai é o homem mais forte do mundo, com certeza não será uma simples febre a me fazer ficar deitado na cama!
Por agora é tudo, espero ansiosamente por uma sua resposta, pois gostaria de saber como você está.
Te amo, do fundo do meu coração.
Papai"
Quando acabei de ler, derramava lagrimas, devidas á um misto de sentimentos que lutavam entre eles, como a saudade, a felicidade, a tristeza, a preocupação... até soltei lagrimas de riso por causa das palhaçadas que o meu pai escreveu.
Li e reli aquela carta umas cem vezes, tentando memorizar cada palavra que ali estava escrita, numa tentativa de me sentir mais próxima ao meu querido pai. Apertei a carta contra o meu peito e fechei os olhos, começado a me lembrar do todos os bons momentos que tivemos juntos.
De quando ele fazia caretas atrás das costas dos sócios dele quando os recebia formalmente em casa para me fazer rir.
De quando me consolava com palavras doces e confortáveis cada vez que me sentia triste por qualquer razão.
De quando íamos dar os nossos passeios pelo imenso jardim da nossa casa na Grécia, discutindo sobre coisas aleatórias ou sérias, ou simplesmente dizendo palhaçadas um ao outro. Ou num silêncio agradável.
De quando ele me defendia de todas as queixas que iam dizer a ele sobre mim, só por pura maldade.
De quando ele ia todas as noites me cobrir com o lençol da cama quando eu ia dormir, beijando-me amoravelmente na testa enquanto me desejava a boa noite.
Sentia uma imensa falta disso tudo, mas sobretudo da presença dele, do calor e do perfume dele que sentia quando o abraçava quando estava em busca de conforto.
Ele sempre foi o meu porto seguro, a única pessoa que eu tenha alguma vez amado na minha vida.
Ele sempre fez de tudo, o possível e o impossível para me ajudar a para me amar.
Eu nunca tive uma mãe mas, com certeza, o meu pai fez um ótimo trabalho comigo, e não sei o que eu faria se um dia o perdesse.
E foi com esses pensamentos que caí num sono profundo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem por favorzinho♥♥♥
Me digam se estão gostando ou não da história!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Pequena princesa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.