x Lion Heart - Drabble.

Hermione viu todos morrerem, todos eles, todos os seus amigos e até mesmo os que eram somente conhecidos.

Ela viu isso, e ela viu por que ela ainda estava viva.

Não sabia por quanto tempo, mas até agora sua inteligência foi o suficiente para mantê-la viva e com ela pôde também salvar muitas pessoas na guerra. Ela era rápido ao pensar, e tinha uma destreza imensa quando se tratava de pensar logicamente em situações difíceis.

Depois de tanto tempo ela havia se tornado a fugitiva número Um entre os seguidores do Lorde das Trevas, não havia sequer um bruxo que não conhecesse seu nome. Afinal, o menino que sobreviveu e o menino Weasley estavam mortos, e o trio de ouro se resumiu à uma cabana oculta por feitiços no meio do nada, em que Hermione Granger, duas crianças nascidas trouxa anônimas, Draco Malfoy e Ginevra Weasley se escondiam há vários dias.

Ela já não comia fazia exatamente 3 dias, 4 horas e 35 minutos.

Estava faminta, mas não ousaria a estragar toda sua suada proteção apenas pelo capricho de sair e caçar alguma coisa que pudesse comer.

O inverno estava chegando e sua maior preocupação era como iria manter duas crianças em sua proteção quando não conseguia nem mesmo se proteger.

— Onde está a Weasley? — Malfoy aparentava cansaço.

— Provavelmente com as crianças, por quê? — Hermione perguntou puxando mais os cobertores sobre suas pernas.

— Nada, ela apenas fala demais e hoje está silenciosa. — Malfoy se sentou ao lado dela, cobrindo suas pernas também.

Ficaram em silêncio, olhando para a lona e ouvindo alguns sussurros, Gina lia uma história para as crianças.

— Vamos morrer.

Draco riu fracamente.

— Que bom que notou, Granger. Eu venho dizendo isso desde que cheguei aqui.

Hermione não compartilhava do humor, seu semblante era obscuro, sombrio. Ela estava definhando aos poucos, ainda que mostrasse toda a força que Potter pregava quando falava com a resistência.

— Eu não me importo comigo, estou cansada de fugir. — ela pausou. — Mas essas crianças não merecem isso.

— Não fale desse jeito, Granger, você não pode simplesmente decidir morrer.

— Eu posso, você sabe.

— Não, não pode. — rebateu o loiro. — Passamos por tudo isso, até agora, pra você dizer que vai entregar os pontos? Que tipo de Grifinória você é, Granger?

Ela passou os dedos pela cabelos crespos e sujos.

— O tipo sem esperança.

Malfoy bufou.

— Cale a boca, Granger. — Ela não moveu um músculo, Draco não tinha como discutir quando compartilhava dos mesmos pensamentos. Mas Granger era diferente dele, ela era corajosa e tinha ideias puros, ela tinha um coração de leão e as pessoas confiavam no que ela dizia. — Se fosse em outra vida, eu não teria problemas em me casar com você.

Hermione finalmente riu.

— Não force a barra, Malfoy.

Ele não insistiu e deixou ela pensar que era só uma brincadeira.

Mas no fundo, qualquer homem que compartilhava da mesma crença que Hermione Granger, a garota que enganou a morte tantas vezes, também a consideraria a mulher com quem gostaria de passar o resto da vida.

O tempo passou.

As crianças sobreviveram, Ginevra e Draco, não.

Como todos esperavam, Hermione Granger continuou vencendo a morte gradativamente, até derrubar finalmente o reinado de Lorde Voldemort.