A Crown For A King escrita por Siaht


Capítulo 3
O Rei Usurpador


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, estou aqui com mais um capítulo dessa fic que estou amando escrever. Como o título já indica, esse capítulo é dedicado a Robert Baratheon, nosso querido (ou não) Usurpador.
Espero que gostem! ♥



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{o usurpador}

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roberth baratheon

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Havia um milhão de canções sobre o que um homem sentia nos frágeis instantes que antecediam o seu fim. Nos tênues minutos que separavam o tudo do nada, sua vida inteira deveria passar diante de seus olhos, te preenchendo com a coragem necessária para aceitar a morte como uma velha amiga. Tudo o que Robert Baratheon conseguia contemplar em seus minutos finais, no entanto, era um vazio sufocante. Havia dor, havia um cheiro pungente de podridão, havia um amargo vazio. E era isso. Nada após o nada.

Você provavelmente não esperaria isso de um rei. Um Baratheon de Ponta Tempestade. Um homem que começou uma rebelião, aniquilou uma dinastia e tomou a coroa com a força bruta de seu martelo de guerra. Robert havia sido uma lenda em seus anos de juventude, um guerreiro nato, um rapaz cheio de vida e vigor. Era irônico, então, pensar na figura decadente em que se transformara. De certo modo, a morte lhe seria um presente, algo pelo que esperava há muito, afinal, uma parte dele havia morrido com ela.

Não era estranho, portanto, que tudo o que contemplasse fosse o nada. No fim das contas, ele era nada, desde que ela partira. Um buraco havia se aberto dentro dele no instante em que a perdera, o tornando oco, vazio e incompleto. Passara os anos seguintes, tentando preencher esse vazio com todo tipo de excesso que apenas a realeza teria o luxo de possuir. Tentando desesperadamente sentir-se completo. Nunca conseguiu. Lyanna Stark era tudo o que Robert Baratheon se lembrava de já ter desejado e era a única coisa que jamais poderia ter. Rhaegar Targaryen a havia roubado dele, o condenando a ser incompleto pelo resto de sua miserável existência.

Matara cada Targaryen que conseguira alcançar, martelara o peito de maldito Príncipe Dragão – destruindo sua ridícula armadura de rubis – até que não restasse nada além de um corpo sem vida. Conquistara sete reinos, havia se tornado um rei e casara-se com uma das mulheres mais belas e ricas de Westeros. Nada disso lhe deu qualquer conforto. Odiava ser um rei. Detestava as responsabilidades, as intrigas palacianas, a falta de ação, a maldita coroa lhe pesando a cabeça. Não fora feito para governar e sabia disso. Robert Baratheon fora moldado para a guerra e, uma vez que a guerra chegara ao fim, lhe tirando tudo o que já amou, nada restara dele.

Então, tentou preencher seus espaços vazios com tudo o que pode. Ouro, festas, vinho, comida, mulheres, sexo... Nada foi o bastante. E o que conseguira após todos aqueles anos? Um reino decadente, um casamento miserável, com uma mulher detestável e que o abominava – e os deuses eram testemunha de que ele havia dados motivos de sobra a Cersei para isso –, três filhos legítimos, com os quais nunca conseguira se conectar, e uma infinidade de bastardos, pelos quais nunca fizera nada. Em resumo, falhara como governante, como marido e como pai. Era um rei e, ainda assim, o mais medíocre e infeliz dos homens.

Além disso, por toda Westeros ainda o chamavam de Usurpador. Destronara um Rei Louco, que sentia prazer em queimar pessoas vivas e nunca fizera bem a nenhum deles, e mesmo assim, sua legitimidade ao trono era questionada aos sussurros, por onde quer que passasse.

U-S-U-R-P-A-D-O-R.

De certa forma, era verdade. Usurpara algo que não era seu por direito. Conquistara o trono pela força, derramando sangue e deixando uma pilha de cadáveres destruídos no caminho. Ainda assim, se era um usurpador, Rhaegar Targaryen também era. O galante Príncipe de Pedra do Dragão havia usurpado o que era do Lorde de Ponta Tempestade. Sequestrara e estuprara Lyanna, a deixando para morrer sozinha, roubando de Robert toda a vida que poderia ter tido. O condenando, assim, a passar seus últimos instantes remoendo um poço de arrependimentos e amargura, e contemplando o vazio enlouquecedor de sua existência. No fim, não havia nada e quando a morte finalmente lhe concedeu seu beijo misericordioso tudo o que o sentiu foi alívio.

Os sinos tocaram três vezes. Lentos e fúnebres.

O rei estava morto.

Fundira-se finalmente ao nada que tomara conta de sua alma muitos anos atrás.


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Notas finais do capítulo

Bom, tenho muito o que dizer sobre esse capítulo.
Primeiro, vale ressaltar que Lyanna não era uma "coisa" ou pertencia a Robert. Ela era um ser humano e não um objeto. Algumas palavras foram destacadas justamente por isso, para mostrar que essa é uma ideia equivocada e gerar desconforto. Além disso, Robert provavelmente seria um péssimo marido para a Lyanna e condenaria a coitada a um vida bem infeliz. Também não acredito nesse "amor" do personagem (como algo genuíno e que faria bem), e o relacionamento tinha grandes chances de se tornar abusivo. Ainda assim, acho que na cabeça dele as coisas seriam assim.
Aproveito para deixar claro que também não gosto do Rhaegar.
Estou bem longe de ser a maior fã de Robert Baratheon que já existiu, mas gostei de escrever isso (lembrando que é tudo pela perspectiva dele). Robert definitivamente não foi feito para governar e esse sempre foi o aspecto do Rei que sempre achei mais interessante.
Estou viciada na música que coloquei no capítulo e escrevi tudo a escutando, a história não é baseada nela, nem nada do tipo, mas acho que, de certa forma, se encaixa.
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos...
Thaís



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