A minha bailarina preferida escrita por LaurenGreen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiee
Demorei um pouco para escrever esse capítulo, mas finalmente o escrevi. Adoraria que comentassem o que acharam e algumas musicas sem palavrão. Ai vocês me ajudam nessa minha busca por musicas para botar na história. Beijos :3 ♥



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            Após terminar a aula, todas as bailarinas foram para os chuveiros e eu saio andando pela escola. Passando pela diretoria vejo Joyce sentada no chão de braços cruzados. Ela me olhava séria e ficava me encarando quieta. É sério que ela não iria nem pedir como estava a Dudis?

— Ela tirou um nervo do lugar, mas já está melhor. Obrigado pela preocupação. – Joyce revirou os olhos e olhou para o lado. – Por que você fez isso? Inveja? Ciúmes?

— Ela estava se achando enquanto dançava. – Falou se levantando do chão. - E todas as garotas ao redor estavam babando enquanto a assistiam.

— Então foi esse o motivo?! Só por causa disso você a derrubou! – Falei quase gritando.

— Eu odeio aquela garota. – Joyce me respondeu no mesmo tom de voz.

— Você tem inveja dela. Uma coisa é bem diferente da outra. – Ela me olhou furiosa. Ela não gostava nem um pouco de ser chamada de invejosa. Aprendi isso com os anos que fiquei observando os ensaios das bailarinas.

Ela levantou a mão e eu já estava preparada para receber um tapa bem dado no rosto. Mas isso não aconteceu. Apenas desfez a expressão de furiosa e abaixou a mão. Segundos depois começou a chorar.  A bipolaridade dela às vezes me deixava confusa. Ela se escorou na parede e botou a mão no rosto, como uma tentativa de abafar o choro.

— Devo estar parecendo uma idiota. – Falou baixinho tirando as mãos do rosto. – Mas é você que me deixa assim. Confusa dessa maneira. – Oi, como assim? Eu a deixo dessa maneira? Que maneira?

— Como assim? – Perguntei confusa.

— Luca... – Falou limpando as lagrimas e ficando de frente para mim. – Eu tenho que te contar uma coisa que já guardo á anos comigo. É que eu gos... – E apareceu do além a diretora. Vendo a Joyce com uma cara de choro e eu com uma cara de confusa, ela parou.

— Estou atrapalhando alguma coisa? – Ela perguntou.

— Não! – Falou Joyce rapidamente. – A Luca estava só me dando uma lição de moral sobre não empurrar pessoas no chão. – A diretora assentiu e chegou mais perto de mim e da Joyce.

— Sinto muito em ter que dar essa noticia, mas como você teve tal comportamento na aula de bale, eu e outros professores decidimos tirar você do evento da escola. – Olhei para Joyce e podia ver que o mundo dela tinha literalmente caído. Ela começou a chorar e a pedir para que não tirasse ela e descem uma segunda chance. – Desculpas, Joyce, mas precisamos de pessoas pacificas e organizadas. E não que saiam empurrando a colega porque estava com ciúmes. – Joyce se atirou em mim e começou a chorar no meu ombro. Não sei se era porque ela realmente estava triste ou porque estava querendo fazer uma cena. Mesmo assim abracei-a e comecei a consolar ela.

— Poderia ser pior. – Falei em tentativa de acalmá-la.

— Não poderia não! – Falou soluçando de tanto chorar. – Esse era meu sonho sendo realizado, Luca. Você sabe muito bem

 


— Vou deixar as duas a sós. – Falou a diretora indo embora. que estou falando. – E ela estava certa. Se eu perdesse essa oportunidade de ouro que eu tenho agora, também ficaria desse jeito. Ate pior.

— Eu tenho que ir para casa. – Falei na tentativa de fugir dessa situação.

— Então só me acompanha até a saída da escola. – Assenti e fomos abraçadas para a saída.

Enquanto caminhávamos várias pessoas lançavam olhares de desaprovação para a Joyce ou gritavam coisas feias. Senti pena dela. Devia ser horrível estar nessa situação. Tentando defender um pouco ela, mostrei o dedo médio para alguns alunos que falavam coisas muito feias.

Na saída podia ver Dudis e minha prima conversando alegremente. Elas me olharam e já ficaram sérias. Dudis chegou a cruzar os braços.

— Pode falar mal de mim. Eu sei que esta louca para fazer isso. – Disse Joyce olhando para o chão.

— Eu não vou falar nada. Só quero que desgrude da Luca. – Eu, Joyce e Amanda a olhamos surpresas. Ela estava com ciúmes! Com um pouco de hesitação Joyce se afastou de mim e continuou olhando o chão. Ela devia estar arrependida do que fez. – Agora vai embora e não chega mais perto dela. Entendeu? – Dudis falou com uma voz mais brava. Joyce assentiu e se retirou chorando.

— Não precisava ser assim. Ela esta arrependida. Você não viu isso? – Falei enquanto Dudis voltava a me olhar.

— Eu conheço o tipo dela. E ela só estava se fingindo. Só espera para ver como ela vai aprontar mais uma. E das grandes. – Dudis respondeu e nem me deixou dar uma resposta. Foi se virando para ir embora. Amanda me lançou um olhar que falava “vai atrás dela”. Obedecendo ao pedido dela fui do lado da Dudis e caminhamos um tempo quietas. – Pode ir para casa. Não quero conversa com você.

— Você esta com ciúmes de mim e da Joyce, por algum acaso? – Perguntei sorrindo.

— Não... É. Digo... Esta tão na cara? – Ela perguntou se enrolando toda.

— Muito. – Ela deu uma risada.

— Vou me abrir com você e espero não me arrepender. – Assenti a olhando. Paramos em um banco que tinha por perto e nos sentamos nele. Ela ficou um tempo olhando o nada. O que para mim pareceu uma eternidade. – Eu estou sentindo algo diferente por você. Sabe aquelas pessoas que você olha e já sente uma amizade muito forte pela pessoa? Mesmo não sabendo nem o nome dela direito? É isso que estou sentindo. E quando te vi do lado daquela mimada não consegui segurar os ciúmes. Desculpa se fui dura de mais com ela.

— Tudo bem. Ela estava merecendo isso. – Falei sorrindo e Dudis sorriu de volta. – E quanto ao que você sente por mim. Sinto o mesmo por você. É doido isso porque nunca senti por ninguém. E no momento que dançamos senti uma coisa muito forte entre a gente. – Ela assentiu.

— É mesmo.

Ficamos mais um tempo quietas. Isso já estava ficando constrangedor.

— Eu acho que agora quem vai ser a líder da sua turma no evento que vai acontecer, vai ser você.

— Não. Sou nova aqui. Não tem como me escolherem.

— Com o pouco que dançou até agora já mostrou ser muito talentosa. – Ela corou na hora. Seu rosto ficou completamente vermelho. – Você fica fofa envergonhada. – Ela deu um sorriso tímido.

— Olha a lésbica! – Gritou um garoto que passava de bicicleta junto com outros garotos. Dudis olhou para eles e ficou sem nenhuma reação. Logo em seguida fazendo uma cara de espanto. É sério que isso tinha que acontecer logo agora? Estávamos em um papo super agradável e profundo. E se agora por ela saber disso não quisesse ser mais minha amiga. Vai que ela é homofobica. – Vem com a gente, loirinha. A não ser que você também seja lésbica. – Falou ele se achando e parando a bicicleta.

— Não estou nem ai se ela é lésbica. – Ela respondeu séria. – Ela é minha amiga e eu não tenho preconceito com a sexualidade das pessoas. – Eles começaram a rir.

— Então que sejam felizes. Filhas de Lúcifer. – E saíram todos eles rindo.

Ela me olhou sorrindo e com uma expressão meio triste. Agora quem estava corada era eu. Ninguém nunca tinha me defendido daquela maneira.

— Você também fica fofa corada. – Falou ela apertando as minhas bochechas. – Agora me conta mais sobre isso de você ser lésbica.

— Isso foi desde sempre. Nunca senti atração por garotos e um dia tive que contar isso. – Admiti para ela e ela assentiu.

— Sempre tive duvidas de como é beijar um garota. É legal? – Ela perguntou lançando um olhar curioso.

— É ótimo! Principalmente se você gosta da pessoa. – Falei relembrando o meu primeiro beijo. Que pelo incrível que pareça, não foi um desastre. Ela deu uma risadinha e se levantou.

— Já vou indo. Vou te deixar ai relembrando o seu primeiro beijo. Tchau, Lu.

— Tchau, Dudis. – E ela foi caminhando embora.

 

 

— Você é rápida, priminha! – Falou Amanda entrando na minha casa sem tocar a campainha. Às vezes isso me incomoda. Porque eu estava sentada super calma no sofá e do nada aparecia ela gritando.

Larguei o meu notebook no sofá e fiquei a olhando. Ela tinha me atrapalhado bem no meio da minha pesquisa de musicas. Eu mal tinha começado ela e já tinha gente me atrapalhando.

— Os seus pais sabem que você esta a nove da noite na minha casa? – Perguntei enquanto ela pegava o meu notebook e olhava as musicas que eu estava selecionando para as apresentações.

— Mas é claro que não. – Falou rindo. – Mas voltando ao que eu quero conversar. O que você descobriu da bailarina nova? – É sério que ela invadiu a minha casa a essa hora da noite para perguntar isso?!

— Descobri que ela ama balé. Não liga para a sexualidade das pessoas. E acho que só. – Falei o mais rápido possível para poder me livrar da minha prima. Ela estufou os olhos.

— Como assim não liga para a sexualidade da pessoa? Você contou para ela que é lésbica?

— Nem precisei. – Falei logo em seguida contando como ela descobriu. Gerando vários olhares ansiosos, curiosos e supressos dela.

— Talvez ela também seja lésbica. Já pensou nessa possibilidade? Imagina que lindo casal vocês fariam. – Falou a minha prima que estava com uma cara de quem estava imaginando eu e Dudis juntas.

— Não viaja. Ela deve ser heterossexual. – Falei tirando o meu notebook da minha prima e jogando uma almofada que tinha por perto nela.

— Mas é sério. Ela lança olhares diferentes para você. Demonstrou muito ciúmes quando você veio abraçada na Joyce. Dançou romanticamente com você. – “Admitiu sentir algum sentimento muito forte por mim...”, pensei. Isso eu não contaria para minha prima por enquanto. Se não ela ia ficar se iludindo pensando que podemos ser um casal futuramente.

— Quer saber? Você fala de mais. – Falei me levantando do sofá e indo na direção da minha prima com os punhos levantados. Ela também levantou do sofá e veio na minha direção. E começamos a brincar de lutinha.

Eu era muito mais forte que ela, então era fácil de ganhar. Sempre que ela perdia ficava bufando em um canto, mas logo em seguida vinha me desafiar de novo. Desde os nossos sete anos de idade é assim. Quando estávamos pela nossa décima segunda luta escuto os meus pais chegando de carro.

Quando meus pais entram não fizeram nenhuma pergunta sobre o porquê dela estar ali. Apenas sorriram e nos cumprimentam. Amanda começa a falar que eu tinha uma super noticia para dar para eles e eles já começam a ficar ansioso. Perguntar o que era. Quando contei que me escolheram para ser a líder do evento da escola, eles gritaram de orgulho. Abraçaram-me e me encheram de beijos. Falaram que se orgulhavam de me ter como filha e várias outras coisas.

 - Hoje à noite o jantar vai ser batatinha frita. – Anunciou a minha mãe. Ela sabia que eu amava batatinha frita.

Mais tarde o meu pai ligou para o irmão dele que era pai da minha prima e pediu se ela podia dormir lá. Ele aceitou, mas antes disso xingou ela por ligação falando que estavam preocupados por ela ter sumido. Mas tirando isso o resto da noite foi uma maravilha. Risadas, danças, elogios, musicas e batinhas fritas.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar :3