Me After She escrita por Amelina Lestrange


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Meus gentneys, como vão? :)
Caran, pra quem lê Angel of Light, eu fiz uma interação da Wanda com o Scott em Wakanda e nisso resultou o fato de que ela vai passar a cuidar (de longe) da Cassie, pela amizade que eles construíram. Mas percebi que me apeguei a eles :v
Eu, desde que era a Argella, já usava e abusava de amar ships muito estranhos. Não acredito que essa seja a única fanfic AntWitch da internet, masok, estamos aqui postando ;) (pelo menos não achei nenhuma fic deles :v)
Fic inspirada 100% nos filmes da Marvel dessa vez, ok? Ok XD
Apreciem a leitura!
PS: os endereços das família do Scott foram movidos para Nova York para que esse contato com a Cassie tanto aqui quanto em Angel of Light fosse possível ;)
PSS: Virou Me After She porque eu fiquei matutando Me After Her e me parecia sempre que ele estava procurando por ela, não o que tinha acontecido depois dela :v



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Se sentia deslocado no meio daquelas super pessoas. Talvez tivesse alguma relação de amizade superficial, um coleguismo talvez, com o Falcão. Mas ainda assim, o seu vínculo com ele não era tão forte quanto o que Sam Wilson tinha com Steve Rogers, o Capitão América. Tampouco tinha ficado íntimo do flecheiro, o Gavião Arqueiro, ou a sua família. Estava com todos eles agora e Hank Pym deveria estar espumando de raiva por ter perdido o traje do Homem- Formiga.

A única pessoa com o qual ainda não havia falado devidamente era Wanda Maximoff. Achava a jovem sokoviana ótima, de fato. Ela só era introspectiva demais e isso dificultava qualquer aproximação com qualquer pessoa. Tinha certa curiosidade de conhece-la melhor, ela parecia entender o que estava sentindo no momento. Estava fazendo três meses que estavam em Wakanda e só a tinha visto uma única vez. Quem sabe poderiam construir um vínculo tão forte de amizade quanto o dos outros; poderiam ser amigos, viver o agora.

Ensaiou inúmeras vezes o que diria para ela e no final das contas acabou por roubar dois filmes da coleção dos irmãos do rei, fora o balde de pipocas que precisou investir na cozinha. Filmes sempre seriam bons inícios. Precisava de um bom início depois que Hope o chutou por causa da sua prisão e fuga para Wakanda.

Olhou fixamente para a porta branca com a plaquinha que de metal dizendo que ali eram os aposentos da Srta. Maximoff. Por cinco minutos pensou em voltar atrás, ainda dava tempo, mas quando colocou os filmes debaixo do braço para poder bater na porta, percebeu que não tinha volta.

Bateu três vezes e esperou. Bateu mais três e começou a ouvir movimentos vindo em direção a porta. Pela sombra que aparecia na fresta, embaixo, Wanda estava decidindo se abria ou não para ele. Então ela abriu. Abriu e o encarou.

Ficou alguns momentos paralisado na frente dela, vendo como ela estava. Talvez estivesse pensando em uma desculpa para fazê-lo ir embora já que mordia levemente o lábio superior, acusando ansiedade no momento. Ela parecia que não dormia há dias, muito menos se alimentava direito.

“Sr. Lang?”, voltou de onde quer que estivesse quando ela o chamou assim, tão formalmente.

“Wanda, eh, você... você... gostaria de, sei lá, assistir alguns filmes comigo? São novos clássicos do terror, eu acho”, remexeu os seus ombros vendo a garota apática na sua frente não esboçar nenhum sentimento.

Demorou um pouco até que ela respondesse. “Pode entrar”, ela disse baixo.

Tomou um pouco de coragem e entrou no ambiente, ainda esperando ser expulso a qualquer momento.

Não era uma ala muito grande, percebeu, mas era confortável o suficiente para que ela não precisasse se deslocar para os outros cantos do palácio. Havia uma televisão grande e alguns outros aparelhos eletroeletrônicos para que ela pudesse assistir a filmes ou ouvir música. Wanda não disse nada, então supôs que poderia se instalar no grande sofá aconchegante e assim o fez, vendo a garota ir embora para o que julgou ser o quarto e se trancar lá.

Teve vontade de sair dali e dizer que não precisava mais assistir aqueles filmes juntos, a rejeição dela para com ele estava clara no seu ponto de vista. Colocou o balde de pipocas na mesinha de centro e jogou os filmes ali, ficando no impasse de ir ou não. Deveria insistir mais um pouco com uma pessoa que claramente não queria a sua companhia? Se levantou e andou de volta até a porta por onde tinha entrado, encarando a maçaneta e se perguntando se deveria fazer isso mesmo. Fechou os olhos e tocou a peça de metal dourado, girando-a para abrir. Quando fez isso, ouviu outra porta se abrir. Se virou lentamente e viu Wanda vestida com um shorts cinza de tecido grosso e a parte de cima de um moletom preto além da toalha de banho nos cabelos compridos.

“Eu não percebi que tinha demorado muito, desculpe-me”, ela falou quieta.

Se sentiu o pior dos homens por pensar que estava rejeitando a sua companhia enquanto ela estava fazendo os seus rituais de higiene. Há quanto tempo ela realmente não saía da cama? Há quanto tempo não lavava os cabelos? Há quanto tempo ela não deixava ninguém se aproximar?

“Não, você não tem culpa de nada, Wanda. Eu só achei que não quisesse a minha companhia no momento e era educada demais para recusar”, confessou.

“Obrigada por ter vindo, sr. Lang”.

“Para você é só Scott. Sr. Lang é para o meu patrão e para os professores da escola da minha filha”, retrucou.

Wanda nada disse, apenas voltou para o quarto e não demorou muito para retornar, trazendo consigo o cheiro de perfume infantil e sabonete de aveia. Ela se sentou no sofá, com as pernas cruzadas em posição de meditar e se recostou no encosto, se deixando levar pelo momento de sossego que o início da noite trazia. Se viu obrigado a fazer o mesmo depois que tirou os sapatos perto da porta de saída. Se encaram por alguns segundos até que teve o estalo de que ela não sabia o que veria.

“Ah, eu peguei com Jakarra dois filmes de terror, não sei se gosta do gênero, mas me pareceram interessantes. Principalmente na parte que ele disse que eram baseados em fatos reais”, mostrou os dois discos para Wanda e ela concordou levemente. “Eu vou colocar e nós vamos nos divertir. Se ficar com medo, pode apertar o meu braço. Cassie sempre faz isso”.

“Quem é Cassie?”, Wanda perguntou.

“A minha filha. Ela é pequena ainda, acho que ainda tenho uma foto dela na carteira. Ela se parece com você, mas tem os olhos castanhos”, falou as últimas partes na tentativa de fazê-la interagir mais. Tirou a carteira do bolso e de lá tirou uma foto recente de Cassie, cortesia de Maggie antes de ser recrutado pelo Capitão América.

“Ela é bonita. Mas tem o seu sorriso e as suas covinhas no rosto”, Wanda se limitou a dizer.

“Maggie diz que o temperamento é igual ao meu, mas eu duvido um pouco”, guardou com carinho a única recordação que mantinha da filha. “Ela é doce, inteligente, uma criança adorável, não pode ter nada de mim se for assim”.

“Vamos assistir os filmes?”, Wanda perguntou um pouco sem jeito depois de ser comparada a sua filha.

Colocou o primeiro disco e confessava que ela mais dura na queda do imaginava. Na cena do guarda-roupa, quase morreu enfartado e Wanda não esboçou nada. A cena do porão, quando a mãe acende o fósforo e as palmas batem foi outra em que ela se mostrou imbatível. Percebeu que ela começou a mudar de figura quando colocou o segundo disco, com a continuação do filme. Valak assustou Wanda mais do que imaginava e percebeu isso quando ela agarrou a sua perna e sentiu a dor de uma mulher amedrontada, talvez aquilo não estivesse fazendo bem a ela. Se levantou no sofá e tirou o filme, foi a melhor coisa que fez.

“Eu não deveria ter trazido esses filmes, você não vai conseguir dormir depois”, se sentou na mesinha de centro e olhou para Wanda.

“Eu já não durmo bem há anos, Scott. Uma noite imaginando demônios dentro das paredes do meu quarto não fará mal nenhum a mim. Os demônios de verdade somos todos nós”, não sentiu sarcasmo, só melancolia.

“Obrigado por me deixar ficar, Wanda. Eu me sinto um estranho no ninho perto deles todos”, falou sinceramente.

“Então encontrei alguém que compartilha o que eu sinto há tempos”.

A conversa não fluiu mais que isso, mas já poderia imaginar que aquilo havia sido um início com o pé direito, certo, que caminhava para algo realmente verdadeiro.

Se despediu de Wanda e a viu se recolher ao seu quarto para retornar à sua rotina apática. Alguém surgiu nas sombras do cômodo quando estava saindo e o segurou pelo braço. Era Jakarra.

“Você não tem segundas intenções com ela, não é, Lang?”, o rapaz perguntou.

“Não, príncipe, vossa alteza, não. Eu só queria começar a fazer amizade com ela. Ela é como eu. Desajustada”, falou.

“Então cuide dela. Wanda só fala comigo, então sei o que se passa com ela. Cuide dela, Homem-Formiga, ou então as formigas daqui lhe farão uma visita”, Jakarra falou antes de sair batendo a porta.

[...]

Não sabia bem o que dizer todas as vezes que visitava Wanda, só deixava bem claro que os filmes eram um pretexto para que passassem algum tempo juntos, socializando. Depois da quarta vez a viu maquiada, como uma coisa preta embaixo dos olhos. Isso podia ser sinal de que ela estava melhorando um pouco.

O Flecheiro, Clint Barton, já havia conseguido retornar para os Estados Unidos e sonhava com a sua vez, que poderia voltar para casa e ver Cassie.

E Hope.

Estava ansioso para ver Hope também, não podia negar isso. Mesmo não havendo mais nada entre eles, ainda tinha carinho por ela e sabia que esse término havia sido a melhor coisa para ela mesmo o seu coração doendo.

Era um final de tarde particularmente escaldante, não tinha planos de ficar do lado de fora do palácio, mas uma imagem lhe chamou a atenção. No jardim perto de onde ficava o quarto de Wanda, ela estava deitada no chão, sob aquele mormaço insuportável. Gritou uma vez para chama-la e não ouviu resposta. Depois outra e outra e outra. Ela parecia estar dormindo ali. Mas não conseguia realizar alguém dormindo debaixo desse calor inigualável de Wakanda. Alguma coisa estava errada. Continuou gritando e nada. Correu o mais rápido que conseguiu e Wanda estava desacordada no chão, não simplesmente descansado.

Chegou perto e se ajoelhou, carregando a garota no colo. Na manga da sua camisa veio uma mancha de sangue e isso mostrou o cabelo emaranhado e ensanguentado. Alguém havia acertado Wanda na cabeça. Conseguiu arrumá-la no seu colo e a levou para dentro, para a ala hospitalar do palácio. O Capitão América veio logo em seguida quando gritou que havia encontrado Wanda, assim como o Falcão.

Todos a rodearam enquanto ela estava desacordada e não se sentiu muito bem com aquilo, saiu de perto e esperou até que o tumulto passasse, o que demorou um pouco já que a moça não acordava. O médico que cuidava dela lhe fez inúmeras perguntas e não sabia o que responder, só a havia encontrado. Como ela não acordava, ouvia que ia demorar até ver se tinha alguma sequela do acontecido. Não entendia muito de medicina, mas era senso-comum que um baque daqueles a afetaria de jeitos muito piores.

Wanda não acordou por dois dias. O médico não lhe respondeu muito sobre o acontecido. O Capitão América não entendia muito bem porque não saía do lado da cama dela. Estava profundamente preocupado pelo bem-estar de Wanda e haviam feito um pouco de progresso, ela já falava mais de si e deixou que se aproximasse. Há dois dias não deixava o quarto dela e sabia que aquilo já era amizade.

Quando estava se deixando levar pelo cansaço, ouviu um gemido de dor. Abriu os olhos rapidamente, ignorando a dor de cabeça causada pela privação de sono, e viu a garota umedecendo os lábios. Levantou apressado e tropeçando, encheu um copo com água e andou até ela.

“Beba, mas vá com calma”, falou quando encostou o copo nos lábios e notou a voracidade já que Wanda estava há dois dias sem beber água, sendo hidratada apenas pelo soro intravenoso. “Como se sente, princesa?”

“Princesa?”, ela perguntou tossindo um pouco.

“Um apelido apenas”, confessou com vergonha. “O que aconteceu, Wanda?”

“Eu só me lembro de estar andando no jardim quando eu vi uma pessoa. Ele passou correndo por mim e me acertou com alguma coisa na cabeça, não me lembro o que aconteceu depois”.

“Depois o sr. Lang achou você e a trouxe para cá. Como se sente, Wanda?”, Steve Rogers falou. Não notou o homem entrar, não ouviu barulho nem nada. Ele o olhou com certa desconfiança e depois voltou o seu olhar para Wanda, para perceber o que acontecia entre os dois.

“Com dor de cabeça, Steve”, a ouviu responder.

Lentamente, começou a se afastar. Aos poucos chegou na porta, bem devagar. Antes que pensasse em virar a maçaneta, ouviu Wanda chamar por ele.

“Não vá, por favor”, ela suplicou baixo.

Mais uma vez foi encarado pelo Capitão América e sabia que ele faria perguntas sobre esse acontecido e a sua repentina amizade com a Feiticeira Escarlate.

[...]

Via Wanda se recuperar bem e mais saudável. Já não tinha mais a aparência doentia e um leve corado nas bochechas era visto quando a visitava. Hoje sairiam do palácio pela primeira vez, visitariam algumas cachoeiras e outras belezas wakandanas com T’Zumba, um guia designado pelo rei T’Challa a acompanha-los. Conectou os fechos da sua mochila e acreditava que tinha tudo o que precisava, só faltava Wanda encontra-los.

Tentou não reparar, mas ela parecia diferente dessa vez. Mais mulher, pensou. Não, Scott, não, ela é sua amiga. Você não pode fazer isso com a sua amiga. Ela é SÓ sua amiga. Tentou não reparar, mas pela primeira vez em meses enxergou Wanda como mulher, do modo como um homem deseja uma mulher e isso não estava sendo saudável no momento. Foi a primeira vez que isso aconteceu e ainda estava se sentindo o pior homem do mundo.

Saíram para a mata fechada e viu Wanda se besuntar com repelente, os mosquitos não dariam trégua nesse clima. Não pediu, ela mesma lhe entregou o frasco meio vazio e fez o mesmo que ela. T’Zumba disse que precisariam passar bastante por causa de um mosquito venenoso que induzia alucinações. Passou muito mais do que imaginou que seria necessário, mas tudo bem.

O Capitão havia perguntado demais sobre os seus encontros com a Feiticeira e aquilo parecia não ter fim nunca, estava cansado. Quando Wanda sugeriu que fizessem uma trilha por entre as matas adjacentes ao palácio, aceitou na hora: não porque gostaria de se embrenhar no mato, mas porque assim se veria livre da superproteção de Steve Rogers.

Resolveram fazer uma pausa pouco depois das onze da manhã. Ouvia o barulho de água batendo em pedra e sabia que deveria haver uma cachoeira não muito longe dali, talvez uns dez metros de distância. Deixou a sua mochila junto do grupo e andou sozinho até lá, sendo totalmente desaconselhado por eles. Precisava mergulhar, pensar, colocar tudo em ordem e a natureza lhe deu uma oportunidade e tanto desse jeito.

Quando avistou a queda d’água, percebeu que era uma loucura pular ali. Mas um tipo bom de loucura. Não parecia ser muito fundo, então julgou que algum animal viveria ali mesmo T’Zumba dizendo que não haviam crocodilos naquelas águas.

Tirou a camisa e a bermuda, descalçou os sapatos e deixou o seu par de meias junto de tudo isso. Olhou para trás e não viu nada além de verde. Saltou e sentiu a água gelada envolver o seu corpo, congelando os seus pensamentos em Wanda e lhe dando paz por alguns momentos antes de emergir.

Sentiu algo roçando nas suas pernas e logo tratou de buscar por ar. Não era nenhum animal aquático-tropical de Wakanda, era só Wanda. Não sabia quando ela havia entrado na água, tampouco pensou que havia sido seguido.

“Você me assustou. Eu pensei que fosse um daqueles crocodilos que usam nos filmes de terror com lagos”, falou.

“Você gosta muito de filmes de terror”, ela pontuou.

“Somente aqueles que me fazem rir de tão óbvios”.

Ficaram se encarando por alguns segundos antes que Wanda tomasse a iniciativa e se aproximasse, deixando claras as suas intenções junto com o beijo desajeitado no seu rosto. Tinha ido ali para se esquecer de tudo o que sentiu de errado por Wanda naquele dia e não conseguiu, ela se fez presente e demonstrando que estava sentindo o mesmo que ele. Poderia ser confusão, solidão, carência... só sentiam o mesmo um pelo outro. Ainda ali, dentro da água gelada, segurou a garota pela cintura e a trouxe para mais perto, beijando-a tão intensamente quanto queria desde mais cedo, tinha o consentimento dela.

Foi intenso e quente, bem-vindo e estranho ao mesmo tempo. Ainda não sabia se era isso mesmo que pretendiam, mas sabia que era o que queria desde que não viu mais a Wanda-menina.

Aquela tarde terminou daquele jeito, o mesmo que começou.

“O que faremos agora?”, Wanda perguntou.

“Vamos aproveitar cada dia como se fosse o último?”, perguntou.

“Podemos?”

“Devemos, princesa”, finalmente entendeu porque a havia chamado de princesa, estava começando a se deixar levar pela hipnose da beleza e a gentileza de Wanda Maximoff.

[...]

Aproveitaram cada dia como se fosse o último sim, não havia porque negar. As suas fugas com Wanda para partes vazias do palácio já estavam começando a ficar visíveis, principalmente porque o Capitão América e o Falcão estavam de olho o tempo todo. Todas noites se encontravam nas sombras da biblioteca de T’Challa ou do laboratório de eletrônica no qual estava trabalhando para pelo menos chegar perto do traje do Homem-Formiga que lhe havia sido tomado. Devia isso a Hank.

Wanda estava estável, pelo menos. Por duas vezes precisou ajudá-la a se acalmar quando ficou ansiosa demais e isso o fazia se sentir útil, não necessariamente o motivo de transmitir calma a ela. Ela havia voltado a estudar e teve aulas junto com o irmão do rei, na finalidade de concluir a sua educação básica e quem sabe um dia ingressar em algum curso universitário. Ela era curiosa enquanto à natureza de Wakanda, talvez as ciências naturais a favorecessem.

Estavam deitados no chão da biblioteca quando Steve e Sam entraram e viram os dois lá, apenas apreciando a companhia um do outro. Sorte não terem sido encontrados em certa situação constrangedora como havia sido com Jakarra. Viu Sam dar uma nota de dez dólares a Steve muito à contragosto.

“Você já sabia disso!”, o Falcão exclamou.

“E como eu conseguiria tirar dez dólares tão fáceis de você?”, o Capitão devolveu.

Se recompuseram e se sentaram no chão, os dois homens fizeram o mesmo.

“Há algo que precisam saber. Tony nos chamou, ele quer conversar sobre vocês”, Steve direcionava o discurso a Wanda. “Ele disse que há um modo de voltarmos para Nova York. Todos nós”.

Se levantou no chão ainda incrédulo. “É sério? Assim, sério? Ah, Deus, isso é demais. Eu vou poder ver a minha filha, ver o velho Hank, Hope, todos. Até do Luis sinto falta”, só percebeu que havia dito uma asneira grande quando os dois homens à sua frente se calaram e suspiraram.

Havia mencionado Hope.

Na frente de Wanda.

Os seus sentimentos por ambas eram confusos. Tinha passado mais tempo com Wanda do que com Hope e isso tinha um valor inestimado para si. E sabia do ciúme profundo que ela mantinha pela filha de Hank apenas pelo fato de terem terminado pelo computador, achava que ela se sentia um pouco insegura com isso, pensando que não fosse definitivo.

“Quando poderemos voltar?”, Wanda perguntou.

“Stark nos quer o mais rápido possível. Ele disse algo sobre tornozeleiras eletrônicas e o fato de que Ross terá as nossas cabeças se isso não acontecer. Vai ficar tudo bem”, Sam disse.

“Eu preciso pensar nisso... com calma. Com licença”, Wanda disse e disparou pela porta sem sequer dizer algo.

“Jakarra disse para não partir o coração de Wanda se não nós que vamos partir a sua cara?”, Sam perguntou.

“Não, ele só me ameaçou com formigas...”, disse a verdade, já estava complicado demais com eles.

“Está avisado, então. Agora vá e conserte a besteira de ter falado que estava com saudades da sua ex”, Sam finalizou.

Respirou fundo e andou em direção ao quarto de Wanda.

[...]

Mesmo tendo feito as pazes, as coisas pareciam não estar como antes. Tinha errado feio e estava pagando as consequências da sua língua grande.

A cicatriz no seu braço coçava e achava que estava sendo violado desse modo, colocar um nanochip de rastreio neles não havia sido a ideia mais inteligente do governo. Assim que uma ameaça acontecesse, um alarme soaria na sua casa e um campo de força se formaria nas suas porta e janelas não permitindo a sua saída, somente a de quem não tinha o maldito nanochip. Wanda recebeu um igual, assim como o Falcão. Steve continuou em Wakanda para cuidar do amigo congelado.

Não fazia tanto tempo assim desde que haviam retornado e seria a primeira visita a Cassie, tudo arranjado pelos advogados de Tony Stark. Estavam registrados, estavam seguros, estavam sendo vigiados.

O parquinho estava vazio e o seu nervosismo era aparente, há meses não via a filha. Wanda estava ao seu lado, um pouco receosa e meio desconfiada ainda. Só tempo curaria a ferida que ele mesmo tinha aberto no coração dela.

O carro de Maggie estacionou do outro lado da rua e ela saltou com Cassie. Ela estava grande. Pelo menos maior do que da última vez que a viu. Estava com o coelho feio que a havia presenteado e um vestido azul e um casaco branco. A sua garotinha correu para os seus braços e não fazia ideia do quanto havia sentido falta daquele abraço. Fechou os olhos e se sentiu mais ainda.

“Venho busca-la aqui a três horas. Até logo, Scott”, Maggie parecia aborrecida, só não mais que o normal.

“Docinho, eu estava com saudade”, falou.

“Eu também. A mamãe disse que você tinha fugido com a moça de cabelo estranho e que nunca mais voltaria”, Cassie não parecia abalada com isso, significava que ela tinha mantido a fé de que ele voltaria para ela.

“Mas eu voltei para você, não voltei, docinho? Eu espero nunca mais me separar de você, Cassie”, abraçou a garotinha mais forte ainda.

“Quem é ela?”, a sua filha se referia a Wanda ainda sentada no banco, um pouco longe deles.

“Você quer conhece-la?”, Cassie balançou a cabeça afirmando e deu a mão para ela. Andaram até Wanda e a feiticeira parecia confusa com aquilo. “Cassie, a sua mãe mora com outra pessoa, o Paxton. Você gosta dele?”, sabia da resposta, mas perguntou mesmo assim.

“Mais ou menos”, ouviu.

“A Wanda é menina, mas ela é como o Paxton, ela mora com o papai”.

“Ela é a sua namorada?”, Cassie perguntou. Teve vontade de rir por causa da pergunta.

“É, a Wanda é minha namorada. Não é, Wanda?”, perguntou. Sinceramente, esperava que ela respondesse sim.

“Sim, Cassie, eu sou a namorada do seu pai”, Wanda respondeu com vergonha.

Por um momento, viu Wanda mais segura do que estavam fazendo e em como estavam se envolvendo. Cassie abraçou Wanda e não teve como não ver que ali começava a família deles. A família que Wanda merecia ter.

“Quer saber um segredo?”, perguntou a Cassie.

“Sim, eu adoro segredos!”, Cassie respondeu.

“Ela pode mover coisas com a mente”, falou em falso espanto.

“Legal!”, a sua filha gritou.


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber se gostaram :)