Princesas e Coelhos escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 1
A Vida de um Coelho ~ Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!!
Eeeee... essa vai ser uma nota muito estranha porque é minha primeira fic de Gintama e eu tô nervosa pra caramba ^^"
Seja bem-vindo, meu querido leitor fã de Gintama que teve a bondade e curiosidade de entrar na minha fic! Espero que goste e se divirta lendo :)
Antes de mais nada, devo sintonizar que esta história se passa dez anos no futuro do mangá atual (que eu ainda não alcancei, por sinal), então os personagens são maiores de idade e têm total permissão e direito de fazerem o que fizeram.
Também quero me desculpar desde já caso algum personagem tenha ficado OOC... Não importa o personagem, eu gosto de apelar para um lado mais sensível, espero que entendam e gostem de como ficou :)


Sem mais delongas, aproveitem e boa leitura ^-^



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Hana olhou para a folha em branco, segurou o lápis de maneira errada, mas com firmeza, e começou a rabiscar. Seu sorriso que exalava inocência aumentando a cada traço.

A música de algum desenho tocava em sua cabeça e ela balançava os pezinhos no ritmo que só ela ouvia, sem se importar de que esses não tocavam o chão. Já não tocariam normalmente e menos agora, graças aos três livros na cadeira onde se sentava, que a possibilitavam de alcançar a mesa de jantar de sua casa.

Ainda debruçada sobre o desenho, Hana afastou alguns fios de seu cabelo ruivo, meio rosado, para ver melhor a folha em que criava sua arte. Sorriu orgulhosa de si mesma; desenhar havia sido uma boa ideia para matar o tempo enquanto sua mami acabava o jantar.

Tão concentrada estava, que Hana só percebeu que alguém sentara ao seu lado quando essa pessoa começou a mexer em um tufo rebelde de seu cabelo.

— O que está fazendo?

Ela nem precisou olhar, reconhecia a voz de seu papi em qualquer lugar. Continuando a sorrir e a desenhar, respondeu:

— Desenhando um coelhinho.

Ela esperou que seu papi dissesse os costumeiros “Que bom” ou “Está lindo”, mas ao invés disso ele perguntou:

— E por que não uma princesa?

Hana não escondeu sua surpresa, finalmente tirando os olhos azulados da folha para mirar o pai. E de volta pra folha. E de volta pro pai.

— Porque eu quis fazer um coelho. – Foi a resposta que achou, porque era a verdade; teve vontade de desenhar um coelho, ué.

— Mas uma princesa seria legal também, não acha? – Ele insistiu. – Elas são bonitas, importantes e algumas são bem corajosas.

— Mas papi... – Começou em tom choroso. – Você sempre me chama de coelhinha!

E era isso que a estava incomodando tanto. Nunca havia reparado que seu pai gostava tanto de princesas e se era assim, então porque não a chamava de princesa? Será que isso queria dizer que ele não gostava tanto dela como filha?

— Porque você é minha coelhinha. – Ele apertou o nariz de Hana de forma brincalhona, dando uma leve risada. – Mas também é uma princesa.

Ok, agora ela estava confusa de verdade e sua cara deve ter ficado muito engraçada, pois seu papi começou a rir ainda mais. Hana, entretanto, estava confusa; como ela podia ser os dois?

— O jantar está pronto. – Hana ouviu sua mami chamar, docemente. A mulher chegou perto deles e olhou sobre os ombros da filha, para ver o desenho. – Que desenho lindo, meu amor.

O elogio sorridente a fez sorrir também.

— É um coelho. – Explicou ela.

— Está muito bonito.

— Mas o papai disse que uma princesa seria melhor!

Sim, ela dedurou mesmo, na cara dura. Crianças de quatro anos não tem tanta noção do que é certo ou não falar.

Ficou feliz quando sua mami deu um olhar feio para o papi, iguais aos que dava a ela quando fazia algo errado. Seu papi, porém, apenas deu de ombros – coisa que ele sempre falava para ELA não fazer, porque era um habito feio.

— Pois eu prefiro coelhos. – Sua mami deixou bem claro.

— Tem certeza? – Seu papi apoiou o rosto numa mão, sorrindo para sua mami.

— Eu tive há cinco anos e continuo tendo. – Ela fez o mesmo, voltando a sorrir com um quê de diversão.

Hana, no meio dos dois, não estava entendendo nada. Eles ainda estavam falando do desenho dela? Parecia que não...

— Mas ser um coelho é perigoso e difícil. Tem certeza que tomou a decisão certa?

— Tenho.

— Mesmo que a vida de uma princesa seja mais fácil e bonita do que a de um coelho?

A mami não respondeu de imediato, ficou uns instantes mirando a ela e papi, e nesse olhar, Hana viu transbordar todo o amor que ela sentia por eles.

— Será? Eu acho a vida de um coelho linda. – Disse, ajeitando os cabelos da filha atrás da orelha. – Com toda liberdade do mundo para saltar por onde quiser, tomando suas próprias decisões e só precisando agradar quem ele quer agradar... Nem sempre é fácil, mas com certeza é bem mais agradável do que a de uma princesa. – E voltou a olhar para o marido, com um grande e doce sorriso. - Então não, eu não me arrependo em nada de ter escolhido um coelho, cinco anos atrás.

Hana continuou apenas olhando enquanto seu papi praticamente pulava por cima da mesa só para alcançar os lábios de sua mami e lhe dar um beijo. Enquanto que ela ainda estava boiando no assunto recém-encerrado. Pra começar, por que raios sua mami precisara escolher entre uma princesa e um coelho? Ela por acaso ficara em dúvidas sobre o que desenhar?

— Hana, meu amor. – Mami a chamou e ela ergueu os olhos para vê-la.

Sua mami e seu papi estavam lado a lado, mirando-a com amor e sorrindo para ela. Sempre sorrindo. Hana não tinha uma lembrança deles sem ser assim, felizes e unidos, com ela no meio “para completar a família de modo perfeito”, como sua mami dizia.Papi dizia que elas se pareciam muito, embora Hana soubesse que tinha puxado os cabelos e os olhos dele.

— Somente escolha o que preferir, está bem? – Mami aconselhou. – Sei que ficará lindo de qualquer jeito.

— E nós prometemos não te largar num orfanato caso tome a decisão errada.

Ela ficou levemente temerosa, nunca conseguia dizer quando seu papi estava brincando. Mas brincadeira ou não, mami o olhou feio mais uma vez.

— Exagerado. – A palavra em tom repreendedor e um tapinha no braço foram as punições de papi.

Os orbes azuis de Hana voltaram, enfim, para seu desenho, que tinha começado com aquela história toda. E quando tinha começado, ela realmente quis desenhar um coelho, mas agora...

“Escolha o que preferir”, foi o que sua mãe disse. O que ela preferia? Ou melhor, porque ela não poderia ter...

— É isso! – Uma ideia atingiu-a.

Ela pegou uma folha em branco das três que estavam na mesa e fitou sua mão, onde estava o lápis preto que usava para desenhar. Aquilo não seria suficiente.

— Já venho! – Declarou, antes de pular da cadeira e correr em direção ao seu quarto, onde estavam seus múltiplos lápis de cor.

— Hana, nós temos que jantar! – Sua mami a lembrou.

— Vai pondo a minha, por favor, preciso de um minuto. – Entrou em seu quarto e fechou a porta, para reabri-la um segundo depois. – E não venham, é uma surpresa! – Agora sim, se fechou dentro do aposento.

Kamui e Soyo se entreolharam, um tentando ver se o outro sabia o que se passava na cabeça da filha deles. Hana era naturalmente agitada e isso já causara várias confusões, das quais eles preferiam evitar repetições.

— O que será que ela vai fazer? – Indagou Soyo, apreensiva.

— Acho que ela trancou a porta, então só saberemos quando ela sair. – Kamui falou em seu tom infantil de costume.

— Você fala como se fosse difícil para você arrombar a porta se quisesse.

— Você quer que eu arrombe?

— Não! Só vamos arrumando a mesa enquanto esperamos. – E dizendo isso, ela começou a recolher as folhas que a filha deixara na mesa. Inclusive a que tinha o coelho desenhado.

Soyo pegou-se olhando para essa. Hana não tinha qualquer habilidade para desenhos ainda, somente quem prestasse bastante atenção poderia chutar que aqueles rabiscos eram para ser um coelho, mas aos olhos de Soyo, eram obras de arte feitas por sua pequena artista.

— Você estava falando sério àquela hora?

A mulher foi tirada de seus pensamentos quando Kamui voltou da cozinha, colocando os pratos sobre a mesa.

— Sobre eu preferir a vida de um coelho à de uma princesa? – Perguntou a ex-princesa de Edo, sorrindo com uma sobrancelha arqueada para seu marido.

O Yato apenas assentiu, sem mira-la. Ela riu.

— Acredite em mim Kamui, talvez eu não possa voltar à vida de uma princesa, mas se a vida de um coelho não me agradasse, tudo o que eu precisaria fazer era sair por aquela porta e, veja só, já se passaram cinco anos e eu não fiz isso.

Era estranho pensar que ela estava casada com um dos homens responsáveis pela morte de seu amado irmão e que além de tudo tentara matar a ela, dez anos atrás? Seria, se Soyo pensasse assim. Pois o que ela via quando olhava para o ele era simplesmente um menino perdido; o irmão mais velho de sua melhor amiga; e, principalmente, o homem que amava com todo o seu coração.

Não que ela já tivesse esquecido e muito menos perdoado o que Kamui havia feito há dez anos, mas há muito tempo ela decidira que não iria se privar do amor por causa de uma ferida já cicatrizada.

— E você acha que seria tão fácil assim?

Antes que Soyo percebesse, Kamui já havia a prendido entre ele e a mesa. Ele sorria como sempre e ela o imitou, seguindo o jogo:

— Não vejo porque seria diferente.

— Talvez porque eu nunca deixaria você ir embora.

Ela ia retrucar, mas ele foi mais rápido e continuou, sua expressão tornando-se anormalmente séria de repente:

— Desde o dia em que você aceitou viajar o universo comigo e eu te tirei daquela maldita mansão fortificada que você é minha princesa, Tokugawa Soyo, então mesmo se você fugir, eu vou te caçar, te achar e te trazer de volta pra mim, nem que seja à força!

Soyo podia perceber tudo, desde os ombros tensos até o medo refletido no fundo daqueles olhos azuis. Aí estava, o menino perdido que ele carregava dentro de si.

— Que bom que pensa assim. – A de cabelos negros sorriu com todo carinho que sentia por ele, abraçando-o pelo pescoço e juntando suas testas. Apenas isso bastou para ela sentir os músculos dos ombros relaxarem. – Pois desde o dia em que você me tirou do palácio, de Edo e da Terra que você é meu coelho, Kamui, então mesmo se você pensar em me deixar pra trás, eu irei atrás de você, acharei você e ficarei ao seu lado, nem que seja à força.

Seus orbes castanhos continuavam fixos nos azuis dele e ela via aos poucos eles recuperando a calmaria que tanto amava, para finalmente voltar a sorrir. E Soyo recebeu seu segundo beijo naquele dia, esse um pouco mais longo já que não tinham de se conter por estarem na frente de Hana.

Mami, papi!— Falei cedo demais.

Eles se separaram bem na hora em que a pequena de cabelos róseos veio saltitante até eles, e mostrando o sorriso mais lindo do mundo (na opinião deles, pelo menos) ergueu uma folha, onde nada se podia ser visto além de um grande círculo rabiscado e colorido, com mais rabiscos horizontais por cima.

— Tadam! – Sua vozinha exalava orgulho. – Bem que o papi disse que dava pra ser as duas coisas. Vejam, eu fiz uma princesa coelha!


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Notas finais do capítulo

E é isso! *se esconde no cantinho* Bem, o que acharam?
Espero do fundo do coração que tenham gostado e que eu não tenha feito nenhuma besteira com os personagens D///D
Eu sei que o Kamui preferiria ficar calvo igual ao pai do que um dia formar uma família, mas vamos lá, é pra isso que servem as fanfics kkkkk E eu amo fics nesse estilo (é só olharem lá no meu perfil e vocês verão)!

Se você gostou, deixe um comentário bonitinho aí em baixo, é de graça e não faz cair o dedo. E se não gostou... comenta também para eu saber onde posso melhorar :)

Bem, é isso, galera! Muito obrigada de novo por lerem e até a próxima ^-^
Beijos de morango!



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