Encarei a mesa de jantar cheia a minha frente me perguntando como exatamente Miguel, Lena, Dan, Henry e Eva terminaram todos juntos na casa do bonitão.

  Acho que tudo começou há umas doze horas atrás.

  Na verdade se fosse pra contar do início mesmo eu teria que voltar até o final de semana passado no qual Anthony viajou, no domingo à noite quando voltou, ele passou lá no meu apartamento me mandou fazer as malas e disse simplesmente que estava me levando embora para sua casa. Quando eu perguntei o que estava acontecendo ele me disse apenas que como eu estava muito perto do fim da gravidez, não era bom que eu ficasse sozinha em meu apartamento com todas aquelas escadas para subir e descer, eu até quis protestar que não precisava de uma babá, mas quando até Miguel disse que essa era a melhor solução eu não tive muita escolha a não ser aceitar que já tinha perdido a discussão.

  E falando do meu irmão, ele faltou soltar fogos de artifício depois que Lena lhe contou a novidade sobre o bebê, Miguel ficou tão animado que foi impossível não se contagiar com a sua felicidade. E eu estava tão contente pelos meus amigos que toda essa felicidade me ajudava a esquecer um pouco do meu drama pessoal, mas no instante em que o moreno falou em ligar para tia Cassy e contar a novidade eu gelei e praticamente implorei a ele que não o fizesse, por eu sabia que no instante em que ele ligasse, ela apareceria aqui para ficar com Helena, mesmo que ainda faltassem sete meses para o bebê deles nascerem e é claro que no instante em que ela me visse meu segredo já era. Só que depois de uma negociação meu irmão cedeu, eu tinha o próximo mês para me resolver, por que no momento em que Helena completasse três meses de gestação ele contaria para tia Cassy, mas isso era mais que suficiente, por que um mês era o tempo estimado para os gêmeos nascerem de qualquer forma.

  Em um mês eu e Anthony teríamos que conversar sobre o assunto, quer quiséssemos ou não.

  Mas independente de tudo isso, eu nem imaginava como o dia terminaria quando acordei hoje de manhã com beijos do moreno que já estava se tornando grande parte da minha vida.

  - Que horas são? – resmunguei e o vi sorri depois de me beijar e sair da cama.

  - Seis e meia.

  - O que!? Você é mau, em? – reclamei virando para o canto e me cobrindo outra vez. Senti o colchão afundar quando Anthony beijou meus cabelos.

  - Bom dia pra você também, Lisa – o ouvi dizer antes dele fechar a porta do banheiro.

  Eu provavelmente o devia ter respondido, mas de manhã cedo era melhor nem mexer comigo por que eu não funcionava bem antes das oito da manhã. E a verdade era que eu nem o vi sair do banheiro, quando acordei outra vez olhei para o relógio do celular vi que marcava 09h13m da manhã, bem esse era o meu cedo nas últimas semanas. Mas eu podia certo? Estava dormindo por três.

  Mesmo morrendo de preguiça me arrastei da cama, tomei um banho, desci as escadas e fui me encontrar com Jane e o café da manhã, ela como esperado, passou a última semana me mimando como sempre fazia.

  - Bom dia, Srta. Banks! - ela cumprimentou animada e eu sorri.

  - Bom dia, Jane. E eu já disse que é só Elisa.

  - Eu já fiz o café, Sra. Banks. Espere que esteja com fome - ela respondeu me ignorando completamente e eu revirei os olhos.

  - Você sabe que eu sempre estou com fome, o que temos aqui?

  Depois que comi e ajudei Jane com a cozinha fui para o escritório de Anthony - por que eu amava sua cadeira giratória - e recomecei a checar a lista de coisas que deviam ter nas malas de maternidade tanto minha quanto dos bebês, depois de verificar pela terceira vez que eu tinha colocado uma manta para cada um, meu celular que estava em cima da mesa de madeira cara do bonitão, começou a tocar.

  - O que foi agora, Lena? - perguntei logo que atendi decidindo se levava ou não chupetas para eles, será que iriam precisar?

  - Hei! Quem faz merda aqui não sou eu, é você — ela protestou e eu até ia rir, mas espera, ela disse o que?

  - Como é?

  - Nada não. Você está livre?

  - Agora? Tô sim, por quê?

  - Hoje é sábado, Lisa. Quero sair, vamos ao shopping?

  - Agradeço o convite, mas não vou me meter naquele lugar lotado com essa barriga enorme e os pés inchados.

  - Sério? — ela choramingou e eu sorri decidindo que era melhor levar as chupetas nas bolsas, vai que precisamos, né? - Não tem nada mesmo que possamos fazer? Eu estou de folga hoje e morrendo de tédio, Miguel só vai chegar à noite.

  - Bem, por que você não vem pra cá?

  - Na casa do bonitão?

  - Por que não? Aqui tem tantos quartos que você vai andar tanto quanto num shopping tentando ver tudo.

  - Ai meu Deus! Eu posso mesmo?

  - Claro, ele não tá aqui de qualquer forma. Acho que uma reuniãozinha de garotas não vai matar ninguém. Vou te mandar o endereço por mensagem.

  - Se é assim Ok, chego aí em meia hora. Beijo, tchau! — se despediu animada e desligou. Pelo menos minha tarde agora tinha ficado mais animada. 

  Terminei com a minha lista, mas continuei no escritório do bonitão pelo simples prazer de ficar girando em sua cadeira. Eu já estava começando a ficar tonta quando Jane apareceu na porta sorrindo.

  - Chegou visita para a senhorita – ela avisou e eu fiquei de pé me segurando na mesa.

  - Já estou indo lá, obrigada por avisar, Jane – sorri para ela e a segui quando ela fez meia volta e foi para a sala de estar outra vez. Quando cheguei lá vi a morena bonita que eu tanto amava com os olhos arregalados tentando ver tudo de uma vez. – Você vai acabar vesga se continuar assim – debochei e ela finalmente me encarou.

  - Por que você nunca me disse que o seu namorado tinha uma casa incrível assim? Isso é omitir informações importantes!

  Eu ri me sentando no sofá.

  - Você nunca perguntou. Achei que não queria saber.

  - Mas eu quero, quero muito e você vai me mostrar tudinho! – ela exclamou animada e de repente se virou pra mim com um sorriso tão grande que chegava a ser assustador. – Ai meu Deus! Você disse que você e Anthony tinham terminado de mobilhar o quarto dos bebês mês passado, eu quero ver. Eu preciso ver!

  - Lena calma, você vai acabar tendo um aneurisma se continuar assim, você ta grávida também, esqueceu? Surtar não faz nada bem pro bebê.

  - É, e me deixar na curiosidade também não! Eu tô fazendo pesquisa. Quero ver os quartos pra ter ideias!

  - Aham sei... – resmunguei e deixei que ela me arrastasse do sofá. Quando passamos perto da cozinha em direção ao andar de cima, vi Jane batendo alguma coisa em uma vasilha de alumínio enquanto nos observava e sorria, aposto que ela estava se divertindo pra caramba.

  Lena como a pessoa insistente que era, me fez mostrar a ela toda a enorme casa do bonitão. Isso devia ser proibido, fazer uma grávida trabalhar assim, mas ela é claro, estava mais interessada no quarto dos gêmeos do que em minha opinião, mas eu tinha que concordar com ela que eles estavam lindos, o da Analu era lilás e branco tão delicado quando a bebezinha que eu imaginava que iria dormir ali, já o do Drew era azul e branco, e era tão lindo quanto o da irmã. Nós bisbilhotamos tudo que deu e terminamos as duas jogadas na cama que eu ultimamente vinha dividindo com Anthony.

  - Você já tinha imaginado que alguma vez estaria deitada tranquilamente em um quarto como esse? – Lena perguntou mexendo em meus cabelos, se ela continuasse com isso eu acabaria dormindo.

  - É claro que não. Principalmente o dono do quarto sendo quem é.

  - Seu namorado?

  - Você sabe que ele não é meu namorado.

  - Claro que não. Ele é o que então? Seu marido por acaso?

  - Você sabe que não é assim - suspirei e vi a morena sorrir.

  - Claro que é, vocês já são quase “namoridos” - ela riu. - Você se lembra de quando eu morava com o Miguel e você nos zuava por que ainda não tínhamos nos casado, mas também não éramos mais só namorados? Estávamos naquele tipo de relacionamento onde as suas coisas já estão enfiadas no guarda roupa do outro, suas escovas de dentes estão juntas e vocês acordam na mesma cama todos os dias. E agora me diz, quem é o namorido de quem?

  Eu parei para pensar no que ela tinha dito e não era bem assim, era? Eu e Anthony não tínhamos esse tipo de relacionamento, tínhamos?

  - Você está exagerando, Lena.

  - Estou é? - ela perguntou levantando da cama e abrindo o guarda roupa do bonitão só para mostrar meus vestidos pendurados ali. Eu corei.

  - São só uns vestidos - disse me sentando e Helena riu.

  - Sério mesmo? - ela arqueou uma sobrancelha abrindo outra porta e cutucando minha pilha de roupas que Anthony insistiu que eu tirasse da mala para que ficasse mais fácil de usar.

  - Tudo bem - cedi. - Talvez a gente esteja mesmo nesse tipo de relacionamento, mas o que isso quer dizer?

  - Não é óbvio? - ela sorriu. - Agora só falta vocês dois pararem de besteira e anularem esse maldito contrato e viverem logo felizes para sempre por que eu quero muito vir tomar banho naquela piscina enorme que eu vi lá fora.

  Eu acabei rindo e fui abraçar minha melhor amiga com todas as forças que eu tinha.

  - Sério, Lena. Te amo, muito.

  - Eu também te amo, Lisa. Pra caramba! - ela me apertou de volta e nós ficamos nisso até algumas batidas na porta nos interromper.

  - Com licença, Srta. Banks. Eu só queria informar que o almoço está pronto - Jane sorriu pra gente e eu olhei para Lena.

  - Como fome?

  - Sempre - ela respondeu e eu ri enquanto seguíamos Jane até o andar de baixo. O dia em que dispensássemos comida, estaríamos a beira da morte.

  Mas a coisa para Lena não correu tão bem, logo depois da primeira colherada ela passou mal e foi vomitar no banheiro do andar de baixo, no fim ela comeu só umas torradas que Jane fez questão de fazer para ela depois que explicamos o motivo do enjôo. Almoço calmo pra que, né? Depois de comermos - pelo menos eu comi -, nós fomos para a piscina, não estava exatamente quente, mas como nós não íamos entrar na água por motivos de não tínhamos roupas, não tinha problema. Pegamos dois dos muitos livros que eu tinha trago e fomos ler na beira da piscina como aquelas socialites de filmes, era realmente muito divertido. Passamos boa parte da tarde assim, tomando sol, lendo e é claro, comendo. Lena em determinado ponto dormiu, mas eu não tive essa mesma sorte, não estava me sentindo confortável o suficiente na espreguiçadeira para descansar assim.

  Quando começou a escurecer eu acordei Lena e nós entramos, eu já tinha pegado ar fresco o suficiente pelo resto do mês, como minha amiga tinha trazido uma muda de roupas, resolvemos ir tomar banho, a parte legal de estarmos numa casa tão grande é que pelo menos fila do banheiro não existia. A morena colocou uma calça jeans - ela disse que as usaria enquanto ainda podia -, uma blusa preta e fez uma trança no cabelo. Estava linda. Eu já que não usava muito mais que vestidos ultimamente, resolvi colocar mais um, ele era amarelo de alças e de acordo com Lena combinava com o coque que eu tinha feito no cabelo.

  Já eram sete e meia da noite e minha amiga não parecia nem remotamente interessada em ir embora, então resolvemos ver um filme, um romance água com açúcar sempre fazia bem ao coração. Estávamos na metade de Para Sempre Cinderela quando Jane apareceu na sala com uma expressão meio confusa.

  - Srta. Banks - ela chamou e eu a encarei mesmo que o filme estivesse muito bom.

  - Sim? Algum problema?

  - Não, quer dizer... A senhorita tem visitas.

  - Visitas? - perguntei surpresa e depois olhei para Lena, a única pessoa que poderia me visitar aqui na casa do Anthony era minha melhor amiga e ela já estava sentada ao meu lado no sofá. - Quem são?

  - O Sr. e a Sra. Calvet - a governanta anunciou e eu sorri.

  - Henry e Eva? Que legal! Onde estão, mande-os entrar, por favor.

  - Estão no hall de entrada.

  - Anda, Lena. Vem! - chamei a morena enquanto seguia para a entrada. Sorri assim que vi o casal que eu tanto gostava.

  - Henry, Eva! Que surpresa - sorri os abraçando.

  - Espero não estarmos incomodando - Henry sorriu.

  - Ela tem visitas. Viu? Eu disse que devíamos ter ligado - Eva repreendeu o marido olhando para Lena.

  - Essa daqui me irrita tanto que não é nem mais visita. Então não se preocupem - comentei e minha amiga me olhou feio.

  - Saiba que a recíproca é verdadeira - ela comentou e eu ri.

  - Henry, Eva está é Helena minha cunhada. Lena, este é o casal de amigos que eu tinha dito que conheci na festa em que fui com Anthony, Henry e sua esposa Eva - os apresentei e minha amiga foi abraçar Eva.

  - É um prazer conhecê-la - disseram as duas e eu sorri.

  - Tem certeza de que não é um mau momento? - Eva perguntou enquanto Lena cumprimentava Henry.

  - Claro que não, a não ser que o fato de Anthony ainda não ter chegado os incomode.

  - O Whitmore ainda não chegou? - Henry quis saber e eu neguei com a cabeça.

  - Não, mas venham, entrem, vamos falar disso lá na sala - disse rindo com o fato de inda estarmos parados ali no hall de entrada. Meus convidados sorriram também e nós voltamos para o sofá branco e lindo do bonitão.

  - Eu não sabia que tinha um irmão, Elisa - Eva sorriu.

  - Ele é meu irmão de criação, mas me irrita tanto quanto tivéssemos o mesmo sangue - comentei e ela riu.

  - Ainda falta muito para os bebês nascerem? - Henry perguntou e eu neguei com a cabeça.

  - Depois que eu completar oito meses pode acontecer a qualquer momento, talvez até antes de acordo com a Marina. A parte boa é que minha cesárea está marcada e a coisa toda vai acontecer com calma, tranquilidade e muita anestesia.

  - Você não tem vontade de tentar o parto normal, não? - Eva perguntou e sorri.

  - Até tenho curiosidade, mas com a minha sorte daria alguma merda.

  - Isso é verdade - Lena riu. - Em se tratando da Lisa, a probabilidade de dar alguma coisa errada é enorme.

  - Valeu mesmo pelo apoio moral, quando chegar a sua vez pode deixar que eu vou rir da sua cara pra caramba também – fiz drama e Lena revirou os olhos rindo.

  - Você também está grávida? - Eva perguntou a minha amiga e eu aproveitei que elas estavam começando uma conversa para pedir licença e ir ao banheiro, por que se demorasse um pouco mais eu explodiria.

  Assim que terminei o que tinha para fazer no banheiro fui até a cozinha ver como Jane estava, a morena tinha começado a separar algumas panelas. Assim que me notou ali, sorriu.

  - Ainda bem que a senhorita apareceu, já ia perguntá-la sobre o jantar - ela disse abrindo a geladeira e eu fiquei sem entender.

  - Me perguntar? Mas você não o faz sempre como quer? Uma delícia e tudo mais?

  Ela sorriu pagando uma faca particularmente grande.

  - O Sr. Whitmore tinha me pedido que não a incomodasse com isso e preparasse as refeições a minha escolha, mas hoje temos visitas, então gostaria de saber o que a senhorita quer que eu prepare - ela explicou e eu não consegui conter um sorriso. Primeiro por que o bonitão tinha pensado em mim a ponto de pedir que Jane não incomodasse com o jantar - como se fosse algum incômodo -, e segundo que do jeito que Jane falou, até parece mesmo que eu e Anthony somos namorados, ou até mais que isso. - Srta. Banks? - ela chamou e eu pisquei. - E o jantar?

  - Ah, que tal frango, purê de batatas e salada? Lena não está no clima para comidas pesadas e acho que nem eu.

  - Certo, então vai ser isso. E para a sobremesa?

  - Sobremesa? - perguntei surpresa e ela sorriu.

  - Claro.

  - Que tal... Mousse de maracujá? - perguntei com uma súbita vontade de provar o doce.

  - Vai ser um prazer atendê-la, senhora.

  - É senhorita! Na verdade é só Elisa, Jane - comentei e ela riu enquanto ouvíamos o carro estacionar na frente da casa.

  - Acho que o Sr. Whitmore acabou de chegar.

  - Vou lá ver, se me der licença - sorri uma última vez para ela e segui para a entrada passando pela sala o mais rápido que consegui para não atrapalhar a conversa do pessoal.

  Quando alcancei a porta ela já estava sendo aberta pelo moreno que eu tanto queria ver. Assim que me encarou Anthony sorriu e me deu um selinho.

  - Você está linda - disse olhando meu vestido e o cabelo. - Alguma ocasião especial?

  - Obrigada e não, não é nada de mais, só temos visita.

  - Eu ia dizer o mesmo - ele apontou para trás de si e eu pisquei surpresa.

  - Miguel? - perguntei vendo meu irmão parado ali usando seu terno preto de “advogado”.

  - Não se esqueça de mim - Dan apareceu sorrindo e beijou a minha mão. - Como está minha grávida favorita?

  - Surpresa - disse sinceramente e ele riu.

  - Miguel? - uma voz conhecida chamou atrás de mim e meu irmão piscou olhando a esposa.

  - Lena? Tá fazendo o que aqui?

  - Eu quem pergunto.

  - Elisa tem mais alguém aqui? - Anthony me encarou e eu comecei a brincar com sua gravata.

  - Bem, talvez... O Henry e a Eva chegaram agora a pouco, mas por que exatamente você trouxe esses dois pra cá? - perguntei olhando para os morenos engravatados.

  - Eu ouvi isso - resmungaram os dois e Anthony revirou os olhos.

  - Só estava dando carona a eles, eu ia pedir ao Marco para deixá-los em casa assim que falassem com você. E os seus convidados?

  - Lena veio pra cá de manhã e se esqueceu de ir embora e Henry e Eva eu não sabia que vinham.

  - Olha, vocês vão me convidar para entrar ou eu vou ter que invadir? - Dan quis saber e eu ri.

  - Vou pedir a Jane para colocar mais dois pratos na mesa. Henry e Eva estão na sala - avisei e fiz meia volta por onde eu tinha vindo. - Vocês vêm?

  O Pessoal entrou e enquanto os meninos e a Lena foram para a sala, eu e Anthony seguimos para a cozinha depois que ele cumprimentou Henry e Eva.

  - Jane, vamos precisar de mais dois pratos na mesa, por favor, e você não teria nada pra eu beliscar, não? – pedi e a morena sorriu pegando um pote de biscoitos.

  - Já vou pegar os pratos, e fique a vontade – ela me estendeu o pote e eu pesquei um. – Sr. Whitmore – sorriu para Anthony. – Como foi o dia no trabalho?

  - Bem, meio estressante, mas bem. E por aqui? – ele olhou em volta para a cozinha a todo vapor com um meio sorriso. – Vejo que está tudo bem.

  - A Srta. Banks é uma ótima anfitriã. É realmente bom ter alguém que saiba o que está acontecendo nesta casa – Jane comentou e eu não consegui conter o riso.

  - Como é Jane? – Anthony quis saber e a morena sorriu.

  - Você tem convidados a sua espera Sr. Whitmore, devia ir.

  - Eu estou vendo esse complô contra mim – o moreno comentou sorrindo e se virou para voltar à sala outra vez. – Você vem Elisa, ou está ocupada de mais com os biscoitos?

  - Hei! Não meta meus biscoitos nessa conversa. Eu já tô indo, Ok? – reclamei limpando o farelo da boca e ele riu.

  Nós seguimos outra vez para a sala e chegamos em meio a uma discussão super animada dos meninos sobre os negócios, eu passei bem longe e fui me juntar as garotas. Conversamos até Jane vir nos chamar para comer, ver todos ali na mesa era incrível, meu novos e velhos amigos, minha família e o cara por quem eu estava loucamente apaixonada. Nosso jantar foi regado a conversas sobre negócios, festas e até minha comida, quando terminamos o jantar, Henry e Eva se despediram e foram embora, mas meu irmão, a esposa cara de pau e o primo intrometido de Anthony ficaram jogados no sofá.

  - Agora eu entendo por que você não pensou duas vezes antes de vir ficar aqui – Miguel comentou olhando em volta e eu o olhei feio jogando uma almofada nele, ele a pegou antes que atingisse seu rosto.

  - Cala a boca!

  - Eu não falar nada, não muda o fato de que você está morando na casa chique do meu chefe – ele cantarolou e eu fiz menção em levantar para bater nele, mas Anthony que estava ao meu lado no sofá me segurou sorrindo.

  - Não deixa de ser verdade – o moreno comentou e eu arqueei uma sobrancelha pra ele.

  - Você também?

  - A verdade dói, maninha – Miguel cantarolou.

  - Agora chega, eu vou matar você – rosnei e Anthony me abraçou para que eu não saísse de onde estava.

  - Olha o estresse, Lisa. Pense nos meus sobrinhos – Lena avisou sorrindo e eu fiz bico fazendo os três rirem. O único totalmente alheio à conversa era Dan que sorria como um bobo para o celular.

  - Conversando com a namorada, Dan? – perguntei mudando de assunto assustando o moreno que derrubou o celular no rosto, isso que dava ser folgado o suficiente para estar deitado no sofá alheio.

  - Ai – ele gemeu pegando o celular e se sentando enquanto massageava o nariz. – Eu não tenho namorada.

  - Com esse sorriso bobo olhando para o celular, tava falando com quem então? – Anthony quis saber e Dan revirou os olhos.

  - Preferia você quando não se metia na minha vida – ele reclamou e eu ri.

  - Tava falando com a Cait? – quis saber e ele arregalou os olhos.

  - Elisa! – me repreendeu e eu dei de ombros toda inocente.

  - O que foi? Só fiz uma pergunta.

  - Cait, aquela Caitlin que trabalha com você? – Lena perguntou e Dan se jogou no sofá outra vez cobrindo o rosto com a almofada, aquilo só me fez rir ainda mais.

  - Ela mesma, Lena. Manda um “Oi” por mim – disse a Dan e o ouvi gemer, todos nos caímos na gargalhada. Era realmente ótimo poder sorrir assim com todos eles.

  Depois disso, não demorou muito para que eles fossem embora, Dan por que já não aguentava mais a gente o provocando e Miguel e Lena para namorarem. Quando eles se foram nós subimos e enquanto Tony tomava banho eu coloquei a camisola que ele havia me dado naquela vez em que fiquei presa aqui e me sentei na cama lendo meu livro, já era a terceira vez que eu lia Deixe a Neve Cair, mas o que eu podia fazer se esse tipo de romance era o meu preferido?

  Eu estava tão concentrada no livro que só notei que Anthony tinha terminado quando senti o colchão ceder sob o seu peso. Ele puxou o livro das minhas mãos me fazendo encará-lo.

  - Hei! – reclamei e ele me deu um selinho sorrindo.

  - Você pode continuar amanhã, ou não? – ele sorriu e eu o beijei.

  - É talvez eu possa, mas quero me livro de volta – pedi e Anthony me devolveu, o guardei no criado mudo e me deitei ao lado do moreno na cama.

  - Você não tinha algo com mais pano pra vestir, não? – ele perguntou mexendo na alça da minha camisola e eu ri.

  - Foi você quem me deu ela, lembra?

  - Com certeza, você quase me matou da primeira vez que usou isso.

  - Como é? – perguntei rindo e ele sorriu.

  - Foi na noite da tempestade, lembra? E ainda teve aquela vez no seu apartamento, por que você sempre acaba aparecendo com esses trapinhos perto de mim?

  - Você preferiria que fosse perto de outro? – provoquei e ele me apertou mais a si.

  - Pensando melhor, assim está bom – ele comentou e eu ri. – Mas ainda queria que você arrumasse alguma coisa com mais pano, por que toda vez que teve vejo assim fico imaginando coisas.

  - Se serve de consolo, você com essas camisetas brancas que não escondem nada também não estão ajudando – murmurei e ele riu, me mexi tentando achar uma posição mais confortável. – Hoje eles estão mais calmos – comentei surpresa com o fato de que Analu e Drew não começaram a se mexer feito loucos, por algum motivo eles adoravam atrapalhar meu sono no inicio da noite.

  - Isso é bom, né? – Anthony perguntou mexendo nos meus cabelos e eu bocejei começando a cochilar.

  - É ótimo – murmurei fazendo bico e Anthony sorriu.

  - Se é ótimo, então qual o problema?

  - O problema é que eu também queria tanto fazer outras coisas com você nessa cama e não posso – choraminguei bocejando outra vez, eu mal mantinha os olhos abertos, mas tinha forças para reclamar. Anthony riu me apertando mais contra si e beijando meus cabelos.

  - Então vamos fazer assim, quando você puder, nós continuamos.

  - Uhum – resmunguei concordando sem prestar atenção em suas palavras.

  Mas eu devia ter notado o que elas significavam, por que isso teria evitado muito drama e choradeira, eu realmente era muito devagar.