Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 37
Drama, TWD e panquecas.


Notas iniciais do capítulo

Hey my babys!!
Eu voltei e sem atrasos dessa vez (finalmente!) e esse capítulo está muito top, por que bem... Só digo que o título alternativo desse capítulo ia ser algo como: "A vagabunda que destruiu seu coração", mas fiquei com medo de censurarem kkkkk
Enfim, fiquem na curiosidade, amo vocês!! ♥
BOA LEITURA!! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729559/chapter/37

Um dia. Esse era o tempo que havia se passado desde que eu havia deixado à casa de Anthony e voltado para o meu apartamento. Um dia, e eu já queria vê-lo outra vez, era ridículo. Tudo bem que o fato de hoje ser segunda-feira não ajudava em nada o meu humor, principalmente por que eu havia acordado cedo e estava morrendo de sono. Queria muito ir para casa e ver o meu bonitão, mas eu sabia que isso não ia acontecer, suspirei enquanto alinhava os bolinhos que estavam em cima do balcão pela quinta vez.

  - Amei o novo sorriso de “Eu queria estar morta” – Caitlin fez piada e eu cabei rindo.

  - Não é bem “Eu queria estar morta”, é mais como “Eu definitivamente queria estar em outro lugar com outra pessoa” – comentei e ela riu.

  - Eu estava com saudades. A semana que passamos aqui sem você foi meio bosta. Basicamente com essa coisa da ponte um monte de gente resolveu não sair de casa, nem tivemos muito movimento.

  - Isso é verdade – Chloe comentou saindo do escritório com alguns papeis na mão. – Você fez falta, Lisa. Muita.

  - Eu também senti saudades – disse. – Pra caramba, mas não vou mentir que estava curtindo dormir até tarde.

  - A semana com o namorado te fez bem, em? – a ruiva provocou e eu revirei os olhos, estava demorando para começarem com as piadinhas.

  - Vocês não têm mais o que fazer não? – quis saber e Cait olhou em volta para a loja vazia e depois sorriu.

  - Não mesmo. Quando é que vamos conhecê-lo?

  - Ele não vai aparecer por aqui.

  - Qual é Lisa, se ele não vem, você poderia pelo menos nos dizer como ele é, por favorzinho? – ela fez bico exatamente como Lena havia feio ontem e eu acabei rindo. Quando é que eu não cedia, não é mesmo?

  - Tudo bem, o que é que vocês querem saber? – perguntei e Caitlin quase saiu dançando pela loja. Vê-la toda feliz e sorridente me fez lembrar de certo moreno incrivelmente divertido, seria muito ruim eu querer juntar eles?

  Comecei a contar parte da história a elas e estava tão empolgada que até me assustei com a mensagem do bonitão.

Onde vc trabalha?

Oi pra vc tb.

Elisa.

Ok, o nome é Doceria Pão de Mel, já te mando a localização, mas pq quer saber?

Nada, curiosidade. Como está?

Com fome, mas isso nem é mais novidade. E vc?

Afundado em papeis e a fim de um café. Até te convidaria para tomar um, mas lembrei q n pode.

Vc é uma pessoa horrível, depois dessa vou trabalhar.

Aprendi com vc, mas vai lá msm, tchau.

Bye, bye Tony.

  - Elisa? – Caitlin me chamou e eu pisquei a encarando, ela e Chloe riam. – E a história? Vai continuar ou será que o papo com o boy está tão bom que nem pode mais conversar com as amigas?

  Eu corei e revirei os olhos.

  - Já que vocês não vão mesmo me deixar em paz, vamos lá.

  Entre fofocas, clientes chatos, papeladas e eu comendo a toda hora, o dia passou bem rápido, quando dei por mim Mike estava ajudando os fornecedores com a última entrega do dia e Cait já tinha ido, eu só tinha que organizar alguns pães de mel na prateleira para amanhã e estaria liberada, livre finalmente!

  - Lisa se importa em ajudar Mike com a contagem das mercadorias enquanto eu termino de fechar o caixa? Nós te damos carona depois – ela sorriu e eu a olhei divertida.

  - Isso por acaso é suborno?

  - Só se você aceitar.

  - Pode deixar comigo – sorri seguindo para a entrada da loja.

  É só o último turno de trabalho de uma segunda-feira chata, o que pode dar errado, certo?

  Cheguei à calçada no momento em que Mike estava se despedindo do ultimo fornecedor, havia quatro pilhas de caixas contendo desde granulado a farinha de trigo.

  - Eai, precisa de ajuda? – perguntei ao me aproximar e Mike assentiu.

  - Você pode, por favor, listar o que tem naquelas caixas ali? – apontou para a terceira pilha e eu assenti, depois de uma checagem rápida eu já estava quase acabando, faltava só a última, fui em direção a pilha de caixas, mas calculei mal a distancia entre meu pé e a calçada, pisei em falso e iria de encontro ao chão de se Mike não tivesse me segurando no último instante. Eu estava praticamente em cima dele.

  - Ai meus Deus! Desculpa! – pedi tentando me afastar, mas isso só nos fez desequilibrar ainda mais, no fim foi só toda a altura do meu chefe que nos impediu e sair rolando pela calçada.

  - Tudo bem – ele garantiu assim que conseguimos ficar de pé, nos encaramos e isso foi o suficiente para cairmos na gargalhada. Mike olhou para trás de mim parando subitamente de rir.

  - Posso ajudá-lo em alguma coisa? – perguntou a quem quer que fosse e eu me virei para ver com quem ele falava. Levei um susto com a figura de terno escuro parada diante de mim.

  - Eu não quis atrapalhar, podem continuar – Anthony rosnou acidamente.

  - Hei, Anthony! Espera aí, que papo é esse?

  - Eu quem pergunto, mas deixa pra lá, fique a vontade – ele disse ironicamente e fez meia volta.

  - Volta aqui! – pedi, mas ele já marchava outra vez por onde veio.

  - Quem era aquele? – Mike perguntou aparentemente confuso e eu bufei.

  - É o meu namorado – disse por falta de título melhor.

  - Será que ele entendeu errado? Você quer que eu me desculpe? – meu chefe pediu atencioso e eu neguei com a cabeça.

  - Não mesmo, nós não fizemos nada errado, mas eu vou atrás dele pra entender o que aconteceu. Você pode terminar aí?

  - Claro, vai lá.

  - Obrigada – agradeci e segui andando o mais rápido que consegui atrás do bonitão enciumado. Mas o que raios tinha sido aquilo? Um pouco de ciúmes era fofo, mas aquela cena tinha sido de mais – Hei, Anthony! – chamei quando o alcancei, ele claramente me ignorou e começou a abrir a porta do carro. – Anthony, eu falando com você!

  - Está é? Achei que estivesse agarrada com aquele lá – rosnou e eu o olhei feio.

  - Pare de tirar conclusões precipitadas.

  - Conclusões precipitadas!? – ele perguntou finalmente desistindo da porta e me encarando. – Ninguém me disse nada não, eu vi!

  - Você nem sabe o que viu! – gritei morrendo de raiva, por que esse idiota tem que ser tão irritante? – Mike é o meu chefe caramba! E ele só estava me impedindo de dar com a bunda no chão!

  - Pare de histórias, Elisa, vocês mulheres são todas iguais – disse friamente e aquilo foi a gota d’água pra mim, eu nem sabia como tínhamos começado isso, só sabia que queria matá-lo pelo que ele tinha dito.

  - Seu cretino filho da mãe! Não me compare as suas putas! – berrei atirando a única coisa que tinha nas mãos - minha bolsa - em sua direção, ele desviou e a bolsa acertou o vidro do carro antes de cair no chão. – Eu não sou a vagabunda que partiu seu coração! – eu estava tão alterada que até respirar estava difícil, talvez eu tivesse um ataque do coração e seria tudo culpa dele.

  Anthony me olhou de cima abaixo durante o silencio que se seguiu depois dos meus berros, ele se abaixou, pegou minha bolsa e caminhou em minha direção, eu não mexi um músculo, só estreitei os olhos pra ele.

  - Eu sei que você não é ela, Ok? – ele disse num sussurro. – Eu não sei o que deu em mim, eu só... Só foi demais vê-la rindo abraçada a outro, eu... – Anthony parecia tão desolado que toda a raiva que eu sentia dele se esvaiu, quando ele me abraçou eu passei os braços por suas costas e o apertei junto a mim, era extremamente errado um cara como ele de 1m80cm parecer tão frágil, era meio assustador pra falar a verdade.

  - Anthony? – chamei quando ele não disse mais nada, o bonitão respirou fundo em meus cabelos antes de levantar a cabeça e desfazer nosso abraço.

  - Me desculpe por antes – pediu e eu o olhei arqueando uma sobrancelha coisa que o fez dar um meio sorriso, só isso já valeu a pena. – Pela cena com seu chefe e tudo aquilo que eu disse, quer que eu vá me desculpar com ele?

  - Acho que ele não está mais lá – ponderei. – Na verdade eu gostaria que fizesse outra coisa por mim.

  - O que seria?

  - Me dissesse quem foi a vagabunda que partiu seu coração – pedi e isso pareceu pegá-lo de surpresa.

  - Como?

  - Isso mesmo que você ouviu. Divida isso comigo, aposto que vai fazê-lo se sentir melhor.

  - Não acho que seja uma boa ideia – se esquivou voltando sua atenção para a porta do carro, ele a abriu e fez sinal para que eu entrasse e assim o fiz, ele deu a volta no carro e se sentou no banco do motorista.

  - Vamos, eu estou esperando – anunciei e ele me olhou suspirando.

  - Olha Elisa, eu não quero brigar outra vez com você, mas acho que isso não lhe diz respeito.

  - Claro que diz, afinal você acabou de dar um chilique com o meu chefe em frente ao meu trabalho, então o mínimo que pode fazer, é me dizer por que.

  Ele parou a mão que ai girar a chave na ignição e respirou fundo e continuou encarando a estrada a diante.

  - Eu conheci Daphne na minha festa de vinte anos, a maioria dos convidados veio por mera formalidade, mas eu estava empolgado, para todos aqueles velhos que comandavam empresas a mais tempo do que eu tinha de vida, eu finalmente seria um adulto do mundo dos negócios – seu meio sorriso enquanto falava me surpreendeu, talvez essa não fosse ainda a parte ruim da história. – Eu a vi por acaso, ela era linda e parecia deslocada então eu resolvi conversar, mas nossa conversa durou tanto tempo que me lembro de Jane ter que me chamar para fazer o discurso. E foi isso, uma conversa, foi o que bastou para eu me apaixonar por ela, eu era ingênuo e crédulo, acreditei que ela era aquele doce de pessoa que eu tinha imaginado, mas ela tinha mais caras que uma atriz profissional, e eu nunca sequer desconfiei disso nos dois anos que ficamos juntos, mas aos poucos sua mascara foi caindo, ela estava sempre irritada e tratando os empregados da empresa mal, até Jane ela destratou algumas vezes – ele disse com raiva e eu também senti raiva dessa mulherzinha que eu nem se quer conhecia, como ela pôde, como teve coragem de fazer qualquer coisa com Jane? – E isso foi a última gota pra mim, eu a mandei embora, disse que não queria vê-la, ela concordou rápido de mais até, foi embora sem dizer nada, mas uma semana depois voltou com exame médico dizendo que estava grávida e eu era o pai.

  - Você já tem um filho? – perguntei surpresa e Anthony finalmente me encarou, seu sorriso distorcido de ironia e raiva era assustador.

  - Só escute a história – ele pediu quase rindo e eu comecei a me preocupar, será que ele estava bem? – Eu já não queria mais nada com ela, mas a ideia de ser pai me encantou, eu queria isso e também achava que não tinha possibilidades de não ser o pai desse bebê. Erro meu. Mas ela disse que não abriria mão da criança, e que se eu não a assumisse faria um escândalo, “Empresário rico rejeita filho e ex-namorada”, já pensou? Seria tudo o que a mídia iria querer, mas eu não podia me dar ao luxo de algo como isso acontecer, a empresa estava em crise, se tivéssemos um escândalo assim, ficaria tudo ainda pior, então eu cedi, fiz sua vontade e a pedi em casamento, foi uma festa linda, mais para a mídia do que qualquer outra coisa seriamos um casal casado por conveniência, mas eu não ligava mais, se eu pudesse ficar com meu filho e salvar o nome da empresa, tudo bem.

  - Anthony... – eu sussurrei sem saber o que pensar, nunca imaginei que o bonitão pudesse ter se envolvido em algo assim. Uma vaca o traindo tudo bem, mas um drama como esse? Era meio surreal. Ele pegou minha mão e começou a brincar com os dedos.

  - Só continue ouvindo – pediu sorrindo triste. – Eu não me preocupei com nada, deixei os preparativos do casamento a cargo dela, mal ia para casa, comecei a me afundar mais no trabalho, quanto menos eu a visse, melhor. Então chegou o dia do casamento, acho que esse casamento foi o mais rápido já organizado, mas ela tinha pressa, afinal no instante em que se casasse comigo estaria rica, e mesmo que nos divorciássemos depois, ela ainda teria meu dinheiro para sustentar seus caprichos, ou ao menos foi o que ela achou que aconteceria. Mas eu descobri seus planos pouco antes de entrarmos na igreja, você acredita? Ela não teve nem a decência de pedir ao amante que esperasse.

  - Amante? – perguntei sem acreditar e Anthony assentiu.

  - Eles provavelmente se encontravam há muito tempo, talvez até antes de nos separarmos, mas foi na sala de espera da igreja que eu os vi, eu já estava tão destruído que talvez nem ligasse para isso, mas no instante em que ela riu nos braços dele se vangloriando de como eu tinha sido idiota de cair no golpe da barriga, principalmente uma barriga falsa, eu não aguentei. Entrei no quarto e os olhos dela quase saltaram pra fora do rosto quando me viu, ela pediu desculpas, implorou, veio com os mesmos papos de sempre de “Não é o que você está pensando”. Mas já não importava mais. Eu já não acreditava mais. Não fazia mais diferença. E foi isso, Daphne conseguiu partir meu coração mais de uma vez e depois dela eu não consegui e não quis deixar ninguém entrar. Mas mesmo depois disso tudo ela ainda me procurou algumas vezes e depois de ter certeza de que não conseguiria nada, desistiu, a última noticia que tive dela, era que tinha se casado com um famoso jogador de futebol. Os anos se passaram, só que a ideia de ter um filho ainda existia em mim, eu queria tentar, mas foi só no dia que você se atirou na frente do meu carro que eu tive coragem de cogitá-la de verdade.

  - Primeiro, eu não sei o que dizer sobre a sua história a não ser que eu nem conheço essa mulherzinha, mas já sinto um ódio mortal dela, e segundo, foi você quem me atropelou e terceiro, por que eu? Por que naquele dia, por que resolveu acreditar outra vez, isso é claro se você tiver voltado a creditar nas pessoas? – quis saber e ele sorriu beijando meus dedos.

  - Por isso – ele me beijou me pegando de surpresa, eu mesmo confusa retribui o beijo, quando ele finalmente se afastou seu sorriso estava ainda maior, mas era seu sorriso verdadeiro, aquele que eu tanto amava. – Por causa desse seu jeito Elisa, você é sincera até o último fio de cabelo, no dia em que nos conhecemos, você tinha sido quase atropelada e ainda estava discutindo comigo debaixo da chuva, você não consegue disfarçar quando algo a está incomodando, eu percebi isso naquela nossa primeira conversa na lanchonete, e quando eu a vi toda feliz comendo bolo eu pensei, “Se for com essa louca que fala de mais, talvez dê certo”.

  - Você é um ridículo – comentei rindo e o sorriso dele aumentou. – Vamos pra casa agora, ou você tem mais algum drama com outra vagabunda pra contar?

  - Você é uma pessoa horrível – ele sorriu dando partida no carro. – Mas tenho que te dizer que não tem jantar lá em casa hoje, dispensei Jane por que pretendia te levar em algum lugar para comer, o que acha?

  - Comida? Quero. Com você? Ainda mais – comentei e ele me deu um selinho antes de arrancar com o carro.

  - Realmente, isso pode dar certo – ele sussurrou e eu fiquei sem entender.

  - Como?

  - Nada – ele garantiu. – Vamos atrás de comida.

  - Por favor – pedi e ele sorriu um pouco mais. Será que era muito estranho estarmos indo jantar depois de uma conversa como essa? Aposto que não.

  Só quando estávamos entrando no restaurante chique foi que eu reparei em duas coisas importantes, primeira, esse era oficialmente nosso primeiro encontro e segunda, eu estava horrível. Obrigada mesmo universo!

  - O que foi? – o bonitão perguntou assim que no sentamos. – Você parece meio incomodada, não gostou do lugar?

  - Não é isso, eu só não estou vestida para um lugar assim – comentei arrumando meu vestido cor de rosa claro, tudo bem que ele não era feio, eu devia mesmo era agradecer por não ter vindo de uniforme hoje, se não aí eu estaria realmente na merda.

  - Você está linda. E seja como for isso aqui não é um desfile de moda e sim um restaurante, que tal pedirmos?

  - Você sabe nunca vou dispensar comida – acusei e ele riu.

  - Comer então?

  - Tudo bem, vamos pedir – cedi revirando os olhos.

  Nosso jantar foi regado a conversar envolvendo seu drama não tão recente assim – eu realmente estava com ódio da vagabunda que tinha partido o coração do bonitão -, comida e algumas piadinhas meio ridículas, era uma típica conversa que eu só conseguiria ter com Anthony, nós começávamos a falar de um assunto e quando víamos já estávamos discutindo sobre outro completamente diferente. Mas era isso que me encantava em nossas conversas, a facilidade com a qual discutíamos e depois estávamos conversávamos normalmente.

  Quando chegamos ao meu prédio eu sai do carro toda feliz e Anthony me acompanhou me olhando com curiosidade.

  - Eu não vou ganhar nenhum beijo de despedida? – ele perguntou cruzando os braços e eu dei de ombros.

  - Se você subir comigo não vai precisar se despedir.

  - É uma ideia tentadora, mas eu preciso ir – ele suspirou e eu fiz bico.

  - Por quê?

  - Por que tenho uma reunião amanhã cedo.

  - E?

  - E preciso estar lá cedo?

  - Não me convenceu – comentei me aproximando dele e o puxando para perto de mim pela gravata. – Se você não me der uma desculpa melhor, não vou deixar você ir – sussurrei a centímetros dele e Anthony sorriu.

  - Eu sempre fui ruim em mentir, então acho que vou ficar por aqui – respondeu me beijando e eu sorri em meio ao beijo.

  - Vamos, então? – chamei depois que nos separamos, é que eu estou congelando aqui.

  O bonitão sorriu trancando o carro e nós subimos as escadas até o meu lar doce lar. Enquanto eu destrancava a porta ele apontou para a que tinha do outro lado do corredor.

  - Esse é o apartamento do seu irmão?

  - Sim. Então é melhor entrarmos logo antes que a minha amiga fofoqueira nos fareje aqui e venha saber o que está acontecendo – comentei arrastando Anthony para dentro de casa e trancando a porta logo em seguida.

  Eu não sei muito bem como, mas acabamos deitados no sofá debaixo das cobertas vendo The Walking Dead, estava passando a terceira temporada e Anthony parecia realmente interessado em saber o que o Governador pretendia fazer, aquilo me fez sorrir, ele usava os moletons antigos que eram do meu pai e nós comíamos pipoca, definitivamente no dia em que o conheci debaixo da chuva, nunca imaginei que um dia estaríamos aqui desse jeito.

  - O que acha do menino se chamar Carl? – Anthony perguntou do nada e eu o olhei sem acreditar.

  - Sério?

  - Por que não? É um nome legal – ele deu de ombros sorrindo pra mim, eu revirei os olhos.

  - Ainda prefiro Oliver ou Thomas – comentei e o bonitão negou com a cabeça.

  - Havia um Oliver na minha faculdade, um calouro meu, ele além de ter ficado com todas as garotas de lá, sempre estava metido em confusão, então esse nome com certeza não. E Thomas eu particularmente não gosto.

  Eu acabei rindo.

  - Então o que? Diz aí um nome que você goste – pedi exatamente como ele havia feito comigo sexta.

  - Carl ainda não é bom? – ele quis saber e eu o olhei feio.

  - Anthony...

  - Tudo bem, deixe-me ver – ele murmurou e parou para pensar e por fim sorriu. – Eu gosto de Andrew. O que acha?

  - Andrew Whitmore – pronunciei sorrindo. – Soa extremamente bem e se parece com o seu, só espero que ele não demore muito tempo para aprender a escrevê-lo – comentei divertida e Anthony me olhou feio. – Tudo bem, não digo mais nada. E você ouviu isso, Drew? – perguntei olhando para minha barriga, mas nenhum deles se mexeu dessa vez. – Ok, vocês devem estar cansados, mas a parte boa é que agora os dois já têm nomes. Vamos agradecer ao papai por isso depois, certo? – disse e depois olhei para o moreno que me olhava sorrindo.

  - Drew?

  Eu dei de ombros.

  - Como eu disse antes, Andrew é um nome muito grande para um bebê tão pequeno, mas se isso te incomodar, eu paro de dar apelidos a eles – comentei e ele me beijou, um beijo com gosto de pipoca com manteiga.

  - Chame-os como preferir – disse sorrindo e acariciando minha barriga, eu adorava quando ele fazia isso. – Mas agora podemos voltar a TV? Eu realmente quero saber o que vai acontecer.

  - Quem diria, Anthony Whitmore um viciado em séries?

  - Por quê? Não posso? – ele perguntou e eu lhe dei um selinho antes de me aconchegar mais a ele.

  - Pode, é claro que pode, agora vamos ver o que vai acontecer.

  Acordei no dia seguinte com meu celular tocando loucamente, mas espera, o meu despertador não era assim, era? Pisquei confusa e tentei alcançar o celular, mas uma mão grande e quente o pegou primeiro.

  - Esse era o meu – Anthony comentou desligando o despertador e se sentando na cama, o acompanhei bocejando.

  - Que horas são? – quis saber.

  - Seis – ele respondeu e eu gemi. – Se quiser pode voltar a dormir, mas eu tenho que ir, afinal estou do outro lado da cidade.

  - Tudo bem – murmurei contra minha vontade, tudo o que eu queria era voltar para debaixo das cobertas com Anthony, de preferência. – Eu vou fazer café pra gente.

  - Tem certeza? – ele perguntou sorrindo enquanto pegava sua roupa de cima da cadeira de bagunças que havia em meu quarto, eu quis matá-lo.

  - Sai daqui antes que eu mude de ideia e te deixe com fome – reclamei e ele seguiu para o banheiro sorrindo e se esquivando do travesseiro que eu tinha jogado nele. – Tem toalhas no armário! – gritei e ele assentiu antes de fechar a porta.

  Fui para a cozinha mais animada do que devia numa terça-feira de madrugada, mas eu estava feliz, se pudesse escolher, queria acordar desse jeito com Anthony por sei lá, o resto da vida, discutir com ele de manhã, fazer nosso café, pra mim seria perfeito, mas isso é claro estava incluso no pacote “Felizes Para Sempre” que eu infelizmente não podia comprar. Tinha muitas coisas entre e eu e essa felicidade, algumas delas as quais eu nem sabia por onde começar a tentar resolver. Tinha o contrato, os bebês, os meus sentimentos, os de Anthony. Cada vez que eu pensava nisso o “Felizes Para Sempre” parecia mais distante, mesmo que eu e o bonitão estivéssemos em um relacionamento ainda teríamos que falar nisso se quiséssemos que ele durasse depois que Analu e Drew nascessem.

  Desisti de pensar nisso e fui fazer o café para o meu viciado favorito, talvez se me ocupasse, eu parasse um minuto de pensar em coisas desse tipo. Terminei o café, coloquei as panquecas para cozinharem e estava pensando se fazia ou não um suco quando Anthony apareceu na cozinha com o cabelo meio molhado com seu costumeiro paletó, ele estava ajeitando sua gravata quando se sentou em uma das cadeiras da mesa.

  - O cheiro está ótimo – ele sorriu quando terminou com a gravata.

  - Eu sei que você só está me bajulando pelo café – comentei e negou com a cabeça.

  - Não mesmo.

  - Sei... – murmurei lhe servindo uma caneca cheia com o liquido escuro.

  - Panquecas? – perguntou apontando para a frigideira e eu sorri.

  - Panquecas – concordei me lembrando da primeira vez em que as comemos lá na sua casa, na mesma ocasião, eu quase destruí sua cozinha.

  - Qual a graça? – ele quis saber e eu dei de ombros.

  - Você se lembra da primeira vez em que comemos isso? – ele riu também.

  - Claro, como poderia me esquecer?

  - Lisa! Abre a porta! – os berros de Lena me impediram de dar qualquer resposta que fosse ao bonitão.

  - indo! Para de berrar de madrugada Helena! – gritei de volta e fui até a porta e a abrindo só para encontrar meu irmão cara de pau e sua esposa mais cara de pau ainda.

  - São 06h30min da manhã, então não é mais madrugada e não me mande parar de gritar gritando – a morena pediu e eu revirei os olhos.

  - Você vai entrar ou eu vou ter que carregá-la no colo? – perguntei irônica e ela riu.

  - Se os meus sobrinhos não estivessem aí – ela apontou para minha barriga. – Eu definitivamente já tinha pulado em cima de você para que me carregasse.

  - Vai nessa...

  - Elisa – o bonitão chamou da bancada e eu me virei. – Acho que suas panquecas estão queimando.

  - Ai merda! – praguejei e sai correndo para tentar salvá-las, felizmente eu consegui, não ficaram 100%, mas ainda dava pra comer e era isso que importava.

  - Anthony, você por que aqui de novo, que surpresa – Lena disse na maior ironia olhando de mim pra ele e vice versa. – Como foi a noite? Digo, você está bem?

  - Helena... – rosnei colocando outra panqueca na frigideira e Anthony sorriu.

  - Eu ótimo, e você? Já voltou ao trabalho? Elisa tinha me dito que a clinica onde trabalhava tinha alagado.

  - Já voltei sim, agora está tudo bem, só vou sentir falta do ultrasson high tech que tínhamos lá e chuva fritou.

  - Ela não fala de outra coisa que não seja esse ultrassom – reclamei e Lena me deu língua.

  - E você não fala de outra coisa que não seja o...

  - Helena! – a repreendi e ela gargalhou, nós duas sabíamos que eu não falava de outra coisa nos últimos dias que não fosse o bonitão.

  - Elas são sempre assim? – Anthony perguntou ao meu irmão e ele assentiu sorrindo depois de se servir de café.

  - Às vezes são piores.

  - Olha quem fala – comentei e Miguel me soprou um beijo.

  - Eu sei que você me ama.

  - Parem de namorar, por favor, eu vim aqui pra comer, não pra ficar vendo isso – Lena fez careta e nós rimos, Anthony apenas observava a cena com um sorriso no rosto, talvez fosse de mais pra ele tomar café com a minha família quando eles claramente sabíamos que tínhamos alguma coisa, mas como eu não podia fazer mais nada, só sorri pra ele também. No fim o bonitão parecia feliz, então estava tudo bem, certo?

  Eu só esperava firmemente que continuássemos assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai, a vagabunda merece a morte? Meu bonitão está desculpado? Gostaram do nome do menino? Eu tinha pensado nesse desde o início, mas juro que fiquei tentada a mudá-lo por causa das ideias de vocês...
Espero que tenham gostado, quero opiniões!!!
Beijocas de pudim e até!! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contrato de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.