Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 35
Felicidade meio surreal e invasão.


Notas iniciais do capítulo

Hei meus amores, se eu sumi outra vez? Sim. Se tem uma explicação razoável? Também. E que nesse fim de semana eu viajei e atrasou tudo, o capítulo, a postagem e enfim... Eu gostaria mesmo de me desculpar com vocês e dizer que apesar de alguns terem mais paciência que outros, eu sou apaixonada por cada um vocês, sério, é cada comentário único, que me encanta e me faz rir horrores, então se vocês puderem ter só um pouquinho de paciência comigo, eu agradeço!
Mas é isso, o capítulo está aí só não sei mais se atrasado ou adiantado kkkkkk
Obrigada pelo carinho e BOA LEITURA!!! :3
PS: Eu já tinha dito e vocês voltaram a perguntar, então eu repito: não vai ter hot! Nada contra, eu até gosto kkkkkk, mas o problema mesmo é que eu simplesmente não sei escrever, sorry a quem estava esperando algo mais “quente” entre o nosso casal, só que pelo menos por enquanto, não vai ter, sinto muito mesmo!!
PPS: Só queria dizer que a fic recebeu MAIS UMA RECOMENDAÇÃO!!!!! HAAAAAAAAAAAA tô surtando aqui, dessa vez a linda que recomendou foi a Miss A, obrigada pelo carinho amore, pela recomendação linda, e SIMPLESMENTE POR COMENTAR EM TODOS OS CAPÍTULOS!!!! HAAAAAAA OBRIGADA MESMO PELA RECOMENDAÇÃO, ESSE CAPÍTULO É PRA VOCÊ!!! ♥



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Ainda era muito louco pensar que eu estava seminua abraçada a Anthony em sua cama. Ai meu Deus! Era meio surreal.

  - Pensando em quê? - ele perguntou mexendo em meu cabelo.

  - Nunca pensei que um dia Anthony Whitmore fosse puxar assunto comigo por livre e espontânea vontade - debochei e ele parou de brincar com meu cabelo e me olhou feio. Levantei a cabeça e apoiei o queixo em seu peito e sorri pra ele. - brincando. Eu tava pensando em como isso tudo é meio louco, sebe, o fato de que eu estou aqui com você e tudo mais. E você, tava pensando em quê?

  - Em como não tem nenhum outro lugar em que eu queria estar que não fosse aqui - sussurrou tão baixinho que parte do meu cérebro se perguntou se eu não tinha imaginado tudo.

  - Se você continuar com esses papos, eu não vou conseguir sair mais daqui - sussurrei de volta sendo tão sincera quanto ele.

  Anthony não disse nada, mas voltou a mexer em meus cabelos. Eu estava quase cochilando com o carinho, só que um movimento inesperado me fez ficar alerta outra vez, eles agora pareciam ter chegado à conclusão de que a minha barriga era algum tipo de ringue de luta. A noite tinha sido incrível e em função disso (e do fato óbvio de que eu estava grávida) eu estava exausta.

  - Eu com sono - choraminguei.

  - Então por que não dorme? - Anthony perguntou e eu consegui sentir a nota de diversão em sua voz.

  - Por que seus filhos não deixam - informei e um chute particularmente forte me fez sentar num pulo. - Hei, vocês aí! Parem já com isso - pedi e o moreno se sentou também me olhando e sorrindo, seus olhos passearam pela minha barriga e depois para os meus seios, eu corei no instante em que me lembrei que estava completamente nua da cintura para cima. - Dá pra você parar de me encarar? - perguntei cobrindo os seios com as mãos.

  - Eu achei que o que era bonito, era pra ser visto - ele deu um daqueles meio sorrisos cheio de segundas intenções que eu tanto adorava.

  - É, mas não precisa ver tanto, né? Eu queria aderir aos clichês e usar a sua camisa para me cobrir, mas no momento eu nem cabendo nela - ironizei puxando o lençol até a altura do pescoço, Anthony revirou os olhos e desceu da cama. Fiquei sem entender.

  - Aonde você vai?

  - Provar que você está errada - ele sorriu pegando sua camisa jogada no chão e eu suspirei vendo o tanquinho e todo o resto do corpo de Anthony que a cueca box preta não tampava, o que era uma pena já que ela tampava muita coisa.

  Ele voltou para a cama e me fez colocar sua camisa, fechou os dois primeiros botões cobrindo meus seios e deixou o resto aberto exibindo minha barriga inchada.

  - Está aí, e você continua linda - Anthony sorriu contemplando o serviço e eu ri, ele aproveitou para me beijar, meu coração disparou e eu já estava bem perto de tirar sua camisa outra vez, mas os bebês protestaram. Interrompi o beijo e massageei o calombo no meio da minha barriga que provavelmente era o joelho de algum deles.

  - Ou você os convence a irem dormir ou não vamos poder continuar com isso - avisei e ele riu.

  - Eu achei que você estava com sono.

  - Eu até estava, mas agora estou com outras coisas - disse sugestiva e Anthony fez menção em continuar o que estávamos fazendo quando mais alguém se pronunciou, eu suspirei. - Ok, vocês venceram - cedi olhando para minha barriga. - O que querem?

  Devia ser algo em torno de duas e meia da manhã e eles estavam a todo vapor, como era possível?

  - Então, o que te disseram? - o moreno perguntou e eu sorri. 

  - Outro chute conta como argumento? Se sim, eles provavelmente estão dizendo que não estão cansados e que vão ficar por aqui mais um pouco, talvez a noite toda quem sabe. Você podia falar com eles, né?

  - Eu? - Anthony perguntou surpreso e eu dei de ombros.

  - Por que não? Eles estão agitados, talvez você consiga acalmá-los, comigo pelo menos, funciona - sussurrei a última parte e Anthony sorriu parecendo tomar uma decisão, ele olhou para minha barriga e hesitou por um instante.

  - Posso?

  - Não sei por que ainda pergunta - comentei e ele sorriu tocando minha barriga, não havia nada entre sua mão quente e a minha pele. Seu toque me fez arrepiar.

  - Como estão aí? - ele perguntou e a garotinha se alvoroçou toda sob seu toque. Eu já não sabia mais o que tinha sido a melhor parte da noite. Ver Anthony conversando com os bebês era incrível de tantas formas que eu nem sabia descrever. - Eu ouvi umas histórias de que vocês não estão se comportando direito, é isso mesmo? Tem uma loira rabugenta aqui me dizendo que vocês não a deixam dormir. O que? Não é verdade? - quem o escutasse diria que ele estava no meio de uma conversa superimportante. Anthony desviou os olhos da minha barriga e me encarou sorrindo. - Eles estão me dizendo que não é bem assim não, e que só querem atenção. Basicamente é tudo culpa sua.

  - Hei! Culpa minha? - perguntei segurando o riso. - Achei que a culpa era sua. Sempre é.

  Ele riu e me deu um selinho.

  - Nós temos que variar um pouco, certo?

  - Não sei se gostei muito disso não, mas me conta aí das reclamações deles, talvez eu possa fazer alguma coisa a respeito.

  Nossa conversa ainda durou um tempão e eu cabei dormindo no meio dela, a voz calma de Anthony e sua presença tão perto, parecia ter o mesmo efeito em mim e nos bebês, por que assim que ele começou a falar eles se acalmaram e eu também. Quando acordei na manhã seguinte, apesar de tudo o que aconteceu na noite anterior eu estava incrivelmente descansada e satisfeita. Depois de me sentar na cama olhei em volta e não vi nenhum sinal de Anthony, suspirei olhando o relógio, marcava 09h10m da manhã, se continuasse assim terminaria mal acostumada. Depois de curtir um pouco mais a cama do bonitão - com os lençóis macios e o cheiro dele -, resolvi que já estava na hora de levantar.

  Assim que pisei no chão frio percebi que tinha uma nota em cima do criado mudo, era a letra de Anthony e dizia: “Bom dia, raio de sol! Fui para a empresa e você estava dormindo tão linda que não quis te acordar. Continue a vontade e me ligue se precisar de alguma coisa, Jane está aí também. Vou tentar não demorar muito para voltar, quero continuar de onde paramos noite passada. A.W”. Depois que cabei de ler, não sabia se ria ou brigava com o bonitão, Raio de sol? Sério? Só tia Cassy me chamava assim e como assim “Continue a vontade”? Eu não estava tão cara de pau assim, estava? Olhei para a camisa de Anthony que eu ainda usava e suspirei, é eu estava bem à vontade. Desisti de pensar nisso, peguei a nota e levei comigo para o meu quarto, eu precisava de um banho.

  E eu até tomei o banho, mas por algum motivo a única peça de roupa que estava onde eu havia deixado era o vestido azul que Anthony me deu para ir ao jantar com Henry. Onde estavam o resto das minhas roupas? Me vesti com o vestido que tinha e desci as escadas enquanto fazia um coque desajeitado nos cabelos.

  Vi Jane antes mesmo de entrar completamente na cozinha.

  - Bom dia, Jane!

  - Bom dia, Srta. Banks - ela cumprimentou de volta. - Café da manhã? - ofereceu cortando uma fatia de bolo.

  - Por favor - pedi e ela me estendeu o prato com a delícia cheia de cobertura de chocolate. - Jane, você por acaso não sabe onde estão minhas roupas que estavam lá no quarto, sabe? - perguntei depois da segunda garfada.

  - Eu as coloquei para lavar, fiz mal? É que eu sempre lavo as roupas do Sr. Whitmore na segunda-feira - ela sorriu em expectativa e eu suspirei. Com certeza eu terminaria mal acostumada.

  - Tem problema não e muito obrigada, mas e as sacolas de ontem a noite, você sabe onde Marco as colocou? Eu estava muito ocupada é... Conversando com Anthony para perguntar - me enrolei toda corando e a morena abriu um sorriso divertido.

  - Entendo... - Jane comentou, o que só fez meu constrangimento aumentar. Ela e Marco provavelmente sabiam o que tinha e o que estava acontecendo entre mim e o bonitão. - Mas sobre as suas roupas novas, as coloquei para lavar também, espero que não se importe, queria lavá-las antes da senhorita usar, vão estar secas e passadas em seu quarto no fim do dia - ela disse prestativa e eu sorri.

  - Assim eu definitivamente vou ficar mal acostumada.

  - Como? - a morena me olhou sem entender, me estendendo uma vasilha cheia de salada de frutas transbordando leite condensado. Eu gemi.

  - Viu? É disso que eu estou falando - reclamei apontando para a salada de frutas que eu definitivamente estava disposta a comer. - O que vai acontecer quando eu voltar pra casa e precisar lavar minha própria roupa e fazer a comida? Até lá eu já desaprendi - choraminguei e Jane riu.

  - Duvido muito disso Srta. Banks, por que pelo que eu ouvi você é uma moça muito prendada - ela fingiu seriedade e eu revirei os olhos divertida.

  - Prendada é? O nome disso é necessidade mesmo, foi mais como “Aprenda a cozinhar ou morra de fome”, aí tive que aprender. - dei de ombros começando a comer minha salada de frutas. - Mas e você Jane? Trabalha aqui há muito tempo?

  - Desde que Anthony tinha um ano. Adoro cuidar dessa família.

  - Imagino - murmurei e Jane me olhou curiosa, acabei corando outra vez. - Ai meu Deus! Desculpa, não foi o que eu quis dizer. Só ignore quando eu falar besteira, por favor.

  - Não tem problema. Quando o Sr. Whitmore disse que você era especial, ele tinha razão. Você é tão encantadora quanto a Sra. Layla.

  - Quem?

  - A mãe de Anthony. Ela gostava de deixar o pai dele louco.

  - Eles devem ter sido pessoas incríveis - disse sinceramente e ela sorriu nostálgica.

  - A senhorita quer ver algo interessante? - Jane perguntou com um súbito sorriso divertido e eu fiquei sem entender.

  - Claro, por que não.

  - Vamos então - ela me chamou seguindo para a sala e eu a acompanhei levando junto - é claro - minha vasilha de salada de frutas.

  A coisa “interessante” de Jane era nada mais nada menos que um álbum de fotos de quando Anthony era pequeno. E ele era lindo, desde quando era um bebê gorducho e careca até se tornar um badboy adolescente metido a roqueiro.

  - Foi uma fase horrível, ele ligava aquelas músicas que não cantam nada e só fazem barulhos estranhos no último volume toda tarde - a senhora morena ia dizendo e eu sorri imaginando a cena. - Essa daqui ele já estava mais velho, foi depois da morte dos pais dele - ela apontou uma foto onde Anthony aparecia de terno e cara fechada, ele devia ter uns dezessete anos, essa foto era a que mais se parecia com o Anthony que eu conhecia.

  - Deve ter sido duro pra ele, perder os dois de uma vez. Quando eu perdi minha mãe eu tinha meu pai e depois quando ele se foi eu tinha a tia Cassy, acho que não teria conseguido sem eles... - sussurrei tocando o rosto triste do garoto na foto.

  - Mas ele não era assim como é hoje, ele continuou, mas aí apareceu aquela mulherzinha - o desprezo era visível em sua voz. – Ele nunca mais foi o mesmo depois dela. Quando ele finalmente resolveu creditar, ela aparece? Ainda não entendo o porquê, meu menino sempre teve um bom coração – ele suspirou olhando a fotografia e eu parei para prestar atenção em suas palavras, então realmente houve uma mulher que destruiu o coração do meu bonitão. Mas quem era a vadia?

  - Que era ela, Jane? – perguntei antes de conseguir me conter e ela me olhou parecendo surpresa, a morena fechou o álbum e depois sorriu pra mim pegando outro. – Ninguém, mas se quiser mesmo saber sobre isso, pergunte ao Sr. Whitmore.

  - Se essa história terminar como eu acho que termina, ele com certeza não vai querer falar – argumentei e ela suspirou.

  - Eu sinto muito Srta. Banks, só que isso é entre você e o Sr. Whitmore. Mas não quer conhecê-la, a Sra. Layla? – ela mudou de assunto e eu suspirei.

  - Conhecê-la?

  - Claro, há um álbum só dela e do Sr. Christopher, pai de Anthony.

  - Me mostre eles então – sorri meio desapontada, eu realmente queria saber o que aconteceu.

   Minha manhã com Jane foi muito divertida, ouvi varias histórias sobre a infância do bonitão e fiquei surpresa em descobrir que seus pais se conheceram em uma discussão no meio de um parque de diversões quando ainda estavam no último ano da escola, isso só me fez lembrar do meu casal favorito que eu já não via há algum tempo. Assim que a morena saiu para fazer o almoço eu resolvi pegar o celular e ligar para Lena, mas parei assim que peguei o celular encima da mesa de centro, só podia ser brincadeira. Fui até o andar de cima e chequei o meu quarto e o de Anthony, mas não havia nada ali. Olhei para o celular do bonitão em minhas mãos e me joguei no sofá outra vez.

  - Qual é universo – reclamei e encarei a tela escura. Que seja! Abri a chamada de emergência e liguei para Lena desse jeito mesmo.

  - Alô? — ela atendeu com voz de sono.

  - Tava dormindo até agora? Eu que sou a grávida aqui – reclamei.

  - Elisa?

  - Já disse que é o papa.

  - Por que você nunca me liga do seu celular?

  - Por que ele nunca tem sinal e quando acho que tem, o sequestram.

  - Te roubaram!? — ela perguntou surpresa e eu ri.

  - Quase, Anthony saiu hoje de manhã e aparentemente levou ele junto.

  - Esse número é dele?

  - Sim, por quê?

  - Nada, vou salvar como “Boy da Elisa”.

  - Vá à merda, Helena! – pedi gentilmente e ele gargalhou do outro lado da linha.

  - Mas eai, por que ligou, aconteceu alguma coisa?

  - Bem, depois dessa não digo mais nada – fiz drama.

  - Ai Lisinha do meu coração faz isso não, desculpa — ela disse rindo e eu revirei os olhos. – Vai fala aí, o que aconteceu? Se você não está chorando nem xingando ninguém, provavelmente foi algo bom... Não me diga que você e o bonitão finalmente se pegaram! Elisa... Hei! Você tá aí? Elisa? Não me diga que foi isso mesmo!?

  - Se preferir, não digo nada – comentei sorrindo como uma boba e me lembrando da noite passada.

  - Ai meu Deus! Não acredito! Vou mentir não, shippo muito!

  - Shippa Lena? Que papo maluco é esse?

  - Claro que shippo! Meu é... Anlisa, finalmente aconteceu!

  - Anlisa, sério? – perguntei sem acreditar.

  - Claro! Mas Ok, depois vejo o nome direito, só que caramba! Vocês finalmente pararam de enrolar, quero detalhes! De-ta-lhes! — ela soletrou e eu sorri.

  - Isso pode demorar – avisei e quase consegui ver Lena revirando os olhos do outro lado da linha.

  - Claro que vai, agora começa a falar logo antes que eu morra de curiosidade!

  E eu falei, tudo e um pouco mais e sempre que me lembrava de algum momento em particular sorria como uma boba apaixonada. É claro que eu preferia falar com Lena pessoalmente, mas só de falar com ela eu já estava feliz. Depois que nossa conversa acabou e ela desligou exigindo mais detalhes do que pudesse vir a acontecer eu fui almoçar na companhia de Jane e foi só depois que terminei meu frango com purê de batatas – que por sinal estavam ótimos – foi que o bonitão deu o ar da graça e me ligou do meu próprio celular (outra vez!).

  - Alô? – atendi decidindo se assistia alguma série ou continuava nos filmes antigos do moreno com quem eu falava.

  - Aposto que você sabe por que eu estou ligando.

  - Oi pra você também, Anthony – ironizei e o ouvi rir do outro lado da linha.

  - Oi Elisa, dormiu bem?

  - Podia ter dormido mais, porém tinham algumas pessoas que não deixaram, e você?

  - Melhor impossível. Está tudo bem aí?

  - Tudo ótimo, principalmente agora que eu acabei de comer – disse e ele riu.

  - Não esperaria menos de você e adoraria continuar essa conversa, mas preciso mesmo do meu celular.

  - Imaginei – disse suspirando. – Mas espera, você só se deu conta de que não estava com ele agora? – perguntei fingindo que eu não tinha percebido isso só agora.

  - Passei a manhã toda em uma reunião incrivelmente chata, então sim, só pude dar uma olhada no celular agora.

  - Entendo, espero que tenha ido tudo bem. Mas e sobre os celulares, o que quer fazer?

  - Eu já fiz na verdade, mandei Marco ir até aí para buscar o meu.

  - Então eu vou ficar ilhada de comunicações, é isso? – eu realmente estava muito dramática hoje.

  - Você tem Jane para conversar e o telefone fixo, acho que aguenta um dia sem celular. Eu preciso do meu para resolver um problema aqui.

  - Claro que precisa, Sr. Todo Ocupado Whitmore – ironizei e o ouvi rir. – Seu idiota.

  - Sinto muito, mas eu realmente não posso fazer mais nada a respeito. Que tal eu não demorar muito para voltar e te levar chocolate?

  - Está tentando me comprar com comida Sr. Whitmore? Por que está conseguindo, mas só se forem aqueles bem caros.

  - Nunca pensei em nada menos.

  - Que bom, por que agora vou desligar, Marco acabou de estacionar – me despedi depois de ouvir o barulho do carro do lado de fora. – Tchau Anthony.

  - Até mais tarde, Elisa — ele se despediu também e desligou, eu abri outro sorriso bobo encarando o celular desligado.

  - Srta. Banks que bom encontrá-la, imagino que saiba por que eu estou aqui – Marco disse assim que entrou em casa. Eu fiquei de pé sorrindo.

  - Está aqui o bendito celular – lhe estendi o aparelho ele o pegou e guardo no bolso interno do paletó.

  - Obrigado, Srta. Banks, mas agora já vou indo.

  - Não foi nada – disse e ele assentiu e fez menção e sair outra vez, mas eu o interrompi. – Hei Marco! – chamei e ele se virou. – Eu posso ir com você?

  - Para a empresa? – perguntou surpreso.

  - É, é só que eu já estou cheia de ficar em casa, quer dizer, eu fui ao shopping ontem, mas sei lá... Por quê? Tem algum problema em eu ir lá?

  - Não – ele sorriu. – Problema algum, vamos?

  - Só um minuto – pedi indo até a cozinha e encontrando com Jane no meio do caminho com um cesto de roupas limpas nas mãos.

  - Srta. Banks, o que foi?

  - Você poderia colar um pouco daquele bolo do café da manhã em uma vasilha, por favor? Vou até a empresa irritar Anthony um pouquinho e acho que talvez ele vá querer, ou sei lá, gostar de um pouco de doce. E se ele não quiser, eu como – comentei e ela riu colocando o cesto no chão.

  - Certo, eu faço um embrulho para a senhorita.

  Quando Jane me entregou o bolo eu já tinha ajeitado meu coque e passado um gloss, segui com Marco para o carro e assim que me sentei no banco de trás sorri me lembrando de tudo que já tinha acontecido ali, meu Deus, era coisa de mais e isso por que eu e Anthony nem nos conhecíamos há tanto tempo assim. O senhor de quepe no banco do motorista passou a viajem toda me perguntando sobre o fim de semana, o acidente na ponte e os bebês. Quando finalmente chegamos ao prédio onde eu já havia passado em frente algumas vezes eu já não tinha mais ideia do que eu iria fazer ali. O objetivo inicial era só achar Anthony e irritá-lo um pouco, mas vendo agora a quantidade de gente passando pra lá e pra cá de terno e cara fechada, eu tinha começado a achar essa brincadeirinha uma péssima ideia.

  - Marco, acho que pensei melhor e não vou entrar, já vim até aqui, então bom né? – tentei e o senhor negou com a cabeça abrindo a porta pra mim.

  - Nada disso, a senhorita não veio até aqui para vê-lo? Então vá até lá.

  - Mas Marco, eu nem devia estar aqui – argumentei e ele me ajudou a sair do carro enquanto me ignorava completamente.

  - Sinto muito, mas agora preciso buscar algumas encomendas para o Sr. Whitmore, então vou deixar isso com a senhorita – ele sorriu satisfeito e me estendeu o celular de Anthony outra vez.

  - Mas... Em?

  - Boa sorte, Srta. Banks – o motorista voltou para o carro ainda sorrindo.

  - Marco! – chamei mais ele apenas acenou pra mim pelo retrovisor e saiu com o carro. Olhei para o prédio a minha frente, bem eu já estava aqui, não podia ficar pior, né?

  Entrei no prédio ajeitando a bolsa com o bolo no ombro e o celular de Anthony na mão. Era estranho pensar que meu irmão trabalhava aqui há quase três anos e eu nunca havia entrado uma única vez no prédio de paredes espelhadas. O hall de entrada era enorme nos tons de preto e branco e com um enorme lustre no teto. Fui até a recepcionista no balcão de mármore e sorri pra ela que me olhou com cara de tédio.

  - Sim? Em que posso ajudá-la? – ela perguntou quando não disse nada.

  - Ah certo, eu vim ver Anthony – comuniquei e ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.

  - Desculpe, quem?

  - Anthony... Digo, o Sr. Whitmore. Posso? – perguntei e ela me olhou de cima a baixo e pareceu quase divertida com o que viu. Me deu uma súbita vontade de dar na cara dela.

  - Você por acaso tem hora marcada? – era óbvio que ela não estava me levando a serio.

  - Se você não vai me ajudar, com licença – disse ironicamente seguindo para o elevador.

  - Hei espera! Você não pode subir! – ela gritou vindo atrás de mim, mas por sorte a porta do elevador fechou. A parte boa era que o elevador estava vazio, a ruim era que eu não tinha ideia de pra onde ir. Se Miguel estivesse aqui eu podia perguntar a ele, mas se fosse chutar, diria que o dono e presidente ficava na cobertura e foi por isso que apertei o último botão no painel.

  Quando a porta do elevador abriu eu não estava em um corredor e sim num hall tão bonito quanto o de entrada, havia algumas portas adjacentes e uma de madeira grande e bonita ao lado de uma mesa cheia de papeis onde uma morena que não podia ser muito mais velha que eu digitava furiosamente no computador.

  - Mas que droga! Essa merda tinha que dar pau justo hoje!? – praguejava enquanto batia os dedos cada vez mais forte no teclado.

  - Hum... Com licença – chamei quando me aproximei e ela levantou os olhos para mim piscando surpresa.

  - Sim?

  - Será que eu poderia falar com o An... Digo, o Sr. Whitmore? – perguntei. – Isso é claro se a sala dele for nesse andar.

  - Como? Eu não tenho tempo para esse tipo de piada não, se você puder...

  - Anthony está ou não aqui? – a interrompi. – Só quero falar com ele.

  - O Sr. Whitmore não está aqui e acho que você também não devia estar, não fui informada sobre sua subida.

  - Eu estou informando – rosnei. Será que não tinha uma única pessoa capaz de me dizer onde o idiota do Anthony estava?

  - Sinto muito, mas eu vou ser obrigada a chamar os seguranças – ela avisou pegando o telefone e eu comecei a rir.

  - Para uma grávida? Maravilha, que venham, não ligo. Só diga ao seu chefe que se ele está sem a porcaria do celular dele, a culpa é sua e quando ele voltar pra casa eu já vou ter vendido ele pra primeira pessoa que passar por mim na rua! – gritei e ela piscou sem entender.

  - Você... Quem é você?

  - Ninguém, já que aparentemente o Sr. Todo Poderoso Whitmore não está em lugar nenhum, vou eu embora. - Quando me virei para o elevador saíram dele dois seguranças de terno e que pareciam ter 2m de altura cada um. – Maravilha – sussurrei ironicamente. – Vocês vão me levar para a cadeia ou o que?

  - Kelsy, ela é a pessoa não identificada? – um dos guardas perguntou parecendo não acreditar e eu sorri.

  - Bem... – a garota com quem eu estava discutindo não parecia saber o que responder.

  - Eu a vi sair do carro do Sr. Whitmore há alguns minutos – informou o outro.

  - Como? – Kelsy perguntou surpresa e eu revirei os olhos.

  - Alguém sabe onde está o Anthony ou eu vou mesmo ter que procurá-lo no prédio todo?

  - Que alvoroço todo é esse aqui? – a voz do bonitão me alcançou antes mesmo de eu vê-lo. Ele se aproximou da nossa pequena reuniãozinha e piscou surpreso quando me viu.

  - Sr. Whitmore essa louca chegou gritando aqui e exigindo falar com o senhor – a garota disse com um sorriso nada discreto assim que Anthony apareceu, definitivamente a vontade de bater nessa daqui está maior do que na outra. 

  – Elisa? – ele perguntou ignorando completamente ela. Sorri com a situação.

  - Oi – disse com um sorriso ainda maior.

  - Você está fazendo o que aqui? – ele perguntou passando direto por tudo mundo e se aproximando de mim. – Não estava em casa?

  - Bem, eu queria dar um passeio eai Marco simplesmente me abandou aqui e me pediu para dar o celular a você – comentei ajeitando sua gravata. – Tudo bem, não foi bem assim, eu pedi pra vir, mas ai aquela recepcionista chata lá de baixo não quis me dizer onde você estava e essa outra aqui também não e ao que parece esses senhores simpáticos vieram pra me tirar daqui por que eu meio que subi sem autorização. Mas fora isso, não fazendo nada.

  Anthony começou a tremer os ombros e eu temi que ele fosse gritar ou coisa aparecida, mas para minha surpresa, ele começou a rir, todas as pessoas naquela sala pareceram meio chocadas de ver o bonitão as gargalhadas.

  - Fora isso nada é? – ele perguntou quando parou de rir e depois se virou para os seguranças. – E como assim vocês iriam levar uma grávida?

  - Desculpe Sr. Whitmore, sua secretaria nos informou apenas que havia uma pessoa não autorizada aqui nunca imaginamos que seria uma mulher e ainda por cima grávida. Nos desculpe, e se nos der licença.

  Anthony assentiu e eles saíram parecendo quase aliviados de não levarem uma bronca ou algo assim. O bonitão então se virou para a garota que com certeza estava em pânico.

  - Sr. Whitmore eu... Me desculpe, eu não sabia, por favor eu já estou terminando o relatório da reunião e...

  - Kelsy – ele a interrompeu suspirando. – Não tem problema, Ok? Apenas ligue para a Danna e diga a ela que a Srta. Banks tem permissão para subir a minha sala sempre que aparecer aqui na empresa, pode fazer isso?

  - Sim senhor – a garota concordou aliviada.

  – Vamos, Elisa – Anthony chamou indo em direção à porta de madeira eu o segui sorrindo.

  Depois que entramos eu reparei em como o escritório era grande e lindo com uma mesa de madeira em forma de L e sofás perto da janela e como sempre as cores dominantes ali eram preto e cinza.

  - Você tem algum problema com cores? – perguntei divertida e ele me olhou sem entender.

  - O que?

  - Seu quarto, sua casa e seu escritório todos têm essas cores sóbrias, nenhum tapetinho vermelho ou coisa parecida – comentei e ele sorriu me abraçando e colando nossos narizes.

  - Eu gosto de preto e se quer saber, eu estava tendo um dia bem ruim, mas com você aqui ele acabou de melhorar consideravelmente – sorriu antes de me beijar. – A parte ruim é que eu tenho uma videoconferência em uma hora e nem ao menos consegui almoçar.

  - São duas da tarde e você ainda não comeu? – perguntei surpresa e ele suspirou.

  - Eu estava indo fazer isso quando fiquei sabendo que tinha um psicopata tentando invadir o prédio.

  - Agora você me ofendeu, eu sei que não sou muito normal, mas psicopata é sacanagem e eu trouxe seu celular e o bolo de chocolate da Jane, o que acha da sobremesa antes do almoço? – perguntei e ele sorriu me dando um selinho antes de me soltar.

  - Nós já estamos aqui, então vamos comer.

  Eu e Anthony nos acomodamos em sua mesa e apenas pegamos o garfo e comemos na vasilha mesmo. Era divertido pensar que eu estava comendo bolo com o presidente de uma enorme em seu escritório.

  - É impressão minha ou sua secretária além de ser desnecessária também gosta de você? – perguntei e o moreno deu de ombros.

  - Kelsy já tentou me chamar para sair algumas vezes.

  - Algumas vezes? Que descarada! – reclamei e Anthony riu limpando o canto da minha boca sujo de chocolate com a sua própria.

  - Eu disse que ela chamou, nunca disse que eu aceitei. A vida dos meus funcionários não é da minha conta, mas já ouvi falar que ela saiu com metade do andar de advogados.

  Eu acabei rindo mesmo que estivesse indignada.

  - Deixe só Lena ficar sabendo disso, mata o Miguel antes mesmo dele saber o que o atingiu.

  - Não duvido nada – ele sorriu comendo mais bolo. – Nunca pesei que algo assim aconteceria. Eu comendo bolo em meu escritório com ninguém menos que Elisa Banks.

  - Me sinto honrada. Mas sabe, tem outras coisas que dá pra gente fazer num escritório, você tem uma hora, não é?

  Anthony gargalhou.

  - Se eu soubesse que você era animada assim nós teríamos começado com isso bem antes.

  - Então é melhor tirarmos o atraso, certo? – perguntei sugestiva e Anthony desistiu do bolo que estava a meio caminho da boca e deu a volta na mesa para me beijar.

  É, talvez vir aqui tenha sido uma boa decisão afinal.


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Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Opiniões? Quero!
PS: Também quero saber sobre o nome (meio estranho) que dei para o shipper, gostaram? #Anlisa ♥
Beijocas e até!