Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 31
Estranheza, telefonemas e mais telefonemas.


Notas iniciais do capítulo

My babys, I'am back!!
Ok, deixa pra lá, enfim, voltei com capítulo novo e sinceramente eu queria colocar muuuuito mais coisa nesse capítulo, mas cheguei à conclusão de que além dele ficar muito grande, se eu quisesse que ele saísse hoje, teria que ficar por isso mesmo, então me desculpem a enrolação e não desistam de mim!! ♥
BOA LEITURA :D



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Se tem uma coisa que eu aprendi ficando na casa de Anthony é que, você passar um dia inteiro na casa de alguém sem essa pessoa por perto é no mínimo estranho. Mas a estranheza tinha começado na noite anterior quando eu fui para o “meu quarto” no andar de cima.

  - É a última porta à esquerda - dissera Anthony. - E o meu é no fim do corredor, caso precise de mim.

  Eu apenas assenti e fui, e a situação não teria sido tão estranha se o quarto que ele chamou de “simples” não fosse quase do tamanho da minha sala de estar, com uma enorme cama de casal no meio e um lindo tapete bege no chão. E isso somado a tudo que já tinha acontecido teria sido o suficiente, mas obviamente era pouco.

  Graças a todos os enjoos no início da gravidez ultimamente eu sempre andava com uma escova de dente dentro da bolsa, haviam maquiagens e fio dental suficiente para eu ficar bem, o único problema era minha blusa me apertando. Ultimamente já estava se tornando difícil encontrar uma posição confortável na cama, usar uma roupa que não colaborava em nada com isso, com certeza ia me ajudar pra caramba a dormir, só que não.

  Era muita cara de pau minha fazer o que eu planejava, mas como não tinha outra escolha segui até o fim do corredor e bati na porta.

  - Sim? - Anthony perguntou assim que a abriu. Nada teria me preparado para a visão que tive. O bonitão sem camisa e apenas com uma calça de moletom? Isso era de mais pro meu coraçãozinho. - Elisa? - ele chamou e eu pisquei corada. Se eu tivesse um letreiro piscando acima da minha cabeça com os dizeres “Eu gosto de você”, teria sido mais discreta.

  - Camiseta - sussurrei. - Eu...

  - Já vou colocar - ele sorriu e eu revirei os olhos divertida.

  - Não, pra você não, para mim. Você tem alguma camiseta que pode me emprestar pra dormir?

  Por um instante Anthony pareceu surpreso, mas depois sorriu.

  - Vou pegar. Só não sei se você vai...

  - É melhor não estar me chamando de gorda - o interrompi e seu sorriso aumentou. Anthony pegou a camiseta no armário e veio até mim.

  - Eu só ia dizer que não sei se você vai gostar da estampa - ele debochou me entregando a bendita camiseta e eu revirei os olhos saindo dali.

  - Obrigada! - gritei do corredor e mesmo sem me virar eu sabia que ele estava sorrindo.

  - Foi um imenso prazer lhe ser útil - ele respondeu naquele tom debochado e eu sorri entrando em meu quarto.

  Peguei a camiseta preta que ele tinha me dado e encarei a estampa, estava escrito “Keep calm and... Ok, not that calm!”, acabei sorrindo, essa frase era bem a minha cara.

  Depois disso eu coloquei a camiseta dele e me joguei na cama usando bem, ela. Que graças a minha barriga era só uma camiseta mesmo, mas como ninguém me veria dormindo de blusa e calcinha, não tinha problema não é?

  Quando acordei hoje de manhã Anthony já tinha ido. Eu sabia disso por que depois de me vestir outra vez, eu fui espiar seu quarto, a porta entreaberta e a cama muito bem arrumada indicavam que ele já não estava mais ali. Desci as escadas para encontrar o puro silêncio, não havia mais ninguém além de mim. Mas tinha uma nota encima da mesa com os dizeres “Jane me ligou noite passada, não quis te incomodar, a casa da irmã dela alagou. Talvez ela só chegue para o almoço. Pode ficar a vontade. A.W.” E assim eu terminei sozinha em uma mansão enorme que definitivamente não era minha.

  Para matar o tempo vi filmes, comi e aproveitei para ligar para Chloe e Mike e explicar por que, em plena sexta-feira, eu ainda não tinha aparecido para trabalhar. Depois disso estava jogada no sofá vendo os filmes antigos que eu havia encontrado na estante quando decidi que devia ligar para tia Cassy também. Ela provavelmente estava preocupada. Encarei a falta da torre de sinal em meu celular, isso só podia ser brincadeira. Suspirei encarando o telefone fixo de Anthony e depois de um minuto de hesitação o peguei.

  - Alô? — tia Cassy atendeu no segundo toque.

  - Oi tia! Sou eu, Elisa. 

  - Raio de sol! — ela exclamou animada. - Graças a Deus você ligou, estava tentando já há algum tempo falar com você, mas a ligação nunca completava. Como você está? Helena disse que estava na casa do Anthony, ele está bem? Eu soube da ponte.

  - Helena é uma fofoqueira, isso sim.

  - Como?

  - Nada não tia, eu bem sim e o Anthony também. A gente estava bem longe da ponte quando aconteceu, pode ficar tranquila.

  - Saber disso me deixa mais calma. Mas o que eu realmente quero saber já que a senhorita ainda está com o Anthony, é quando eu vou ser convidada para o jantar de noivado de vocês.

  - Tia Cassy! - a repreendi e ela riu do outro lado da linha.

  - O que foi raio de sol? É pecado uma mãe querer casar a filha? — ela perguntou toda inocente e eu sorri. Sempre que ela se referia a mim assim me deixava incrivelmente feliz, claro que tia Cassy não era minha mãe de verdade, mas ela era, sem dúvidas, uma pessoa incrivelmente importante pra mim.

  - Eu acho que pecado mesmo é você me jogar pra cima do primeiro que aparecer.

  - Não quero desculpas, quero o convite para o jantar de noivado de vocês! Mas agora tenho que ir, vou tratar de assuntos importantes sobre a novela de ontem. Tchau raio de sol, te amo.

  - Também te amo tia, até - me despedi rindo e ela desligou.

  Olhei para o telefone outra vez e me deitei no sofá branco e lindo do bonitão, eu sabia de alguém super interessada na minha vida amorosa ultimamente. Sorrindo disquei o número da minha melhor amiga. Seu celular assim como o meu, estava sem sinal, mas sempre existe o telefone fixo, não é?

  - Alô? — Lena atendeu e eu não resisti a fazer uma brincadeirinha com ela.

  - Alô! É da padaria?

  - Que!? Padaria? Não, não é... Espera! Hugo é você? Por que se for eu te mato!

  - Credo Lena, olha o estresse. Dessa vez o Hugo não tem nada a ver com isso - disse sem conseguir segurar o riso. Hugo era um pirralho do andar de baixo que vivia passando trote pra todo mundo.

  - Elisa?

  - Não, é o papa.

  - Idiota. Por que não ligou antes? E que número é esse que não reconheci?

  - Tava ocupada dormindo e explicando pro meu chefe por que não fui trabalhar. E esse número é da casa do Anthony.

  - Já está com essas intimidades?

  - Palhaça - revirei os olhos e ouvi ela rir.

  - Mas é sério, como foi ontem?

  - Normal.

  - Normal? Você passou a noite na casa do bonitão e não aconteceu nada? Não acredito nisso.

  - Mas é a pura e decepcionante verdade.

  - Nossa, e eu achando que vocês tinham se pegado pra caramba.

  - Queria eu que isso tivesse acontecido.

  - Então você e meu chefe ainda não fizeram nada?— ouvi a voz do meu irmão e gemi.

  - Não é da sua conta. Lena por que colocou ele na conversa?

  - Só tá no viva-voz, calma. O Miguel disse que quer falar com o seu namorado.

  - Ele tá aí? — o moreno perguntou e eu olhei em volta como se Anthony fosse brotar do chão.

  - não. Saiu cedo, acho que foi para a empresa.

  - Maravilha — meu irmão reclamou. - Eu devia estar lá também.

  - É, mas você não tem culpa da ponte ter caído e você ficado preso aqui. Lisa não tem como você falar com o Anthony, não?

  - Claro, mas vai ter que ser quando ele voltar, eu não sei o telefone da empresa e os celulares não funcionam. Mas acho que ele vai entender, afinal, você ia pra lá como? A nado?

  - É uma opção — meu irmão riu e eu revirei os olhos. - Mas e você, tá bem? Com as tempestades, a energia e tudo mais?

  - As chuvas deram uma trégua - disse olhando pela janela e vendo só o chão molhado e nada mais. - Então acho que sobrevivo, mas o que você quis dizer com a energia?

  - Como assim “O que”? Nós passamos a noite de ontem toda sem energia e agora mesmo ela tá piscando pra caramba, não sei nem como a ligação ainda não caiu.

  - Aqui tudo normal - disse sem entender olhando para o filme pausado na tela da TV. - E ontem a gente tinha energia.

  - Sério? Isso é... Depois a gente...

  - Miguel? Lena? Pessoal? - chamei uma última vez o telefone ficou mudo. – É acho que a sorte de vocês acabou.

  Minha orelha já estava quente de tanto falar ao telefone, então estava prestes a guardá-lo outra vez quando ele começou a tocar em minha mão, o encarei decidindo se atendia ou não. Eu podia ao menos anotar o recado, não é?

  - Alô? - atendi finalmente.

  - Sr. Whitmore? — uma voz que eu tinha ouvido noite passada perguntou.

  - Jane?

  - Srta. Banks?

  - Elisa, por favor. Mas por que ligou? Aconteceu alguma coisa?

  - Não, não é isso. É só que eu gostaria de me desculpar por não ter aparecido até agora, disse que iria para o almoço então, sinto muito.

  - Tudo bem - disse olhando para o relógio na parede da sala de jantar que marcava duas e meia da tarde. – Anthony não apareceu e eu almocei panquecas – ri. – Então tudo bem. Mas e a sua irmã? Está tudo bem ai?

  - A casa alagou e passamos à manhã toda tentando salvar os móveis dela. Seria muito abuso se eu pedisse o resto do dia de folga?

  - Você teria que perguntar isso ao seu chefe e como ele não está aqui agora, acho que não tem problema.

  - A senhorita tem certeza?

  - Claro. Fique ai e ajude ela. Eu me viro aqui, afinal, não vou a lugar nenhum.

  - Muito obrigada. E se eu não estiver abusando muito, poderia dizer ao Sr. Whitmore o motivo do meu atraso?

  - Digo sim, agora não se preocupe, tome cuidado e ajude sua irmã.

  - Sim, senhora. Obrigada — ela agradeceu uma ultima vez e desligou.

  Olhei para o telefone suspirando, já estava com dor nas costas de tanto ficar sentada e atender ligações, me levantei e fui até a cozinha atrás de um copo de água, mas antes mesmo de eu pegar o copo o telefone tocou outra vez.

  - Serio isso universo? – reclamei desistindo da água e fazendo meia volta, quem poderia ser agora? – Alô? – disse de má vontade assim que atendi.

  - Elisa? — Anthony perguntou parecendo surpreso.

  - Não é um alien. O que você quer?

  - Pra que tudo isso?

  - Pra que? Esse já é o quarto telefonema em uma hora. Já não aguento mais falar ao telefone.

  - Pra quem você estava ligando?

  - Você me ligou pra saber com quem eu estava falando?— debochei mudando de assunto e o ouvi suspirar.

  - Não, te liguei pra dizer que tenho duas notícias pra você, uma boa e uma ruim, qual quer primeiro?

  - Acho que a boa, já aconteceram desastres suficientes noite passada.

  - Certo, a notícia boa é que o Henry me ligou hoje querendo marcar o jantar que supostamente tinha prometido a você. Nós vamos nos encontrar hoje.

  - Nossa que legal! Então você não vem pra casa jantar, é isso?

  - Na verdade a notícia ruim é outra.

  - Qual? – perguntei realmente preocupada.

  - Henry perguntou onde você estava e eu sem pensar respondi “Em casa” então ele disse: “Isso é ótimo! Podemos jantar na sua em casa então, que tal às oito?”.

  - Espera, você está dizendo que Henry e Eva estão vindo pra cá?

  - É exatamente isso, eles chegam em aproximadamente umas cinco horas.

  - Você só pode estar brincando! – exclamei começando a andar pra lá e pra cá. – Como você arma uma coisa dessas assim do nada?

  - Se você não entendeu, eu não tive muita escolha. Mas qual o problema afinal? Apenas peça que Jane arrume tudo, você só tem que participar do jantar, nada mais.

  Eu fechei os olhos e respirei fundo. Calma Elisa, respira.

  - O problema é que a Jane acabou de ligar dizendo que não vai voltar tão cedo por que está ajudando a irmã a salvar a mobília da casa dela. A sala está uma bagunça e eu não tenho nem roupa pra tomar banho quem dirá pra aparecer em um jantar e agora Henry acha que a gente mora junto, ou seja, eu me recuso a receber visitas para um jantar sem estar tudo pronto! Essa é a droga do problema! Agora me diga você o que eu faço.

  - Jane não está aí? — foi tudo o que ele perguntou.

  - Não, mas que seja, não vai ser a primeira vez que eu me meto nesse tipo de coisa. Eu faço o jantar, não é como se fosse ser um jantar de restaurante chique, mas vai ter comida. O problema mesmo é que eu não tenha nada pra vestir e...

  - Isso eu resolvo — Anthony me interrompeu.

  - Como?                                                                    

  - Não se preocupe. Obrigado por estar fazendo isso.

  - Não é nada, eu gosto do Henry e será que ele gosta de macarrão?

  Ouvi Anthony rir e acabei sorrindo também.

  - Aposto que sim, principalmente se for o seu.

  - Idiota. Mas mudando de assunto, tem uma coisa que eu quero perguntar desde ontem, cadê o Marco?

  - Ele viajou para o casamento de um primo ontem de manhã. Vai voltar domingo. Não achei que precisaria dele nesse meio tempo e o liberei.

  - Olha, não é que ele tem coração.

  - Engraçadinha.

  - Eu sei que sou, mas agora tenho que desligar, cansada de falar ao telefone e tenho mais o que fazer. Tchau.

  - Até mais tarde, Elisa.

  - Bye – cantarolei só para irritá-lo e desliguei. Olhei em volta para a vasilha de pipoca encima da mesinha centro e para as pipocas que tinham caído no chão. – Mãos a obra.

  Não foi difícil limpar a sala, eu estava grávida e não morta e como Anthony tinha um aspirador de pó resolveu muita coisa. Mas como eu ia fazer isso, ia ser do meu jeito. Liguei o som na maior altura em uma seleção de músicas da Taylor Swift que graças a Lena eu tinha aprendido a gostar e comecei a minha arrumação. Eu já gostava de cozinhar, mas em uma cozinha linda com uma dispensa muito bem abastecida, o céu era o limite. A única parte ruim era que o meu pudim não ia rolar por que eu não tinha tempo suficiente, de resto, a salada, a lasanha e o arroz colorido estavam indo muito bem.

  Um mousse de maracujá teria que ser minha sobremesa, e eu já estava imaginando seu gosto em minha boca, seria ótimo, mas eu ainda queria mais doce, e nem que eu comesse esse pudim sozinha no dia seguinte eu iria tê-lo. Estava terminando de ajeitar o mousse em uma linda tigela de vidro quando ouvi a porta abrir, Anthony pareceu na cozinha pouco depois usando seu terno preto de sempre carregando sua maleta e uma confusão de sacolas, ele deixou tudo encima da mesa de jantar e veio até mim sorrindo, por um milésimo de segundo quase pareceu que ele fosse me beijar, como em uma típica cena de filmes, mas obviamente ele não o fez.

  - Como está indo ai? – ele perguntou olhando para a bagunça que eu tinha feito em sua cozinha. – Precisa de ajuda?

  - Você cozinha Sr. Whitmore? – perguntei surpresa e ele sorriu tirando o paletó e a gravata.

  - Na verdade não, mas acho que ainda sei cortar coisas e levar coisas de um lugar para o outro.

  Foi a minha vez de rir.

  - Muito bem – disse depois dele enrolar as mangas da camisa até os cotovelos, uma visão incrível diga-se de passagem. – Então leve isso até a geladeira – pedi lhe estendendo a tigela com o mousse.

  Ele a pegou assentindo e fez o que pedi.

  - Algo mais?

  - Você pode colocar a mesa – disse olhando para o relógio que marcava seis horas. – E tirar tudo aquilo lá de cima – apontei para as sacolas que ele havia trago. – E não deixar o seu paletó no encosto da cadeira.

  - Sim senhora – ele riu. – Mais alguma coisa?

  - Idiota, você quem perguntou – me defendi corando depois que percebi o que estava afazendo.

  - Eu sei, e a propósito, sua bochecha está suja – ele disse divertido indo até o armário e eu passei a mão no rosto, e sim ele tinha razão, de alguma forma eu tinha conseguido passar leite condensado na bochecha.

  Cozinhar com a ajuda do bonitão e na casa dele estava sendo um pouco estranho, mas muito divertido, eu estava adorando, só que sinceramente, se eu pudesse escolher, ia queria atitude dele ou um pé na bunda, esse chove e não molha já estava me cansando, eu gostava de Anthony, mas e ele? Gostava de mim? Não gostava? Cramba! Ele nem ao menos se lembrava de ter me beijado naquela noite da bebedeira, como eu podia ficar calma e ter paciência?

  - Elisa? – Anthony me chamou e eu pisquei surpresa, estava espremendo uma laranja com tanta força para o suco, que só tinha sobrado o bagaço em minha mão. – Está tudo bem?

  - Já disse pra parar de me perguntar isso - disse entre dentes. – E sim, eu estou ótima.

  - Não parece. Mas de qualquer forma tenho uma coisa para você – ele deu um meio sorriso e eu desfiz a careta o olhando curiosa.

  - Uma coisa pra mim?

  Ele assentiu.

  - Aqui – me estendeu duas sacolas. – Espero que sirva.

  - Como? – perguntei depois de lavar as mãos revirando uma das sacolas e encontrando um vestido azul longo e lindo. – Meu Deus! Isso deve ter custado uma fortuna!

  - Você não gostou? – ele perguntou parecendo desapontado e eu sorri.

  - Não, não é isso, caramba! É lindo, mas... Você tem certeza?

  - Claro, não disse que resolvia o problema da roupa? E bem, você não pode ficar aqui, só com a roupa do corpo, certo? – ele deu um meio sorriso e eu olhei as sacolas com mais atenção, havia outro vestido florido e tinha também o que me parecia ser uma camisola.

  - Você não precisava ter comprado tudo isso – murmurei sorrindo.

  - Claro que precisava, agora pode ir se arrumar, por que se bem me lembro, mulheres levam uma eternidade pra isso – ele disse debochado e eu fiz uma careta olhando para o relógio, marcava seis e meia.

  - Mas e o suco? E eu ainda tenho que tirar a lasanha do forno daqui a dez minutos.

  - Acho que isso, eu posso fazer – ele sorriu e eu estreitei os olhos pra ele.

  - Você tem certeza de que posso te confiar minha lasanha?

  - Sim, senhora.

  - Então obrigada, vou confiar em você – disse divertida e peguei as sacolas para logo em seguida ir em direção as escadas. Finalmente um banho!

  Cheguei ao quarto e fui direto para o banheiro, o banho relaxante e merecido me fez maravilhas. Como eu teria que trabalhar com o que tinha resolvi começar logo. Analisei o vestido azul que ele havia me dado sorrindo, de algum jeito ele havia descoberto o meu tamanho, mesmo que eu estivesse do tamanho de um ônibus. Depois que consegui fechar o zíper, fiz uma trança simples no cabelo e resolvi passar alguma maquiagem, eu não tinha muita coisa na bolsa, mas um batom vermelho e rímel faziam maravilhas com a ajuda de um pouco de pó. Estava ajeitando minha trança um pouco melhor quando ouvi Anthony bater na porta.

  - Sim? – perguntei depois de abrir a porta e perdi o fôlego por um momento, o terno preto com a gravata tão azul quanto meu vestido tinham deixado o moreno incrível.

  Ele também pareceu desconcertado por um instante, ele me olhou de cima a baixo depois sorriu.

  - Você está linda.

  - Você também está ótimo. Mas por que veio? Eles já chegaram? Ai meu Deus! Eu só preciso colocar os meus brincos que tirei para tomar banho. Espera! Não me diga que é a lasanha? Você a tirou do forno, certo?

  - Hei, calma! – ele sorriu. – Menos palavras por minuto, Ok? Não é nada disso e a lasanha está muito bem, eu só vim te trazer isso – Anthony me estendeu outra sacola sorrindo.

  - Mais coisa? O que é? – perguntei já abrindo a sacola e vendo uma caixa de sapato. – Anthony não precisava. - ele olhou sugestivo para os meus pés e consequentemente para os meus chinelos. – Ok, talvez precisasse, mas você não precisava ter feito isso.

  - Eu quis fazer, Ok? Agora coloque-as e vamos, já são 19h45m, daqui a pouco Henry aparece por aqui.

  - Sim, senhor – debochei. – Só um minuto.

  Abri a caixa e sorri, ele havia me comprando uma rasteirinha preta, de longe um dos poucos sapatos que estavam servindo em meus pés.

  - Espero que goste, eu me lembrei do que tinha dito sobre seus pés ontem, então achei que outra coisa fosse incomodá-la.

  Eu sorri abertamente, ele tinha mesmo se dado ao trabalho de se lembrar disso? Ok, se ele não parasse de fazer coisas como essas eu provavelmente o agarraria a qualquer momento e isso não terminaria bem, por que nós dois nos lembraríamos dessa vez.

  - Vamos? – ele chamou e eu assenti.

  - Vamos.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Me digam please, vou ficar esprando!!
Beijocas de pudim e até :*



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