O monstro musculoso começou empurrando Amaldiçoado para trás, e, em seguida, tentou dar um soco nele. Por pouco ele conseguiu desviar. Então, com sua força descomunal, Amaldiçoado arriscou um soco no rosto do outro monstro, como havia visto em antigos desenhos que assistira antes de ser amaldiçoado. Conseguiu acertá-lo em cheio no rosto, o que o fez recuar um pouco.

Amaldiçoado já estava se preparando para enfrentar o monstro novamente, quando percebeu que ele estava massageando o local atingido, ganindo feito um cão. Sangue escorria da sua bochecha.

—OLHA O QUE VOCÊ FEZ! — gritou a cabeça de peixe.

— ... Bati nele? — Amaldiçoado ficou confuso.

—Logo no aparelho?! Você é cruel!

—Mas...

—Nada disso! Peça desculpas, agora!

O meio monstro obedeceu as ordens repentinas da cabeça de peixe, e se aproximou do seu antigo... oponente?

—Desculpa. Eu não sabia que você usava aparelho.

—Certo... — o segundo monstro também parecia confuso com a situação.

—Muito bem, vocês dois. — a cabeça de peixe levantou o queixo, como se fosse a mãe dos dois. — Agora, você vai ter que dizer o seu nome.

—Não. — Amaldiçoado sabia seu nome, diferente de Porcelana, mas temia as consequências que viriam com tamanha revelação. E também, ele não era obrigado.

—Se você não disser seu nome, isso vai ser ruim para você.

—E se eu disser? O que ganho com isso?

—... Digo o meu também.

—...— Amaldiçoado pensou logo em um plano. Aquele monstro com cabeça de peixe era muito esquisito e inconstante. Daria um jeito de livrar-se dele logo. — Parece bom.

—Certo... O seu primeiro.

—Vinícius. — mentiu Amaldiçoado.

—Que coincidência... O nome dele também é Vinícius. — apontou para o monstro do aparelho. — Meu nome é Camila.

—Nome bonito. — dessa vez, ele tinha sido sincero.

—Ah... Obrigada. — ela sorriu, mas o fato de ser uma cabeça de peixe deixou tudo mais estranho.

—E agora? — perguntou Vinícius.

—Vamos voltar pra casa.

E eles foram. Amaldiçoado não tinha pra onde ir, mesmo.