A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 122
Mãe.


Notas iniciais do capítulo

Recomendo reler o capítulo 110 pra dar uma refrescada na cabeça.



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— Mãe, eu vou entrar num clube de pesquisa. –  disse Porcelana, no portão de casa. – Eu vou lá todo o dia depois da escola, tá bom?

— Tá. – Nazaré nem pensou no que estava respondendo.

—... Não vai me impedir?

— Por que faria isso?

— Porque eu já fugi de casa...?

— E foi? – quem estava começando a esquecer das coisas era Nazaré.

— Foi. Eu fui pra Castle Hill e tudo mais.

— Ah... lembro... Mas jovens são assim mesmo. Alguns fogem de casa que nem uns idiotas.

— E você nem me deu sermão por causa disso! Eu voltei e não aconteceu nada.

— Também, como eu ia gritar com alguém que ‘tava tendo um treco no sofá? Achei que aquilo era o suficiente pra provar que não iria mais fugir.

Porcelana lembrou de quando chegara. Quando olhou para a porta que levava ao porão e algo encaixou em sua memória...

— Falando nisso, cadê Amal... digo... – não iria mais chamá-lo assim.— Meu irmão?

— Você não tem irmãos.

— Como assim? Eu tinha um e ele vivia bem ali, naquele porão.

— Disse bem. “Tinha”. Ele foi embora. Não é mais seu irmão.

— Como você pode dizer isso?! Só porque ele é um meio-monstro!

— Cecília.

Nazaré ficou séria, num estado pensativo que a menina nunca tinha visto na sua vida. Ouvir seu nome verdadeiro arrepiou Porcelana de medo. Depois de tantos anos sendo chamada de um nome inventado para corresponder ao que achavam dela, seu verdadeiro nome parecia algo completamente novo, bizarro, incompatível. Cecília. Aquelas letras pareciam guardiãs de sua verdadeira pessoa.

— Você acha mesmo que ele quer ser parte dessa família? – perguntou a mulher. – Acha mesmo que ele quer ser chamado de seu irmão, depois de tudo o que dissemos e fizemos?

Cecília ficou pasma. Sua mãe conseguira perceber tudo isso? Ela também pensava? Ela...

— Ele está muito melhor em Castle Hill, pelo pouco que eu vi. Tem até outro nome. É amado, tem amigos, tem tudo o que quiser... – apertou o anel na sua mão. – Vamos deixá-lo em paz...

E, pela primeira vez em vários anos, Porcelana concordou com Nazaré. Apesar de saber que seu irmão não devia estar parado em Castle Hill. Estava procurando uma outra cidade...


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