Só havia duas pessoas na sala, além de Porcelana. Uma, era um garoto que já tinha visto da sua escola. Ele estava numa grande mesa central, resumindo alguma coisa num papel. A outra pessoa era o amigo de mestrado de Marcelo, que estava sentado em uma mesinha do lado da porta. Ele tinha um cabelo até o queixo, ondulado e castanho, possuía uma barbicha e usava óculos.

— Boa tarde. – disse este.

— Boa tarde... Aqui é o lugar onde pesquisam sobre Wittgen? – Porcelana.

— Sim, é sim. O Laboratório de Pesquisas Histórico-culturais da Cidade Fantasma de Wittgenstein, vulgo Wittgen.

 – A cidade não se chamava só Wittgen?

— Não. Isso foi um apelido que deram. Quando as pessoas não pensam nos nomes que dão pr’as coisas, é nisso que acaba... apelidos pra cá, apelidos pra lá... – suspirou. – Mas e aí, em que lhe posso ser útil?

— Eu vim aqui por indicação de Marcelo...

— Ah, o que virou professor. O que você tem de tão interessante que ele te mandou pra cá?

— Tenho alguns jornais antigos com matérias sobre a cidade.... e também, queria fazer uma pesquisa.

— Ora, então quer entrar pro grupo?

— É que...

— Tudo bem, não precisa vir todos os dias aqui. Temos mais gente, também. É que hoje só veio ele. – apontou para o garoto. – Então, topa?

— É que eu não falei com a minha mãe ainda.

— Ah, certo. Então hoje é só uma visita, por enquanto. Tudo bem, tudo bem. Pode ir. Ah! Espera. – Porcelana interrompeu sua ida. – Qual seu nome?

— Meu nome é Porcelana.

— Ok... – ele anotou num papel. – Pode ir, Porcelana. É só procurar a legenda na frente das gavetas que você vai encontrar onde colocar os seus jornais, e até olhar os que já temos.

— Obrigada.

— De nada.

E Porcelana foi.