Capítulo 15 – Viagem de Compras

POV Dimitri

“Oi Adrian. Você pode me dizer o que é que está acontecendo com a Rose?” Ele me olhou com uma cara de poucos amigos e observou a minha aura.

“Você sabe, porque com certeza você ouviu a nossa conversa. Qual é o seu problema Dimitri Belikov? Agora deu para ouvir a conversa das pessoas?”

“Como você sabe que eu ouvi? Você não me viu!”

“Eu vejo auras, Dimitri e a sua é inconfundível, principalmente quando se trata da Rose.” Aparentando cansaço, ele passou a mão em seu cabelo. Como a Rose acha o Adrian de confiança, eu resolvi confiar nele sobre as minhas desconfianças do Zeklos.

“Adrian, eu preciso te dizer que eu não confio no Zeklos. Ele não presta! Eu o conheço há muito tempo e acho que a Rose não deveria se casar com ele, mas ao mesmo tempo, eu acho que é ciúmes e que ele de fato a ama e ela o ama! Meu Deus, eu vou enlouquecer se ela fizer isso.”

“Dimitri, já que você tocou no assunto, tem uma coisa que eu gostaria de saber: O que você sabe sobre o Louis Zeklos? Tem alguma coisa nele que eu não consigo identificar. Ao mesmo tempo que ele parece amar a Rose profundamente, tem uma frieza em seu olhar que me dá arrepios e a aura dele só me mostra interesse e mais alguma coisa que eu não consigo identificar. Hoje eu chamei a Rose para conversar, mas quando ela me disse que o amava e que queria se casar e ser mãe e ter uma família, resolvi não interferir por enquanto... Dimitri? Dimitri, o que houve???”

Quando ele disse que a Rose queria se casar e ser mãe e ter uma família, foi como se eu tivesse sido atacado por strigois e eles estivessem, neste exato momento, me drenando... Como se o meu corpo estivesse totalmente tomado por endorfinas, mas ao mesmo tempo, sentindo a dor da mordida... Parecia que eu ia desmaiar. Depois de um tempo, ouvi o Adrian me chamar.

“Dimitri... fale comigo!”

“Hã??? Ah! O Zeklos... Bem, eu acho que ele teve alguma coisa a ver com a morte do Ivan, que era seu primo e meu protegido. Não sei porque, mas eu tenho essa sensação. Sempre tive. Ele sempre foi invejoso, preguiçoso e o Ivan sempre fez mais sucesso com as garotas. Mas eu tenho alguns contatos e se você quiser, podemos nos unir e investigar, mas ninguém pode saber disso, porque senão você está frito com a Rose e eu com o casal Mazur!”

“Negócio fechado!” Foi só o que o Adrian me disse. Ele ficou observando a minha aura e eu achei por bem ir embora, antes que ele percebesse, se é que já não percebeu a dor que eu estava sentindo.

POV Rose

Chegamos ao meu quarto, mas estranhamente eu estava me sentindo meio indisposta, por isso pedi ao Louis que me levasse ao quarto e voltasse para a festa.

“Amor, agora eu já estou melhor, vou tomar um banho relaxante e dormir. Pode voltar para a festa, é que... eu gostaria de ficar um pouco sozinha...”

“Porque você quer ficar sozinha, mon amour? Porque você andou chorando?”

“Não foi nada, eu já estou melhor. Acho que foi toda a pressão de hoje... A premonição... O ataque na minha casa... Sei lá, acho que fiquei um pouco mexida, mas eu juro que já estou melhor. Eu só quero dormir.”

“Tudo bem, então eu te pego amanhã para o café da manhã?”

“Não, meu anjo, amanhã eu quero falar com a Lissa. Eu preciso falar com ela. A gente precisa conversar e se entender... Ela sempre foi a minha melhor amiga. Eu vou tomar café da manhã com ela em particular para podermos conversar. Você não se importa, não é?”

“Não. Tudo bem. Então, te encontro mais tarde, amanhã. Descanse mon bijou, descanse.”

Com isso ele foi embora e eu fiquei sozinha com meus pensamentos. Abri as torneiras e preparei um banho de banheira com sais de lavanda, para relaxar. Quando eu estava na banheira, fui puxada para a mente da Lissa.

“Fala logo, Adrian. Ela vai falar comigo de novo???” Pude perceber pelo laço a ansiedade que ela sentia. Medo, tristeza...

“Ela disse que amanhã, vai te procurar para conversar, ok? Agora, primeiro escuta o que ela tem a dizer, depois você fala. Você nem imagina o que ela está sofrendo... O que ela tem passado.”

“O que está acontecendo com ela, Adrian?” Christian perguntou e pela Lissa, pude ver o quanto ele realmente ficou preocupado. “Ela parece tão feliz!”

“Vocês parecem até que não conhece a Rose!” Ele disse estupefato, já um pouco alcoolizado. “Vocês acreditam que ela está feliz mesmo, tendo deixado de ser guardiã e morando do outro lado do mundo? Ah, por favor!!!!”

Resolvi sair da cabeça dela. Saí do banho, coloquei só uma calcinha e uma blusa de alças de malha e fui dormir. De manhã, acordei com os olhos inchados de tanto que eu chorei ontem e me deu um trabalho para conseguir desinchá-lo até ficar apresentável. Coloquei um jeans preto skinny, botas pretas de salto, uma blusa preta de cachèmere e um casaco preto de couro, porque estava nevando. DE NOVO!!! Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, passei um gloss cor de boca e um rímel. Peguei meus óculos escuros e me olhei no espelho. Estava exatamente como eu queria para externar meu estado de espírito!

Fui até ao quarto da Lissa e quando ela abriu, pulou no meu pescoço, já chorando e se desculpando. Eu ri e disse:

“Hey, se acalme, ok?? Você já tomou café da manhã?”

“Não.”

“Então, eu reservei uma mesa num canto bem discreto do jardim de inverno. Vamos?” Disse tentando ser o mais amigável possível. Eu sentia falta dela...

Ela colocou um jeans, uma blusa vermelha de cachèmere, Botas pretas e um trench-coat jeans. Prendeu o cabelo em uma trança, passou um batom rosa clarinho e maquilou os olhos bem marcados. Ela parecia animada com esse café da manhã.

Chegamos ao jardim de inverno e tenho que dizer que a paisagem estava de tirar o fôlego. Eu pedi uns cookies, um brownie de chocolate e um mocaccino expresso. Ela pediu um brownie de baunilha e um capuccino. Conversamos sobre a noite do infeliz jantar e resolvemos as nossas diferenças. Expliquei a ela que a escuridão dela, que há tanto tempo, consegui manter afastada, me pegou de cheio quando eu a vi. Expliquei porque meus pais me dissuadiram de ser guardiã e dos meus novos poderes que eu venho descobrindo aos poucos e com o passar dos anos. Expliquei o quanto eu estava feliz e que eu queria mesmo me casar e ter filhos. Nesta parte, ela quase engasgou. E nós rimos muito. Foi muito bom... muito divertido. Ela comentou que nunca havia visto de perto um anel com um diamante cor-de-rosa tão grande e lindo e que eu tinha sorte por ter o Louis. Desculpou-se por ter falado do Dimitri e por tudo o que me disse no jantar. Então combinamos de esquecer tudo aquilo e a convidei para ser uma das minhas damas de honra do casamento. Falei que iria convidar também a Mia e a Jill.

“Rose, o que você acha de a gente chamar as meninas e irmos fazer compras em São Petersburgo?”

“Ótima idéia, Liss. Para curar as coisas ruins, nada como compras!”

“Meu Deus, Rose, essa é a Rose que eu gosto. Quem sabe, a gente compra umas roupas menos informais para você?” E rimos juntas.

“Então, eu vou encontrar com o Louis e meus pais e daqui a meia-hora a gente se encontra no saguão, combinado?”

“Combinado.”

Assim, fui me encontrar com o Louis, mas infelizmente ele não poderia ir. Minha mãe me incentivou a ir assim como o meu pai e então eu levaria comigo o Pavel. Por vias de dúvidas, eu peguei minha estaca e a coloquei no bolso do meu casaco. Sei lá, fiquei com uma impressão estranha. Meu pai mandou mais um carro com mais três guardiões para me guardar e ajudar na guarda do resto do pessoal.

No saguão encontrei-me com a Liss, a Mia, a Jill, o Christian, a Natasha e o Adrian. É claro que o Dimitri tinha que ir, já que ele é o guardião da Natasha. Também foi o Eddie e mais quatro guardiões, os quais se reuniram com os quatro que meu pai havia mandado.

“Nossa Rose, quatro guardiões só para te proteger? Seu pai não é meio super-protetor demais não?” Disse Christian.

“É menino fogo, é que eu sou muuuuuito importante para os negócios da família!” Disse dando meu melhor olhar de mafiosa que eu aprendi com o Abe, mas rindo também.

“Bem, eu achei que você pudesse se defender sozinha! Já que você sempre foi a melhor que eu conheci! Sem ofensas aos demais.” Christian disse.

“Wow! Você está me elogiando mesmo, Ozera? Isso é surpreendente! Obrigada! Eu precisei ficar longe tanto tempo para você finalmente, perceber o meu valor?” Dei uma risada e ele ficou todo sem-graça.

“É, parece que sim, Rose. E todos nós sempre percebemos o seu valor e também sentimos muito a sua falta. Acredite.” Disse Natasha rindo simpaticamente, parecendo sincera.

Entramos nas SUV’s, pois foi preciso duas para levar a todos nós. O Pavel foi comigo e os outros guardiões do meu pai foram em um carro à parte das SUV’s. Chegamos depois de uma hora de viagem e o shopping é incrível! Tenho que admitir, esses russos entendem de arquitetura e esse eu não conhecia. Só o de Moscou.

Fizemos várias compras, desde sapatos até perfumes e maquilagem. Eu não comprei muitas roupas porque no dia em que eu cheguei à estação, eu extravasei nas compras, mas comprei um deslumbrante Yves Sain’t Laurent para o meu jantar de noivado e também sapatos e lingerie. Comprei um vidro do meu perfume predileto – Amor – Amor – que o Adrian ao ver, logo riu e eu acho que ele se lembrou de quando ele me mandou uma caixa enorme de perfumes de presente em Idaho, quando ele me conheceu.

Vestido de noivado da Rose:

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Sapatos:

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Senti o Dimitri me olhando o tempo todo, mas não lhe dei oportunidade para conversar. Quando saímos do shopping, já era tarde e caía uma nevasca. Tivemos que improvisar e ficar em São Petersburgo. Arrumamos um hotel, mas só tinha três quartos e todos interligados, o que eu achei muito inconveniente, mas não tinha outro jeito, então, sem reclamar Rosemarie!

Os quartos eram enormes, com direito a salas de estar e jacuzzi nos banheiros. A distribuição ficou assim: Mia, Lissa e eu em um; Natasha, Jill e Dimitri em outro; Christian, Adrian e Eddie em outro. O Pavel fez questão de ficar na minha sala de estar e os outros guardiões, conseguiram se acomodar em um quarto de funcionários do hotel que ficava no andar abaixo do nosso. O meu quarto era o do meio, do meu lado esquerdo o de Natasha e o da direita, o do Adrian. Depois de nos ajeitar, descemos para jantar e resolvemos que já que estávamos presos ali, poderíamos sair para uma boate e dançar um pouco. Expliquei ao meu pai e ao Louis o que havia acontecido e eles me fizeram prometer que pela manhã iríamos embora. Meu pai ainda me alertou mais uma vez sobre strigois.

Saímos e fomos a uma boate, bem no centro da cidade, um lugar bastante luxuoso e pelo visto, muito freqüentado por morois e damphir meretrizes de sangue de luxo, que serviam de acompanhantes para os morois. Ninguém pareceu perceber isso além de mim e Pavel, mas Dimitri, com certeza, ficou bem de olho em mim. Dançamos bastante, mas alguma coisa me dizia que eu não deveria beber nada alcoólico. Na saída eu soube o porque: logo senti uma náusea avassaladora, que só deu tempo de falar ‘strigois’ e fomos atacados por um grupo de uns dez. Uma força me movia para eles e eu empalei acho que uns cinco, enquanto os outros empalava o restante. Eu nem notei, mas depois que tudo acabou, eu percebi que ficaria com um olho bem roxo e que possivelmente estava com uma costela quebrada. Todos ficaram me olhando como se eu fosse de outro planeta e no hotel, eu perguntei ao Pavel o que estava acontecendo que todos me olhavam estranho.

“Rose, querida, gostaria de ter uma filmadora para filmar você lutando. Eu já te vi lutar, mas aquilo... bem... foi incrível! Nunca vi tanta rapidez e quando você soltou os espíritos... Sei lá, foi surreal demais para descrever. E você nem percebeu que havia sido atingida... Era como se uma força sobrenatural te guiasse... Não dá para descrever! Simples assim.”

Com essa, eu resolvi tomar um banho e aí sim eu vi o estrago. Eu estava com um enorme hematoma do lado esquerdo e aquilo doía, cara... e muito! Saí do banho enrolada com o hobby do hotel e por baixo, somente um conjunto de corpete Victoria Secrets,

(http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://blog.opovo.com.br/moda/files/2010/11/60026-victoria-secrets-111110-4-original.jpg&imgrefurl=http://blog.opovo.com.br/moda/desfile-victorias-secret/60026-victoria-secrets-111110-4-original/&usg=__-sKskEsnNJ2I2AN4ujBjyhOUjNs=&h=470&w=320&sz=24&hl=pt-BR&start=310&zoom=1&tbnid=Iz_G4ZYQKwVZyM:&tbnh=146&tbnw=107&prev=/images%3Fq%3Dvictoria%2Bsecrets%2Bfoto%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26biw%3D1276%26bih%3D762%26rlz%3D1W1ADFA_pt-BR%26tbs%3Disch:10%2C6744&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=637&vpy=395&dur=1281&hovh=272&hovw=185&tx=100&ty=188&ei=ffvzTPOGCYSKlwe2yM2XDA&oei=OfvzTImZIMWblge6n7yMCg&esq=12&page=12&ndsp=27&ved=1t:429,r:3,s:310&biw=1276&bih=762  )  quando fui até a sala procurar algo para comer, quando eu vi o Dimitri sentado, sozinho.

“Cadê todo mundo?” Eu perguntei tentando parecer natural.

“Os guardiões receberam cura da princesa e do Adrian e depois os acompanharam e aos outros, para se alimentarem. Como neste hotel não tem alimentadores, eles vão demorar um pouco. Eu me ofereci para ficar aqui com você e velar seu sono.” Dito isso, ele ficou me olhando com uma cara estranha, como se quisesse perguntar algo. Parecia que estava com... dor?!?

“Ah! Você está bem, Guardião Belikov? Parece que está sentindo dor? Você se machucou e ninguém te curou?”

“Estou com dor mesmo, Roza... Dor na alma!” Se aproximou de mim, me olhou nos olhos como se pudesse ver a minha alma e eu não consegui sair do lugar. “Eu te amo, minha Roza, o que é que eu preciso fazer para te provar o meu amor? Me diga e eu faço!” Passando a mão de leve no meu cabelo que estava molhado e solto, tão de leve como se fosse borboletas voando em volta de mim... E no meu estômago também, que há essas alturas, já não sentia mais fome, a não ser de... Dimitri. Quando ele percebeu que eu não reagia, ele colocou um sorriso torto na boca e me enlaçou pela cintura, nos unindo o máximo que pode, parecendo que ele queria nos tornar um só.

“Roza... Roza... Roza...” Era só o que ele dizia, como uma prece. Me beijou primeiro a testa, como se para me testar... Para ver qual seria a minha reação, mas nem que eu quisesse reagir, eu não conseguiria. Eu não estava conseguindo nem falar. Só sentia lágrimas descendo pelo meu rosto e ele as beijando como se acariciasse diamantes.

“Roza...”

“Dimitri...” Foi só o que eu consegui dizer, porque depois disso a minha boca estava ocupada por um beijo prá lá de faminto. Nesse beijo tinha fome, saudade, arrependimento, dor e amor, muuuuuito amor!!! Eu enlacei a sua cintura com as minhas pernas e ele me levou até a cama, sem parar o beijo, como se aquele fosse o último dia de nossas vidas, como se fosse o final dos tempos! Fizemos amor como se fôssemos morrer depois disso. Com tanto ardor que chegamos ao ápice tão rápido quanto um foguete. O prazer era tanto que não dá para descrever. E fizemos amor de novo e de novo e de novo, até que alguém bateu na porta. Ainda bem que ambas estavam trancadas.

“Rose, está tudo bem? Cadê o Belikov?” Perguntou Pavel e Dimitri saiu do banheiro, já vestido.

“Hã? Ta... Ta tudo bem, Pavel. Eu estava... conversando com o Belikov. Nada demais!” Ele não engoliu, mas nada disse. Deu um olhar gelado para o Dimitri que até eu estremeci e saiu dizendo que estavam todos de volta.

“Roza, e como nós ficamos?”

“Não tem nós, Dimitri. Isso foi um erro.” E me tranquei no banheiro. Só saí quando ouvi as vozes das meninas e a Lissa, quando me viu, me lançou “você tem algo para me contar e eu não vou te deixar em paz até saber... O Dimitri saiu do quarto todo vermelho e com uma cara muuuuito alegrinha...”