Capítulo 10 – Cartas na mesa

Louis POV

Aquilo não podia ser verdade! Como ela pode não me falar, ainda mais depois de eu lhe ter perguntado o que havia entre eles no café da manhã da Natasha!

Agora, vendo ela totalmente dispersa no carro, a caminho do hotel, é tão estranho... parece que eu não sei nada sobre  a vida pessoal da mulher com quem eu quero me casar!

“Rose? Rose, você não vai falar nada? Não tem nada pra me dizer?”

“Você parece que já sabe ou deduziu tudo, Louis! O que mais você quer saber? Todos os detalhes sórdidos? Como foi que fizemos amor pela primeira vez? Ou melhor, pela única vez, porque foi isso o que aconteceu. Eu me apaixonei pelo meu mentor sete anos mais velho que eu e me entreguei pra ele em uma cabana no campus da Academia onde eu estudava e ele me dava aula. Depois, ele se arrependeu e achou melhor ir embora com a Natasha Ozera, cuja pessoa é tia da minha ex-melhor amiga e irmã e me deixou lá, depois de jurar que sempre estaria lá por mim. SATISFEITO!!!!”

Ela desceu do carro, furiosa, entrou no hotel e foi para o quarto, trancando a porta e não me deixando entrar a noite toda, nem atendendo ao telefone. Precisei dizer ao Abe que eu precisava falar com ela, que tínhamos brigado e que ela estava absolutamente nervosa e eu estava com medo dela fazer alguma idiotice, quando ele voltou com uma chave extra do quarto, que ele conseguiu não sei como, e eu entrei e encontrei mon amour dormindo no meio de um monte de papeis de bombons espalhados na cama. É, quando ela fica muito nervosa, ela se acaba no chocolate.

Ela sentiu a minha presença e fez uma coisa que eu jamais pensei que ela fosse fazer.

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Rose POV

Entrei no hotel, muito irritada. Com aquela vadia da garçonete que me humilhou na frente dos meus amigos... com o idiota do Dimitri que ficou fazendo charme pra ela e pegando na minha mão depois... EPA!!!! Rose, você ta com ciúmes!!! Argh, que saco, esquece o Dimitri, ele só fez foi te fazer sofrer e é o que ele vai fazer de novo se você der oportunidade. Irritada, principalmente com a Lissa... o que ela estava pensando em falar comigo daquele jeito? Ela pelo menos, sabe o que eu passei nesses últimos anos? Ela pelo menos, participou da minha vida, dos meus problemas nesses últimos anos? Aí, pra fechar a noite com chave de ouro, eu chego na mesa e o que eu escuto: o Dimitri contando ao Louis que a pessoa com quem eu me relacionei na Academia era ele? Eu, definitivamente, não mereço. E onde estão os bombons que o Louis deixou escondido no quarto e eu encontrei hoje pela manhã?

“Rose? Rose, abra a porta? Por favor, vamos conversar?”

“Vai embora, Louis. Se você veio aqui para me criticar também, vai embora logo, não quero conversar agora.”

“Rose, abra a porta? Eu tô preocupado com você. Abra a porta!”

“Não vou abrir. VAI EMBORA!”

Entrei no chuveiro e não sei quanto tempo eu fiquei ali, sentido aquela água fervente descendo no meu corpo e chorando. Chorando por tudo. Por tudo que eu passei. Por tudo que eu abri mão. Pela minha vida. Eu chorei e chorei e chorei. Saí do banho e acho que o Louis desistiu. Caí na cama e apaguei.

Acordei, sabe-se lá Deus quanto tempo depois com alguém no meu quarto, no escuro, peguei minha estaca debaixo do travesseiro e ataquei. Quase eu estaqueei o idiota do Louis, o que me fez voltar a ficar irritada.

“O que merda você está fazendo no meu quarto e como foi que você entrou?”

“Calma, mon amour, eu fiquei preocupado com você, que não respondia e falei com o Abe...”

“AH!   Q-U-E    Ó-T-I-M-O! Você falou com o meu pai que nós brigamos e ele com certeza, ameaçou alguém para satisfazer o desejo do seu sóciozinho e arrombou a porta do meu quarto. QUE ÓTIMO!”

“Se acalme, mon petit...”

“Sai daqui, Louis, sai daqui agora. Se você veio aqui pra me acusar de não ter sido honesta com você, saia daqui agora, entendeu! Eu estou muito cansada e quero dormir.”

“Eu não vim te acusar de nada, eu só quero entender porque você não me contou o que houve entre você e o Dimitri quando eu te perguntei, afinal, eu acho que ficou pra trás, ou não?”

“Ficou pra trás, só que isso é uma coisa que ainda me fere, pela forma como aconteceu e eu não quero reviver.”

“Mas, Rose, eu preciso saber... Você ainda o ama? Porque foi isso que ele disse no restaurante enquanto você estava no banheiro.”

“Não Louis, eu não o amo mais.”

“Você me ama Rose? Quero dizer, nós estamos juntos há três anos e meio e eu preciso saber se eu sou realmente correspondido?!” – Ele disse isso passando a mão pelos meus cabelos, pelo meu rosto, com uma leveza, uma ternura, com tanto carinho, que corria correntes elétricas pelo meu corpo e eu me sentia realmente aquecida pelo seu amor. Seus olhos estavam pedintes e cheios de lágrimas, como se fosse chorar a qualquer momento.

Eu não pude resistir a isso. Eu senti que realmente ele me amava e que eu o amava também. Não da forma como eu já amei Dimitri um dia, mas eu acho que jamais eu seria capaz de amar outra pessoa daquela mesma forma e então eu disse:

“Sim!” – Ele foi até uma das gavetas do criado-mudo do quarto e pegou uma caixinha com um laço prateado, se ajoelhou, me entregou, esperou eu abrir. Era um anel de ouro, com um enorme diamante rosa, com diversos diamantes pequeninos em volta, pegou o anel (anel da Rose: http://bp0.blogger.com/_oQrkaZ6SCL8/SGWLr_oSX0I/AAAAAAAABfQ/LGvTtXuhufI/s1600-h/i5474P.jpg ) e disse:

“Rosemarie Hathaway Mazur, aceita ser minha esposa, minha companheira, minha rainha do deserto, a mãe dos meus filhos e a conviver comigo pelo resto de nossas vidas?”

Eu comecei a chorar... Nunca pensei que depois de tudo o que aconteceu o Louis fosse me perdoar. NUNCA! Eu nem acreditei no que ele disse, parecia tão... surreal! Eu simplesmente disse: “SIM!!!!!”

Ele me pegou no colo, me colocou delicadamente na cama, limpou as lágrimas que caíam insistentemente dos meus olhos, me beijou e foi o beijo mais doce e suave que ele já me deu, demonstrando todo o seu amor. Depois foi ficando cada vez mais intenso e possessivo e forte... Aimeudeus! Ele não tinha o corpo do Dimitri, mas ele era muito forte e lindo! Definitivamente lindo. Parecia um anjo.

Ele foi me acariciando e me beijando. Beijando todo o meu rosto, meus olhos, minha testa, meu nariz, minha face, minha boca, meu pescoço, meu colo. Foi me despindo delicadamente, beijando meus seios, minha barriga e subindo novamente até minha boca, que já estava faminta. Retirou a minha calcinha (já com a camisinha na mão, né, porque afinal, ele é um moroi e tudo o que eu não preciso agora é de um bebê) porque eu estava só com uma calcinha e uma camiseta quando dormi, beijando meu baixo ventre e meu centro. Eu só queria ficar ali sentindo e esquecer aquele horroroso jantar, o qual eu nem deveria ter ido. Eu só queira senti-lo.

Depois eu resolvi despi-lo e o fiz da mesma forma que ele, delicadamente, o beijando e o acariciando e o sentindo e o ouvindo murmurar mon amour, je t’aime Rosemarie, o tempo todo.

Fizemos amor calmamente, como se fosse a primeira vez, aguçando todos os sentidos e, eu acho que pela primeira vez, resolvi me entregar verdadeiramente naquilo. Me entregar de corpo e alma. Foi maravilhoso quando chegamos juntos ao ápice e dormimos abraçadinhos. Foi lindo!

Pela manhã, alguém bateu levemente na porta e eu fui atender.

Quando você pensa que tudo pode dar errado, acredite, pode piorar! Depois de uma noite maravilhosa, quando eu abro a porta, só de hobby...

“Bom dia, Roza!”