Como se Lavado de Meu Peito escrita por Anita


Capítulo 7
Capítulo 5 - Caminho Escolhido


Notas iniciais do capítulo

Notas Iniciais:
Esta é uma história que se passa no universo alternativo do anime Sailor Moon, inspirado na obra original de Naoko Takeuchi. Seus direitos não são da autora, que não possui fins lucrativos com esta obra. E, sim, este é o último capítulo! Divirtam-se ^^



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Olho Azul Apresenta:

Como Se Lavado

De Meu Peito


Capítulo 5 - Caminho Escolhido

  Serena olhou para o celular, mais uma mensagem havia chegado. Estava no meio da aula e ficara dentro do auditório onde os calouros assistiam a boa parte de suas aulas durante o último intervalo logo após a aula de Constitucional. Aquela fora a primeira vez que vira Darien desde o dia de chuva dez dias antes, mas já perdera conta das chamadas perdidas que o rapaz lhe fizera e das mensagens de texto que as seguia. Em pouquíssimas a loira respondera; por mais que seus dedos quisessem dizer imediatamente toda a dúvida que lhe abatia.

  Até segunda da semana anterior havia mantido contato regular com o namorado, fingindo que a conversa com Aika Inoue não existira. Não que o choro da outra ou seu olhar fixo não lhe tivessem deixado uma impressão profunda, mas não havia mais o que fazer. Na tarde daquele dia, no entanto, recebeu uma ligação urgente do Centro Acadêmico da faculdade e logo fora até o diretório descobrir que toda a ameaça da rival fora em frente mais cedo do que esperava.

  O diretor do centro não sabia ao certo como aquilo ficaria, apenas a instruiu que ficasse calma e que qualquer coisa, o centro a apoiaria, contanto que desde já evitasse exposição ao lado de Darien Chiba. Aquele não fora o motivo das ligações ignoradas, mas a notícia seguinte. O diretor explicou-lhe que a ela nada poderia acontecer de fato, mas que aquele rapaz nem vínculo tinha com a instituição ao usar seu poder não justificado de discente para favorecer outrem, portanto, quem seria retaliado seria o próprio Fujiyoshi.

  Não demorou muito tempo para a loira perceber o que poderia acontecer: Darien perderia o emprego tantas vezes considerado por Rei como um posto privilegiado. Então, seguira o conselho dado e afastara-se dele sem nada dizer tanto por medo de tornar o temor verdade quanto para não causar qualquer reação de Darien contra a própria Aika, que talvez tivesse um trunfo bem maior na manga.

  Saiu da aula no meio das amigas da Rei que conversavam sobre como fariam para estudar para as próximas provas e de quanto precisavam para passar tranqüilamente. Mesmo assim, sentiu ao lado de si o olhar de Darien, que parecia haver lhe esperado ali fora durante todo aquele tempo. Fingiu não tê-lo visto, mas as garotas logo foram cumprimentá-lo, perguntar o que ainda fazia ali.

  Serena estava pronta para desistir da distância que mantinha quando sentiu dois veteranos longes no corredor olharem para si. Seria impressão apenas? Deu um passo atrás e notou que o olhar dos dois a seguia sem desviar. Voltou-se para Darien para perceber que este também estava fixo nela tendo no rosto uma expressão confusa. Balançou lentamente a cabeça para o rapaz e decidiu abandonar ali as "meninas sorriso", andando sozinha pelo corredor, apenas no som da sandália rasteira contra o piso enquanto passava pelos dois veteranos.

-Por que o Imamura-senpai está te olhando? - A voz de Rei batendo bem em seu pescoço assustou-a. A morena corria atrás de si com seu sapato fechado com o salto especialmente alto naquele dia.

-Você o conhece, Rei-chan? - sua voz saiu um pouco mais aguada que esperava, talvez soluçada fosse uma descrição melhor.

-Claro, é o representante mais influente da Faculdade. Sabe, é ele que conta todas as fofocas pros alunos e é o administrador do e-group dos representantes.

-Então, ele sabe mesmo, né?

-De quê?

-De uma carta falando que fiz segunda chamada graças ao meu relacionamento com o Darien.

-A Inoue fez o QUÊ!? - A expressão da outra estava irreconhecível, totalmente vermelha e com os caninos em mais evidência.

-Como sabe que foi ela?

-Quem mais? Ai, aquelazinha ataca novamente, né?

  Serena parou no meio do caminho e assentiu. Então, Aika realmente atrapalhara o relacionamento de Rei e Darien... Não tinha coragem de perguntar quais armas a outra usara então, apenas ficou ali, sem muitas forças para prosseguir. Aika dissera-lhe naquele dia debaixo da chuva que iria atacá-la com tudo para se livrar do obstáculo o quanto antes. Perceber que nem Rei Hino, a garota perfeita, resistira fazia Serena sentir-se impotente frente ao que viria.

-Pretende deixar o Darien? - a morena lhe perguntou.

-Não. Só quero que a história da carta acabe antes que chegue aos ouvidos do Fujiyoshi-sensei.

-Hm, vamos ao banheiro! - segurou forte em seu ombro e começou a guiá-la. Ao entrarem, Serena percebeu por que a sensação era familiar e sorriu:

-Quando nos conhecemos...

-Sim! Não sabe como encontrar alguém verdadeiro aqui me fez feliz. Ter dado de cara com Darien naquele dia foi horrível, mas ainda encontrar a Aika Inoue... Eu tava desmoronando.

  A loira assentiu, começando a entender completamente o choro de Rei tempos antes. Naquele dia apenas sentira-se no lugar errado, pois naquela época Darien já era um caso resolvido quando se beijaram. Pensando bem, fora profético, como se os personagens principais de um drama estivessem se apresentando.

-Ele sabe? - Serena enxugou lentamente suas lágrimas. - Da Inoue?

-Ah, acho que não faz idéia. Eu era tão orgulhosa que tudo que fiz foi sair com o nariz empinado. Não queria me rebaixar a namorada ciumenta falando mal da melhor amiga dele e isso resultou em um amor mal terminado.

-Rei...

-Então, não vou deixar o mesmo te acontecer! Serena-chan, tem lutar melhor que isso.

-Quer dizer contar pro Darien? Nunca!

-Prefere perdê-lo? Antes eu tivesse me aberto desde o início... Mas suportei os olhares da bruxa calada, como se não me atingissem.

  Serena olhou o espelho, encarando uma loira mais magra que imaginava e com os olhos abatidos. Mesmo que ignorasse as lágrimas, era aparente que algo a aflingia. Ainda assim, no fundo, sentia que não era hora ainda de contar ao namorado. Arriscando cometer o mesmo erro da outra, balançou-lhe a cabeça negativamente:

-Desta vez, temos uma à outra e eu sou forte o bastante! E não falo por orgulho, Rei-chan. Só acho que o Darien não vai resolver isto da melhor forma.

-O que pensa em fazer?

-Dar o troco na mesma moeda.

  Rei ergueu as sobrancelhas.

-Darien comentou que a partir do segundo período os alunos do Professor Fujiyoshi podem estagiar lá, sabia? - A loira sorriu, quase que juntando as mãos.

-Claro! Era meu plano... Começar cedo e tudo.

-Que bom.

-Sua expressão tá me assustando mais que as histórias do Shouta-kun sobre Akihabara.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Serena chegou correndo até a praça para encontrar Darien já lá, esperando-a sentado em um banco. A seu lado havia uma caixa cheia de coisas aleatórias que a loira mal teve tempo de distinguir quando ele ficou de pé, cobrindo seu campo de visão.

  A expressão do namorado era de cansaço ou algo parecido. Não que tivesse olheiras, mas era como se estivessem ali, talvez porque sua cor de pele não parecesse tão saudável.

-O fato de não estarmos nos vendo acabou contigo, é? - brincou a jovem, forçando um sorriso.

-Acho que contribuiu. Mas acho que você chegaria mais perto se houvesse me contado sobre a carta.

-Hum? - Serena deu um passo para trás. Fazia mais de uma semana desde a última vez que Darien fora à faculdade e ela confessara tudo a Rei, por isso tinha certeza de que não fora a amiga que a contara, ou aquela seria uma reação atrasada demais.

-Mandaram uma carta dizendo que eu favoreci minha namorada a fazer segunda chamada e você foi chamada ao Centro Acadêmico. Imamura me contou.

-O super representante... Você o conhece, então?

-Não o bastante para ter sido o primeiro a saber. Tive que procurá-lo, na verdade.

  A loira caminhou com a cabeça baixa até o banco. Era melhor terem aquela conversa sentados. Contudo, ao ajeitar-se percebeu-se bem ao lado da caixa e teve ampla visão de seu conteúdo. Porta-retrato, papéis, porta-lápis e outras coisas ao fundo que nem precisavam ser reconhecidas:

-Você foi demitido? - perguntou logo, levantando o rosto para o namorado, ainda em perfil, parado no mesmo local de antes.

-Esse foi o fim da história, mas por que não conto do começo como eu planejava?

-Espera, o Fujiyoshi-sensei descobriu tudo, então?

-Soube ao mesmo tempo em que o Centro Acadêmico. Esperou um tempo até que tudo tivesse sido esquecido e provavelmente para investigar o que houve. Um advogado um pouco mais velho que eu que fez isso por ele, na verdade, tenho certeza.

-Darien, vamos até lá e explicar! Eu não te contei nada porque eu mesma queria resolver o problema... Sinto muito, se o houvesse feito, você já estaria mais preparado e-

-Chamou-me para conversar. Contou-me que olhou novamente os pedidos de segunda chamada e constatou que alguns estavam em desacordo com as exigências. Expliquei que fui mais brando por ser a primeira prova e que vocês provaram ser bons alunos pela prova. Foi quando ele me contou da carta e perguntou desde quando você e eu namorávamos. Disse que não menti, de fato, eu fui mais brando. Não havia qualquer relacionamento entre nos dois na época e se eu a favoreci com o pedido não o fiz com a correção.

-E ele nem quis saber?

-Eu mesmo... - Olhos de Darien focaram-se em algo mais distante.

  Quando a jovem enfim identificou o que lhe chamara a atenção era tarde demais para se preparar: Aika já estava bem próxima com um terninho bege e sapatos e bolsa brancos. Estava com a expressão pesarosa e a outra nem precisava ouvir para saber que viera assim que ouviu as notícias.

-Como soube que eu estaria aqui? - perguntou Darien assim que a morena chegou.

-Iria querer o apoio de quem amo num momento assim, - explicou, abaixando a cabeça.

-Então Inoue-san não estava no escritório? - Serena encarou-a, hesitante se aquela tristeza era fingimento ou arrependimento.

-Ela tava numa audiência. E mesmo assim, foi tudo dentro de uma sala e calmo. Foi até mais rápido do que eu imaginava, - disse Darien, sentando-se enfim.

-Que tal sairmos para beber? Vamos, você tem um currículo bom para qualquer outro emprego. A menos que o Fujiyoshi-sensei te queime por aí... Isso não aconteceria, né? - Assim que Aika o falou, Serena entendeu tudo. A morena ainda fizera questão de fitá-la durante a ressalva para ter certeza de que a loira o soubesse. Não passava de fingimento. - E então, Chiba-kun! Você não perdeu um grande emprego e sim ganhou a alforria, não concorda? Bebamos a isso!

-Estou com a Serena agora, Inoue-chan.

-Ela vem com a gente e bebe refrigerante! Está proibido de se recusar, este foi nosso último dia na mesma equipe, Chiba-kun.

  Antes que o rapaz desse por si, a morena já pegara sua caixa e caminhava até onde achava ser um bom lugar. Serena continuara sentada até que Darien o percebeu e virou-se para a jovem desculpando-se pela intromissão. A loira apenas balançou a cabeça sorrindo. Levantou-se e foi correndo até Aika para falar-lhe antes que um Darien muito assustado com aquele movimento rápido as alcançasse:

-Você venceu. Ir tão longe apenas para me chatear... Venceu. E não conto ao Darien uma só palavra, não se preocupe. Se ele quiser, pode tê-lo todo pra você, - usou um tom baixo, porém claro.

  Os olhos castanhos da outra refletiram todo o susto com aquilo:

-Vai ser tão fácil assim? Apenas o fato de o Fujiyoshi ter pichado o Darien em todos os escritórios te convenceu bem rápido hein? Em pensar que eu tinha tantos outros planos...

-Use na próxima, - desta vez, fora quase um grito. Rápido e repentino. - Porque eu duvido que alguém como o Darien goste de uma pessoa suja assim fazendo joguinhos de livro para pré-adolescente. Você falou que ele precisava de um "amor adulto" pra variar? Esta é minha vingança: não vou nem te deixar comemorar vitória, pois lhe dou a notícia de que você está longe de ser adulta, Aicchin.

-Do que estão falando? Estão brigando? - Darien enfim chegara às duas, só que tarde demais. Serena o encarou e suspirou, era hora do golpe final. Pediu, antes de tudo, perdão a Rei por não haver agüentado o bastante e olhando para o rosto da suposta mulher perfeita, soube que pelo menos esta havia se abalado, mas não o bastante para desistir.

  Inspirou fundo e voltou-se para até aquele momento seu namorado:

-Inoue-san me contou tudo.

-Do quê? - A cada segundo, Serena sentia a linha vermelha que unia seus mindinhos ficar com o nó mais frouxo.

-Que nunca gostou mesmo de mim, porque vocês estavam quase juntos quando eu retornei a Tóquio. Concordo com ela, o que temos é só nostalgia e que agora está te fazendo mal. É melhor eu me afastar. Adeus, Darien.

  Serena andou mais rápido e virou para seu prédio sem nunca voltar-me para avaliar a expressão do agora ex-namorado. Aika agora poderia recolocá-lo em seu posto, tinha certeza de que ela não perderia a chance de trabalhar junto de seu alvo, o que era muito melhor que arranjar um emprego em um escritório anônimo. Desistir era a única opção contra alguém tão suja.

  A loira não blefara na silenciosa conversa anterior; tinha certeza de que Darien não quereria alguém capaz de tanto. Mesmo assim, precisou entregá-la ao rapaz de alguma forma, por ela e por Rei. Era sua certeza de que não saíra quieta depois de um ataque baixo como aquele; tinha a vitória que importava nas mãos ao desmascarar Aika sem realmente fazer-se de coitada.

  O que faria dali para frente? A verdade era que sua intenção, até mesmo, ou melhor, principalmente depois daquela conversa fora de continuar junto de Darien, sofrendo o que fosse. Só que não poderia impor ao rapaz que ficasse sem o emprego que merecia. No fundo, agora tudo em que queria acreditar era no amor verdadeiro. Não dizem que seria capaz de resistir a tudo? Talvez, um dia Aika desistisse de vez e Serena pudesse continuar o romance dos dois. Entretanto, sabia ser aquela mais uma inocência da Serena boba que Darien despertara nela.

  No meio do caminho sentiu seu salto quebrar. Ajoelhou-se ali mesmo e abraçou as próprias pernas escondendo o rosto. A Serena de sempre havia voltado e estava chorando tudo aquilo que não fizera desde que seu pai morrera. Toda a casca que pusera em si ao mirar para a Toudai quebrara-se nos dias que passara em companhia de seu grande amor e, de repente, ter que desistir mesmo dele era duro. Nem pensar em algum objetivo dali para frente lhe dava algum alento como ocorrera após a tragédia do passado. Em outras palavras, era impossível colar de volta aquele escudo com o qual se protegera das emoções e achar-se novamente alguém que não ligava para uma vida pessoal.

  O que faria dali para frente? O quê? Não conseguia nem forças para se levantar da calçada... O que faria? A Serena que criara para si não queria responder! O que faria!?

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  A loira observou os alunos entrarem rapidamente na sala enquanto ajustava seu prendedor de cabelo. Abaixou a mão, sabendo que era hora de preparar as folhas de anotação e sentiu que seu braço foi segurado por uma das pessoas que iam ao seu lugar. Olhou para o lado e Rei lhe fazia um símbolo de vitória para animá-la.

  Era verdade, fazia mais de uma semana desde que se encontrara com Darien naquele parque e percebera não passar de egoísmo querer insistir naquela relação que só o prejudicara. A amiga não ficara feliz ao saber das notícias, mas compreendeu-a, sentindo-se ainda mais motivada a continuar com seus planos contra Aika.

  "Agora é que não podemos desistir," dissera Rei com um sorriso. Só que enfrentar uma aula de Constitucional que seria ministrada por um assistente que era Darien fazia aquele plano todo não ter sentido. Rei também devia ter se sentido assim no ano anterior, apenas com vontade de esquecer a existência daquela mulher. Era pensar assim que fazia Serena não se sentir sozinha.

  Um homem passou pela porta seguido de uma mulher. Fora só pensar nela para aparecer com seus inúmeros terninhos e bolsas e sapatos de grife. O homem seguiu em frente até uma cadeira bem no canto onde se sentou, enquanto Aika Inoue encarou a turma, de pé, bem no centro do auditório e apresentou-se, desta vez como a nova assistente. Todos já faziam idéia de quem seria o substituto de Darien anunciado por Fujiyoshi na última aula, mas os rapazes pareciam dar vivas por constatar ser a famosa mulher perfeita.

  Rei, sentada entre Serena e Shouta, levantou logo a mão para começar a corrigir tudo o que Aika explicava. Aos poucos não o estava fazendo sozinha, já que outros alunos também tomaram coragem para debater as opiniões da nova professora e a aula nem chegou à metade do que fora planejado quando o próximo professor chegou à porta para pedir que a turma fosse liberada para ele.

  Os três riram-se discretamente da expressão de raiva que Aika lançava a Serena e a Rei, enquanto Shouta lhe fazia um sinal de coração juntando suas mãos. A namorada logo o repreendeu e voltou a olhar para Serena, repetindo o "V" de antes:

-Não disse que me vingaria? - Riu-se ainda mais. - Apesar de seu plano ser muito melhor que o meu, é sempre divertido corrigir professores!

-Tem razão. Só não esperava que fosse dar tão certo.

-Aposto que semestre que vem teremos aquele homem lá como professor. Aliás, Darien comentou que foi um mais velho quem as investigações, certo? Aposto que foi aquele, Tetsuya Misaki. Ele é um dos que mais pegam casos lá no escritório...

-Você realmente conhece aquele lugar, né?

-Sempre foi meu sonho de tanto ouvir falar dele, he he.

  Serena observou o homem sair enquanto Aika se desculpava com o professor. Quantas pessoas deviam trabalhar naquele lugar para simplesmente jogarem fora alguém tão prodígio como Darien sempre lhe parecera ser?

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Serena chegou em casa exausta após mais um dia vazio. Era interessante como antes não via assim os dias que passavam por ela, mas desde que desistira de Darien passou a perceber que o mundo seguia sua vida enquanto ela ficava parada no mesmo ponto, sem ter para onde prosseguir. Sempre que tentava seguir alguma corrente, fosse saindo com Rei para compras ou com as amigas de Mina para algum clube noturno era como se a vida dos outros atropelasse, passando como uma torrente em rumos não informados a ela e que lhe eram impossíveis de se seguir.

  Suspirou, enquanto punha as coisas em seu quarto e separava os livros que estudaria naquela tarde, pois a segunda fase de provas já se aproximava. Foi até a sala e apertou o botão da secretária eletrônica para ouvir as mensagens; Mina ficaria fora o dia todo então seria apenas ela e os papéis de resumo a serem preparados.

  Naquele dia, assim como nos anteriores, Darien não lhe havia deixado recado. Também fazia mais de cinco que ele não lhe mandava mensagens de texto e uma semana desde que o quarto e último buquê de flores chegara. Estava realmente tudo acabado? Preferia quando podia saber pelo menos que ainda pensava nela, que ainda se importava... Entretanto, tinha que entender que não se pode ter tudo ao mesmo tempo. Ele já devia estar em seu novo emprego, logo se sentiria feliz novamente e sua vida seguiria sem qualquer obstáculo ao ouro que lhe era merecido. Quanto a Serena, teria de se contentar com aquilo, com ser o passado dele.

  Sempre que pensava naquilo, tinha vontade de ir até Aika e gritar, berrar, dar-lhe um tapa. Qualquer cena típica de uma novela, em que a protagonista consegue extravasar tudo o que deixara passar enquanto estava com seu amor. Mas a vida real era dura e ela teria que suportar a mulher perfeita por bastante tempo ainda como sua professora e aquela que lhe daria a nota; pior, como a melhor amiga daquele que amava.

  De repente, lembrou-se do plano de Rei. Não aquele bobo de irritar a mulher e que estava dando ainda mais certo, pois Tetsuya Misaki continuava comparecendo a todas as aulas e até mesmo corrigindo-a pessoalmente, explicando certos pontos em que as perguntas de Rei e suas amigas, que também decidiram ajudar mais por inveja de Aika, acabavam por confundir a turma ao entrarem em longos debates fora da matéria com a inexperiente assistente. Não, Serena começou a rir sozinha do plano real, aquele que solucionaria algo que sempre a incomodou desde que soube como terminou o relacionamento anterior de Darien.

  Precisava de Rei Hino para aquilo, quem aceitou e imediato. Mas também precisava de tempo, o que de início deixou-a ansiosa, mas acabou fazendo com que se esquecesse de que ainda tinha motivação a mais para prosseguir. Fechou os olhos e passou a imaginar a cara de Aika quando o descobrisse; talvez fosse tão tolo quanto o que Rei já pusera em prática, contudo, fazia Serena sentir que ela também tinha um rumo a seguir naquela multidão de vidas que passavam por si. Não que logo percebesse também que um dia o plano terminaria, bem ou mal sucedido, e ela teria que andar em um rumo não oposto ao de Darien, pior: um diferente do dele.

  A campainha tocou. Alguma amiga da Mina? Deviam estar todas em aula. Rei saíra com Shouta e estavam longe demais para decidiram fazer alguma visita. Tocou novamente. Serena abaixou a cabeça, como que se escondendo. Não tinha humor para vizinhos pedindo coisas ou porteiro ou síndico. Batida na porta. Mais. Aquilo estava começando a encher seu coração, o ritmo das batidas era familiar. Seria esperar demais que fosse Darien? Não estava pensando em novelas havia pouco? Também havia cenas em que o mocinho aparecia para dizer que pouco se importava com um emprego, que decidira seguir seu sonho antigo de formar uma banda de rock e cruzar o país.

-Serena, abra logo! - Era a voz de sua mãe. O que não lhe trouxera qualquer conforto, já que estava com lágrimas nos olhos. E novamente as vidas dos outros passavam por ela, deixando-a zonza.

  Levantou-se a contragosto e abrira a porta, deixando que a madeira fosse para fora, provavelmente chocando-se contra sua mãe ou mesmo seu irmão que costumava acompanhá-la sempre que vinha a Tóquio passar o fim-de-semana.

-Isso são modos!? - Sua mãe reclamou de trás da madeira, andando novamente até a entrada. Ikuko estava apenas com uma sacola de compras.

-O que houve com sua mala? - Pegou a sacola de sua mão e levou-a até a cozinha, começando a separar o que iria para o armário e o que iria para a geladeira.

-Deixe a porta aberta, já está vindo.

-Hum? - Serena voltou à sala e encarou a porta, tentando achar o irmão. - Aliás, Sammy não tem aula hoje?

-Sim, eu vim sozinha. Ele anda ocupado demais para me acompanhar.

-Entendo... - disse, pondo o pescoço para fora e encarando o elevador que anunciava a chegada de alguém àquele andar, - O porteiro tava de bom-humor hoje pra te ajudar, então?

-Não, eu fui ao cemitério ver seu pai e como consegui carona, aproveitei para fazer compras logo.

  Olhos de Serena encolheram ao ver a porta se abrindo, como se já houvessem visto quem sairia de lá. Sentiu o estômago apertar como se levasse um soco bem ali e sua garganta ficar seca. A mão que segurava a porta tremia e ficava mexendo na maçaneta. Cabelos negros, alto, óculos escuros, terno. Segurava a mala de sua mãe de um lado e mais uma sacola de compras do outro junto com uma pasta.

-Darien... - Serena murmurou, enfim recobrando os sentidos. O primeiro impulso que teve foi de trazer a porta para dentro, impedindo sua entrada, mas a madeira chocou-se contra seu pé atropelando seu dedo e causando uma dor pungente. Sentiu novamente a água inundar-lhe os olhos e não pôde mais conter o grito de dor ao soltar a porta e olhar para baixo, já chorando.

-O que você fez agora? – Ikuko viera de pronto e logo imaginou o que ocorrera. – Como posso ter uma filha tão desastrada, Chiba-kun? Pode levar as compras até a cozinha enquanto dou-lhe um sermão?

-Ah, claro... – Darien ainda olhou mais um pouco para o pé da outra antes de obedecer.

-O que ele faz aqui? – Serena falou o mais baixo possível, ainda querendo chorar mais, pois a dor parecia aumentar.

-Como eu disse, peguei uma carona com ele. Não se preocupe, foi Chiba-kun quem ofereceu!

-Mãe, sabe que terminamos. Você fez isso de propósito.

-Na verdade, eu o fiz. – Darien retornara e ainda parecia um pouco assustado com o acidente recém-ocorrido, mas tinha algum tipo de determinação no rosto.

-Ficou esperando minha mãe no cemitério, onde nem eu sabia que ela iria?

-Claro. Que não. – Sorriu sem jeito, tentando melhorar o clima.

-Por que não conversam com mais calma, sentadinhos enquanto faço um bolo? Hein? Um bolo da mamãe como nos velhos tempos!

  Ikuko piscou para a filha como que confirmando a teoria de que ela também conspirara para obrigar que enfim Serena ouvisse o que o ex-namorado tinha a dizer. Algo que evitara desde o dia em que decidira ser mais fácil considerá-lo um assunto que não poderia ser resolvido do que seu grande amor impossível. Por isso evitara aquela conversa; não era para se acertarem, apenas tornaria tudo mais doloroso ter a certeza de que aquele era um amor de verdade.

  Observou-o sentar e seguiu-o conformada.

-Não consegui descobrir tudo o que Aika fez. Desde que terminamos, eu comecei a investigar, mas sinto que nunca chegarei ao fim.

-Ela não fez muito além de me perturbar, - mentiu.

-Sei que a carta foi feita por ela, alguém do escritório contou-me. Também fiquei sabendo pela Hino-chan que ela te pediu várias vezes que me deixasse e fez várias ameaças.

-Rei?

-Eu a conheço o bastante para tirar as informações que quero; não a culpe.

  Serena assentiu.

-O que não entendo é que, mesmo sem Aika haver de fato te prejudicado, como pôde desistir tão fácil de mim, - continuou ele, a cada palavra causando mais enjôo na outra, - Pensei que fosse mais forte que isso... Você é! Só que parece mais teimosa em não me aceitar de volta do que em lutar por nós dois.

-Sim.

-Acho que mereço ouvir mais que isso.

-Darien, ela foi alguém capaz de te demitir... Digo, não era pra ela ter mentido pra você sobre mim, ou fingido que vocês tinham algum caso primeiro? Nas novelas é assim. Essa mulher foi de cara apelar pro pior! Não quero nem saber qual seria o próximo passo dela.

-Ela não causou minha demissão.

-Pense! A carta não a causou? E ela escreveu aquilo.

-Serena, eu me demiti. Senti que se alguém mandou aquela carta, foi para me prejudicar... E nunca realmente estive satisfeito ali. Acabei usando a carta como uma desculpa e troquei o emprego.

-Quê?

-Eu não te disse isso? Naquele dia? Que o Fujiyoshi-sensei começou a falar para eu ser mais discreto com nosso namoro e tudo e aquilo só me deixou mais bravo porque é minha vida pessoal e eu não sou seu professor. Digo, ali é uma Universidade! O que menos importa é a nota que se tira, portanto, não deveria fazer diferença com que eu, como assistente, namoro ou não. Alguém me quer longe do escritório, um lugar com morais ultrapassadas e duvidáveis... Foi o estopim agora aquele homem resolver mandar em como levo minha vida amorosa. Sabe, deu força pra combater meu medo de ter que começar tudo do zero em outro lugar menos tradicionalista.

-Por isso se demitiu?

-Eu sempre te comentei que não concordo com a ideologia do Fujiyoshi-sensei.

-E a ordem dele de nenhum escritório te contratar?

-Aika que disse isso. É só exagero.

-Sério? – O coração dela começou a sentir-se pesado, com medo de toda a felicidade que queria invadi-lo. Darien não só descobrira por si sobre Aika, como também estava livre para encontrar qualquer outro emprego. – E seu mestrado? Ele é seu orientador...

-Nós não brigamos, Serena. Ele não ficou nada satisfeito, mas foi o melhor que fiz, antes que ficasse velho demais para recomeçar. Sem contar que já estou no fim da tese, nem preciso olhar para a cara dele mais que três ou quatro vezes. E nós dois? Podemos fazer as pazes? Eu não agüento mais ficar longe de você.

-É tão simples assim? Você se demite e está tudo bem?

-Está falando sobre a Aika? Você só vai ter que confiar em mim e prometer não desistir tão rápido de novo.

-Você não vai mais vê-la, né?

-Só na Toudai.

-Mas seu mestrado está no fim...

-Semestre que vem eu voltarei a ser assistente.

-QUÊ?!

-É só um detalhe; a gente se esbarra algumas vezes, mas tá tudo certo.

-Mas assistente de quem?

-Masafumi Takahashi, o professor dos seus calouros. E meu novo chefe.

-Fala sério... Se a gente terminar ainda vou ter que te agüentar pelos corredores?

-É o destino! Eu nunca imaginaria que Takahashi-sensei sairia de licença. A última turma que ele terminou foi uma logo depois da minha, e olhe que Constitucional só vai até o quarto período. Nisso, ele entrou de licença e só volta agora... Mas vai ser interessante se ele e o Fujiyoshi-sensei se encontrarem; são inimigos mortais. Já imaginou uma reunião de departamento com os dois juntos? Tô torcendo pra ser convidado pra uma.

  Ikuko apareceu antes que Serena pudesse perguntar como Darien conseguiu ser contratado praticamente nas mesmas condições do emprego anterior. Ficou observando em silêncio a conversa dos dois, admirada com o namorado. Logo, percebeu que uma coisa ainda não encaixava.

-Por que estava no cemitério? – perguntou a ele.

-Ele estava visitando o túmulo do seu pai. – Ikuko sorriu.

-Você não o conheceu!

-Virou meio que um hábito ir até lá desde que você se foi porque me senti culpado já que não fui ao funeral. Digo, no início, depois passei a ir bem esporadicamente... Até que só passei a ir uma vez ao ano, mais na esperança de te encontrar lá do que para visitá-lo.

-Por isso eu já o conhecia, de tanto encontrá-lo no cemitério, - falou sua mãe, saboreando o chá.

  Serena contemplou os dois imaginando por que um nunca realmente havia falado do outro e passou a imaginar se de alguma forma sua mãe teria previsto que no momento em que mencionasse Darien a jovem esqueceria toda sua determinação em passar para Toudai e iria correndo para Tóquio reencontrá-lo.

-Eu também conversei um pouco com seu pai algumas vezes. Em vida, quero dizer, - disse o rapaz para a surpresa de Serena, - Foi durante o estágio que eu o encontrei no fórum enquanto comprávamos café de uma máquina. Eu já o conhecia de vista, então eu o cumprimentei e me apresentei... Acabei dando a ele a idéia de que com algum estudo você também poderia fazer Direito na Toudai. Algumas vezes ele me ligou e lanchamos juntos no centro, enquanto tentava me convencer a ser seu tutor.

-E por que não aceitou?

-Bem, eu já gostava de você, então seria estranho. Por isso indiquei um conhecido meu que já tinha feito alguém passar no vestibular.

-Sim, meu marido ia apresentá-lo à Serena no dia em que sofreu o acidente.

-É, esse colega meu ficou arrasado.

  A loira ficou ali novamente observando a conversa dos dois e imaginando o quanto sua vida e a de Darien ainda estariam conectadas. Sempre se encontraram a cada esquina, mesmo seu pai queria fazê-lo seu tutor e no final ele fora de alguma forma um professor para ela. Por mais que amasse o rapaz, até então ficara um pouco em dúvida sempre que pensara em seu pai, mas no momento uma luz acendeu em sua cabeça.

-Mãe, era pro Darien ser meu tutor! - gritou eufórica com a percepção.

-Ele já disse isso antes.

-Meu pai ficou por muito tempo te convencendo? - perguntou voltando-se para o moço, que assentiu estranhando toda aquela excitação, - Será possível...?

-Filha, acha que seu pai armou tudo isso para-

-Sim! Ele queria me casar com o Darien! Você conhece meu pai; eu sempre achei estranho ele considerar possível que eu fosse pra Toudai.

  O moreno continuava seguindo a conversa com os olhos, implorando por uma explicação melhor que aquela dada em códigos entre as duas.

-Darien, é simples! - Serena sorriu-lhe vitoriosa. - Meu pai estava me arrumando um marido sem que ninguém soubesse. Poxa, um tutor por três anos!? E eu ir pra Toudai!? Ninguém realmente faz essas coisas.

-Você foi pra Toudai. E sem um tutor.

-Sim, mas só porque ele faleceu... Eu nunca teria levado estudo algum a sério e ele sabia disso tudo.

-Mas eu não ia ser seu tutor, Serena.

-Pois é, no fim ele deve ter decidido contratar outro pra não ficar mal contigo. Só que ele provavelmente tinha um "plano b". Ou achou que o seu amigo também seria um bom marido.

-Sei que você melhorou muito e está mais dedicada nos estudos. Tem ótimas notas! Mas continua fantasiando como sempre. Isso não faz sentido algum... - falou ele, voltando a tomar o chá preparado por Ikuko.

  A loira, entretanto, não se deixou abalar e sorriu para si. Olhando para sua própria xícara tentou imaginar o rosto refletido de seu pai ali, agradecendo por tudo. Teria realmente sido muito mais fácil se Darien tivesse sido seu professor anos antes. E agora ela podia ficar aliviada, pois no fim era aquele o caminho que seu pai lhe escolhera, o do amor com Darien e não o que ela imaginara ser, lavando todo o seu real ser do peito e tentando tornar-se aquilo que nunca desejara de fato. Era um real alívio.

-Você ainda está com essa idéia maluca, né? - O rapaz olhava firme, um pouco bravo.

-Ignore, Chiba-kun - Ikuko levantou-se, recolhendo o que sobrara do lanche, mas, ao mesmo, piscou para Serena, como se lhe dissesse para deixar para lá. - É o jeito dela. Depois desses anos todos, tenho certeza de que não a quero de nenhum outro.

-Acho que tem razão, - Darien respondeu corado, enquanto acompanhava a mulher de costas ir até a cozinha.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

  Os três estavam em um parque, já prontos para o encontro duplo enquanto esperava a última pessoa aparecer. Tinha mais uma semana de folga até o próximo período começar e Darien mal terminara sua tese, mas já a apresentaria em quinze dias, por isso o encontro viera a calhar.

  Shouta olhou para todos os lados e para o relógio, cujos ponteiros eram de alguma menina de anime, então, suspirou. Pelo jeito, ele era o que normalmente chegava atrasado a todos os encontros.

-Achei que ele ficaria mais nervoso em estar com o ex-namorado da garota perfeita, - Serena comentou em segredo com seu próprio encontro.

-Mas é realmente horrível. Ela terminou nosso namoro pra ficar com ele...

-Darien!

-Desculpa, não posso deixar de pensar assim.

-De início eu os achava um amor que não deu certo, mas agora tenho certeza de que são é um assunto mal-resolvido. Dois orgulhosos.

-O que está implicando?

-Deixa, melhor pra mim.

-Eu não te trocaria pela Hino-chan. Se bem que ela está mais atrasada que você, considero isso um charme.

-Cala a boca.

  Então os três ouviram a moça chegando, tentando correr em seu salto. Usava uma blusa lisa bege e uma calça social, seus cabelos estavam presos em um coque bem caprichado.

-Por que está com essas roupas? É cosplay? - Shouta perguntou, logo levando um soco na cabeça. - Mas é tão moeeee!

-Eu tive que ir ao escritório apesar de ter pedido o dia de folga...

-Vá se acostumando com o estágio, - disse Darien, rindo.

-E o seu trabalho que nunca parece existir?

-Digamos que quem troca o Fujiyoshi e evoluiu para o Takahashi tem mais privilégios, interessada?

-Não, eu amo meu estágio divertido de assistente da Aika Inoue-senpai! Fiz questão de pedir para escolhê-la quando me informaram que eu passara na entrevista do escritório.

  Serena começou a rir. Ainda que tentasse conter-se, era impossível não imaginar a expressão de Aika quando soube que a garota que mais atrapalhava suas aulas passaria a trabalhar com ela, logo após, graças à própria Rei, Fujiyoshi decidir que não fora uma boa idéia pô-la para substituir Darien.

-E eu que podia jurar que Hino-chan desistira daquele escritório... - continuou Darien.

-Digamos que encontrei um motivo ainda maior que todo o glamour que esse escritório transmite.

-Podemos não falar de Direito? - interrompeu Shouta, com a expressão fechada, - Hoje é nosso encontro duplo!

-Ah, logo agora que ia contar à Serena sobre a data de petição que a Inoue-senpai perdeu!- Rei disse, rindo-se.

-Séeerio? Justo ela?

-Essa deve ser a primeira vez... - comentou Darien, começando a seguir Shouta pelo caminho.

-Sim, de alguma forma, enquanto ela ia ao banheiro, a data sumiu dos compromissos do notebook dela. Muito trágico, - Rei explicou, num tom que apenas Serena pudesse ouvir, - Só hoje, uma semana depois ela foi perceber. Por isso me atrasei, o Misaki-san estava uma fera! Devia ser importante e ela só soube da petição porque eu percebi que tinha algo faltando.

-Parece uma maldade... Mas você podia ter feito melhor.

-E fiz. Pedi a um senpai da faculdade para escrever a petição e pedi que alguém mais do escritório a assinasse porque Aika-senpai teria saído mais cedo e eu não tinha tempo de encontrá-la antes de perdermos o prazo. Não é minha obra-prima, mas eu vou melhorando!

-Que lindo!

-Vocês duas podem não fofocar e entrar mais no espírito? – Shouta gritou mais a frente.

  A loira olhou para Darien que lhe sorria de volta e foi correndo em sua direção, não percebendo a falha que havia no calçamento e acabou por tropeça lá quase batendo com o rosto no chão. Fora salva pelo rapaz que a segurara e a pusera de volta em pé, apesar de seus olhos já estarem molhados prontos para a dor que sentiria.

-Nem adianta se acidentar por aí, - Darien disse, olhando paciente se ela de fato estava bem, - Nós definitivamente vamos ao museu depois desta convenção de animes que o Nobuchi-kun escolheu.

-Seu malvado, eu não caí de propósito.

-Sei, mas nem tenha a idéia.

  A loira emburrou a cara, mas logo os dois caíram na gargalhada e seguiram até o salão onde a convenção estava sendo realizada.

Fim!

Anita, 23/02/2008


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Notas finais do capítulo

Notas da Autora:



Terminaaaada! Não tenho mais o que dizer, acabou! E acabou bem, né? Ótimo. Agora vamos pra próxima porque a vida é curta e eu não quero começar a citar Morning Musume aqui XDD



Para mais fics visitem meu site http://olhoazul.here.ws e comente-as!! anita_fiction@yahoo.com



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