Quando acordei, tive a sensação que dormira muito. Abri os olhos lentamente e olhei para o espaço que se situava entre o meu braço e o meu corpo. Mel ainda aí estava. Dormia. Transmitia pacificidade e calma. Tranquilidade. Entre isto tudo não reparei que estava sozinha no quarto. Onde terá ido o Jasper? Se calhar foi tomar o pequeno-almoço.

Fechei os olhos outra vez para descansar mais um bocado. O parto tinha-me deixado extremamente cansada.

Quando voltei a acordar já não tinha a Mel deitada ao pé de mim. Olhei à minha volta. Estava nos braços da Bella.

- Bom dia! – Disse eu.

- Alice, bom dia não. Boa tarde. É uma da tarde Alice. – Disse o Edward.

- Ok… Dormi assim tanto?                               

- Yap, dorminhoca! – Disse o Jasper vindo me dar um beijo.

Quando Mel ouviu a minha voz desatou a chorar para protestar. Como fez ontem à noite com o Jasper.

- Porque é que ela está a chorar? – Perguntou a Bella.

- Quer ir para o colo da Alice! – Exclamou o Jasper. – Ela fez-me o mesmo ontem à noite.

Riram. Bella dirigiu-se a mim, passando-me a Mel. Quando Bella a depositou nos meus braços, ela calou-se.

- LOOL. Estou a ver que não gosta muito de estar ao meu colo. – Disse a Bella no gozo.

- Ela gosta apenas gosta mais do meu. Mas eu também sou mãe dela.

- Eu sei Alice. Estava no gozo!

- A Rose e o Emm? – Perguntei eu. Eles não estavam no quarto!

- Foram almoçar fora. Os dois…Estás a perceber? – Disse o Edward.

- Se estou! E o pai e a mãe?

- Estão no quarto da mãe. Eles já estiveram aqui mas tu estavas a dormir. – Informou-me o Edward.

- Ok.

Ficámos ali a falar até ser hora de alimentar outra vez a Mel. Dei-lhe a mama e ela alimentou-se. Agora, como já estava habituada, não doía tanto como na primeira vez.

Quando acabou, começou a fechar os seus olhinhos. Estava com sono. Passado uns minutos já estava a dormir profundamente.

Ela era tão querida a dormir.

- Jasper. Mete-a na cama, se faz favor. – Pedi-lhe.

- Ok.

- Lice, tens de ir almoçar! – Avisou o Jasper.

Realmente já estava com fome. Mas seria seguro deixar a Mel sozinha?

- Não sei se é seguro deixar a Mel aqui sozinha… - Disse eu.

- Chamamos a mãe e o pai. De certeza que eles não se importam de ficar aqui a tomar conta da sua netinha! – Disse o Edward.

- Pois é. Bem Visto. Quem é que vai lá chama-los?

- Eu vou lá num instante. – Disse o Edward.

Edward saiu do quarto e voltou dentro de minutos com os pais.

- Boa tarde, querida! – Disse a minha mãe.

- Boa tarde mãe. Boa tarde pai! – Disse eu. – Não se importam de ficar com a Mel enquanto vou almoçar?

- Claro que não. – Disseram a minha mãe e o meu pai ao mesmo tempo.

Sorri.

- Ainda bem! Volto rápido. Até já.

Dirigi-me para a cantina do hospital com a Bella, com o Edward e o Jasper.

Comi o mais rápido possível para poder voltar para o pé da Mel.

- Alice come devagar. Ainda de engasgas. – Disse a Bella.

- Ok. – Disse continuando a por comida na boca.

Acabei de comer minutos depois.

- Vamos? – Perguntei eu.

- Ya. – Responderam todos.

Dirigimo-nos para o quarto onde estava instalada.

A minha princesa ainda continuava a dormir profundamente.

- Voltámos! – Anunciei eu aos meus pais.

- Oi! – Disseram eles.

Fui me sentar numa poltrona que estava ao pé do berço da Mel. Desejava tanto ir para casa e pô-la no seu bercinho. Estava farta de estar no hospital! Nunca gostei de estar em hospitais.

- Pai! Quando é que me posso ir embora? – Perguntei eu.

- Não sei, tens de perguntar ao teu médico.

Fiquei no hospital mais uns 3 dias e depois já pude ir para casa com a minha filha. Ela era tão calma. Ela chorava muito poucas vezes. Quando olhava para nós fixamente parecia que nos perdíamos naquele verde, lindo que eram os olhos dela. Tinha as minhas feições e a cor do meu cabelo.

Quando chegámos a casa, depositámo-la no seu berço que neste momento estava no meu quarto pois ela ainda era muito pequenina. Mas daqui a uns meses já íamos por o berço no quarto dela.

O quarto dela era lindo. Estava pintado em tons de verdes. O berço era branco e a mesa de mudar as fraldas era a condizer. Tinha uma zona com peluches e depois tinha umas daquelas mantas para por no chão para ela brincar. Já tinha algumas fotos dela, que a minha mãe tirou na maternidade e depois as emoldurou e as pôs no meu quarto mas tínhamos tirar mais. 

Tinha um armário branco e verde com as roupinhas que eu lhe tinha comprado. As cortinas também eram em tons de verde e branco.

Um ano passou-se rapidamente. Hoje era o seu aniversário. A Mel já dizia “mamã e papá”. Era das únicas palavras que ela ainda dizia. Começou a falar há pouco tempo. Já dava uns passinhos mas acabava sempre por cair de rabo! Era muito giro vê-la andar. Ela era um pouco baixa para a sua idade, sabe-se lá a quem ela saiu! Os seus cachos pretos caiam-lhe pelos ombros.

Hoje iramos-lhe fazer uma festa de anos. Mas iam apenas as pessoas mais próximas. Os meus pais, os meus irmãos, a Bella, a Rose, o Jasper e eu. Não queríamos muita confusão.

Ela já dormia no seu quarto. Eram dez da manhã fui acorda-la para lhe dar banho e prepara-la para a festa. A minha mãe, a Bella e a Rose já estavam a fazer a decoração e os doces para a festa.

Entrei no quarto dela, ela ainda estava a dormir. Fui abrir as cortinas em primeiro lugar para ver se ela acordava sozinha com a claridade. Ela não acordou. Era um pouco dorminhoca!

- Amor! Acorda. – Disse-lhe baixinho, dando-lhe um beijo na testa. Ela abriu os seus olhinhos muito lentamente. Piscou várias vezes e depois olhou para mim. Apareceu-lhe um sorriso maravilhoso.

- Mamã! – Exclamou com a sua voz angelical.

- Bom dia, meu amor. Dormiste bem? – Ela afirmou com a cabeça. – Parabéns! – Exclamei. – Ela olhou-me com os seus olhinhos confusos. – Sim, hoje fazes um aninho. – Ela pareceu que me percebeu. – Agora temos de ir tomar banho ok? – Ela afirmou com a cabeça.

Peguei nela e levei-a para a casa de banho que estava no quarto dela. Comecei a ligar a água para encher um pouco a banheira e depois comecei a despi-la. Depois enfiei-a na banheira. Dei-lhe banho, lavando bem o seu cabelo e o seu corpo. Quando acabei, enrolei-a numa toalha e enxuguei-a. Depois dirigi-me para o quarto para a vestir. Ia-lhe vestir um vestido verde, com um casaquinho branco, uns collants brancos e uma sabrinas verdes. Depois fui pentear-lhe o cabelo. O cabelo dela era um pouco difícil de pentear visto que ela tinha caracóis como o Jasper. Quando consegui desembaraçar o cabelo dela todo pus-lhe um gancho em forma de laço. Estava linda.

Depois de arrumar a casa de banho, desci com ela para irmos tomar o pequeno-almoço pois nenhuma de nós ainda tomou o pequeno-almoço.

Chegámos lá a baixo e deram todos os parabéns à Mel. Depois fomos comer. Ela bebeu uma caneca de leite e comeu duas bolachas Maria. Eu bebi leite e comi uma torrada.

Quando acabamos de comer, fomos as duas para a sala. Lá na sala ela esteve a brincar com a Rose e a Bella e eu estive a ajudar a minha mãe a pôr as comidas e as bebidas em cima das mesas. Ainda não tinha visto nenhum dos rapazes.

- Mãe, onde estão os rapazes? – Perguntei.

- Foram buscar umas coisas que eu me esqueci de comprar. Já devem estar a chegar.

- Ok.

Depois da minha mãe acabar de arrumar as coisas foi mimar a neta. Não havia um dia que ela não mimasse a Mel. A minha mãe adorava a Mel e a Mel adorava a avó.

A minha mãe foi em direcção a ela e quando a Mel percebeu que a avó vinha aí, olhou para ela com o seu maravilhoso sorriso e disse:

- Vó! – E apontou para ela. Ficamos todos a olhar para a Mel. Ela tinha dito uma nova palavra

- O que é que disseste Mel? – Perguntou a minha mãe docemente.

- Vó! – Repetiu ela, apontando novamente para ela.

- Sim é a avó. – Disse a minha mãe indo pegar-lhe ao colo. A minha mãe era uma avó babada.

Passados uns minutos os rapazes chegaram. Hoje o meu pai tinha tirado o dia de folga porque eram os anos da Mel. Quando o Jasper entrou para a sala a Mel gritou:

- Papá!

- Oi, meu doce. Parabéns. – Disse ele dando-lhe um beijo na testa. Os meus irmãos e o meu pai também lhe deram os parabéns. Quando eles arrumaram as coisas que trouxeram na cozinha fomos todos almoçar. Quando acabamos de almoçar fomos todos dar uma volta e depois viemos festejar para casa. A Mel recebeu muitos presentes. Entre peluches (que ela adorava), roupas, livros para crianças…

Ela adorou todos os presentes. Eram quase dez horas ela adormeceu nos meus braços. Devia estar cansada, não tinha dormido a sesta, de tarde. Levei-a para a cima e depositei-a no seu berço. Ela ficou ali a dormir pacificamente. Voltei para baixo. Continuamos a festejar mas não com muito barulho para não acordar a Mel. Era meia-noite e fomos todos dormir. Dormiram todos em minha casa. Dormi enroscada no Jasper. No dia a seguir acordei com o choro da Mel. Deviam ser horas de ela comer. Fui até ao quarto dela e quando ela me viu parou de chorar. Peguei nela e desci sem fazer barulho. Ainda estava tudo a dormir. Dei-lhe de comer e depois fui brincar com ela para a sala.

Passado umas horas foram acordando. O Jasper teve que ir pois a sua avó fazia anos hoje. O meu pai ia trabalhar de tarde, a minha mãe também. O Edward ia sair com a Bella e o mesmo acontecia com o Emmet e a Rose.

Depois de dar o almoço à Mel e de ter almoçado, fui vesti-la e fui passear com ela para o parque de Forks. Íamos apanhar um pouco de ar livre.

Estávamos a dar uma volta a pé, ela lá de vez em quando caia de rabo mas eu levantava-a ou punha-a ao colo um bocado. O parque estava praticamente vazio. Havia lá uma ou duas pessoas. Fomos para um sítio onde não estava lá ninguém para ficarmos mais à vontade. Falava para ela e ela olhava-me com os seus olhos sábios.

Passado um bocado passou alguém por trás de mim, não dei grande importância. Depois essa pessoa pôs-se à minha frente e ficou a olhar para mim. Senti-me um pouco incomodada. Levantei-me para me ir embora mas o homem derrubou-me outra vez contra o banco e puxou a Mel para os seus braços. Eu levantei-me instintivamente e fui-lhe tentar tirar a Mel dos braços dele. A Mel estava apavorada. Os seus olhinhos já estavam a brilhar e lágrimas já lhe escorriam pela face abaixo.

- Dá-ma! – Gritei.

Comecei a bater-lhe mas de repente senti uma dor muito forte nas minhas costas. Pus a dor de lado para conseguir tirar a Mel mas outra pessoa que eu não conseguia ver puxava-me para não conseguir. A Mel agora berrava cheia de medo. Eu não consegui resistir mais à dor e cedi. Caí para o chão. Depois só conseguia ver escuridão. Fiquei ali… Sentia-me culpada por não ter conseguido feito nada para não levarem a Mel. Se alguma coisa lhe acontecesse nunca mais me ia perdoar. Já não sentia nada, a dor era tão grande mas ainda estava inconsciente. Consegui ouvir passos de pessoas, tentei chama-las mas a voz não me saiu. Os passos estavam cada vez mais perto até que ouvi uma pessoa a exclamar para a outra.

- Chama o 112!

Depois ouvi alguém a falar ao telefone. Calculei que estivesse a falar com o 112. Comecei a sentir pressão de onde a dor vinha. Era outra pessoa a estancar-me o sangue.

Passado muito pouco tempo, percebi que vieram os paramédicos. Eles puseram um penso na frida e depois transportaram-me de maca para o hospital.