Crônicas de Uma Depressão escrita por Lady May


Capítulo 1
Capítulo 1




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         A morte... o que é a morte se comparada à tristeza que sentia naquele momento? Não suportava aquela dor crescente em seu peito, aquele ódio que corroia seu corpo em busca de vingança.

          Mas do que se vingaria? Do desejo egoista de pessoas que não estavam preocupados com o sofrimento alheio? De ideias falsos de liberdade? Não tinha forças... aquela doença de ódio e conformismo consumia a todos, apenas uma pessoa não fora infecta e via, dia após dia, amigos, família e amores definhando pouco a pouco levando junto sua sanidade e esperança.
         
          Não aguentava o olhar de pena das pessoas dizendo-lhe que fora inevitável, que estavam num lugar melhor e que a morte era uma coisa da vida... MENTIRA!!! Não se vive a morte, então como pode ser uma coisa da vida?  

        Os mortos não entendem o processo pelo qual passaram, apenas quem fica rodeado de saudade, tristeza e talvez culpa é que percebem o que é a morte. E não conseguem explicar. Quem pode culpá-los? Que palavras usarão para expressar essa dor que nunca sumirá do peito?    

        Nunca acreditara em castigo divino, mas como entender o que está acontecendo? que pecados cometera para sofrer tanto assim? Por que a morte não se batia sobre si também? Por que não perecia como todos os outros? Por que não lhe permitiam encontrar a paz?

        Não voltaria mais a sorrir. Estaria sempre só vendo a todos serem enterrados dentro de um caixão lacrado típico de quem não tem o direito de ver a luz pela ultima vez...

       Que mundo triste o destino lhe reservara. Nunca entenderia aquela maldição que lhe impuseram, mas continuaria a viver, já que a própria morte lhe fora negada. 

      FIM...

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Notas finais do capítulo

Essa história eu escrevi um tempo atrás, mas acho que nada caberia melhor neste momento de invasões que não acabam, guerras civis e violência do que essas linhas.

Não somos obrigados a aceitar isso. O mundo só será melhor que quisermos que ele seja, se deixarmos o confornismo de lado.