Contradição escrita por Grimmliz


Capítulo 1
Contradição


Notas iniciais do capítulo

Hello, como vão?
Faz séculos que estou querendo escrever mais um pouco sobre meu segundo otp supremo ♥ Esta ideia acabou surgindo de uma fanart, enquanto fazia uma zoeirinha básica com uma amiga sobre o que estaria rolando na cena. Enfim, espero que gostem!



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O sol começava a se pôr na cidade de Fuyuki, dando espaço para a noite estrelada que despontava no céu. Já passava um pouco do horário que Rin normalmente retornava para casa. A morena não queria admitir, mas estava procrastinando sua volta intencionalmente, já que a relação entre ela e Archer estava um pouco desconfortável, e ficar sob o mesmo teto que ele, embora a mansão fosse consideravelmente grande, era sufocante – e o arqueiro não era alguém a quem conseguisse ignorar facilmente.

O motivo dessa situação era sua decisão em manter o acordo de parceria com Shirou. Não era segredo para ninguém que seu servo e o colega de escola não eram muito simpatizantes um com o outro, o que com frequência gerava conflitos desnecessários, tanto que precisara gastar mais um de seus comandos para manter Archer na linha. Um comando valioso! E isso apenas servia para deixá-la ainda mais irritada. Supõe-se que os Espíritos Heroicos obedeçam seus mestres, certo? Então por que era tão difícil controlá-lo?! Por que precisava evitar tocar no nome de Shirou sempre que discutiam estratégias a fim de impedir que a já conhecida carranca de desgosto de Archer se instalasse em sua face? Com certeza, se houvesse invocado Saber, seus problemas seriam muito menores.

Com esses pensamentos em mente, Rin resolveu mudar seu trajeto e andar pelas avenidas da cidade. O centro estava pouco movimentado, permitindo que observasse as vitrines calmamente, sem o incômodo de se tornar um estorvo no trânsito de pessoas, e foi neste meio tempo que avistou o bolo exposto na confeitaria. Não era muito grande e parecia especialmente saboroso. Decidiu comprá-lo sem pensar duas vezes, já que assim garantiria sua refeição sem precisar recorrer ao servo. Rin também tinha seu orgulho, afinal de contas.

Não demorou muito para que finalmente se encaminhasse para seu destino final. Ainda que soubesse cuidar de si mesma, a Guerra do Graal estava em andamento, e mesmo ela não tinha habilidades suficientes para o caso de um mago resolver confrontá-la com seu servo em um combate real.

A luz da sala principal estava acesa – constatou Rin ao adentrar no quintal. Respirou fundo, preparando-se para mais uma dose de tensão. A maga queria entender os sentimentos do guerreiro. Imaginou-se no lugar dele; se ela fosse a serva e seu mestre pactuasse com um indivíduo que não apresentasse o mesmo potencial que outros, e ainda por cima fosse alguém que ela não aprovasse. Deveria ser paciente, Archer entenderia em algum momento, pois apesar de tudo, era esse o tipo de heroi que ele era.

 Encontrou-o sentado no sofá em sua pose típica – com os braços jogados sobre o encosto, e umas das pernas cruzadas sobre um dos joelhos. Os olhos dele se dirigiram a ela, examinando-a de cima a baixo, quando sentiu sua presença no cômodo. Será que com sua visão formidável Archer conseguia enxergar o fato de ela estar evitando-o? Provavelmente sim, mas ao menos não estava jogando isso contra a cara de Rin.

— Chegou tarde – comentou o arqueiro, desviando o olhar.

Rin ficou levemente surpresa. Archer não fazia questão de puxar assunto quando se encontravam nessa batalha interna.

 Mascarando sua reação, caminhou até a cozinha, pegando um garfo para que pudesse comer, respondendo-o mesmo de longe.

— Parei para comprar algo para comer.

Ao retornar, pousou a caixa com o bolo na mesa de centro, livrando-se do casaco vermelho em seguida, para só então ocupar o outro sofá, contrário ao que Archer estava.

— Não deveria subestimar os demais oponentes, Rin. Sabes que há magos apenas a espera de uma oportunidade para se livrar de seus inimigos – comentou o heroi, em tom casual.

— Não preciso que me lembre disso, Archer. Não é como se eu fosse uma completa inútil.

— Creio que esteja ciente de que não estou diminuindo sua capacidade.

— Sim, sim, eu sei... Tudo bem. Tomarei mais cuidado da próxima vez, além do mais, caso eu estivesse em perigo, poderia invocá-lo com o meu último comando – acrescentou, fazendo questão de alfinetá-lo sobre esta questão.

Archer obviamente percebera a intenção dela, e suspirou, fechando um dos olhos.

— Ainda tocando nesse assunto, Rin?

A morena comeu o primeiro pedaço, mastigando-o lentamente, tomando seu tempo a fim de controlar seu gênio.

— Esse assunto é de grande importância para mim.

— É apenas um comando, você sobreviverá sem ele.

A maga o fuzilou com os olhos cianos, pousando o prato com força excessiva sobre a mesa. A quem ela queria enganar? Paciência não era nem de longe uma de suas virtudes.

— De fato, minha sobrevivência não depende de comandos, mas gostaria de lembrá-lo, que caso você agisse como um verdadeiro servo, eu não teria desperdiçado dois deles em motivos supérfluos. Até onde eu sei, Espíritos Heroicos obedecem seus mestres, e até o momento você só tem me dado trabalho.

Rin estava tão irritada que nem percebeu como sua respiração tornara-se acelerada, e sua voz estridente, sinais frequentemente presentes em suas explosões.

— Rum! – resmungou ela.

Tomando o controle de si novamente, Rin voltou a comer o bolo, desviando o rosto a fim de deletar a presença dele da sala. Mas como dito, Archer não era uma presença ignorável, e não tardou para que se sentisse incomodada com o olhar e silêncio oferecidos por ele. Observando-o de esguelho, não deu o braço a torcer, decidindo provocá-lo.

— O que está olhando Archer? Quer um pouco de bolo também? – questionou-o confiante.

Archer continuou a encará-la, não se sentindo minimamente afetado pelas palavras dela, fazendo um gesto com a mão no próprio rosto, na região da bochecha.

— Você tem bolo no rosto, Rin.

Rin corou levemente, odiando o fato de estar parecendo uma criança na frente do arqueiro, ainda mais depois daquela nova discussão. Não podia comer um simples pedaço de bolo sem se lambuzar e parecer uma idiota? Agindo com toda classe possível, e tratando a situação como se não fosse grande coisa – o que de fato não era –, a morena jogou uma das mechas de cabelo para trás.

— Oh, é mesmo? Então apenas tenho que limp...

Antes que pudesse terminar a frase, Archer já havia coberto a distância entre os dois com sua velocidade notável, envolvido o rosto de Rin com a grande mão acostumada a manejar o arco e espadas, e sua respiração fazia cócegas na bochecha dela, até a língua dele, quente e suave, lhe roçar a pele sensível. Sentindo o rosto esquentar e um estranho arrepio percorrer o corpo, Rin ficou estática, o que só piorou quando Archer simplesmente sussurrou em seu ouvido com seu tom profundo.

— Não precisa, já cuidei disso pra você, mestre.

Archer deslizou os dedos pelo rosto de Rin lentamente, encarando-a com toda força de seu olhar enquanto a libertava se seu toque. Um sorriso presunçoso estampou-se nos lábios dele, quando constatou a tonalidade das bochechas da maga, e principalmente, aquele raro caso de ausência de palavras por parte dela. Despreocupado, permaneceu ao lado de Rin, adotando novamente sua posição padrão.

— Viu só, Rin? Também sei agir como um bom servo e auxiliar nas necessidades de minha mestre.

Completamente constrangida, e furiosa pela ousadia dele, Rin lançou o prato contra Archer, mas tudo que encontrou em seu caminho foi o acento do sofá, já que o heroi desmaterializou-se ao menor sinal de ameaça à limpeza de suas vestes.

A risada do arqueio ecoou pelo cômodo.

— Não esqueça de limpar essa bagunça, Rin. Desta vez a culpa não foi minha.

Rin colocou-se de pé, apontando o dedo para um lado qualquer.

— Archer, seu... seu... Eu deveria usar meu último comando e obrigá-lo a aparecer neste exato momento!

Não houve resposta por parte de Archer, o que só serviu para deixá-la ainda mais inquieta. Desconsiderando a bagunça, saiu pisando firme até o próprio quarto. Só então constatou o quanto seu coração estava acelerado e que seu rosto ardia ainda mais; e que por mais que se negasse a assumir, isso nada tinha a ver com sua raiva do espírito heroico. Batendo a porta, sussurrou, tocando as bochechas ao recostar-se contra ela.

— Eu realmente deveria ter invocado a Saber.


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Notas finais do capítulo

A fanart na qual me inspirei foi esta: http://imgur.com/rY9usuD

Não tenho como dedicar os créditos, pois peguei da minha pasta particular; mas fanartista, seja você quem for, obrigada por criar essa coisa maravilhosa ♥ rs



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