Odds - INTERNATO SALVATORE escrita por Jenniffer


Capítulo 12
Pecado Capital.


Notas iniciais do capítulo

Oie :)
Já chego pedindo aqueles mil perdões pela demora, mas tava empancada com a vida.
Não vou nem me alongar, seguimos com a conclusão do sequestro.
Beijooo pra quem fica



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**Josie **

Não sei o que fazer. Os gritos de Hope toldam meus pensamentos mais fortes, não consigo me concentrar com minha melhor amiga sendo torturada pela minha própria irmã ao meu lado. Sinto as intenções gritantes de todos à minha volta, sinto os ecos de suas emoções me socando uma e outra vez, me acertando sem parar enquanto tudo acontece e eu permaneço imóvel. A magia de Lizzie está interferindo com a magia do meu colar recém-consertado, e sem ele não tenho nenhuma proteção contra os campos energéticos de todos à minha volta. Algumas pessoas acham um suplício ler mentes, porque suas vozes nunca se calam dentro da sua cabeça. Tentem ler emoções, é de enlouquecer o próprio Budda. A maioria das pessoas sequer tem consciência de suas emoções, mas eu consigo sentir cada vibração de cada uma delas, até mesmo antes disso se materializar num pensamento racional.

Lizzie nesse momento está irradiando algo que não reconheço, nunca senti nada assim antes, nem ela, pelo menos não que eu tenha experimentado. É intenso. É emocionante. É frustrante e poderoso. É como se ela estivesse gostando, mas se sentindo culpada por isso. Não consigo definir até que ponto o que sinto é energia dela ou dele, aquele demônio com um sorriso contido no rosto, que guia minha irmã sem palavras pelo calvário a que ela submete Hope enquanto todos nós assistimos. O coven vibra com o sucesso de um plano ridículo. E nós também vibramos, por razões diferentes.

Fecho meus olhos e me concentro. Tento silenciar meus sentidos. Ekko me treinou, eu devo ser capaz de reproduzir essa experiência fora do seu escritório. Começo pelo que me incomoda mais, conjurando um feitiço para me ensurdecer, tentando várias vezes que minha invocação seja mais alta que os gritos de Hope, até que deixo de ouvir sua voz. Me concentro no meu tom interno me guiando através do silencio. Combino minha respiração com as silabas de um novo feitiço invocado apenas no meu pensamento. Consigo silenciar o meu tato. E já não sinto dor, nem incômodo de estar aprisionada. Minha consciência ainda reconhece todo e cada campo enérgico de cada uma das pessoas que nos cerca, mas agora consigo parar para analisá-los.

Lizzie já removeu um véu de magia de Hope. Ela tem três. Não sei qual deles é o primeiro a ser removido, mas suas veias pulsando visivelmente com uma coloração estranha me fazem acreditar que é o véu vampírico. Três camadas combinadas formam a totalidade da magia de Hope. Por conta do seu sangue hibrido é difícil saber qual dos três lhe confere mais suporte e mais força. Sua essência vampírica atinge Lizzie também, que absorve o impacto com uma dificuldade absurda. A magia de Lizzie é o que chamamos de magia adquirida sanguini. Se corre nas suas veias, se está na sua genética ou na dos seus ancestrais, Lizzie consegue sentir e manipular esse poder. Nossos treinos são diferentes porque eu sou uma genesis, manipulo a natureza a minha volta, por isso a sensibilidade energética exacerbada. Eu nunca consegui absorver magia, apenas usa-la temporariamente ou desvia-la. Lizzie consegue, existe uma peculiaridade no poder dela, ela não só é capaz de consumir magia e absorvê-la mas também destruí-la além da existência, bagunçando as leis da física. Enquanto eu me torno parte do que me rodeia, quando uso magia, Lizzie extingue aquilo que drena, se não tiver cuidado. Eu sou uma via de mão dupla. E ela não.  Uma sanguini é basicamente uma vampira de magia. Sendo uma sifão de nascença essa não é a melhor combinação.

Isolando meu foco nela percebo que a essência vampírica removida de Hope ainda paira sobre Lizzie, enquanto Hope se debate e seus olhos começam a demonstrar sua essência lobanil.

Lizzie tem um plano que se torna claro quando percebo um segundo domo de proteção baixar sobre nós. Ela está usando a magia de Hope para nós isolar do resto do grupo enquanto a drena lentamente para desviar a atenção do Chefe, e só quando a doma se fixa sobre nós, ele percebe o que está acontecendo. A pressão exercida sobre mim cai e eu fico livre, ainda isolada no silencio e falta de sensação no corpo, tentando me manter em pé enquanto tento rapidamente recuperar meus sentidos. Os integrantes do coven avançam sobre nós sem sucesso, impedidos pela barreira protetora, e Lizzie finalmente quebra a ligação entre ela e o Chefe. Seu rosto não muda, sua expressão continua cruel. Hope cai ajoelhada no chão respirando com dificuldade mas pensando rápido e colocando sua mão na minha, conjurando um feitiço que nunca pensei que fossemos fazer sem supervisão. A tríplice. Juntas conseguimos canalizar magia e partilhá-la no campo energético de Lizzie que avança a passos largos em direção ao chefe e, sem sequer tocá-lo, ela o esmaga. Literalmente. Seus ossos começam a estourar para fora do corpo e o sangue escorre sem nem chegar a tocar o chão porque evapora rapidamente. É como se ela tivesse desossando o seu corpo enquanto o ferve no ar. O cheiro me deixa nauseada e me arrependo de não ter silenciado esse sentido também, Hope está horrorizada mas segue firme, eu, nem tanto. E em alguns segundos tudo acaba. Minha mãe entra no recinto seguida por Klaus, Hayley e todos os outros, e do lado de fora da doma, cabeças voam, corações são estraçalhados e arrancados do corpo. Eu volto a ouvir, e o primeiro som que ouço são os gritos da minha mãe, implorando para que Lizzie pare, enquanto tudo a nossa volta é sangue e corpos mutilados.

**Caroline**

Lizzie ignora meus gritos suplicantes. Minha menina não devia fazer parte de algo tão cruel. É tudo culpa minha. Choro em desespero vendo aquilo que antes era um corpo saudável agora uma massa de carne estourada se dissipando como uma fumaça.

Quando Hope e Josie baixam sua proteção e consigo chegar até Lizzie a única coisa que resta é um resquício de carne ainda ensanguentada que segue incandescente como um pedaço de carvão até que se dissipa, mesmo depois de Lizzie cair desmaiada em meu braços.

Choro baixinho pela inocência perdida das minhas meninas. A primeira morte você nunca esquece. E essa em particular vai ficar na memória de todos nós, e marcar as três para sempre.

Olho a minha volta e tudo grita morte e dor. Não foi isso que eu planejei para a minha família. Cruzo o olhar com Klaus ignorando todos os outros e em silêncio prometemos que algo assim não voltará a acontecer nunca mais. Custe o que custar. E os limites? Desconheço.

 

Revisão e edição por Drika Landim :)


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