Como te amar a cada estação

Capítulo único

Por Teylla

O amor que floresce a cada dia é o amor mais belo de se sentir.

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Sabe quando você encontra aquela pessoa que te faz subir nas nuvens e que você se encanta cada vez que a conhece mais? Aceitando até seus defeitos por que aprendeu a lidar com eles? Aquela sensação de que a cada estação do ano você a ama mais e mais?

Natsu estava com um casaco de capuz quadriculado, uma jaqueta preta por cima com uma calça da mesma cor e seu famoso cachecol branco, estava especialmente frio naquele dia, obviamente, estavam em transição para o inverno e isso já dava para ser notado pela tonalidade amarelada das folhas que caiam no chão e a queda repentina da temperatura, levou as duas mãos à frente da boca, soprando em uma tentativa de se aquecer.

Olhou para o céu e sorriu, iria se encontrar com sua futura quase namorada, não sabia se iria ser aceito por ela.

O Dragneel a conheceu no verão, a observou no outono, gostou dela no inverno e amou na primavera, isso já tinha dois anos.

Estava ansiosa para o encontro, não podia negar, apesar de se verem quase sempre por fazerem Direito, hoje era diferente, hoje não tinham aula, não tinham olhares curiosos sobre eles e muito menos a pressão dos professores.

Queria dizer tudo que sentia para ver se aquele sentimento parava de sufocá-lo, queria se sentir livre.

Sentiu seu celular vibrar e sentiu um arrepio percorrer seu corpo, no visor estava “Minha Lucy”, tremeu um pouco e atendeu.

— Alô — disse.

— Alô, Natsu? — ao ouvir ela chamar seu nome, sentiu seu coração acelerar.

— Sim, o que houve Lucy? — perguntou preocupado.

— Irei me atrasar um pouco, tudo bem? Houve um problema aqui e… — ele percebeu a voz desesperada dela e a interrompeu.

— Tudo bem, não tem problema, pode resolver, estarei te esperando — disse.

— Não tem problema? — indagou preocupada.

— Não, posso esperar — respondeu.

— Tudo bem, farei de tudo para chegar logo, beijos, tchau — disse com pressa.

— Tchau — Desligou a ligação.

Natsu sabia que ela estava enfrentando uma situação desesperadora em casa, a situação com seu pai e a empresa do mesmo estava deixando-a louca, não estava sendo nada fácil e bom, ele entendia tudo isso.

Guardou o celular no bolso e continuou a andar até o lugar marcado, iria se encontrar com ela no parque, onde se viram pela primeira vez, ele nunca esqueceu o olhar castanho e penetrante da loira, sorriu ao se lembrar, ela parecia perdida.

Ao chegar, encostou-se na árvore e observou o lago, onde crianças brincavam de um lado para o outro, pareciam estar se divertindo bastante, os pais sentados nos bancos rindo, era uma visão admirável de se ter.

Olhou para o céu e observou que estava escurecendo, decidiu sentar apoiando suas costas na árvore e ao observar aos poucos as pessoas saírem, ficou um pouco sonolento e adormeceu ali mesmo.

Seu celular vibrou, mas ele não conseguia senti-lo e nem despertar.

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Lucy corria pelas ruas desesperada, ligava em vão para o Natsu que não atendia, isso só aumentou seu desespero, era estranho o mesmo não atender, já que bastante um toque para ele atender.

Tinha recebido uma notícia que foi um baque em sua vida, mas não queria desistir de hoje, não quando sentia que algo bom poderia ocorrer, afinal, tudo que vinha do Natsu era bom, ele a deixava sempre feliz, sempre ria com o mesmo.

Avistou o parque e entrou, olhando por todo o canto para ver se via seu cabelo rosa ou algo que pudesse identificá-lo, parou perto do lago e apoiou suas duas mãos no joelho, respirando fundo enquanto olhava de um lado para o outro, viu uma árvore grande e alguém sentado encostando na mesma.

Sorriu assim que viu quem era, só podia estar dormindo, mas estava tão lindo assim.

Aproximou-se, agachando-se e tocou levemente seu rosto, chamando-o.

— Natsu… — chamou uma vez, mas nenhum sinal.

Ele abriu os olhos lentamente.

— …Tsu — quando os abriu avistou a loira com o rosto perto da sua, estava realmente linda, como sempre, ela colocou uma mecha atrás do cabelo. — Pelo visto acordou, huh?

Ele consertou-se e passou as duas mãos na cara.

— Desculpa… — Passou a mão no cabelo. — Acho que dormi, né? — Riu e logo a mesma riu também.

— Não é uma novidade para mim, mas fiquei preocupada — Tocou levemente o nariz dele.

Ele levantou e a pegou pela mão, levantando-a.

— Não precisava se preocupar, sabe que sou bem forte — brincou.

— É, sei bem como você é forte — disse.

Os dois pararam um pouco para se encarar ao sentir as folhas caírem lentamente sobre ambos, o vento balançava os cabelos dos dois.

— Lucy… — Natsu iniciou, tremendo de nervoso, não conseguia se manter firme, Lucy também estava bem nervosa.

— Hm? — questionou, cada vez que ela ouvia ele chamar seu nome, seu coração acelerava de uma forma única. — O que houve?

— Eu… gosto de você — disparou de uma vez, não queria perder tempo e não queria se arrepender depois de não ter dito, Lucy tinha vários pretendentes na faculdade, até pessoas que não faziam o mesmo curso que ambos davam em cima dela, mas o que fazer? Ela era linda e era popular, como ele também era.

Lucy ficou vermelha, ia dizer algo mas Natsu a interrompeu.

— Eu… queria dizer isso, eu precisava dizer isso, eu gosto de você desde que nos conhecemos e a cada estação que se passava, eu te amava mais, não pela sua beleza ou coisa assim, mas por quem você é, com seus defeitos insuportáveis que você sabe que tem — ela não pode deixar de rir. —, mas mesmo assim, eu amo você — concluiu. — Eu prometo que te amarei a cada estação, prometo que te farei rir sempre que necessário e cuidarei de você… você aceitar namorar comigo, Lushi? — ele mordiscou o lábio inferior para tentar parar com seu nervosismo, a chamou pelo apelido que ela odiava ser chamada, afinal, quando a conheceu ele chamou ela assim, e digamos que ela odiou.

O coração dele parecia que ia sair pela boca, ainda mais com sua demora em responder.

Lucy respirou fundo e Natsu achou que seria recusado, ela piscou várias vezes, parecia que não acreditava no que acabou de ouvir, mas logo deu um sorriso amável e seus olhos brilharam, como se sentisse o mesmo.

— Apesar de odiar se chamada de Lushi e de você ser insuportável e uma pessoa difícil de lidar, eu aceito — disse feliz e o abraçou. — E eu prometo, Natsu, irei te amar a cada estação, como já fazia antigamente.

Natsu não pôde nem ter uma reação, pois a loira já havia ficado na ponta do pé, com os braços em seu pescoço, o envolvendo em um beijo apaixonado, ele arregalou os olhos na hora, mas logo os fechou, se entregando ao beijo, puxou-a pela cintura, para senti-la mais e só conseguia pensar, “como eu amo essa mulher”.

E foi por ela ser assim que ele aprendeu a amá-la a cada estação que se passava, Lucy era uma caixa de surpresas, nunca sabia o que ela poderia fazer ou dizer, por isso tinha medo de se declarar, ela era 8 ou 80, podia dizer um sim, mas também podia dizer um não, ele não tinha certeza de nada quando as coisas envolviam Lucy Heartfilia, aliás, ninguém tinha.

O beijo foi parando e ela o encarou com um sorriso encantado, o coração parecendo que ia sair pela boca, mas queria fazer isso, ela queria muito fazer isso e assim fez, não se arrependia de nada.

— Eu amo você, Natsu Dragneel — disse sem pensar duas vezes.

— Eu também amo você, Lucy Heartfilia — respondeu, a beijando novamente.