Companheiros de Sangue escrita por SherlockAPT


Capítulo 2
CAPÍTULO 1- O John do Mercado




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CAPÍTULO 2- O JOHN DO MERCADO

(Los Angeles, California, 19:54h, Avenida Steeling Wood)

 

Elliot corria em direção ao mercadinho no qual Richard o dissera. Desviava dos carros com a maior facilidade com seu corpo esguio e ágil. Mesmo correndo, Elliot percebera que a avenida é uma droga para atravessar enquanto congestionada. ''Malditos faróis altos, estão parados faz mais de 30 minutos. Como podem deixar o farol tão alto assim parados?''. Perto da margem da avenida, um carro com o farol desligado não fora avistado por ele. E, ironicamente, esse carro o atrapalhou  por estar com o farol apagado. Ao passar na frente do mesmo, ele enroscara o seu jeans no pequeno arame da placa. Foi tudo muito rápido, mas o suficiente para que o arame rasgasse seu jeans, próximo ao joelho, e fizesse um corte.

—Aaaarhg-(geme Elliot, guardando seus palavrões e continuando a correr para à margem da avenida)

O mercado ficava entre um terreno baldio com ervas daninhas próximas as extremidades dos muros que à cercava. Ao lado esquerdo, ficava uma igreja com uma aparência grotesca até mesmo para um vampiro jovem torcer o nariz, mesmo que não exista vampiros religiosos. Era trivial imaginar que aquela igreja tinha sido abandonada de quem a gestava há muito tempo. Havia pichações de possíveis gangues da cidade. Talvez eles fizessem isso pra marcar território, ou talvez não. A fachada azulada agora era acinzentada, perfeita para a nitidez das pichações pretas.

Com certeza o mercadinho era a única coisa perto daquela região da avenida que se destacava, já que existiam diversas lâmpadas de cores variadas em volta de um letreiro meio vagabundo escrito' JOHN'S SHOP'. Sendo horrível ou bonito, aquilo chamava a atenção de qualquer um. Diferente de um clube de Strip logo ao fim da avenida, com a fachada rosa-choque e os letreiros amarelos neon dizendo: 'BUTT'S BUY OR BYE'.

Elliot, agora diminuindo a velocidade de seus passos, entra no pequeno mercado e seus olhos já se deliciaram com a diversidade de sorvetes e bebidas à sua direita dentro das geladeiras com vidros enormes, e transparentes o suficiente para visualizar as marcas de longe. Já à sua direita, havia uma variedade de salgados, bolachas, cereais e doces no final da prateleira. Os doces vermelhos chamavam muito sua atenção.

Uma coisa vermelha que chamou a atenção do vendedor atrás do balcão logo á frente, era o pouco de sangue que escorria na perna direita de Elliot, descendo para seu tênis preto fosco.

—Ei...g-garoto(gagueja rapidamente o vendedor na dúvida do que falar) Você tem sangue escorrendo ai na sua perna(acrescenta ele, enquanto apontava para o corte de Elliot

—Ah, nossa...(ele visualiza ao erguer um pouco a calça pra longe da ferida)

—Não se preocupa, a minha filha está no banheiro limpando a pia. Eu irei chamá-la pra ajudá-lo a limpar

—Não, olha... Eu não posso demor-

—Susan!!! Venha aqui já, tem um rapaz que tem um corte na perna. Pegue a maleta de pequenos socorros(grita o senhor por trás do balcão, que parecia ter aparentemente uns 40 e poucos anos)

O banheiro, que ficara ao lado esquerdo atrás do balcão, teve sua luz apagada e uma mulher de cabelos longos e escuros se materializa ao sair do escuro. Os cabelos balançavam por cima dos ombros e era como se estivesse tudo em câmera lenta para Elliot. Nesse tempo, ele também observara o lindo corpo da moça. Era escultural para ele. Ela vestira um salto médio marrom escuro, uma shortinho jeans e uma blusa vermelha clara. ''É de longe, a mulher mais linda dessa avenida... com certeza''

A moça deu a volta pela direita do balcão e correu em direção ao Elliot, ainda próximo á entrada. Ela, sem convite nenhum a intimidade de toques, o agarra pela mão e o leva próximo das geladeiras, à direita do mercadinho

—Gente, calma. Não foi nada demais, eu só estava-

A frase de Elliot é interrompida pela curiosidade de continuar apreciando a beleza de Susan, que começara a abrir a maleta vermelha ao seu lado, agachada no chão agora.

—Pai, pode guardar os baldes que deixei no banheiro?(indaga Susan, enquanto desenrolara uma pequena atadura para cortes)

—Claro, filha(concorda o senhor, enquanto fechava uma das gavetas logo atrás do balcão e indo para o banheiro)

Susan agora levantara um pouco seu corpo para poder enrolar a atadura em volta da perna de Elliot. Os olhos do rapaz pareciam ter vida própria. Era sempre uma olhada ao final das costas de Susan, e depois uma desviada de olhar para as bebidas na geladeira ao seu lado. O ar da refrigeração batia contra a parede atrás das geladeiras e abraçavam lentamente as pernas de Elliot, se intensificando cada vez mais. Até que, finalmente, ele pôde ver a cor da calcinha dela. Era rosa. Mas Elliot desviara o olhar para longe da bunda dela; ''eu decidi que não iria mais ser assim...''. Mas a pior sensação que sentiria ali naquele mercado deu início ao olhar para a jugular da jovem senhorita. Os cabelos escuros não escondiam mais seu lindo pescoço reluzente e oleoso. A luz incandescente logo acima deve ter auxiliado o pescoço dela ficar mais reluzente.

Susan esticara, rapidamente e levemente, seu pescoço para dar o nó da atadura por trás do joelho de Elliot. Isso fez com que sua veia da jugular ganhasse contorno e quase saltasse pra fora da pele na visão de Elliot. E aquilo era o ápice para ele.

O senhor acabara de sair do banheiro com dois baldes em cada mão. Havia pequenos esfregões,uma vassoura e alguns vidros de detergente. O senhor andou com os baldes para perto do balcão e os colocou em cima dele enquanto desviara seu olhar para sua filha Susan cuidando do rapaz cortado. A cena o assustou por completo. O que ele vira era a filha agachada terminando, com dificuldade, o nó na atadura por trás do joelho e o rapaz com a língua pra fora, balançando-a como um chacoalho na mão de criança.

Parecia um cachorro enorme com muita sede esperando seu dono pôr água no seu pote. Era a cena mais improvável e bizarra que o senhor tinha visto naquele mercado. A língua parecia ficar mais rápida, enquanto o rapaz olhava fixamente para a jugular de sua filha. A cabeça do rapaz cortado abaixava-se aos poucos e lentamente em direção ao pescoço de Susan. Algumas gotas de saliva caíam de sua língua na gola da blusa vermelha da moça, que parecia não ter sentido nada.

O senhor derrubara uma placa ao lado esquerdo do balcão escrita 'JOHN'. A placa era de metal leve, mas ao cair contra o azulejo fino de seu mercado, fez um barulho rápido e agudo. O silêncio que estava no local foi contaminado com os sustos curiosos dos três.

—CUIDADO, SUSAN!!(grita o senhor, enquanto se afasta aos poucos do balcão)

A senhorita, sem entender do pedido gritante do pai, olha para cima e vê a cena grotesca que o pai alertara. O rapaz loiro havia os dentes caninos pontiagudos como uma faca, e a língua inquietante dançando em volta dos lábios. Os olhos pareciam fitar algo de seu corpo, próximo à sua cabeça. A ideia de que ele pudesse ser um vampiro era impossível de se passar em sua mente naqueles poucos segundos. Para ela, era impossível de verdade. O corpo da senhorita começara a ficar fraco e suas pernas bambas. Suas mãos estavam desnorteadas. ''O que eu faço???!'', era a única coisa que passara em sua mente. Ela se arrastara para o fundo do mercado rapidamente, encostando seu corpo contra a última geladeira. Ela se encostara com toda sua força no momento, com os olhos arregalados olhando o rapaz loiro chegando aos poucos.

O senhor do balcão, pegara a vassoura do balde e retirou rapidamente a parte com as cerdas de plástico da ponta, ficando apenas com a madeira da vassoura. Aquilo o deu confiança de que pudesse ganhar aquele conflito. Ele andou em direção ao Elliot devagar, mas aumentando os passos quando via que ele chegava perto de Susan. O senhor ajeitou o cabo inteiro da vassoura em suas duas mãos, como um espartano segurando uma lança de metal, mirando nas costas do rapaz. Ele então empurra, com todas as forças, o cabo contra o rapaz loiro.

Elliot, em pouquíssimos milésimos, dá um passo para o lado e levanta pouco seu braço esquerdo. Ele faz o cabo deslizar perfeitamente por dentro sua mão esquerda, tendo agora, a posse da vassoura. Foi tudo tão rápido que, Susan sem perceber o fato de que seu pai tentara a salvar, tem seu olho direito perfurado por centímetros do cabo da vassoura com toda a força que o rapaz loiro pudesse aplicar.

''PLISHHH!!...'', foi o som que ecoava pela cabeça do senhor, agora com as mãos trêmulas de medo. A informação vista por ele demorou pra ser processada em sua mente. Era muito absurdo pra ser real. Ele se afastara aos poucos, de volta ao balcão, agora com as pernas mais bambas que nunca. A senhorita morreu quase que instantaneamente. A voz do senhor estava entalada por alguma parede intangível. Era medo. O puro medo.

—ELLIOT! Já disse que não era pra nos dar problemas!!(grita Amelia, entrando rapidamente no mercado e o agarrando pelo braço e puxando-o para fora do mercado com força)

—--CONTINUA


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