Ele  acolhe o cigarro nos lábios e com destreza acende o isqueiro que incendeia o Camel, o seu favorito. Traga a fumaça deixando com que os seus pulmões pudessem saborear aquele sabor tanto quanto o seu paladar, solta a fumaça fina com calma e logo depois me oferece. Dessa vez não aceito.

Ele não é muito de fumar cigarros, em algum momento no passado até mais, e eu não sou muito de reparar. Mas dessa vez eu prestei atenção, o analisei a cada rápido movimento como se durassem horas e mesmo que durassem, não perderia o encanto um segundo sequer.

Ele torna a me olhar e sorri ao que perceber que ainda o observava, mas eu não desvio, você não me intimida mais. A noite segue e ainda anestesiada pela sensação de te admirar, eu continuo. Observo-o fumar toda vez que faz e esperava que cada vez que me beijasse, degustasse dos meus lábios assim como aos do cigarro. 

É muito difícil entender o que se passa na nossa relação, talvez seja erro meu super estimar cada instante que passamos juntos, tenho essa maldita mania de tornar as coisas mais especiais do que elas realmente são. Mas de fato, cada momento ao seu lado era algo especial.