Primeiras batalhas escrita por Boneve de Neco


Capítulo 24
O castigo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Menos de vinte e quatro horas após a derrota, Andross chamou todos os membros do Star Wolf e também Algy para um reunião em sua base. Ao chegarem no local, todos notaram que ele não estava nem um pouco satisfeito com o resultado obtido na última guerra.

— Perdemos o controle de quatro planetas, do Asteroid Field e ainda Astropolis foi destruída, tudo isso apenas pelo Star Fox! — Lamentava-se o cientista, irritado e movimentando-se de forma a encarar os cinco. — O que aconteceria se a Cornerian Army tivesse utilizado força máxima nos combates?

— Doutor Andross, o senhor deve levar em conta que nosso exército enfrentava vários desfalques devido aos últimos combates... — justificou-se Algy, cabisbaixo.

— Não quero desculpas, Algy, quero resultados! — reclamou o cientista, aumentando o tom de voz e dando um tapa no chão da base, fazendo-a tremer levemente. — Já ouvi desculpas em duas guerras, enquanto o que eu gostaria de ver é vocês vindo até aqui para avisar-me que o Sistema Lylat é meu.

— Mas boa parte dele ainda te pertence, incluindo planetas importantes como Fichina e Katina — comentou o lêmure, olhando para seu líder. — Em breve teremos condições outra vez de reconquistar o que nos foi tomado e Corneria passará a ser nossa.

— Assim espero, do mesmo modo que gostaria de conquistar tudo para não ser necessário manter o Star Wolf, pois também não aguento mais a quantidade de decepções que vocês me causam — afirmou Andross, parando na frente de Wolf e encarando-o com seriedade.

— Não pense que me agrada a situação atual, pois estou tão insatisfeito com as derrotas e a situação do time quanto você — retrucou o líder do Star Wolf, sem se intimidar com seu chefe.

Ainda revoltado com o desempenho apresentado por Wolf no combate anterior, Andross encarou-o em silêncio por alguns segundos e depois disse, em tom irônico:

— Sim, no último combate eu notei o quanto você está preocupado com a situação atual.

— O que você esperava que eu fizesse? — perguntou o lobo, revoltado e abrindo os braços. — Você realmente pensa que era possível vencer os seis mesmo estando sozinho?

— Não me interessa o que era possível, mas sim o fato de que você sequer tentou combatê-los direito. Por insistir tantas vezes que eu deveria utilizar mais o Star Wolf, esperava ao menos você lutando até que sua Wolfen fosse derrubada, entregando sua vida se preciso fosse.

— Você realmente prestou atenção no combate? Aliás, você sabe o que é um piloto enfrentar outros seis? Enquanto três te atacam, outros três ficam na cobertura para o caso de você ser muito habilidoso e escapar dos ataques. Já que parece ser tão fácil, então eu te convido a enfrentá-los sozinho na próxima guerra.

— Isso é o seu trabalho! — falou Andross, não gostando de ser desafiado. — Eu não tenho culpa que você não sabe administrar o Star Wolf direito, preparando-o para todas as situações de combate existentes, incluindo casos onde o time está em inferioridade numérica.

— Agora você tocou em dois pontos importantes: Somos um time, então é óbvio que uma estratégia onde cada um combate sozinho não vai funcionar! Sobre a inferioridade numérica, já provamos que sabemos lutar em situações assim, como na conquista do planeta Fichina, mas dois pilotos enfrentando quatro é muito diferente de apenas um combater dois. Não adianta nos culpar agora se a tática utilizada na última guerra estava completamente errada! — explicou o líder do Star Wolf, passando a encarar o cientista.

Não aguentando mais ouvir reclamações referentes à última estratégia utilizada, Andross agarrou o lobo com uma de suas mãos, apertando-o um pouco para feri-lo. Enquanto o líder do Star Wolf tentava escapar antes que ele se machucasse muito, o cientista avisou:

— Wolf, eu já não aguento mais tantas reclamações suas pela maneira que conduzo o Star Wolf. Até poderia apenas pedir que você se retire do time, mas acredito que te matando passa melhor o exemplo do que acontece com quem me desafia muito.

Após dizer isso, Andross jogou Wolf no chão, causando um forte barulho na base devido à violência do impacto. Enquanto o lobo tentava levantar-se com muita dificuldade, seu chefe acertou-o com um soco ainda mais forte, tacando-o na parede e deixando ele desacordado.

Vendo que o cientista não iria interromper as agressões, pois ele estava indo mais uma vez em direção ao líder do Star Wolf, Leon, aparentando estar calmo mesmo naquela situação, pediu:

— Não é necessário tudo isso, Andross, posso garantir que Wolf já aprendeu a lição.

— Não se intrometa, Leon, a não ser que você queira ser o próximo — retrucou Andross, irritado e virando-se para o camaleão.

Quando o cientista tornou a ir em direção a Wolf, Leon sacou uma Blaster modificada que ele possuía e atirou um dardo tranquilizante em Andross, fazendo-o desmaiar quase imediatamente. Por ter sido tudo muito rápido, Andrew se desesperou e, correndo em direção ao seu tio, gritou:

— Você matou meu tio!!!

— Claro que não, Andrew, apenas o fiz dormir por um tempo antes que ele matasse o Wolf. Aliás, me ajudem a levá-lo para o centro médico, pois não podemos deixá-lo aqui nesta situação.

Enquanto Pigma balançava a cabeça, recusando a proposta, o macaco, irritado, começou a ir na direção de Leon, dizendo:

— Nada disso, ele vai ficar aqui para meu tio terminar o que havia começado!

Perdendo a paciência, o camaleão sacou sua Blaster original e, dando um tiro próximo ao pé de Andrew, avisou:

— Acho bom você ficar onde está se não quiser que o próximo tiro acerte sua cabeça. Eu até aceito que você queira apoiar seu tio em todos os momentos, mas agora não é hora de fazer isso para me atrapalhar.

Com o auxílio de Algy, os dois levaram Wolf com o máximo de cuidado para o centro médico do quartel, onde imediatamente o internaram para tratar todas as fraturas causadas por Andross. No resto do dia, Leon acompanhou tudo o que Andrew e Pigma fizeram, pois ele queria ter certeza que nenhum dos dois se aproveitaria do estado em que o líder do Star Wolf se encontrava, mas com exceção de algumas conversas entre os dois ele não notou nada de anormal.

Durante a madrugada, enfim Andrew justificou a preocupação que Leon sentia. Por volta de duas horas da manhã, o macaco, achando que não havia ninguém por perto, foi até o centro médico e, bem cuidadosamente, abriu a porta do quarto do lobo.

— O que você pensa em fazer no quarto do Wolf? — perguntou o camaleão, abrindo seus olhos e revelando que ele estava camuflado na parede ao lado da porta.

Assustando-se com Leon, Andrew apenas fechou a porta do quarto e, olhando para o camaleão, saiu dali sem responder a pergunta. Confirmando suas suspeitas de que o sobrinho de Andross não tinha boas intenções, Leon não viu mais ele ou Pigma rondando o local após ele começar a pagar dois seguranças do quartel para que ambos se revezassem na guarda do local.

Alguns dias depois, enquanto seu amigo o visitava, Wolf, ainda fraco pelas lesões e os remédios, perguntou ao camaleão:

— Leon, amanhã é o dia que você fará sua transmissão da semana, certo?

— Sim. Você quer que eu avise alguém sobre seu estado?

— Exato, utilize minha transmissão para comunicar minha mãe que não poderei falar com ela por algum tempo. Talvez uma amiga minha também participará da transmissão, mas não se preocupe, ela é de confiança.

— Certo, farei como você deseja — concordou o camaleão, acenando a cabeça.

No dia seguinte, após realizar a transmissão que possuía por direito, Leon explicou para o segurança que estava no local o que Wolf havia lhe pedido e conseguiu autorização para comunicar-se com a mãe do seu amigo. Após selecionar o contato dela no comunicador, o camaleão respirou fundo e aguardou Leena atender a transmissão.

— Boa tarde, a senhora consegue me ouvir? — perguntou Leon, mais tranquilo após ver apenas Leena do outro lado da conversa.

— Quem é você? — estranhou a mãe do Wolf, não gostando muito de ver alguém que não era seu filho falando com ela.

— Não sei se Wolf já falou de mim para a senhora, mas me chamo Leon Powalski e hoje estou representando seu filho.

— Seu nome não me é estranho, mas por que não é meu filho que está falando comigo?

— Não é necessário se preocupar, pois Wolf está bem agora, mas ele não poderá falar com a senhora por algum tempo.

— Como assim ele está bem agora? O que aconteceu? — perguntou a loba, começando a ficar preocupada.

— Acalme-se, tudo não passou de um leve problema no time — respondeu Leon, torcendo para que a mãe do seu amigo não pedisse mais informações.

— Não me interessa se o problema foi pequeno ou não, eu quero saber mais sobre como ele está e também falar com ele.

Vendo que Leena apenas ficaria mais preocupada com o passar da conversa, o camaleão respirou fundo e preferiu finalizar a transmissão:

— Wolf não me disse se posso dar mais detalhes, portanto eu deixo que ele explique melhor para a senhora depois. Desculpe-me se nosso primeiro contato não foi dos melhores, espero um dia te conhecer frente a frente para melhorar a impressão que estou deixando.

Mesmo sob protestos de Leena para que Leon não encerrasse a transmissão, ele a finalizou e saiu da sala dos comunicadores. Durante o caminho para seu quarto, o camaleão respirou fundo e pensou:

— Wolf, da próxima vez me peça algo que estou mais familiarizado a fazer, por exemplo matar alguém...


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Notas finais do capítulo

Agradeço por terem lido o capítulo, espero que tenham gostado e até o próximo!



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