The Cure escrita por Marie


Capítulo 4
Suspect


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Espero que gostem.
Boa leitura.



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— Marcus, eu preciso desse divórcio logo. – Liam diz, para o seu advogado.

— Liam, você sabe que sua esposa saiu de casa e você nem sabe aonde ela está. – o advogado responde. – Assim que estivermos com ela, vocês dois assinarão o contrato do fim do casamento e pronto.

Já havia passado uma semana desde que o triste episódio aconteceu com Liam e Lydia estava desaparecida, depois que ela saiu da casa dele, ninguém a viu, há alguns que dizem que ela está com o amante, mas Liam nem ao menos sabia quem era o infeliz que entrou na sua casa para deitar-se com a sua – ex – esposa.

A situação de Harris já estava melhor, ele não chorava mais por ela, ou a desejava de volta pronto para perdoá-la. Ele simplesmente queria divórcio, ficar legalmente solteiro e poder curtir com isso. Até o momento, ele não havia ficado com mais ninguém, mas a necessidade disso já estava crescendo dentro dele e o próprio sabia que havia muitas mulheres que estavam atrás dele, tentando uma chance de ficar com o tão cobiçado, Liam Harris.

O problema era que nenhuma dessas o interessava, eram todas superficiais e apesar de estar procurando alguém somente para se distrair e curtir, ele queria alguém interessante, não somente na cama, mas que o intrigasse e mantivesse o interesse, até porque ele nunca foi de ficar com muitas em noites diferentes, apesar de poder fazer isso quando quisesse.

— Então faça o que tiver de fazer para encontrar a Lydia, eu quero logo o divórcio. – ele diz e levanta-se do sofá de sua casa, guiando o advogado até a porta.

— Farei o possível.

— E o impossível também, por favor. – ele diz, antes de fechar a porta.

Assim que vira-se de volta para dentro do apartamento, ele sente um vazio. Um vazio que, infelizmente, o perseguia desde o momento em que Lydia saiu pela porta da antiga casa deles. Era obvio que ele não conseguiria continuar morando lá, então colocou a casa para vender e mudou-se com o Jamie para um dos apartamentos que ele tinha.

— Pai, cadê a vovó Brenda? – Jamie pergunta, quando chega a sala.

— A vovó deve estar chegando. – Liam responde e chama o filho para sentar-se ao seu lado.

— Ela vai morar com a gente igual a mamãe morava?

Jamie perguntava sobre a mãe todos os dias, era obvio que Liam não podia responder a verdade, até porque uma criança de três anos não entenderia nada, então ele simplesmente disse que a mamãe viajou.

— Você sabe que a vovó não mora aqui, ela vai passar o final de semana com você, enquanto eu trabalho.

Para a tristeza do Jamie, a babá dele havia ficado doente, Liam não podia cuidar do filho no final de semana porque aconteceria um dos maiores eventos promovidos pela empresa durante o sábado e domingo, então ele foi obrigado a chamar a mãe para ficar com o filho, já que Jamie se recusava a ter uma babá que não conhecia.

— Eu amo a vovó.

— Eu também a amo. – Liam responde e abraça o filho. – E amo você também.

Harris era o tipo de pai que faria tudo pelo filho e fazia o máximo para sempre estar presente, ele não queria que a ausência dele na vida do Jamie o afetasse futuramente. Sendo assim, estava sempre com ele, mimando-o na medida certa e a cada dia, ficando mais feliz por ter um menino tão precioso como o Jamie.

[...]

Heather odiava quando havia eventos na empresa. Eventos do tipo obrigatório para todos os funcionários porque ela teria que comparecer e odiava ter que ficar no meio de muita gente, distribuindo sorrisos falsos para todas as pessoas poderosas que iriam trabalhar com a L.H. Investiments.

O evento beneficente – que também iria trazer rendas para a empresa, acontecia uma vez por ano, era o segundo ano que Heather participava e como no ano anterior, com certeza seria chato para ela que, infelizmente, não conseguia socializar com ninguém ou quando alguém tentava, se fechava, impedindo uma conversa simples.

Outra coisa que a Heather odiava, era que precisava ficar muito bem arrumada. Ela não tinha muitas roupas para eventos como o que iria, mas durante os quase três anos que trabalhava no L.H. ela foi obrigada a ir comprando, já que uma vez ou outra, era obrigada a comparecer em eventos importantes como a ajudante do Liam.

Chega até a ser engraçado como uma secretária particular não tinha nenhum contato mais íntimo como o chefe. Era claro que os motivos eram óbvios… Liam era casado e mesmo que não fosse, Heather não dava espaço para ele tentar ter uma amizade com ela, mesmo ele tentando algumas vezes conhecê-la.

O que estava intrigando a Heather, deixando-a na defensiva, era que depois que o Liam se separou da Lydia, ele passou a semana inteira tentando conversar. Em alguns momentos, Heather permitia que o chefe brincasse com alguma coisa, mas logo o cortava.

Era melhor desse jeito.

Assim que terminou de se arrumar, Heather foi para a sala de sua casa e se assustou ao ver Hernandez sentado no sofá dela.

— O que você quer aqui? – ela perguntou, já assustada com aquele sorriso que ele havia estampado quando a viu. – Eu já te dei o dinheiro.

Heather havia conseguido fazer um plano para o seu dinheiro e a cada três meses, ela conseguia se livrar do Hernandez por um mês inteiro, ou seja, ainda lhe restavam quatro semanas em paz.

— Eu só quis vir te ver. – ele responde. – Soube do evento e quis ver como você iria. – ele se levanta do sofá e vai até ela, segurando a mão de Heather, que já estava suada. – Você está maravilhosa.

Heather odiava elogios, isso porque durante muitos anos, depois deles viriam o abuso. Muitas coisas a assustavam, ela tinha medo de homens na rua, desconhecidos que falavam com ela, ou até mesmo de conhecidos que a tocavam, mesmo sem intenções.

— Você é linda, amor. – Hernandez se aproxima dela para beijar sua boca, mas Heather se afasta.

— Não encoste em mim. – ela diz e ele sorri, surpreso com aquela reação.

— Eu encosto em você quando eu quiser.

— Eu tenho um mês, Hernandez. – ela se afasta mais. – Não é você quem diz ser um homem de palavra?

Hernandez era um homem nojento, já devia ter seus quarenta e poucos anos, quase cinquenta. Ele era alto, um pouco gordo e com uma barba mal feita. Heather odiava sempre quando aquelas mãos tocavam seu corpo, odiava quando ele a obrigava a fazer sexo, ato qual ela nunca teve prazer em fazer, em seus 23 anos, Heather nunca sentiu verdadeiramente o que era fazer sexo, mas não tinha curiosidade, até porque em sua cabeça, todos os homens a usariam como o Hernandez usava, apenas para o próprio prazer, pensando só neles, fazendo-a se sentir um lixo depois.

— Eu sou um homem de palavra.

— Então saia da minha casa, eu tenho que ir trabalhar. Não quero te ver durante um mês. – ela diz e ele ri.

Hernandez começa a desabotoar a sua calça e coloca seu membro nojento para fora, os olhos de Heather logo se enchem de lágrima quando ele começa a se aproximar.

— Essa sua rebeldia me deixa excitado, Heather. – ele se aproxima dela, a segura pelos braços e a empurra contra a parede, virando-a de costas e dando um tapa na bunda dela. – Empina para mim essa sua bunda gostosa, vadia. – ele bate novamente e Heather é obrigada a empinar.

Hernandez levanta o vestido que ela estava usando e abaixa a calcinha dela, mas para a sorte de Heather, a campainha do seu apartamento tocou, fazendo ela o empurrar antes que ele fizesse aquele ato nojento. Ela conserta a sua roupa.

— Você é um desgraçado. – ela grita, vai até o sofá, pega a sua bolsa e sai do apartamento ainda chorando.

Não existiam palavras para descrever como Heather se sentia todas as vezes que era obrigada a passar por aquilo. O pior de tudo era que ela não tinha como fugir dele, não podia se esconder. Hernandez era um homem com muito poder nas mãos, mesmo que para somente o mal. Comandava crimes, tráficos de drogas e até mesmo de pessoas. Os de fora não sabiam seu verdadeiro nome, mas qualquer já tinha ouvido falar sobre o H Boss, como era chamado, um dos reis do crime em São Francisco.

[...]

Heather sai do carro do motorista da empresa que a foi buscar e respira fundo, concentrando-se em disfarçar a tristeza que a perseguia e a raiva por estar ali.

Muitas pessoas entravam no hotel onde estava acontecendo o evento. Haveria leilões de muitas coisas doadas para conseguirem arrecadar dinheiro para a caridade. Muitas empresas ganhavam com isso, então patrocinavam o evento, o que fazia a L.H. ganhar muito dinheiro.

Assim que entra, muitos olhares masculinos e até mesmo femininos começavam a ser lançados para ela. Não era à toa que mesmo sendo uma das mais simples ali, Heather chamava muita atenção. A beleza dela era simples, mas enorme ao mesmo tempo e por isso, sempre arrancava olhares de muitos homens… que, obviamente, nunca conseguiriam nada com ela.

— Heather. – ela ouve a voz do seu chefe e vira-se em direção a ele.

Por um segundo, os olhares dos dois se encontraram e Heather sentiu a coisa mais estranha que havia sentido a sua vida inteira. Era obvio que Liam era um homem lindo, isso ela não negaria, ele tinha um charme que chamava atenção de todos, o jeito que falava prendia qualquer um na sua conversa, mas Heather nunca havia sentido o que sentiu naquele momento, era como se tivesse pressentido alguma coisa… ela só não sabia o quê.

— Oi. – ela respondeu.

— Você está linda. – ele disse antes de mudar o assunto rapidamente, impedindo que Heather o agradecesse ou que se afastasse dele pelo elogio, ela apenas ignorou. – Preciso que você apresente o leilão.

— O quê? – ela perguntou, assustada.

Era obvio que ela não faria aquilo. Nunca que ela conseguiria falar na frente de tanta gente, era capaz até mesmo de vomitar na frente de todo mundo.

— A Samantha ficou doente, ela não poderá vir e preciso de uma mulher no nível dela para ir apresentando as categorias. – Liam diz e pela primeira vez, analisa Heather dos pés à cabeça.

— Tem a Cece, a Kathy… - ela iria começar a listar os nomes de cada uma que poderia apresentar, mas Liam não dá ouvidos.

— Será que não pode fazer isso por mim? – ele pergunta e Heather dá de ombros. – São só cinco categorias, você só precisa dizer o nome delas, o objeto… - Heather o corta.

— Eu sei como funciona um leilão. – ela diz.

Liam, obviamente, pensaria que ela já teria prestado atenção nos leilões passados da empresa ou algum pela televisão, mas o leilão qual a Heather se referia, era o de mulheres, comandado por Hernandez.

— Mas eu não consigo falar em público, sinto muito Liam. – ela se afasta dele, mas antes que ela pudesse ir longe demais, Harris segura o braço dela para falar com ela novamente. – Me solta… - ela quase grita e o seu chefe a encara assustado, assim como ela também estava assustada por falar daquele jeito com ele.

Liam a encara, curioso para saber porque sempre ela agia de tal forma quando ele segurava o braço dela. Houve um tempo de silêncio, onde os dois ficaram se olhando e novamente, Heather sentiu uma coisa estranha dentro dela.

— Tudo bem. – ele finalmente quebra o silêncio. – Vou trás de outra pessoa. – Liam sai dali e Heather continua parada, o observando afastar-se.

Liam nunca a pediu nada do tipo, e não era a obrigação dela fazer aquilo. Heather nunca aceitaria se apresentar na frente de tantas pessoas, tantos olhares sobre ela eram capazes de fazê-la chorar no meio do palco. Ela não era assim por escolha própria, era claro, mas as consequências da vida a fizeram ser.

Assim que seu chefe some de vista, ela segue para o espaço onde ocorreria o leilão e logo que entra, Cece vem até ela.

— Eu tenho uma ótima notícia para você.

O Hernandez está morto?

Ela pensou. Até porque essa era a única ótima notícia que ela gostaria de ouvir,

— O que foi? – Heather pergunta.

— O senhor Harris acabou de me pedir o seu número. – Cece disse com um sorriso de orelha a orelha.

Por que ele faria isso?

— Por quê? Você deu?

— Não sei e sim. – Cece responde e Heather revirou os olhos. – Só disse que precisava falar com você.

Heather não fazia ideia do porquê Liam havia feito aquilo. Eles nem ao menos conversavam – e nem iriam, além do mais, ela e o Liam não tinham nada a tratar. Isso só mostrou que ela precisava prestar mais atenção nas ações do Liam.

Agora tudo era suspeito.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam. ♥

Beijos.



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