The Cure escrita por Marie


Capítulo 2
Bad day


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.

Boa leitura.



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Dormir foi a última coisa que Liam conseguiu fazer depois do desastre que aconteceu em sua casa. Chegava até a ser incrível como algo tão bonito pôde ter sido destruído em questão de segundos...

Liam não media palavras quando o assunto era a sua esposa, a tão amada Lydia. Ele gostava de falar dela, de como sempre foi uma boa mulher, uma boa mãe, uma amante incrível e a mulher qual ele pretendia passar o resto da sua vida.

Mas Lydia conseguiu destruir todo o encantamento tão rápido quanto quando ele surgiu no coração de Liam.

Ser traído.

Ele preferiria ter recebido um tiro a ter que chegar em casa e ver sua esposa na cama com outro homem. Chegou até a pensar que ela poderia ter feito tal ato em outro lugar ao invés da casa deles, preferiria que ela continuasse a fazer isso as escondidas do que ter que encarar aquilo e no fim, se separar dela, acabando com o casamento que todos julgavam o melhor que já viram, até porque eles sempre se mostraram um casal maravilhoso.

Mas a Lydia acabou com tudo isso e muito mais, acabou com o coração dele.

— Como você pôde fazer isso comigo, Lydia? Eu te amava.

Liam se lembrava do que havia acontecido no dia anterior, o dia qual ele escolheu para chegar mais cedo e surpreender a esposa com um buquê e levá-la para um jantar em um dos melhores restaurantes, mas quem acabou sendo surpreendido, foi ele e claro… da pior forma.

— Você me traiu, traiu o seu filho, acabou com o nosso casamento. – ele disse, tentando ainda não acreditar que aquele era mesmo o fim do casamento deles. – Você não tem vergonha de fazer uma coisa dessa com o seu filho em casa? – ele gritou com a esposa.

O pior de tudo era que seu filho, Jamie, presenciou toda a briga. Aquilo era demais para ele. Além de descobrir que estava sendo traído, Jamie que mal havia feito três anos, estava presenciando uma briga daquelas.

— Eu não tenho culpa se você é um marido ausente.

Ele começa a se lembrar do que a esposa disse.

— Diga-me quando foi a última vez que chegou cedo o suficiente para sairmos com o nosso filho, para viajarmos ou qualquer coisa que fazíamos antes de você se tornar esse homem ocupado que se esquece que tem uma família em casa. – ela gritou.

— Diga qualquer coisa sobre mim, menos que sou um marido e um pai ausente. Eu amo vocês dois mais do que tudo nesse mundo e você acaba de destruir tudo que a gente construiu. Você destruiu a nossa família, Lydia.

Era doloroso demais para ele ter que se lembrar de tudo isso. Ele queria esquecer aquilo, fingir que não aconteceu e poder continuar vivendo normal com a sua família, ele a amava o bastante para seguir com ela. Mas era impossível ignorar aquilo.

Era impossível ele saber que nos dias que viriam a seguir, ele acordaria sozinho, sem a amada ao seu lado, dando os melhores beijos que ele recebera a vida inteiro e fazendo o melhor sexo que só ela sabia fazer. Os dois tinham uma conexão tão boa que chegava a ser duvidoso quando contavam a alguém como era a relação dos dois.

Mas tudo aquilo ganhou um fim, um fim desastroso, que ele esperava esquecer o mais rápido possível, mesmo sabendo que aquilo não aconteceria.

[...]

Liam levanta-se da cama depois de horas virando-se de um lado para o outro tentando dormir e vai até o quarto do filho. A pessoa mais valiosa para ele no momento, o tesouro que o casamento frustrado havia rendido, mas que mesmo assim, continuava sendo quem ele mais amava no mundo inteiro, até porque ele não tinha culpa de nada.

Assim que se aproxima do filho, ele se abaixa e senta-se no chão, ao lado da cama do Jamie e começa a passar as mãos pelo cabelo do filho.

Um vazio tão grande tomava conta do coração de Liam no momento, ele não conseguia pensar em mais nada além da imagem da esposa saindo da sua casa após a briga, deixando para trás apenas o filho e o coração que ela havia despedaçado do Liam, com uma promessa de nunca mais voltar.

Involuntariamente, uma lágrima caiu e logo em seguida, várias outras vieram.

Ele estava se odiando por estar chorando por ela, mas era o que ele precisava fazer no momento para conseguir aliviar o coração.

Chorar.

[...]

— Papai. – o Liam ouve e começa a despertar. – Papai, a escola. – ele finalmente desperta com as palavras um pouco atrapalhadas do filho.

Liam percebe que acabou dormindo ao lado da cama do filho, sentado no chão e levanta-se rapidamente.

— Bom dia, amigão. – Liam diz sorrindo, para a única pessoa que conseguiria arrancar um sorriso sincero dele na atual situação em que ele se encontrava. – Vamos tomar um banho. – ele pega o filho no colo e o leva para o banheiro.

Depois de um banho com muita brincadeira, Liam arruma o filho e logo em seguida, arruma a si mesmo. Eles estavam um pouco atrasados, mas o Liam não estava tão acostumado a arrumar o filho ou saber onde ficava cada coisa que ele precisava usar, até porque quem cuidava do filho todas as manhãs era a Lydia.

Você é capaz, não precisa daquela vadia.

Depois de um café preparado por ele, Liam levou o filho para o colégio e tentou desvia-se de todas as perguntas que o Jamie fazia sobre a mãe. Ele não queria ficar lembrando que ela foi capaz de sair de casa sem nem ao menos conversar com o filho, saiu sem olhar para trás, mas ele sabia que ela voltaria uma hora.

[...]

— Não me importo! – ele gritou. – Eu quero essa mulher fora da minha vida o mais rápido possível. Eu te pago para quê? Quero o divórcio para ontem.

Liam gritava com o seu advogado como se ele fosse o culpado por tudo.

Assim que chegou na empresa, começou a descontar a sua raiva em todos que falavam com ele. Harris sabia que nenhum deles tinha culpa de nada, mas era impossível fingir que estava tudo bem, ele não estava conseguindo ser quem era todos os dias, o chefe bem humorado que fazia piadas de tudo e ria com todos.

Hoje era um péssimo dia para conversar com Liam e uma das vítimas da raiva dele foi a sua secretária, a Heather, que ele fez ir buscar um chá para poder se acalmar. Ele não queria ficar daquele jeito com ninguém, mas precisava de um tempo para colocar a cabeça no lugar e em seguida, tentaria a voltar ao normal, mas naquele exato momento, quem falasse com ele, seria vítima de sua ignorância.

[...]

Faltavam três minutos para uma reunião importante na empresa e o chá que ele estava esperando há vinte minutos ainda não havia chegado. Ele tentou se acalmar lendo o que precisaria falar na reunião, mas a cada palavra lida, ele ficava mais estressado do que já estava e era impossível se concentrar, já sabia que a reunião seria um desastre.

Por alguns instantes de distração, ele conseguia parar de pensar em Lydia, mas logo as imagens da sua esposa em cima de um homem totalmente desconhecido que saiu de sua casa depois de levar muitos socos, voltava a sua mente e novamente, a raiva tomava conta dele.

As paredes de seu escritório foram as mais prejudicadas, assim como a mão dele, depois de vários socos disparados contra elas.

Liam respirou fundo quando ouviu a porta sendo aberta e olhou diretamente para ela.

— Você demorou para caral… – ele iria brigar com a Heather pela demora com o seu chá, mas percebeu que ela havia chorado assim que olhou para ele quando lhe entregou o chá. – Está tudo bem, Heather? – ele perguntou, mesmo sabendo que ela não responderia se estivesse algo de errado.

Heather sempre foi o tipo de funcionária que nunca fez questão de criar uma amizade com o chefe para ganhar benefícios na empresa, ela simplesmente chegava pontualmente todos os dias, fazia o que tinha que fazer e ia embora sem falar sobre sua vida pessoal para ele, coisa que muitos faziam tentando ganhar vantagem.

Era claro que o Liam nunca entendeu o porquê disso, mas nunca se importou muito, até porque nunca fez questão de se interessar pela vida de outra mulher além da sua esposa.

Mas se tinha uma coisa que ele odiava ver, era uma mulher chorando. Não importava quem fosse, ele tentaria ajudar, mas também tinha consciência de que a Heather nunca se abriria para dizer o que havia acontecido, mas sentia-se na obrigação de perguntar. Heather nunca havia chorado ou reclamado de qualquer coisa dentro da empresa.

— Desculpe-me pela demora. – ela respondeu, ignorando completamente a pergunta do Liam e vira-se para ir até sua mesa.

Liam segurou o braço dela para olhá-la novamente, para tentar saber o que estava acontecendo, mas Heather virou assustada e puxou seu braço de volta.

— Não me toque. – ela quase gritou e Liam se assustou, ele viu que ela percebeu o que acabou de fazer e logo se recompôs, mas não demorou muito para começar a chorar. – Me desculpe, senhor Harris. Com licença. – ela pediu e saiu o mais rápido que pôde da sala.

Liam nunca havia presenciado aquilo, na verdade, aquela foi a primeira vez que eles quase conversaram sobre outra coisa além de compromissos na empresa.

Ele não foi atrás dela, respeitou, mas não conseguiu não pensar no que tinha deixado a Heather daquele jeito. Liam não sabia nada sobre ela, não a conhecia, mas viu no olhar dela que estava em pânico, assustada com alguma coisa... ele só não sabia o quê, mas queria descobrir.

E pelo jeito, ele não era o único que estava tendo um péssimo dia.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam.

Até o próximo.



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