São Francisco escrita por Dri Viana


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Amando os comentários de vocês. E Bruh realmente você e as demais leitoras vão rir muito do nosso casal nessa temporada. Eles estão demais. E ainda tem o pai da Sara com o Grissom que tá uma coisa hilária.

E vocês já terão uma mostra disso nesse capítulo onde teremos o encontro do Gil com seu sogrão 'querido'.



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Enquanto seguíamos de carro pelas ruas movimentadas, eu contei à Sara que Catherine e os outros mandaram muitos beijos e abraços pra ela.

—Minha mãe também te mandou beijos e disse que se não fosse pela exposição que ela tá organizando, viria comigo passar uns dias aqui.

—Puxa, isso ia ser bem legal. Mãe, a senhora ia se dar muito bem com a tia Beth. Ela é dez!

—Deve ser mesmo pra você falar assim dela. Acho que ela é o único adulto além de mim, do seu pai, seu padrinho e nossos poucos familiares, que vejo você gostar tanto desse jeito.

—Mas é porque ela super legal. E o Phil, como ele tá, Gil?

—Tá bem e te mandou também lembranças e beijos.

—Você e ele como tá?

—Estamos bem. Ele tem sido um padrasto maneiro. Anteontem, inclusive, ele me levou pra assistir uma partida de baseball do meu time.

Tinha sido a minha primeira vez num estádio de baseball. Eu fiquei louco. E se não bastasse isso, ele ainda conseguiu que eu pegasse uma camisa autografada pelo principal jogador do time. Ainda pude tirar também uma foto com o cara. Foi muito legal! O máximo!

—Sério?

—Sim. Foi demais!

—Que bom que você já o aceitou de vez. Já tá até chamando-o de padrasto.

—Porque ele é isso, né? E em breve, vai ser oficialmente, tá?

—Não! Sua mãe e ele...

—Vão se casar!

—Casar?

Assenti. À princípio, eu não gostei dessa idéia de casamento. Era cedo demais pra isso! Mas depois me dei conta de que minha mãe gostava de verdade do Phil e que possivelmente eu iria embora pra Califórnia, e minha querida mãe ficaria sozinha em casa. Então seria melhor, ela casar mesmo com o Phil.

Eu ficaria menos preocupado, sabendo que tinha alguém morando com ela e cuidando dela, do que saber que minha mãe tava vivendo sozinha naquela casa enorme que era a nossa. Por isso, dei o braço a torcer naquela história de casamento. E já estava acertado que eles iam oficializar as coisas entre eles antes de eu partir de Vegas pra Califórnia. Caso isso não acontecesse, eles deixariam pra casar daqui há uns meses. De qualquer forma, eles casariam.

—E quando eles pretendem casar?

—Isso vai depender de uma coisa aí.

—Que coisa?

—Não posso dizer ainda.

Eu queria ter primeiro certeza de que eu estava aceito na UCLA pra assim, contar a Sara aquilo. Minha mãe ia me ligar dizendo quando saísse o resultado.

—Por que não pode dizer?

—Porque é surpresa. - Dei um beijo no rosto dela.

—Ah, não, Grissom! Me conta, vai!

—Sara, ele já falou que é surpresa. Não seja insistente, filha. Surpresa é surpresa. No momento certo seu namorado te conta, não é isso, Grissom?

—Exatamente.

—Que saco! Mas não vai demorar muito pra me contar, não é? Você sabe que paciência não é meu forte.

Sorri.

—Sei sim. Mas você vai ter que ter um pouquinho de paciência, pois só vou revelar a surpresa daqui a uma semana!

—Tudo isso?

Assenti sorrindo da cara de desagrado dela por ter que esperar uma semana pra saber o que queria saber. Mas ia valer a pena. Ainda mais pelo que isso nos proporcionaria caso as coisas saíssem do jeito que eu planejava.

Seguimos o restante do caminho conversando sobre a cidade e alguns pontos turísticos que íamos passando pelo caminho. Sara disse que a gente visitaria alguns deles com calma durante a minha estadia na cidade. Segundo ela, seria a minha guia turística. A mãe dela afirmou que guia melhor que Sara não tinha. Ela conhecia a cidade muito bem.

O percurso todo do aeroporto à pousada, levou em torno de quarenta minutos. Passava das onze da manhã quando a dona Laura estacionava em frente à pousada deles, localizada há pouca distância de uma praia chamada Cryssi Field Beach.

Saímos do carro e eu olhei embasbacado a fachada bonita da pousada da família de Sara. Era uma casa grande e de dois andares. Muito parecido com um sobrado.

Podia ver pendurada na sacada do segundo andar, duas redes atadas e pessoas se embalavam nelas.

Diante da pousada havia um colorido e florido jardim, e ao lado do mesmo uma garagem para cinco carros. Com certeza, para os clientes da pousada.

Eu estava há poucos instantes de estar frente à frente com meu sogro, e devo lhes admitir que me encontrava bem nervoso por isso. E se Otávio me detestasse completamente agora que descobriu que não sou somente amigo da filha dele?

—Gil?? Vamos? Ou pretende ficar paradão aí até quando?

Eu nem tinha me dado conta que ao descer da camionete fiquei prostrado ali que nem um poste fincado no chão, enquanto encarava a pousada.

—Acho que ele tá um pouco apreensivo e nervoso por conhecer seu pai, Sara.

Dona Laura parece que leu meu pensamento.

—Sério que é isso?

Sara me encarou e ficou no aguardo da minha resposta. Eu não tinha como mentir ou tentar negar uma coisa que tava óbvia, então admiti aquilo.

—É, eu tô um pouco. Essa é a primeira vez que vou encarar o pai de uma namorada e pro meu azar, ele ainda é bravo.

—Meu pai 'lati, mas não morde'. - Sara me disse sorrindo. _Fica tranquilo que ele não vai te fazer nada de ruim.

—Eu sei que não.

—Olha, Grissom... - Dona Laura veio até mim e pousando a mão no meu ombro tentou me deixar calmo. _... Meu marido tem cara e jeito de durão e bravo, mas ele é uma boa pessoa. Não se preocupe que Otávio não vai ser grosseiro com você. Pelo menos eu espero isso. Agora é óbvio, que de cara, ele vai torcer o nariz pra você, porque você está namorando a "menininha" dele. Mas depois isso vai passar e o meu marido vai te tratar muito bem, como se fosse um filho querido. - Assenti um pouco menos apavorado e nervoso. _Agora vamos entrar.

Dona Laura foi na frente e Sara e eu a seguimos atrás.

—Ei! Qualquer coisa, eu te defendo do meu pai. - Segurando em minha mão, Sara me murmurou enquanto seguimos por um caminho de pequenas pedras coloridas que se estendia do portão de entrada da pousada até a porta que dava acesso para dentro do estabelecimento.

Olhei pra Sara franzindo a testa ao ver seu sorriso.

—Eu quero acreditar que você esteja tentando me tranquilizar e não, curtir com a minha cara dizendo isso.

—É claro que estou tentando te tranquilizar, seu chato.

Assim eu esperava!

Ao adentrar na pousada, vi bem na recepção do lugar, que havia um rapaz com fone de ouvidos, mascando chiclete e folheando uma revista. O sujeito sequer notou nossa chegada. Devia estar distraído o bastante com a música que ouvia e a revista que folheava.

Dona Laura olhou pra gente e sorriu. Depois se aproximou do balcão e bateu sobre a superfície de madeira do mesmo, assustando o sujeito, que chegou a dar um pulo de susto enquanto tirava rapidamente os fones de ouvido.

—Caraca, dona Laura! Ainda bem que não sofro de problema do coração.

Eu sorri do sujeito e Sara também ria dele ao mesmo tempo que lhe dizia: "Bem feito! Pelo susto e por ser folgado."

—O que eu já falei desses fones durante o trabalho, Carl?

—Foi mal, dona Laura.

O rapaz sorriu sem graça e guardou os fones no bolso da camisa que usava.

—E meu marido?

—Ainda na copa quebrando a cabeça com a pia que tá escangalhada.

—Ô homem cabeça dura! Por que não liga logo pra um encanador? Meu Deus!

Sara, eu e o tal Carl rimos do modo engraçado com o qual dona Laura falou tais palavras.

Ela virou-se pra mim e Sara e disse que ia lá com o marido avisar que já chegamos. Assentimos e então ela sumiu por um corredor longo.

—Não vai me apresentar seu amigo, Sara?

O sujeito que mascava chiclete indagou minha namorada e olhou pra mim.

—Gil esse é o Carl. Ele trabalha aqui na recepção. Carl esse é o Gil. O meu namorado que te contei que vinha passar duas semanas aqui.

—Ah, tá. O cara de Las de Vegas. E aí, cara?! Tudo beleza?

O tal Carl me estendeu a mão gentilmente sorrindo e aceitei o cumprimento.

—Tudo beleza! - Respondi da mesma maneira gentil que ele falou comigo enquanto apertavámos um a mão do outro em cumprimento.

—Então você é o pobre coitado que namora essa insuportável? - Carl me lançou a questão com um sorriso que me deu a entender que era pura zoação e provocação aquilo que perguntou.

—Quer ganhar um olho roxo nessa sua cara de babaca, é Carl?

O tal Carl sorriu e eu não aguentei e ri junto com ele.

—E você não ri. Devia é defender sua namorada pelo que esse aí me disse e não ficar rindo.

Sara me golpeou no braço.

—Ou! Desculpa. Aí, Carl... - Encarei o sujeito com uma falsa seriedade. Carl fingiu-se de sério ao meu ouvir. _Não chame mais a minha namorada de insuportável, por favor, cara. Só quem pode chamá-la assim sou eu!

—Seu cachorro! - Sara me golpeou de novo e mais risadas do tal Carl misturadas as minhas.

—Desculpa, Sara. Não resisti a brincadeira.

—Gostei desse seu namorado, Sara!

Minha garota insuportável já ia dizer alguma coisa quando ouvimos a voz alta de seu Otávio reclamar:

—Quanta demora pra chegarem, hein, Laura?

—Não seja reclamão. Nem demoramos tanto assim, Otávio.

—Demoraram, sim. E esse tal namorado da Sara?

—Tá na recepção.

Poucos segundos e eles apareciam ali onde estávamos.

Um silêncio se fez ali na recepção.

Os olhos de Otávio me encararam fixamente assim que ele me viu ali ao lado de Sara.

Gelei da cabeça aos pés com seu olhar incisivo.

Sabe o que é ter um cara te olhando de cima à baixo, de maneira séria e silenciosa? É bem incômodo, pra não dizer aterrorizante e intimidador.

Acha que eu tô exagerando?

Pois eu não tô nenhum um pouco.

A cara do senhor Sidle não parecia nada boa enquanto ele me "periciava" minuciosamente.

Passado alguns segundos, que pra mim pareceram horas, alguém se pronunciou ali. Foi a minha namorada.

—Pai... esse é o Grissom, o meu namorado que o senhor conhece do computador. Foi na casa dele que eu fiquei em Las Vegas.

Sara me apresentou pra ele sem fazer muito rodeio.

—O namorado que você me fazia acreditar que era seu amigo?

—Pai, eu já expliquei isso.

—Otávio, por favor, querido. Já conversamos sobre isso com você ontem.

—Gil esse é o meu pai Otávio.

—Olá, senhor Sidle. - Tomando coragem e iniciativa, eu me pronunciei e estendi a mão pra cumprimentá-lo.

Com uma das sobrancelhas erguidas, vi Otávio revezar umas três vezes seu olhar entre mim e a mão que lhe estendi, pra só então, aceitar meu cumprimento.

—Olá, rapaz. - Disse-me secamente e segurando a minha mão.

Caraca!

Quando ele segurou a minha mão, apertou-a com uma "forcinha" extra que chegou a amassar meus dedos, mas não deixei transparecer que havia doído o aperto dele.

—Começamos bem. - Ele me disse ao largar minha mão. Talvez esperasse que eu fizesse algo que denotasse que havia sentido o aperto com força extra que ele trocou comigo. Ou talvez achasse que eu fosse reclamar disso. Mas não fiz nenhuma coisa e nem outra. Se aquilo era um teste como tava parecendo, pelo visto, eu passei. Ufa! _E a propósito, Sara, ele ainda não é seu namorado oficialmente. Eu e o rapaz ainda temos antes que conversar muito baixinho a esse respeito, não é rapaz?

Seu Otávio pousou a mão sobre o meu ombro e apertou com a mesma "forcinha" com a qual apertou minha mão segundos atrás.

—Sim, senhor. - Respondi de pronto a questão me feita por ele. Sorrindo-lhe forçadamente após engolir em seco.

Essa conversa que eu tava temendo agora, depois de conhecer pessoalmente o senhor Sidle.

—Falando assim dessa maneira, você assusta o rapaz, Otávio.

—No lugar dele, eu também estaria assustado, Laura. Principalmente, com o assunto da conversa que pretendo ter com ele.

Ele tava fazendo um terrorismo total comigo.

—Otávio!!

—Pai!!

—Não está mais aqui quem falou.

Vi o senhor Sidle ergueu as mãos e pedir logo em seguida, pra esposa acompanhá-lo até a cozinha, pois queria falar em particular com ela. E antes de ir, ele falou seriamente que não era pra Sara e eu pensarmos em arredar o pé dali pra nenhum lugar sozinhos. Depois eles saíram e deixaram Sara e eu na companhia de Carl ali na recepção da pousada. Assim que eles sumiram, eu soltei o ar que até então prendia em meus pulmões.

—Jesus amado!

—Caraca, eu achei que seu Otávio fosse engolir o teu namorado, Sara.

"Eu também!", Concordei mentalmente com Carl.

—Cala essa boca, intrometido.

—Já calei!

—Não foi tão ruim assim o encontro com o meu pai, foi?

Claro que não! Foi só... terrível esse encontro. Ele me detestou! O primeiro round do meu contato com o pai dela não foi nada amigável. E o pior, é que ainda falta o segundo, o mais temido por mim: a conversa que ele teria comigo.

—Acho que pior do que foi não poderia ter sido.

Sara sorriu do que eu disse e observei que Carl também ria disfarçadamente.


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Notas finais do capítulo

Gil tá bem arranjado com um sogrão desse. E isso é só o começo. Otávio vai marcar em cima do genro. Pobre do Gil. Vai cortar um dobrado com Otávio.

E no próximo capítulo já adianto a vocês que teremos a conversa de sogro e genro.

Hum... Como será que vai ser esse papo?

Vocês saberão muito em breve.

Um beijo e até.



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