Streamline escrita por Mothra


Capítulo 1
A Chegada — ◆


Notas iniciais do capítulo

Tenho essa ideia há TANTO tempo, e agora que finalmente tive acesso ao meu pc de verdade, tava vendo as fics pela metade e olhei para essa e pensei "por que não?" e cá estou. Não tenho muito o que dizer, HAUIHAIUH.

Enfim... Boa leitura, e nos vemos lá em baixo. ♥



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Faziam alguns meses que Aomine Daiki e Kagami Taiga dividiam um apartamento. Eram amigos de longa data e quando o moreno disse que sairia de casa, o ruivo ofereceu o apartamento para que dividissem apenas as eventuais despesas, já que o imóvel pertencia a Taiga – um presente de seus pais. Eles não tinham vizinhos naquele andar, pois os japoneses eram muito superticiosos e rezava a lenda que algum daqueles apartamentos era assombrado. Os rumores não faziam diferença alguma para a dupla, já que ambos eram igualmente descrentes. Aomine era um cadete na polícia metropolitana de Tóquio, e Kagami fazia parte do grupo dos bombeiros, por isso, os dois tinham uma rotina bem peculiar e seus horários, por pouco, não batiam. Naquela manhã, por exemplo, era Taiga quem estava em casa, embora o moreno estivesse prestes a chegar de seu plantão na delegacia.

O ruivo ressonava sonoramente no sofá após chegar de madrugada, e completamente cansado do expediente, acabou dormindo ali mesmo, pelo que seria horas seguidas se não ouvisse batidinhas frenéticas na madeira da porta de entrada do apartamento. Kagami adquirira um sono leve, consequências de sua profissão, e por isso despertou assustado e caiu do estofado, murmurando alguns palavrões enquanto as batidas continuavam sem parar. Ergueu-se rapidamente e foi em direção à porta, inclinando-se para olhar pelo olho mágico de quem se tratava. A única coisa que conseguiu ver foi o topo da cabeleira rosada. Sem mesmo perguntar quem era, simplesmente abriu a porta, por sorte, estava completamente vestido dessa vez.

— Pois não? – disse num tom de voz sonolento, enquanto esfregava os olhos e tentava abafar um bocejo.

— Desculpe, eu te acordei?! – o timbre feminino aparentava certa aflição. – Eu sou a nova vizinha do 703, me mudei ontem à noite. – ela falava rápido, apressadamente. – Eu sei que nem nos conhecemos, mas eu poderia usar seu chuveiro? Eu tenho uma entrevista de emprego e já estou muito atrasada porque tentei consertar o meu chuveiro que está quebrado. Moço, por favor, eu faço qualquer coisa-...

Somente naquele instante que Kagami se deu conta que a mulher estava enrolada numa toalha branca, e que segurava uma necessáire numa mão e a outra mantinha o tecido felpudo preso em seu busto – de seios grandes, era impossível não reparar. Viu-se corar ao fitá-la de tal forma, e por isso desviou o olhar.

— Está bem. – assentiu com a cabeça, ainda sem encará-la diretamente. – É uma emergência, certo?

Um sorriso iluminou a face da garota, que se curvou levemente algumas vezes em agradecimento.

— M-muito obrigada! – proferiu. – Posso entrar?

— Ahn? Ah, claro. – Kagami então escancarou a porta e deu espaço para que ela adentrasse o recinto. – O banheiro fica naquela direção, a primeira porta.

— Obrigada! – disse mais uma vez, e em passos apressados ao cômodo.

Ela entrou no banheiro e encostou a porta sem se dar ao trabalho de trancá-la, tomando o seu tempo para tomar um banho improvisado – afinal, não dispunha de tempo para um banho caprichado e nem poderia tomar um banho de quarenta minutos na casa de estranhos. E enquanto se lavava, ela percebeu que sequer tinha perguntado o nome do outro, apenas o havia achado muito bonito.

Kagami, por sua vez, massageava as têmporas enquanto pensava no que tinha acabado de fazer. Tinha se deixado levar pela mulher pelo simples fato dela ser muito gostosa e por seu corpo estar exposto naquela toalha que seus olhos julgaram como curtíssima. Outro detalhe: tinha deixado uma completa estranha adentrar o apartamento sem sequer perguntar por seu nome. Se ela fosse uma pessoa perigosa? Uma ladra ou pior, uma assassina? Bem, não havia muito o que ser roubado ali, só alguns eletrodomésticos e consoles da nova geração, uma tv gigante que ficava na sala para que ele e Daiki pudessem ver seus jogos de basquete enquanto apreciavam uma boa e gelada cerveja. Daiki... Aomine não ficaria nada satisfeito em saber do descuido alheio com uma pessoa completamente desconhecida.

Não deu outra, o moreno fez menção de colocar a chave na fechadura ao perceber que a porta estava entreaberta. Ficou em estado de alerta, achando que haviam invadido o apartamento. E por ironia do destino, Taiga tinha ido para seu quarto naquele exato momento. E como o policial em treinamento que era, Daiki pousou sua mochila no chão delicadamente, para que não fizesse barulho algum. Ainda não portava uma arma, mas tinha bons reflexos e era treinado em auto defesa e se percebesse qualquer coisa suspeita, era só ligar para o distrito onde trabalhava, os oficiais viriam num instante.

Cautelosamente, ele passou pela sala e foi até a cozinha, escondendo-se atrás do sofá e das colunas como se pudesse surpreender o suposto ladrão a qualquer momento. Estava prestes a averiguar os quartos quando ouviu ruídos que vinham do banheiro. Sem pensar duas vezes, Aomine aproximou-se sorrateiramente porta do banheiro e levou uma das mãos até a maçaneta e a girou lentamente, mas abriu a porta abruptamente, de uma só vez. E o que ele deparou ao abrir a porta foi completamente inesperado; um par de seios fartos, volumosos, de aréolas grandes e mamilos rosados.

Quase tão rosados quanto as madeixas daquela mulher. A jovem, por sua vez, ficou estática por alguns segundos enquanto via aquele homem de farda invadir o banheiro displicentemente, e parado na porta enquanto a encarava completamente nua. Com as bochechas totalmente enrubescidas, levou uma das mãos até os seios – tentando em vão tampá-los – e jogou a coisa mais próxima que achou contra o homem, um recipiente de shampoo que o acertou em cheio na testa enquanto ela gritava.

— SOCORRO, TEM UM PERVERTIDO AQUI! 

Aomine soltou um ganido de dor enquanto ela se enrolou na toalha desajeitadamente, ocultando suas vergonhas enquanto o outro resmungava. Ao ouvir o grito, Kagami veio em seu socorro imediatamente, mas ao ver que era o moreno, apenas deixou um suspiro cansado escapar dos lábios.

— Uh, você me assustou. – disse, apoiando a mão no ombro do amigo.

— Que porra foi essa?! – indagou, acariciando a área atingida na testa. – Quem é essa mulher?

A mulher estava amuada na parede do banheiro, sem entender aquela situação. Estava tão apavorada com a ideia do homem ser um pervertido/estuprador que não percebeu que eles eram amigos.

— Ei, calma. – Kagami disse para ela, tentando tranquilizar ao gesticular com a mão. – Esse idiota mora comigo.

— Responda a minha pergunta, Bakagami! – vociferou o moreno, que alternava seus olhares entre ela e o ruivo.

— Cala a boca, Ahomine! – retrucou, enquanto se segurava para não dar alguns socos nele. – Essa é a...

A encarou, esperando que a mesma se apresentasse.

— Momoi... Momoi Satsuki... – respondeu, ainda meio encolhida no canto.

— Momoi Satsuki. – repetiu. – Ela é nossa nova vizinha, ela estava com problemas no chuveiro e pediu para usar o nosso. Eu sou Kagami Taiga e esse ganguro¹ aqui é Aomine Daiki. Prazer em conhecê-la.

— P-Prazer em conhecer, igualmente.  

— Quem você chamou de ganguro, cabeça-de-fósforo? – retorquiu Aomine, com veias saltadas na testa.

— Err... – sussurrou Satsuki, completamente sem jeito. – Eu posso passar? Estou realmente atrasada.

— Sim, claro.

A rosada reuniu todas as suas coisas de volta na necessáire, enquanto Kagami abriu passagem, puxando Daiki consigo que ainda estava muito nervoso. Ela andou em direção a porta de entrada do apartamento e antes de passar por ela, virou-se para eles e então se curvou novamente.

— Kagami-san, obrigada por me deixar usar o banheiro de vocês! E Aomine-san, desculpe pelo mal entendido. E por ter jogado o shampoo em você, eu só fiquei assustada, mas a intrusa era eu...

Daiki bufou, mas ficou observando ela curvada enquanto se desculpava, aquele ângulo apenas ressaltava o busto avantajado de Satsuki e o moreno tinha tara por seios grandes, então, poderia perdoar aquela pobre alma. Deixando claro que era apenas pelos seios.

— Tudo bem, não precisa se desculpar. Eu também invadi o seu banho, foi mal. – desviou o olhar e coçou a cabeça, emaranhando os dedos nos fios azulados da nuca. Ele não sabia pedir desculpas porque não era de seu feitio.

Kagami ostentou um sorriso jocoso nos lábios ao vê-lo tentando se desculpar.

— Imagine, Momoi. E seja bem vinda à vizinhança. – disse o ruivo.

Ela assentiu com a cabeça e se despediu deles. Taiga, por sua vez, precisou provocar o colega de quarto, afinal, era um de seus passatempos preferidos.

— Você reconhecendo que está errado, essa foi muito boa. – insinuou, recebendo um olhar furioso de canto.

Daiki apenas mirou a costela alheia, dando-lhe uma generosa cotovelada que fez o outro se retorcer de dor e xingá-lo de tudo que era nome que veio em sua cabeça.

— Não enche.

xxx

Aquele dia tinha sido muito agitado para Satsuki. Depois de uma manhã turbulenta na casa dos seus vizinhos, ela teve uma entrevista de emprego numa agência de modelos. Algumas horas depois recebeu a ligação de que estava empregada e que começaria a trabalhar na semana seguinte. Essa notícia a deixou feliz e aliviada ao mesmo tempo, por não ter que começar imediatamente, teria um tempo para organizar seu novo apartamento.

E também teria que agradecer seu vizinho por ter confiado nela o bastante para que pudesse usar seu chuveiro. Com certeza faria algo bem bacana para compensar, e a ideia inicial era convidar o ruivo para jantar em sua casa. Mesmo sabendo que seus dotes culinários não eram nada bons. Também não precisava fazer algo tão sofisticado. Algo informal. Um lanche apenas.

O problema era que Momoi sentia uma palpitação estranha quando pensava em Kagami Taiga. Mal o tinha conhecido, só sabia que ele era seu vizinho e muito gostoso. E gentil. Tais atributos lhe chamaram a atenção mais do que deveria, confessava, mas o que atrapalhava mesmo era o colega de quarto de Kagami, aquele ganguro pervertido que invadiu o banheiro e a viu nua. Pensar em Aomine a deixava instantaneamente com raiva.

Estava tão perdida em devaneios que sequer notou que já tinha feito todo o trajeto de volta para casa e que depois de subir alguns lances de escada, jazia parada em frente ao apartamento do ruivo. Colocou uma das mãos sobre o peito e respirou fundo. Tentava se convencer de que não era nada demais, apenas um agrado, para mostrar sua gratidão. Deu algumas batidinhas na madeira.

— Kagami-san? – chamou por ele, no intervalo entre as batidas na porta.

Não demorou muito para a porta ser aberta, e para seu desprazer, foi o moreno que a abriu.

— Ahn? – a fitou, quase como se não a reconhecesse. – Ah, a vizinha peituda!

— Meu nome é Momoi Satsuki. – disse, fuzilando-o com o olhar.

Daiki deu um sorriso de canto enquanto a olhava de cima. Naquele instante ela percebeu que ele estava  apenas de bermuda, e sem camisa. Permitiu-se por alguns segundos admirar aquele corpo delineado de músculos rijos e altivos, mas logo virou o rosto. Exatamente quando Kagami surgiu.

— Quem cheg--... Momoi, yo. – a cumprimentou, quando ela se curvou levemente. – E aí, deu tudo certo?

— Sim! – respondeu, radiante. E se curvou novamente, em gratidão. – Muito obrigada, se você não tivesse me ajudado eu não conseguiria-...

— Tá, tá. – resmungou Aomine. – E o que você tá fazendo aqui?

— Aomine! Deixa a garota falar...  – repreendeu Taiga.

— Não, está tudo bem! – proferiu. – Na verdade eu queria mesmo agradecer. E fazer um convite.

— Convite? – indagou Kagami, fitando-a com interesse.

— Sim. Você gostaria de jantar na minha casa hoje? – perguntou, olhando fixamente para o ruivo até perceber que Daiki ainda estava ali. – Vocês.

— Hoje tenho turno na delegacia, não vai rolar. – a respondeu de imediato.

Kagami ponderou enquanto era encarado com certo entusiasmo.  

— Não estou na escala de hoje. – concluiu, abrindo um sorriso para ela. – Eu irei.

Satsuki abriu um sorriso ainda mais largo, assentindo com a cabeça ao informar o horário. Aomine apenas a fitava enquanto se perguntava qual era o problema dela. Ela se despediu dos dois e foi para seu apartamento. Conseguiu convidá-lo, já era um avanço. E tinha se livrado de Aomine que seria um estorvo em seu encontro.

Encontro?!

Satsuki corou ao pensar naquele jantar como um encontro; eles tinham acabado de se conhecer e numa situação nada convencional. Também não sabia se Kagami Taiga era comprometido. Presumiu que não fosse, já que ele tinha aceitado seu pedido com tamanha boa vontade.

Agora suas principais ocupações para o restante do dia eram a arrumação parcial do apartamento que estava um caos e o cardápio para o jantar. E cuidar do problema no chuveiro, seu arqui-inimigo desde que se mudara. Precisava se concentrar; estabelecer metas, ver o que arrumaria primeiro – constatou que seria a sala/cozinha que eram conjugadas. Seu quarto e o quarto de hóspede – vulgo quarto da bagunça – teriam a devida atenção no dia seguinte. Não se preocuparia com seus aposentos, afinal, era apenas um jantar informal.

Apesar de sua atração instantânea por Taiga, não esperava que rolasse algum clima. Na verdade, esperava sim, mas preferia não se iludir e por isso abafava seus gritinhos numa almofada próxima – mesmo sabendo que sua mente já criava milhares de expectativas. Essa era Momoi Satsuki, sempre impulsiva demais em suas paixões.

Respirou fundo e deixou seus devaneios de lado para cuidar daquela bagunça. Antes de qualquer coisa, instalou caixas de som no seu laptop e montou uma playlist; músicas animadas e dançantes para alimentar ainda mais a euforia que percorria seu corpo. Não se importou em colocar no último volume, sentindo os sons não apenas preenchendo os cômodos como também seu corpo, que se movia involuntariamente de acordo com o ritmo, enquanto ela carregava as caixas de um lugar para o outro.

xxx

Aomine estava sozinho em casa depois que o ruivo saíra alegando que compraria ingredientes que faltavam para o almoço, mas sabia que na verdade Taiga tinha saído para comprar roupa nova para aquele suposto encontro com a vizinha mais tarde. O moreno era idiota, mas não era tão burro assim, sabia que ela o tinha convidado apenas por educação e embora não precisasse trabalhar naquela noite, somente na seguinte, ligou para um dos colegas que tinha sugerido uma troca de turnos naquele dia, para comemorar o aniversário de casamento com a esposa. Tinha feito a oferta a Daiki que era um dos poucos homens solteiros do distrito que trabalhava, e apesar de ter negado na hora, voltou atrás e confirmou que cobriria o colega.

Não queria ficar em casa, caso aquilo virasse um encontro – que por um motivo desconhecido, o incomodava. As paredes entre os apartamentos eram mais finas do que gostaria e não queria ouvir sons constrangedores se o encontro ficasse mais intenso, por assim dizer. O moreno balançou a cabeça, não queria imaginar as cenas e muito menos Kagami se dando bem com aquela gostosa que morava ao lado.

Precisava descansar, já que faria um turno extra mais tarde.

Só que... Era impossível descansar. Mesmo deitando no sofá e depois na própria cama, o moreno não conseguia descansar. Não conseguia adormecer. E o motivo? Bem, as paredes eram muito finas. E por serem tão finas, a música as ultrapassavam com facilidade. Ou seja, era como se o som estivesse vindo dentro da casa deles. Isso deixou Daiki extremamente irritado, afinal, estava tão acostumado a não ter vizinhos, que não imaginava que uma baixinha como aquela seria capaz de roubar toda a sua paz.

E quando parou em frente à porta do apartamento ao lado, Aomine se amaldiçoou por ter se tornado o tipo de vizinho que ele mais detestava: O vizinho chato.

Bateu na porta, seguidas vezes. No começo, batidinhas leves e por fim estava praticamente esmurrando a madeira e nem sinal da mulher. Bufou, com as veias da testa saltadas de raiva ao presumir que aquela sonsa não o ouviria. Só havia uma coisa a se fazer, girou a maçaneta e percebeu que a porta não estava trancada. Ao abri-la, uma surpresa. A mulher de cabelos rosados dançava de acordo com o ritmo da música, movimentando seu corpo de maneira sensual – usando meias que iam até as coxas e short jeans. A regata azul-claro estava levemente molhada de suor, ele podia ver. Foi hipnotizado pelo balançar dos quadris enquanto ela apoiava as mãos no balcão e rebolava, a cena fez Daiki dar um sorriso de fera provocada antes de pausar a música.

— Quer dizer que apesar do seu péssimo gosto musical, você sabe dançar. – comentou, jocosamente.

Satsuki ficou com a postura ereta e travada por alguns segundos, até pegar um copo de plástico e jogar na direção dele, enquanto gritava. Daiki fez uma careta de desgosto ao pegar o objeto no ar.

— Você precisa parar de atirar coisas nas pessoas, isso é perigoso.

— Você quase me matou de susto! – berrou, colocando a mão sobre o peito enquanto sentia o coração bater aceleradamente e tentava normalizar a respiração afetada. – O que diabos você tá fazendo aqui, Aomine?

Ela não tinha usado nenhum sufixo, ele percebeu e gostou disso.

— Pode me chamar de Daiki, se eu puder te chamar de Satsuki. – sorriu, convencido.

— Que seja! – suspirou. – Responda a minha pergunta. O que você está fazendo aqui, Daiki?

Jamais admitiria que tinha gostado muito de ouvir seu nome saindo dos lábios dela mais do que deveria. Apesar do tom não ser o mesmo que ela usava para falar o sobrenome de Taiga. E por alguma razão, isso o irritou.

— Bati na porta trocentas vezes, mas você não ouviu. – se explicou. – Não querendo ser chato, vim pedir para que abaixasse o volume da música. Eu trabalho durante a noite, e descanso durante o dia.

— Oh!

As feições de irritação sumiram do rosto de Satsuki, dando lugar para uma expressão completamente envergonhada. Não tinha como não achar aquilo no mínimo gracioso.

Droga, isso estava indo para um caminho muito, muito errado.

— Me desculpa! – disse, se aproximar dele. – Eu deveria ter colocado num volume mais baixo. Sempre esqueço dessas coisas em condomínios, me desculpa mesmo!

Limpou a garganta.

— Tudo bem, acontece. Não esquenta. – respondeu, encarando-a. – É que só o Taiga e eu morávamos nesse andar, logo me acostumo.

Ela se aproximou dele.

— Percebi! Achei meio esquisito quando aluguei e vi que só teria um vizinho, mas logo esqueci desse detalhe porque o aluguel estava mesmo barato.

Abriu um sorriso de canto para a mulher.

— Não te falaram sobre esse andar? – começou, aguçando a curiosidade dela.

Satsuki caiu igual um patinho.

— O quê?!

Aomine a chamou com o indicador, para que ela se aproximasse mais.

— Parece que... – olhou para os lados, e diminuiu o volume da voz ao inclinar o rosto paralelamente ao dela. Sussurrou no ouvido. – Uma família foi assassinada nesse apartamento.

Bateu as mãos com força, e Satsuki deu um salto ao se assustar seguido de um grito tão agudo que quase o fez se arrepender daquela brincadeira, se não estivesse ocupado tentando segurar o riso.

— Idiota! Cretino! Ganguro! – vociferou Momoi, acertando-o com socos ao empurrá-lo em direção à porta. – Sai da minha casa!

Entre risadas e espancamentos, tentou articular alguma frase.

— Isso foi pelo shampoo que você jogou na minha cara. Aliás, ainda está doendo. Responsabilize-se.

Sua única resposta foi o som da porta batendo assim que ela o enxotou de seu apartamento.


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Notas finais do capítulo

Ganguro¹: palavra que deriva de “gangan-kuro”, cujo significado é “extremamente escuro”, e “guro”, que significa grotesco. É como a Satsuki chama o Daiki quando eles brigam no mangá.

Gostaram?! Espero que sim! Essa foi uma ideia boba e super clichê que eu tenho há mais de um ano, acho. Gostei muito de escrever, muito mesmo. Me diverti enquanto o fazia. Mas se você gostou, deixe uma opinião! Um review! Seu feedback é muito importante para a mim, querido(a) leitor(a). De verdade. Bom... Beijos apimentados e até a próxima!



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