Animae escrita por Priy Taisho


Capítulo 2
Capítulo 1 -


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Eu confesso que fiquei bem desanimada esses últimos meses em escrever/publicar fanfics, pensei até em desistir e ficar só como leitora mesmo, mas não consegui hahaha

Espero que gostem,
Boa leitura!



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O alvoroço e o pânico que predominavam o castelo eram palpáveis.  Os murmúrios que percorriam cada centímetro do palácio era de que a rainha tinha sido atacada. 

Uma bomba tinha sido explodida em um dos muros e cerca de cinco guardas estavam mortos. As famílias deles receberiam flores e uma carta onde a realeza agradeceria por terem dedicado suas vidas em nome de um bem maior. Ouro e prata também seriam lhes dado, não que a pequena fortuna pudesse preencher o lugar vago em suas mesas de jantar, porém, para aqueles que fossem sábios seria uma maneira de sair dali de uma vez por todas. 

O banheiro dá suíte real estava destruído, água jorrava dos encanamentos e os porcelanatos grudavam nas paredes, ainda havia sangue no chão e este manchava as toalhas felpudas que tinham sido largadas no chão pelo alvoroço . O corpo da rainha tinha sido levado às pressas para outro cômodo. 

O quarto não estava nas melhores condições. Os caros lençóis com linho dourado tinham sido rasgados brutalmente, assim como os travesseiros e o colchão. 

As roupas caríssimas jaziam no chão e tinham sido cruelmente pisoteadas e rasgadas. Boa parte das jóias tinham sido saqueadas, porém, a coroa que era cravejada de diamantes e ornamentada por esmeraldas estava cravada em uma das paredes, abaixo de xingamentos chulos contra sua dona. 

O homem desviou de uma das servas que corria com diversos lençóis enrolados em seus braços e com um breve aceno de cabeça, dispensou os pedidos de desculpas que ela lhe dirigia. Não deixou de notar que o vestido dela estava sujo com sangue, tanto quanto suas mãos. 

Ele prosseguiu, o cabelo negro colando em sua testa e os olhos pretos repletos de preocupação. A barba por fazer deixava sua aparência severa, a roupa negra, com a insígnia real demonstrava que era um membro indispensável na guarda da rainha. 

E ela estava ensanguentada em um dos quartos sendo amparada por curandeiros e servos que tentavam manter a calma. 

O ocorrido tinha sido há quase três horas e por sorte, no momento, a mulher encontrava-se estável. 

As portas do salão de conferências tinha sido aberta estrondosamente e ele entrou flanqueado por dois guardas. Uma parte sua achava a atitude exagerada, porém, sabia que eram procedimentos de segurança e por isso, não protestou. 

A bancada em que os conselheiros se encontravam elevava-se a metros do chão, deixando com que eles lhe observassem de cima, como era de sua preferência. A cadeira central estava vazia e a última da esquerda também, sua ocupante viajava por entre os vilarejos há semanas. 

O primeiro homem a se manifestar tinha uma expressão enfezada que contorcia todo o seu rosto, o bigode alvo parecia ter vida própria e já era possível ver os primeiros sinais de calvície que lhe acompanhavam com a idade. 

— Onde você estava? – Bradou batendo as mãos contra a mesa. Os outros conselheiros apenas o observavam. – Devia protege-la! 

— Acalme-se, Sarutobi! – Disse o homem que se sentava ao lado do senhor. Os cabelos dele iam até a altura dos ombros e eram castanhos claros, aparentava ser mais jovem que Sarutobi e seus olhos, também castanhos, demonstravam cansaço. – Gritar não irá resolver nada. 

— Claro que não irá resolver nada, Hashirama. – Retrucou Sarutobi olhando para o homem por um breve momento antes de se dirigir ao outro que permanecia em silêncio. – Ela está com um maldito buraco na cabeça!

— A situação dá rainha é estável, senhor. – Sarutobi o olhou com desprezo. – Estamos esperando que ela acorde para descobrirmos o que houve. 

— Sasuke Uchiha, sua família tem cuidado da segurança deste castelo por décadas.  – Sarutobi disse ao sentar novamente em sua cadeira, os olhos estreitavam-se como fendas. – Você e seu parceiro cuidam exclusivamente dá segurança da rainha, por que a deixaram sozinha?

— A rainha queria se banhar. – Sasuke respondeu calmamente, cruzando os braços sobre suas costas. – Somos divididos por classes sociais, senhor, porém, continuo sendo tão homem quanto vocês. 

— Esperasse do lado de fora da casa de banho! 

— Ela pediu que eu me retirasse. – Sasuke rebateu mantendo a expressão impassível. – Já a vi mandar homens para a forca por muito menos, eu não ousaria contesta-lá. 

— E por que não estava do lado de fora do quarto? 

— Recebi ordens de que deveria procurar a costureira para ela. Três dos meus melhores guardas estavam posicionados na entrada do quarto. – Sasuke esperou que Sarutobi o contestasse e quando não o fez, prosseguiu. – Eles foram envenenados. 

— Cinco homens morreram durante este ataque. – Hashirama disse com pesar e soltou um suspiro antes de passar a mão pelos cabelos. – Tem ideia do que pode ter ocorrido?

— A explosão que ocorreu nos portões foi uma distração. Eles já estavam dentro do castelo. 

— Eles quem? – A mulher de cabelos prateados que tinha se mantido quieta até então, questionou. A voz era levemente aguda e seus lábios estavam crispados. – Os rebeldes?

— Sim, milady. – Sebastian concordou prontamente. – Achamos o símbolo deles. 

— Onde? 

— Nas costas da rainha. 

Quando finalmente foi dispensado, Sasuke foi acompanhado pelos guardas até a saída do salão. Ele possuía certa autoridade para opinar sobre os assuntos referentes à corte, mesmo que os conselheiros não admitissem.

A conclusão era de que o trágico episódio seria omitido até que fosse necessário. Para os conselheiros, o caos se instalaria por todo o reino caso as notícias de que a rainha poderia estar entre a vida e a morte – comentário exagerado, da perspectiva de Sasuke e inutilmente questionado por ele.

Ainda faltavam algumas horas para o sol se pôr, então ele se dirigiu até seus aposentos e permitiu-se um banho demorado com água quente, embora o que seu corpo desejasse fossem algumas horas de sono. 
A barba continuaria rala, até que ele tivesse tempo para apara-lá.

Calçou as botas de couro e colocou um casaco cinzento, a espada estava dentro da bainha, que por sua vez, estava presa firmemente à um cinto. Ele esperava não ter que usa-lá.

A passagem pela cozinha tinha sido o mais breve possível. Comeu um ensopado de carne que Chouji havia feito, com alguns pedaços de pão e aceitou uma taça de vinho que Ino tinha lhe servido.

— Vai precisar disso caso a megera acorde. – Disse a loira erguendo uma garrafa de vinho antes de apoiar-se em um dos armários. Ela já havia aberto o colete negro e as botas marrons estavam em um canto. 

— Você não precisa mais disso. – Sasuke disse erguendo-se da cadeira e deixou o prato sobre a pia. – Vá descansar, você rastreou aqueles desgraçados o dia todo. 

— E continuarei! – Garantiu ela dando um sorriso debochado. – Farei questão de dar meus parabéns a quem fez aquilo. – Apontou para o teto e revirou os olhos ao ver que Sasuke não compartilhava de suas pretensões. – Ora, Sas...

— Por hoje chega. – Um rapaz ruivo surgiu, arrancando a garrafa das mãos de Ino. – Se te ouvirem falando isso vão achar que você está contra a coroa. Podem pedir para que o carrasco te faça uma visita. 

Ino olhou para ele com seus olhos azuis tempestuosos e engoliu qualquer resposta que estava prestes a dar. Gaara estava certo. 

O quarto em que Sakura estava hospedada ficava no alto da torre leste. Dois guardas estavam em frente as portas do quarto, as mãos preparadas para desembainhar as espadas a qualquer momento. Eles cumprimentaram Sasuke com uma breve continência e abriram as portas para que ele entrasse. 

O quarto não era nem de longe luxuoso como o outro, porém, as arrumadeiras faziam o possível para deixa-ló dá maneira que a rainha preferia. 

Outras duas acomodavam o que restavam das roupas da rainha dentro de um roupeiro. As que ainda iriam passar por sua rigorosa avaliação, estavam estendidas cuidadosamente sobre um sofá com estofado vermelho. 

A curandeira tinha em mãos uma bacia prateada e correu até o banheiro parecendo apressada. 

As cortinas que envolviam o dossel da cama estava puxadas, uma colcha dourada cuidadosamente alinhada sobre o colchão e envolvida sob ela, estava a rainha. Os cabelos rosados espalhavam-se sobre o branco das fronhas, um curativo que começava a manchar-se de vermelho em sua testa.  Havia um risco verde azulado que partia da maçã de seu rosto até seu maxilar. 

— Ainda bem que você chegou. – Sasuke desviou os olhos para a figura loira jogada sobre a cadeira ao lado da cama. O cabelo era despenteado como sempre e seus olhos azuis, também eram rodeados por olheiras escuras. – Sinto como se meu corpo houvesse sido fundido contra essa maldita cadeira! – Reclamou levantando-se. Ergueu os braços e alongou seu corpo, atraindo o olhar de uma das criadas, que por um momento, parou para observa-ló admirada. Ele piscou um dos olhos para ela e a garota, envergonhada, embaraçou-se ao dobrar uma das peças.

— Você não tem jeito, Naruto. – Sasuke disse revezando seu olhar entre a criada e o parceiro. – Tem algo para me contar, além de suas aventuras cobiçando essas garotas?

Naruto revirou os olhos e olhou para Sasuke com tédio. 

— Não é cobiça. Estou cortejando-as. – Corrigiu o loiro repleto de ceticismo. – O meu pai quer que eu me case, caso você não se recorde. – Pontuou enquanto dirigia-se até uma mesinha que possuía uma jarra d’água e alguns copos. – Como foram as buscas? 

— Podem nos dar licença? – Sasuke perguntou às criadas  que pareceram relutantes por um momento, analisando a pilha de roupas para organizar e por fim, despediram-se com um breve aceno de cabeça. A curandeira também foi dispensada. – Percorremos tudo. Haviam algumas pegadas que seguiam pela floresta. 

— Encontraram algo? – Naruto perguntou seriamente.

— Elas acabaram no rio. – Sasuke respondeu sentando-se na cadeira. – Os cães estão soltos, procurando algum rastro alternativo. Ino estava na floresta até um pouco depois do pôr do sol. Nada. 

— Eles não podem ter desaparecido dessa maneira. – O loiro disse depositando o copo sobre o criado-mudo. – Há alguma chance de que eles permaneçam no castelo? 

— A menos que exista um traidor entre nós. – Sasuke desviou seus olhos para o corpo inerte da rainha. – Todas as passagens conhecidas foram vasculhadas e seladas.

— Você acredita que existam outras? 

— É claro. – Confirmou sem cerimônia alguma. – A própria rainha diz que nós não conhecemos todas as passagens. Não acredito que seja um blefe. 

— Acha que nós precisaremos seguir aquelas ordens? – Naruto perguntou após algum tempo. Os olhos atentos sondavam o corpo de Sakura à procura de algum sinal de melhora. 

— Não é hora para falarmos sobre isso. – Sasuke o respondeu baixo, indicando a porta com a cabeça. Haviam passos apressados no corredor. – Nos preocuparemos quando ela acordar.

Naruto concordou com um aceno de cabeça e suspirou. O pensamento de que ela não poderia acordar não foi expressado. Era um devoto à ideia de que pensamentos negativos atraiam ações negativas. 

Despediu-se de Sasuke pouco tempo depois, rumando para o próprio quarto em busca de conforto e água quente.

Além disso, não havia o que ser feito.  

Sasuke olhou para a mulher que o observava através do espelho. Ela trajava um vestido azul que aparentava maciez, robusto por sua saia volumosa e com um decote arredondado que dava uma breve visão do vale entre os seus seios. Um colar com diamantes adornava seu pescoço e era a única jóia que ela usava no momento. 

— Você não sabe de nada. – Disse Sakura antes de desprender o cabelo, que caiu sinuosamente por suas costas. – Há muitas passagens das quais todos desconhecem. 

— Como pode ter tanta certeza, senhora? – Perguntou seriamente, ignorando o olhar que parecia ler sua alma. – Todas as passagens foram mapeadas e...

— Quantas passagens existem, Sasuke? 

— Cinquenta e duas. – Respondeu prontamente. Um de seus primeiros trabalhos no castelo tinha sido o de decorar cada uma das passagens e as artimanhas que as revelavam. – Posso citar uma por uma, caso queira.

— Não pedi que fizesse isso. – Sakura respondeu, agora, escovando uma longa madeixa rosada. – Existem cinquenta e cinco passagens. 

— Impossível. – Sasuke discordou vasculhando em sua mente cada uma das passagens. – Cada uma... – Interrompeu sua frase ao vê-la se levantar. 

Os olhos verdes eram cheios de mistério e o mínimo sorriso nos lábios carmesins diziam que a mulher estava brincando com ele. 

Sakura era poucos centímetros mais baixa do que ele, mesmo de salto. Caminhou na direção do guarda, passando a mão por seus ombros e  ajeitando a camisa que estava impecável diante dos olhos de qualquer um. 

— Uma mulher precisa de segredos, Sasuke. – Disse colocando uma das mãos no rosto dele.  – Já devia saber disso. – Acrescentou em um sussurro, antes de dar as costas para ele e sair do quarto sem despedida alguma.

Balançou a cabeça, afastando as lembranças sobre a única vez que conversara com Sasuke sobre as tais passagens. Ela era como um maldito túmulo, porém, não fazia questão de negar que sua pequena diversão era ver o cavaleiro vasculhando atentamente cada canto do castelo pelo qual passavam. 

Era noite e o quarto permanecia iluminado. As criadas e a curandeira retornaram e por algumas horas, o cômodo foi preenchido por cochichos. 

Sentado onde estava, o homem conseguia ver o olhar de cobiça de uma das garotas em um colar de pérolas que ela enlaçava em seus dedos, levando-o para perto da luz como se esta pudesse alterar a composição da jóia. Ela o depositou em uma caixinha dourada e dedicou sua atenção à um anel.

Repetiu o mesmo gesto com todas as jóias, uma por vez.
— Não hesite em me chamar. – Alertou a curandeira antes de sair do cômodo pela quarta vez naquela noite. 

Provavelmente, ela retornaria no outro dia pela manhã. 

Para Sasuke, o tempo estava passando miseravelmente devagar. O silêncio, que nunca o incomodou antes, deixava-o agoniado, ainda mais quando seus olhos insistiam em fechar a todo o momento. 

Ele levantou. Foi até a janela e sentiu a brisa contra o rosto. Acenou para um dos guardas que fazia a ronda naquele momento, caminhou até o criado-mudo e serviu-se de duas doses generosas de água. Observou a lua e foi até a suíte lavar o rosto mais vezes do que o necessário. 

Quando voltou para o quarto, passando a mão molhada contra o cabelo, olhou para a cama para ver a rainha e deparou-se com duas orbes verdes o observando de maneira confusa. 

Parou. Absorvendo a surpresa da melhor maneira que pôde. 

Sua consciência gritava que aquilo era impossível, mas Sasuke sempre foi um homem que acreditava no que via. 

E aqueles olhos. 

Aqueles malditos olhos que eram sempre perversos e luxuriosos, pareciam puros. 

A moça, que agora esforçava-se para sentar, não poderia ser a rainha.


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Notas finais do capítulo

continua... mereço reviews?
Até a próxima! ♥



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