True King escrita por Bee


Capítulo 8
7 - Furious as river


Notas iniciais do capítulo

Hello, it's me ♥ Quanto tempo, não é mesmo?

Aqui está o novo capítulo, que demorou simplesmente porque eu estava com preguiça para terminá-lo. Não tem grandes acontecimentos, mas na minha opinião é interessante e tem umas coisas bem legais, então espero que gostem.

O título significa: "Furioso como um rio", ou quase isso.

Obrigado pelos acompanhamentos, comentários e favoritos ♥ Continuem lendo ♥

Vamos tentar aprontar o próximo capítulo para o mais rápido possível, mas talvez possamos acabar escrevendo alguns antes de postar. Mas prometo que não vai demorar tanto assim.

Boa leitura ♥



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Sair de Winterfell não tinha feito muito bem a Jon. Mesmo depois de chegar a Correrrio ele se sentia enjoado, o estômago estava tão embrulhado que nem conseguiu comer na noite de sua chegada. Um dia depois, o jovem rei ainda continuava com a mesma sensação. Lyanna até mesmo chamou o Meistre para ver o que o filho tinha. Este não descobriu nada, mas recomendou repouso. Jon o obedeceu e alguns dias depois já estava bem.

─ Vejo que melhorou ─ Caçoou Shiera.

Ninguém alem de Jon sabia o real motivo de a garota estar ali. Dissera a todos que ela iria até ali apenas para servir de comando no exercito enquanto Robb estava consigo. Lyanna e Arthur estranharam, levando em conta que a escolha mais propicia seria A Espada do Amanhã, porém aceitaram.

─ Ria de mim ─ Respondeu Jon sério ─ E então, talvez no dia que você ficar doente, rirei o dobro.

─ Parece-me que alguém levantou de mau humor ─ Riu levantando.

Estavam todos no salão principal para o desjejum, menos Catelyn. A ruiva ficara nos aposentos do pai desde que chegaram. Lorde Hoster Tully, pelo que diziam, já estava até com o corpo frio.

─ Se me dão licença senhores ─ A mesa em que sentara estava cheia de senhores das terras fluviais, que concordaram com a cabeça quando seu rei se retirou.

Jon e sua pequena comitiva haviam chegado há quase uma semana, tempo esse que o Targaryen tinha ficado enfermo, não tinha sequer saído do quarto. Já era hora de visitar o Lorde moribundo.

Bateu levemente na porta do quarto principal, ouviu a voz de Catelyn o mandando entrar. Sentia pena da mulher, há pouco tempo atrás ficara sabendo da morte do marido, do sofrimento da filha mais velha, ninguém sequer sabia onde Arya estava e agora estava prestes a ver o próprio pai morrer.

O velho Lorde encontrava-se deitado em uma cama próximo a varanda triangular do lado oeste do castelo. Catelyn lhe fazia uma leve caricia nos poucos cabelos. Este mantinha um sorriso no rosto, estava acordado.

Jon adentrou o aposento e fechou a porta, o velho lhe dirigia uma expressão de choque e alegria.

─ Olá ─ Disse o mais novo sorrindo de forma majestosa. Ouvira muitos vezes a mãe dizer o quanto achava Lorde Hoster um bom diplomata, um bom amigo em tempos difíceis ─ Eu sou Jon Targar...

─ Targaryen, obviamente ─ Disse pré a uma crise de tosse ─ Pode ter os cabelos e olhos Stark, mas o jeito de andar é como apenas os dragões andam ─ Continuou ─ Se não se incomoda Vossa Graça, sente-se aqui ─ Bateu na ponta da cama como indicação.

 ─Deixarei os dois conversarem ─ disse Catelyn já abrindo a porta par sair.

Jon sentou-se e pegou a mão do mais velho entre as suas, estavam geladas e trêmulas.

─ Eu conheci seu pai ─ Disse divagando, o velho tinha total atenção de Jon, porém Hoster Tully falava para o vento ─ Era um homem adorável, tocava harpa melhor do que qualquer músico. Teria sido um bom rei.

─ O senhor gosta do som? ─ Pediu Jon, o Lorde de Correrrio agora o olhava com expressão de questionamento ─ Eu sei tocar, um pouco. Aprendi com um comerciante em Asshai.

─ Oh, é claro que eu gosto ─ Sorria. Jon não entendia muito bem, mas havia se afeiçoado em tão pouco tempo ao Lorde moribundo ─ Mas não perca seu tempo, há uma guerra para lutar. Enquanto eu ainda respirar, Vossa Graça, não tema pelo apoio de Correrrio.

— Eu não me incomodaria, meu senhor — Jon ainda insistiu e pediu que um criado que o esperava ao lado da porta para que lhe arranjasse uma harpa.

Quando ele a trouxe, Jon tocou uma melodia doce, quase fúnebre. Muito apropriada, de qualquer forma. Tocou até que Lorde Hoster Tully voltasse a dormir, a sombra de um sorriso pairando sob seus lábios.

Jon sorriu e olhou para fora. O tempo passara rápido e o sol já estava alto no céu. Não podia mais ficar ali e adiar o inevitável. Estava dando seus primeiros passos em direção de uma guerra.

♦♦♦

A cabeça pesava, sentia o vinho lhe fazendo o devido efeito. Estava em mais uma reunião. Os Lordes discutiam incansavelmente sobre o que fariam — aquilo era o vinho, pois Jon já havia explicado detalhadamente o que faria.

Pensava em como estariam Balerion e Meraxes. Havia deixado os dois dragões em Winterfell, o que para a sua mãe foi um sinal total de irresponsabilidade. Quando lhe foi dito isto ele passou a observar e percebeu que não era irresponsável, Meraxes estava acostumado com Sansa e Balerion, de alguma forma, obedecia a Meraxes.

Sorriu percebendo a estranha ligação de Sansa e Meraxes, tal ligação que nem Jon conseguira com o dragão menor, era como se tivessem se conhecido desde o início. Talvez em algum dia ela até conseguisse montá-lo. Afastou seus pensamentos de Winterfell e de Sansa quando um servo correu esbaforido em sua direção.

— Lorde Hoster Tully está morto!

O anúncio pega todos no salão de surpresa e um burburinho logo se instala. Catelyn desata a chorar, sendo amparada por Robb e por Lyanna. Até mesmo Jon fica entristecido – havia gostado muito do velho homem e sentia que aquela era até mesmo uma perda tremenda para o mundo. Pessoas boas, fortes e gentis estavam em falta.

Robb, claramente abatido, aproximou-se de Jon. Este colocou a mão nos ombros do primo e o abraçou.

— O que faremos agora, Jon?

— Um funeral apropriado para o senhor das Terras Fluviais — Jon elevou a voz e o salão caiu num silêncio sepulcral — Amanhã. Nos despediremos deste Lorde amado apropriadamente e então as demais providências serão arranjadas. Agora comam e fiquem de luto por seu senhor.

O resto do jantar, sem já a presença do mais novo senhor de Correrrio Edmure Tully e sua irmã, Catelyn, transcorreu com certa tristeza, porém normalmente.

Quando Jon se retirou, Shiera o esperava ao lado de seu quarto, com um grande envelope em mãos. Vestia discretamente e um capuz escuro adornava sua cabeça. Tinha uma expressão séria e o colar bicolor em seu pescoço brilhava ameaçadoramente.

Convidou-a para entrar sem cerimônia. Sentia mesmo falta de, no meio daquela bagunça, ter um tempo a sós com sua irmã.

— É uma carta — Ela explicou, tirando o capuz e balançando os cabelos prateados — Uma carta de Stannis Baratheon.  

Jon não tardou a abri-la. Estava curioso. Poderia ser uma declaração de guerra ou algo pior. A letra masculina e nem um pouco hesitante preencheu seus olhos enquanto ele lia seu conteúdo.

De Stannis Baratheon, Senhor de Pedra do Dragão, para Jon Targaryen, legítimo rei do Trono de Ferro,

Escrevo-lhe com respeito ao reino de Westeros, agora sob o comando do filho bastardo da rainha Cersei Lannister. Ousei-me declarar-me rei, visto da bastardia de toda “descendência” de meu irmão – esta reconhecida por Jon Arryn e seu tio, Eddard Stark – o que conferia a mim o direito ao Trono de Ferro.

Porém, agora com a mudança de circunstâncias e um legítimo rei a caminho de uma vitória, declaro meu apoio a sua causa e sua ascensão ao trono. Imagino que, assim como seu pai Rhaegar teria sido, será um bom rei.

Já troquei minha honra por família uma vez. Não cometerei este erro novamente. Estarei indo a seu encontro. As boas línguas avisam que nos encontraremos ao entrar no mar antes de Dorne. Levo comigo meu exército.

Espero que aceite meu apoio. Não o oferecerei duas vezes.

Até breve.

Jon leu e releu mais algumas vezes a carta, digerindo toda a informação. Bem, pelo menos era algo positivo.

— Stannis é um bom comandante. Audacioso, honrado, experiente. Será um belo acréscimo ao seu exército, Jon — Shiera comentou, distante. Suas feições tornaram-se sombrias e ela dirigiu seu olhar para a janela, que demonstrava a noite escura — Mas dizem que ele escuta a voz de uma Sacerdotisa Vermelha. Temos de ser cautelosos.

— E o que é que você vê, irmã?

Ela voltou seus olhos para as chamas que brilhavam para iluminar o quarto. Naquele momento ela não era Shiera Lassea, ela era uma porta-voz do deus Vermelho, uma Órfã da Sombra, como o nome lhe atribuía.

— O futuro para mim permanece inalterado, Jon. Mas ele não é gravado em uma pedra. Pode mudar, dependendo das escolhas que você faz. Eu não posso permitir que seja enganado por palavras doces de uma Mulher Rubra.

Jon a abraçou. Shiera tinha traumas de uma infância distante, nas águas escuras de Asshai. Qualquer dom que tivesse não mascarava as conseqüências do que ela passara.

— Vai ficar tudo bem — Tranqüilizou, a voz saindo abafada por entre seus cabelos — Nós vamos conquistar o trono de ferro e então não terá o que temer, irmã.

Naquela noite, Jon se perguntou se realmente conseguiria vingar o pai e reconstruir o império que havia nascido para moldar. Mas, ao olhar para o rosto de Shiera enquanto esta estava adormecida, lembrou-se do porque de fazer o que fazia. Precisava deixar sua família segura e isso incluía a irmã que nunca pudera ter e que agora dormia tranquila, sem pesadelos.

Porém, as cartas com más notícias não paravam de chegar. O inverno estava chegando e com ele a escuridão.

♦♦♦

O enterro de Hoster Tully acontecia naquela manhã. Uma fina garoa gelada se instaurava no ar, prevendo uma tempestade violenta.

Jon assistiu o insucesso de Edmure a cumprir o ritual, mas esperou com paciência mesmo quando o Peixe Negro – Brynden Tully – o fez. Também viu, na parede dos senhores de Correrrio, a última pintura feita de Lorde Tully, com os mesmos ombros curvados e sorriso desgastado.

A inscrição abaixo dizia simplesmente algo que deixara Jon verdadeiramente comovido.

Hoster Tully – Furioso como o rio

O próprio Edmure o procurou mais tarde, afirmando novamente o apoio de Correrrio naquela guerra. Jon saboreou a amarga verdade de que aquela era a mesma família que apoiara o usurpador, mas agora apoiava novamente um Targaryen.

Foi a própria Shiera que o alertou que em breve, segundo o que vira, as tropas Lannister chegariam a Correrrio para destruir tudo e garantir que não apoiassem Jon pelo medo.

— Partiremos antes. Tenho de ir a Dorne e a Campina, completar esta jornada para então marchar contra meus inimigos — Apoiou suas mãos nos ombros dela. Shiera lhe sorriu ternamente — Ficará aqui em Correrrio e garantirá que Jaime Lannister desapareça da batalha e, se assim desejar, pode derrotar quantos soldados quiser.

— Eu não lhe desapontarei — Ela garantiu.

— Eu sei que não — Beijou-lhe a testa com carinho.

Despedir-se de Shiera fora difícil, mas agora Jon estava indo para seu próximo destino, ficando um passo mais perto do que queria – O Trono de Ferro.


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Notas finais do capítulo

Obrigadinha por ter chegado até aqui ♥ Espero que tenha gostado.

Sugestões, criticas ou erros nos comentários. Elogios me deixam muito inspirada, sabia? Hahaha

Até o próximo!



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