O Garoto da Calça Rasgada escrita por Biax


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu povo! Cá estou com mais uma fanfic de AD! Não consigo ficar muito tempo longe! Hahahha

Gostaria de dedicar esta obra a minha amigona, Gabrielly, que acompanhou todo o processo - que durou menos de quatro dias, huahauh - e que me ajudou em várias coisas, inclusive na capa. Ela apoiou minha ideia desde o começo. Obrigada, sua linda! ♥

Espero muito que gostem! Boa leitura!

Edit de 08/08/21
Oi, gente! Eu revisei essa história e agora ela está brilhando kkk
Espero que gostem da nova versão!



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Às vezes eu me pergunto: como será ter a vida assim? Não, pergunta errada. Como era ser assim? Ele parecia não se importar com nada, muito menos com a opinião dos outros sobre si. Será que ele realmente era assim, ou aquela pose era apenas fachada?

Comecei a perceber que meu olhar o procurava no momento do intervalo, assim que sentava em um dos bancos do pátio. Eu não sabia dizer o que exatamente me atraía, já que ele não era bem o meu tipo. Será que era por falta do que fazer, ou minha vida estava tão entediante assim?

O que ele tinha de tão interessante? Aqueles cabelos louros bagunçados, o jeito relaxado, as roupas sempre em tons escuros ou como quase todas suas calças jeans eram rasgadas no joelho esquerdo?

Espera, como eu sabia daquilo?

Acho que está na hora de arranjar algo para fazer...

— Oooooi, Castiel? — Alguém balançou as mãos em frente ao meu rosto e eu pisquei, tentando voltar a focar a visão. — Tá sonhando acordado?

Gabrielly e Rosalya me encaravam, quase de frente para mim.

— Que foi?

— Nada. O que você tava olhando? — perguntou, curiosa, dando uma espiada rápida para trás, sem notar nada de diferente. — Achei sua cara engraçada. Aposto que tá preocupado com a nota da prova de história — disse, em um tom brincalhão.

— É... Eu tava pensando nisso. — Dei um sorrisinho sem graça, agradecendo por ela não ter percebido a mentira. — Aquela prova foi difícil.

— Difícil pra você? Até parece. — Rosa riu, revirando os olhos.

— Não é porque me matei de estudar que eu não poderia achar difícil.

— Tá bom, então —soltou ela, fazendo um biquinho.

— Você tá tão avoado esses dias... — comentou Gabrielly, analisando meu rosto. — Tá tudo bem?

Sem que eu permitisse, busquei o garoto loiro e me obriguei a voltar a encarar minha amiga.

— Sim. Só tô um pouco cansado. Sabe, eu sou dona de casa, esqueceu?

As duas riram com o termo.

— Verdade, esquecemos desse detalhe. — Gabrielly sentou-se ao meu lado no banco. — Você lava muita louça, limpa a casa... Imagina quando casar! Sua mulher... ou melhor, seu homem vai adorar. — Ela abriu um sorrisinho malicioso.

— Xiu. — Olhei para os lados, me certificando que estávamos sozinhos. — Mulher ou homem, não tem como saber, mas acho que sim, será alguém sortudo. — Mostrei a língua, zombando.

— Nada convencido, hein? — brincou Rosa. — A pessoa pode ser sortuda, mas vai ter que aguentar esse seu ego.

Dei de ombros, sabendo que ela estava brincando. Eu ainda achava engraçado como elas levavam aquilo de uma forma tão natural e sempre me lembrava do momento em que elas me fizeram confessar.

Eu encarava Jade, um garoto recém-chegado na escola. Eu tinha achado a cor de seus olhos incríveis, além do pacote todo, é claro, e não consegui fingir que olhava para outro lugar a tempo. Não tinha para onde correr e eu contei, e elas apenas concordaram e começaram a falar das qualidades físicas do garoto, que acabou virando um amor platônico por algumas semanas, até outra pessoa aparecer.

Aliás, elas sabiam de todos os outros amores platônicos, como a Violette, que durou apenas o tempo de ouvir ela falando, ela era tímida demais para o meu gosto, a Melody, que não sei se devo contar, foi apenas no primeiro dia em que a vi, no outro percebi como ela era chata, e até a própria Gabrielly, ao meu lado, mas aquele durou apenas algumas semanas, o tempo que levamos para nos tornar amigos.

— Tem certeza que é só isso? — perguntou Gabrielly, olhando ao redor como se conseguisse adivinhar para onde eu estava olhando antes. — Por acaso tá com uma nova paixonite?

— Não — respondi rápido demais, e minhas bochechas me entregaram, ficando quentes e vermelhas.

— Já esqueceu o Dimitry, é? — indagou Rosa, sorrindo de canto.

Ele tinha sido a última paixonite de duas semanas atrás. Ele era um garoto do terceiro ano, alto, bonito e com uma voz incrível. A paixonite terminou quando ele começou a namorar uma menina de outra turma. Minhas expectativas foram por água abaixo.

— Quem é? Quem é? Quem é? — Gabrielly começou a pular no banco.

— Ninguém — menti, tentando soar descontraído, levantando e ajeitando a mochila nas costas. — Já vai bater o sinal, vamos pra sala.

Durante o trajeto, as duas continuaram perguntando se eu estava gostando de alguém, e eu não abri a boca. Até porque eu não estava gostando. Poderia até estar de olho, mas não queria falar. Ainda não. As coisas tendiam a dar errado quando eu contava.

Na aula, descobri que fui muito bem na prova de história, mas por outro lado, na prova de matemática, não fui nada bem. Matemática era e sempre seria o meu maior pesadelo. Minha média estava bem abaixo do necessário para passar, então a professora me sugeriu fazer as aulas de reforço no período da tarde.

Eu não precisava de aula de reforço, precisava parar de me distrair com qualquer coisa e prestar atenção nas explicações.

***

Alguns dias depois, gêmeos entraram na escola e um deles, o de cabelos azuis, ficou na nossa sala. Rosa adorou seu estilo estranho e foi a primeira a falar com ele, seguido de Gabrielly. O menino parecia ser simpático e bem-humorado, e acabou se enturmando rápido.

No intervalo, fui para o meu lugar de costume no banco do pátio. Ali eu tinha uma visão privilegiada do meu alvo. O garoto loiro ficava do outro lado, próximo à entrada no clube de jardinagem, e quase sempre ficava sentado no chão, junto de seus amigos. E, daquela vez, percebi que havia mais um integrante no grupo.

— Ele pode ficar com a gente, né? —perguntou Rosa, de repente.

Ao virar o rosto, avistei Rosa, Gabrielly e o menino novo de cabelos azuis.

— Ué, claro que pode.

— Bom, esse é o Castiel —apresentou ela, me indicando com a mão. — E ele é o Alexy.

Ele abriu um enorme sorriso, como quem agradecia, e eu acabei por sorrir. Ele e Gabrielly sentaram-se no chão.

— Ele é gay, sabia? — soltou ela, com empolgação.

— Gabi! — censurou Rosa. — Como você é desnecessária.

Alexy deu risada.

— Tudo bem, Rosa. É verdade, ué... Você também é? — Ele me perguntou.

Nunca tinham me feito aquela pergunta antes, não tão diretamente, e me senti envergonhado. Ele parecia ser o tipo de pessoa que não ligava de falar sobre a própria sexualidade. Já eu não era tão aberto assim, pelo menos não com pessoas estranhas e conhecidas há pouco tempo.

— Se não quiser falar, tudo bem — afirmou Alexy, vendo que eu demorei a responder.

— Não... Tudo bem. Acho que tô mais pra bissexual — cochichei, sem graça.

Ele balançou a cabeça afirmativamente, como se tivesse entendido minha hesitação.

— E cadê seu irmão? — perguntou Rosa.

— Hm... — Alexy olhou ao redor e apontou. — Ah, ali!

Curiosamente, seu irmão gêmeo era o novo integrante do grupo do garoto loiro. Todos eles pareciam bem interessados em algo que o irmão de Alexy carregava.

— Que pena que ele caiu em outra sala, né — comentou Gabrielly, ainda observando o pequeno grupo.

— Pena?! — Alexy riu. — Que bom que ele caiu em outra sala. Já basta a convivência em casa! — Nós acabamos rindo. — O Armin me irrita demais na aula. Posso não ser a pessoa mais nerd do mundo, mas ele tem o dom de não prestar atenção em nada. Só quer saber de jogar videogame.

— Vocês sempre estudaram juntos? — perguntei.

— Sim, sempre na mesma sala. Tava na hora de alguém quebrar o ciclo! Mas olha, eu tô feliz, vou ter um tempo sozinho em casa depois da aula, já que ele vai fazer as aulas de recuperação.

— Mas vocês acabaram de chegar — pontuou Rosa, confusa.

— Sim, e meus pais não quiseram enrolar dessa vez. Eles sabem que ele vai dar um jeito de ficar jogando na aula, então já colocaram ele na recuperação.

— Você poderia apresentar ele pro Castiel — sugeriu Gabrielly. — Ele precisa ir pra recuperação de matemática. Assim não fica sozinho lá.

Antes que eu abrisse a boca para retrucar, Alexy começou a berrar dali mesmo.

— ARMIN! ARMIN VEM CÁ!

Não teve uma pessoa que não olhou em nossa direção, inclusive, o novo grupo do gêmeo. O garoto loiro nos olhou curiosamente e fez meu coração disparar. Enquanto eu fiquei tenso, as meninas caíram na gargalhada.

O irmão de Alexy pareceu fazer uma careta de impaciência, mas levantou e andou em nossa direção com o olhar no que tinha em mãos. Durante o trajeto, até Armin chegar até nós, o garoto loiro não deixou de nos observar, e eu não consegui desviar o olhar, apesar de não saber exatamente o que ele encarava com tanta curiosidade.

Conforme Armin se aproximava, deu para notar que ele carregava um console portátil e, ao chegar perto, apertou algum botão e encarou o irmão no chão.

— O que foi, megafone ambulante?

Alexy riu, como se já soubesse que seria chamado daquele jeito, apesar de resmungão, carinhoso.

— Queria te apresentar meus novos amigos. Rosa, Gabrielly e Castiel. — Alexy apontou para cada um de nós enquanto dizia nossos nomes.

— E aí, gente? — Armin sentou do meu outro lado do banco, ligando o console de novo.

— Eu tava falando aqui que você vai fazer as aulas de recuperação e....

— Nossa, mas já tá entregando meus podres assim, de graça? — resmungou, cortando o irmão.

— Eu não entreguei nada, o assunto apenas surgiu. Enfim. O Castiel vai fazer as aulas de matemática, então pensamos que vocês poderiam ir juntos pra sala.

— Ah... — murmurou, prestando atenção no jogo. — Claro... Gosta de jogos, Castiel?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Depois do sucesso que foi "Apenas Juntos", espero que esta seja tão bem aceita quando ela!
Obrigada a quem leu! Não deixe de comentar, ok? Quero saber a opinião de vocês!

Até o próximo capítulo!



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