Era Feudal escrita por Aella


Capítulo 4
Shikon no Tama


Notas iniciais do capítulo

Nosso grupo finalmente chega ao vilarejo da Hime que foi sequestrada. Encontram um clã de ninjas secretos e Kagome finalmente conta seus problemas a alguém. E esse alguém já parece estar sabendo dos problemas faz tempo!



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 - General Higurashi! Srta. Higurashi!

 

 Tinhamos acabado de chegar no vilarejo da Hime Yamako  e já víamos um grupo de pessoas, com vestes estranhos, correndo até nós.

 

 - General Higurashi, - pararam para fazer uma reverência - somos os ninjas secretos da Hime Yamako e queremos ajudá-la a salvar nossa Hime!

 

 Ninjas? Só o que me faltava... Como se eu não tivesse minha mutação interna com que me preocupar...

 

 - Ah, me desculpe, você deve estar se perguntando onde nós estávamos quando a Hime foi levada. Bem, como nós somos muito bons no que fazemos, a realeza normalmente nos chama para socorrer alguém dos vilarejos aliados, e foi exatamente isso que estávamos fazendo. O vilarejo Sakata, aqui perto, estava sendo atacado por estranhos youkais morcegos, que mais tarde, vimos fugindo do nosso próprio vilarejo com a Yamako nos braços e nosso vilarejo totalmente em ruínas, como você mesma está vendo agora. - A ninja apontou atrás dela. O vilarejo estava mesmo em maus lençóis.

 

 Que estranho. Parece então que aquela tal de Anake, que diz estar causando tudo isso, estava querendo retirar os ninjas temporariamente da vila, pois com eles ela sabia que seus youkais não teriam chance alguma...

 

 - Bem... então vocês são ninjas... Dos bons pelo jeito não é? Mas não era só sua "história" que eu queria saber, que tal seu nome?

 

 - Mas é claro! - Ela deu um tapa na própria testa, que menina estranha... - Eu sou a Mieko, a líder do clã e a única mulher. Sim eu sei que é estranho, mas não é minha culpa se eu cresci sem uma mãe e seis irmãos! - Ela se virou para sorrir para alguns homens atrás dela. Deviam ser os seus irmãos. - E sim, somos muito bons. Somos considerados uma elite. Tanto somos bons, que apenas uma pequena porção de pessoas sabiam da nossa existência em nosso próprio vilarejo. - Ela sorriu, orgulhosa. - Mas e então, a srta. vai nos aceitar na missão?

 

 Será que seria bom envolver mais gente ainda nessa porcaria? Bom, era o dever deles e a Hime deles. Acho que eu não tinha o direito de excluí-los.

 

 - Pode ser que sim... Mas primeiro me digam tudo o que sabem sobre o sequestro e quem está por trás disso.

 

 - Hm... nossa feiticeira do vilarejo, a Hitomi, preveu um ataque como este, mas não conseguiu avisar a realeza a tempo. Por consequência disso, ela mesma também fora sequestrada junto com a Hime. Mas, ela conseguiu nos dizer que uma youkai morcego, muito poderosa chamada Horo estava liderando os ataques e sequestros, só para dominar essa região toda de vilarejos, que é o maior grupo de vilarejos próximos um do outro em todo o leste! Ah, e ela  também nos disse que a Horo estaria escondida no templo de Kaguya, atrás das cahoeiras.

 

 - Horo? Cachoeiras? Mas isso é completamente diferente do que aquele youkai no disse! - Falou Sango, soando muito confusa.

 

 - Pois é! Se a Kagome aqui não tivesse decapitado o morcego ridículo, podíamos ter arrastado ele até aqui ou torturado ele mais ainda pela verdade, ou seja, tudo seria mais fácil! Agora não sabemos em quem acreditar! Tudo por causa do ato insensível da Grande General da Hime Kohamna!

 

 - InuYasha, deixe-a em paz.

 

 - E o que você vai fazer, seu lobo fedido?!

 

 - Vou arrancar suas orelhinhas meigas direto de sua cabeça, seu vira-lata estúpido!

 

 - Quero ver você tentar, rabudo!

 

 - Vai ver mas não vai ouvir, pulguento!

 

 - Já chega porra! - Berrei. Todos ficaram em silêncio. - Parem de brigar poxa. É sempre a mesma coisa... - Respirei fundo e relaxei. - No final das contas, o InuYasha tem razão. Eu não devia ter sido tão irresponsável. Agora, por culpa minha, estamos sem rumo...

 

 - Uhm... mas então... nós vamos ajudá-los ou não...?

 

 Virei-me para ver a opinião dos outros. Ninguém pareceu discordar. Kouga nem prestava atenção. Sango e Miroku até pareciam gostar da ideia. Shippo estava em cima da Zulah, brincando de abocanhar algumas borboletas enquanto Kirara estava bebendo água no riacho. O hanyou encarava o nada, com o rosto dividido em raiva e tristeza.

 

 - Tudo bem, vocês vão nos ajudar então. - Eles já estavam comemorando - Mas! - Rapidamente voltaram a postura normal de antes - Mas, terão que ir onde eu mandar, quando eu mandar com quem eu mandar e se eu mandar... Ok?

 

 -Sim General Higurashi! - Responderam todos. Nossa como que gostava de ser reconhecida! Bom, de vezem quando era bom, com meus amigos é que isso jamais aconteceria!
 
 - Então será assim: Como não sabemos qual das afirmações sobre quem está liderando isso é verdadeira, cada grupo vai para um lado. Vocês, ninjas, vão atrás da Akane. Ela está escondida em outro templo, atrás das montanhas, enquanto nós iremos atrás dessa Horo. Tudo bem com todos?

 

 - Acho que tudo bem Kagome. - Respondeu-me Sango.

 

 - Sim General! - Falava Mieko - Mas, quando nós encontrarmos a Akane, devemos matá-la certo?

 

 - Não. Como não sabemos qual das duas é responsável, ou se as duas mesmo estão por trás disso, só ataquem se forem atacado e só matem se encontrarem algum refém.

 

 - Entendido. - Mieko olhou para o céu, um pouco decepcionada. - Está muito tarde para partirmos agora, está escuro há horas. Sigam-nos. Apesar de nosso vilarejo estrar destruído, tem alguns quartos do palácio que ainda estão em boas condições, e é onde podemos passar a noite.

 Os seguimos até um local onde havia dois quartos, não em perfeitas condições mas melhor do que dormir lá fora.

 

 Os ninjas prepararam um jantar e comemos todos juntos. Até que estavam todos animados! Bem, todos menos eu. Sango percebeu minha ausência em todas as conversas e depois do jantar me puxou para um dos quartos e fechou a porta.

 

 - Kagome você anda meio pra baixo ultimamente. É por causa do InuYasha, não é?

 

 - Uhm, sim, uma grande parte sim. Mas, Sango não é só isso... - Eu já estava farta de lidar com aquela sensação de estar mutando por dentro sozinha. Estava na hora de contar para alguém. - Eu me sinto diferente, cada dia pior. Como se outra pessoas estivesse me possuindo, falando e fazendo atos no meu lugar...

 

 - Eu ando te observando, e tenho uma teoria para explicar tudo isso. Lembra quando derrotamos o Naraku? Lembra o que aconteceu com a Jóia?

 

 - Com a Jóia? Shikon no Tama? Sim, lembro. Como o Naraku estava com ela completa e para derrotá-lo era preciso purificar a Jóia, atirei uma flecha minha, e essa a atravessou, purificando-a e purificando Naraku, matando-o. - Parei, relembrando um momento do passado que jamais seria esquecido por mim. - E depois de Naraku estar morto e a Shikon no Tama pura, meu corpo a absorveu, dando um fim a ela.

 

 - Exatamente. Mas esse fim não é um fim. Lembra que a velha sacerdotista Kaede uma vez nos explicou que a Jóia fortalece os sentimentos e pensamentos de quem a possui? Como ela está dentro de você, Kagome, acho que quanto mais gentil você for, seus atos serão ainda mais gentis. No nosso vilarejo, quando você brincava com as crianças, você era bondosa ao extremo! Todos nós sabemos que você sempre teve um coração bom, mas nesse último ano chegou a ser até um exagero. - Ela parou um pouco, pensando em como formular a próxima explicação - E ontem, lá na floresta com aquele youkai, acho que você devia estar com pensamentos tristes e raivosos, e com a ajuda da Shikon no Tama, você o matou. Claro que você jamais mataria alguém, mesmo youkai, só por estar com raiva de alguma coisa. Então acho que a Jóia fortaleceu seu pensamento de raiva, fazendo-a cometer atos cruéis.

 

 Parece que a Sango estava mesmo preocupada comigo. Fiquei pensando se eu era a única que sabia dessa sua teoria.

 

 - Mas Sango, no momento que a Jóia foi absorvida em meu corpo, ela foi destruída! Não tem como sua explicação ser correta!

 

 - Kagome, pare de se culpar pelo que aconteceu e me escute! Kaede também dizia que a Shikon no Tama só sumiria desse mundo quando seu dono fizesse o desejo certo. Kikyou desejou nunca mais lutar contra youkais e ser uma mulher normal. Seu desejo se realizou: ela morreu e na morte virou uma mulher comum e jamais vai precisar lutar de novo. Até Naraku fez um desejo: o de causar sofrimento para nosso grupo. Esse também se realizou, todos nós sofremos demais enquanto ele estava vivo. Apesar de conseguirmos ser mais fortes, nós sofremos.

 "Mas nenhum desses desejos foi o que a Jóia achou certo. Você a possui agora. Kagome, o próximo desejo é você quem fará."

 

 - Mas eu desejo sempre! E é sempre o mesmo desejo! O desejo de sentir InuYasha me amando como antes, de ficar ao seu lado significando mais que uma simples mulher, mas sua mulher. Como que esse desejo até hoje não foi atendido?!

 

 - Kagome... - Ela parou, enxergando a trisiteza em meus olhos, lentamente se transformando em lágrimas. - Kagome, eu acho que seu desejo não foi atendido porque a Jóia está dentro de você. Acho que você só poderá desejar quando ela estiver fora de seu corpo...

 

 - Mas como eu vou tirar isso de dentro de mim, Sango?

 

 - Não sei, minha teoria pára aqui... Eu já contei toda ela para Miroku e Kouga e eles concordam com ela. Não tem outra explicação se não a Jóia...

 

 Minha amiga foi interrompida por uma batida na porta e o Houshi-Sama entrando no quarto.

 

 - Com licença meninas. Já está bem tarde para fofocas não acham? Kagome, se não se importa, gostaria que me devolvesse minha mulher. - Miroku deu uma risadinha e Sango corou, ficando mais vermelha que a roupa de InuYasha.

 

 - Sim, já estou indo para meu quarto. Boa noite vocês dois!

 

 - Boa noite!

 

 Saí do quarto e fui ao segundo. Quando entrei todos estavam dormindo. Os ninjas estavam ocupando a maior parte do quarto; o Kouga e os três youkais ocupavam um canto; o hanyou dormia sentado, como sempre, perto de uma caminha na parede. Aquela cama devia ser minha. Parecia que ninguém queria dormir com os dois pombinhos ali do lado. Mas também, ninguém queria acordar e ver o Miroku sem roupa!

 

 Quando deitei fiquei pensando se aquela feiticeira que a Mieko mencionou podia tirar a Shikon no Tama de mim, dando um fim não só à Jóia, mas à minha solidão.

 

 Não demorei para adormecer. Dormi que nem uma pedra, sem acordar no meio da noite nem nada. Nem sonhos eu tive. Isso só prova o quanto eu estava exausta da vida que estava levando...

 


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Notas finais do capítulo

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