Precisamos um do outro escrita por Moon


Capítulo 8
Bem vinda a Beacon Hills


Notas iniciais do capítulo

Riley e Stiles vão para Beacon Hills, Riley se emociona por estar pela primeira vez em sua cidade natal e por conhecer o pai, mas com todas as criaturas que habitam a pequena cidade, talvez Riley descubra os perigos do lugar de onde ela veio.



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POV Scott

Entramos todos em casa, deixei o Liam conversando com Riley e chamei Stiles na cozinha.

— A Malia sumiu.

— Como sumiu? - Ele não entendeu.

— Ela está trabalhando com seu pai. Atendendo chamadas que sejam suspeitas. E ontem à noite ela foi atender uma chamada na antiga casa dos Hale. Mas ela não voltou.

— Por onde você procurou?

— A cidade toda. Eu fui na casa dos pais dela, no apartamento dela, na escola, no hospital, na delegacia, na casa dos Hale, na floresta. - Estávamos quase sussurrando.

— E a chamada? O que era?

— Eu não sei. - Estava irritado comigo mesmo por não ter pensado nisso.

— Então a gente vai na delegacia descobrir sobre isso. - Ele abaixou a voz ainda mais - E avisar para o meu pai que eu trouxe ela.

— Ele não sabe? - Ele fez que não com a cabeça - Você vai levar ela para casa?

— Eu estava pensando em deixar ela com o Liam por enquanto. - Ele chegou mais perto - Pode parecer loucura, mas eu não quero ela sozinha nessa cidade.

Fui até a sala seguido por Stiles.

— E aí, Riley? Você está com fome? - Perguntei chegando a sala.

— Na verdade, eu estou. - Ela era tímida, estava sentada quieta enquanto Liam digitava alguma coisa no celular.

— Liam, por que você não leva a Riley para comer em algum lugar e aproveita para parar de stalkear a Hayden? - Perguntei.

— E vocês vão fazer o que? - Ele perguntou se levantando.

— A gente vai na delegacia. - O Stiles respondeu para o Liam e virou pra Riley que ainda estava sentada - A gente se encontra mais tarde?

Ela fez que sim com a cabeça e se levantou. Saímos da casa, Stiles entregou umas notas para o Liam pagar a comida.

— Quer deixar a mochila no carro? - Stiles perguntou e ela concordou. Pegou o celular, entregou a mochila para ele e seguiu Liam até o carro dele.

— Uma irmã? - Perguntei entregando a chave do jeep para ele. Ele sorriu satisfeito.

— Eu a conheci a pouco tempo. Mas ela é ótima. - Ele sorria de lado indo até o antigo carro.

— Ela parece bem tranquila. - Falei sentando no banco de carona.

— Ela é. Ela passou por todo o drama de descobrir a verdade sem se revoltar ou odiar ninguém.

— Impressionante. - Eu sorri - Parece mais madura que você.

— Ela tem boas notas. É uma boa filha. Boa aluna. Ela faria qualquer coisa pelos amigos. - Ele virou para mim por um segundo antes de voltar a encarar a rua.

— Uma versão melhorada de você? 

Ele riu.

— Ela parece ele. - Ele ficou sério - O meu pai. Nosso pai.

— Quanto?

— Muito. No dia que ela foi contar para os pais que sabia que era adotada. Eu estava lá.

— Ela foi direto ao ponto?

— Ela só disse. Eu sei que sou adotada. Ou sei lá.

— Na lata. Sem preparo. - Eu tive que ri - Isso tem a cara do xerife.

— E ela sabia que o irmãozinho dela estava atrás da porta com o tio. Então deu dinheiro para eles irem tomar sorvete.

— Seu pai já fez isso com a gente. - Me lembrei de nós dois crianças ouvindo atrás das portas.

— E ela tem a doçura da minha mãe, o sorriso. - Ele estava encantado - Eu fico pensando que eu queria ter visto ela crescer, sabe? Mas eu lembro de tudo o que a gente viveu nos últimos anos e acho que talvez tenha sido melhor assim.

— Mas você vai acompanhar ela agora.

— É. - ele estacionou o carro - Se o meu pai não me matar.

POV Liam

— O que você quer comer? - Perguntei depois de colocar o sinto, antes de ligar o carro.

— Hambúrguer? - Ela mais perguntou do que respondeu.

— Pode ser. Tem uma lanchonete legal aqui perto. - Liguei o carro e dei partida.

— Então. - Ela quebrou o silêncio - Você vai responder se eu perguntar quem é Hayden?

Eu ri sem humor.

— Ela era minha namorada.

— Era? O que aconteceu? - Ela se virou para mim.

— Ela se mudou. - Respondi entrando numa rua - E não quis manter um relacionamento a distância.

— Eu sinto muito. - Ela estava sendo sincera.

— Você já passou por algo assim?

— Há um mês minha mãe quase se mudou pra Inglaterra. Ela recebeu essa oferta de trabalho. Mas ela decidiu ficar em Nova York.

— Você queria ir?

— Não! - Ela respondeu rápido - Mas se tivéssemos ido, acho que estaria passando pelo que você está vivendo.

— Preso a alguém que está longe demais?

— Presa a uma vida inteira longe demais. - Ela respondeu.

Chegamos na lanchonete e fizemos o pedido. Dois sanduíches com refri e fritas. Sentamos e ficamos conversando sobre tudo. Era fácil falar com ela. Sobre qualquer coisa.

O lanche chegou a mesa e a conversa continuou enquanto comíamos. Paguei a conta e enquanto voltávamos para o carro um cara nos atacou.

Instintivamente fiquei na frente da Riley. Os olhos dele brilharam. Azul. A face mudou de forma e as presas apareceram. Andei devagar para trás, empurrando Riley comigo, tentando chegar mais perto do carro. Riley tremia. Abri a porta ela entrou e eu bati a porta com força antes que ele pulasse em mim.

Não pude evitar. Me transformei. Ele me jogou por outro lado do carro.

Me levantei e vi Riley com os olhos arregalados.

— Onde está seu alfa? - O cara rosnou.

Lhe dei um golpe com toda a minha força e ele caiu. Entrei no carro e acelerei.
O silêncio era cortante e constrangedor pela primeira vez. Ela estava calada e eu sentia como ela estava apavorada.

Parei o carro na frente da delegacia e buzinei.

POV Stiles

A delegacia continuava a mesma desde a última vez que eu a vi. Entrei com Scott sendo cumprimentado pelos policiais.

Entrei na sala do meu pai e ele se levantou com os olhos arregalados e veio até mim. Me abraçou com força.

— Meu filho. - Ele sussurrou me observando.

— Oi, pai.

— Sem querer cortar o momento de vocês nem nada. Mas eu quero o áudio da chamada que a Malia atendeu, xerife. - Scott disse.

Meu pai chamou um policial e pediu que levasse a fita para sua sala.

— Está aqui pela Malia? - Ele perguntou.

— É. - respirei fundo e fiz como minha irmã, fui direto ao ponto - Eu trouxe a Riley.

Ele congelou. Por uns instantes.

— A sua irmã? Ela está na cidade?

— Está sim.

Ele ficou quieto na sua mesa por uns instantes tentando saber se era realidade.
Scott me cutucou e fui com ele ouvir a chamada. Saí da sala do meu pai em contragosto.

No áudio uma mulher gritava. Ela tinha visto um cara peludo sangrando no meio da estrada. Quase o atropelou e viu ele ir na direção da antiga casa dos Hale.

— Lobisomem? - Perguntei.

Buzinas na frente da delegacia soaram. Scott farejou.

— Riley. - Ele disse e saiu correndo. Eu fui atrás dele.

O carro do Liam estava parado.

Assim que saímos pela porta Riley pulou para fora do carro numa velocidade impressionante. Ela correu até mim e apertou meu braço. Ela estava assustada.

Me virei para o Liam esperando alguma explicação.

— Ela meio que viu eu me transformar. - Ele disse com uma careta.

Ele sangrava.

Eu a abracei e me afastei com ela enquanto Liam explicava tudo para o Scott.

— Está tudo bem, Riles. - A sentei na calçada. Ela estava prestes a chorar.

Ela me abraçou com força.

— Você está machucada? - Perguntei e ela fez que não com a cabeça ainda com a cabeça no meu peito.

Scott e Liam vieram na nossa direção.  Ela olhava o Liam de lado. Não dava para culpá-la.

— A gente conta tudo? - O Scott me perguntou.

— O que foi aquilo? - Ela perguntou.

— Conta. - Confirmei.

O Scott veio até nós e se sentou do lado dela. Liam ficou em pé.

— Existem muitas histórias que são reais, Riley. - Ele disse - Eu vou te mostrar uma coisa, mas você não precisa ter medo, tá?

Ela assentiu sem falar nada, Scott abaixou a cabeça e a levantou uns segundos depois com o rosto completamente diferente. As presas pontudas, os olhos vermelhos.

Riley estremeceu.

— O que é isso? - Ela tinha os olhos arregalados.

— Eu sou um lobisomem. - Ele respondeu.

Ela se levantou. Andou de um lado para o outro. Se virou para mim.

— Isso é impossível.

— Você acabou de ver. - eu disse me levantando também.

— Os olhos de vocês. - Ela disse - Por que é diferente?

— O Scott é o alfa. Eu sou beta. - Liam se pronunciou pela primeira vez.

— Você também? - Ela virou para mim.

— Eu sou humano. - Eu segurei seus ombros - Riley. Você não precisa ter medo deles.

— E aquele outro cara? - Ela perguntou - Quem é?

— Que cara? - Me virei para o Liam.

— Um cara atacou a gente quando estávamos saindo da lanchonete. - Liam explicou - Lobisomem. Olhos azuis.

— O que ele queria? - Eu perguntei envolvendo Riley.

— Ele perguntou onde estava o meu alfa. - Ele disse encarando Scott.

Liam farejou alguma coisa e virou de costas.

— Ele está perto. - Ele disse.

— Melhor a gente entrar. - Segurei Riley pela mão e a levei para dentro da delegacia.

Enquanto passávamos nos fitavam curiosos.

— Pronta para conhecer seu pai? - Perguntei.

— Depois de tudo isso? - Ela me encarou - Por que não?

Ela respondeu meio sarcástica e eu sorri para ela.

Entramos na sala do meu pai. Fechei a porta e as cortinas.

POV Riley

A lista dos últimos eventos estavam meio loucos na minha cabeça. Eu fui pra Beacon Hills. Conheci alguns amigos do meu irmão. Fui atacada por um lobisomem. Os amigos do meu irmão são lobisomens. E agora estava andando por uma delegacia sendo seguida por olhares curiosos prestes a conhecer meu pai.

Quando entramos na sala dele, Stiles fechou a porta e as cortinas. Ele se levantou da sua cadeira e largou os papéis sobre a mesa.

Eu ainda estava mais focada no que tinha acontecido do lado de fora da delegacia. Algumas histórias são reais. Mas no fim, eu vim aqui só para isso. Para conhecer meu pai. Descobrir o que a gente tem em comum e o que não temos. Quanto de mim é genética e quanto é convivência.

— Riley? - Ele abriu o maior sorriso.

Não pude evitar sorrir de volta. Ele parecia tão gentil. Ele deu a volta na mesa e se aproximou ainda sem graça.

— Meu nome é Noah. - Eu apreciei como ele não forçou toda a coisa de pai.

— É um prazer te conhecer. - Eu estendi a mão e ele me cumprimentou, mas acabou virando um abraço.

O Stiles também não se segurou e nos abraçou.

No meio do nosso momento um barulho muito alto veio do lado de fora. Como que algo quebrando. Stiles abriu a porta e fechou logo em seguida. E eu ouvi tiros. Nos abaixamos.

A porta se abriu lentamente.

— Stiles? - Era o Scott.

Nos levantamos. Eles me mantinham atrás deles.

— Vamos precisar de ajuda. - Ele disse.

O silêncio que pairava foi interrompido pelo som do meu celular tocando.

Mãe.


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Notas finais do capítulo

Comente sobre o capítulo. Obrigada por ler. Espero que tenha gostado e volte logo!



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