— Pra onde estamos indo? — perguntei. Eu estava feliz da vida por estar no carro de Edward Cullen. Eu nunca estive assim tão próxima a um cara antes.

— Vou te levar ao lugar onde será a formatura de vocês.

— Jura? — perguntei empolgada. Por mais que eu fosse do comitê da formatura, eu nunca tinha ido ao tal salão. Eu tinha outras coisas para me preocupar.

— Juro. — ele respondeu rindo. — Meu pai meio que é o dono de lá.

— É por isso que você queria que fosse lá! Você provavelmente vai ganhar uma comissão ou algo assim! 

— Exatamente.

— Que feio, professor! — fingi estar brava.

— Se servir de consolo: me sinto completamente culpado.

— Vai conseguir viver com isso. — digo por fim.

Quando chegamos lá, Edward falou com um dos seguranças e nós entramos. Era um grande salão; escuro e vazio.

Edward ligou as luzes e o som. Uma música lenta e suave começou a tocar.

— Me concede esta dança? — ele perguntou.

— Não sou boa dançarina. — digo tentando recusar.

— Eu também não sou. — ele riu e me puxou para perto.

Naquele momento eu tive muita vontade de contar a verdade a Edward, me sentindo um pouco convencida: pensei que ele gostava de mim e que não merecia ser traído de tal forma.

Mas eu precisava provar a todos daquela revista que eu era sim uma jornalista competente e que poderia deixá-los orgulhosos de meu trabalho.

Eu só não queria que ninguém pagasse caro por isso...

— O que quer de mim? — pergunto.

— O que quer dizer?

— Por que me trouxe aqui?

— Eu pensei que fossemos amigos, não somos? — disse ele franzindo o cenho.

— Sim, mas você não vem até aqui com outras alunas, vem?

— Não.

— Foi o que pensei. — digo.

— Pensei que nossa relação fosse mais do que apenas professor e aluna. Mas vejo que me enganei, me desculpe. — ele disse meio tristonho.

— E é. — digo e vejo algo em seus olhos se acenderem. — Só não sei se é certo.

— Certo o suficiente para parecer errado.

— O que quer dizer?

— O que sente por mim, Isabella?

Que tipo de pergunta era aquela? Obviamente, sempre me disseram que eu era boa com as palavras, mas naquele momento eu não consegui emitir nenhuma.

Eu era uma idiota.

Idiota e apaixonada.

E mentirosa.

Aquilo tudo era uma mentira. Edward achava que eu era sua aluna e não uma impostora.

— Eu consegui uma entrevista para você na Darthmouth. — contou.

— Não brinca!

— É claro que não é nada definido, é só uma entrevista, mas eu gostaria que você passasse. Eu me mudaria para Hanover no próximo ano, e lá eu deixaria de ser seu professor.

— Você não me está dizendo o que eu acho que você está dizendo, não é? — ok, a pergunta era confusa, mas eu estava com medo da resposta.

— Eu estou apaixonado por você, Isabella Swan. Me perdoe se isso pareça errado.

Ah não! Por favor, alguém me diz que isso não está acontecendo!

Quando um cara finalmente se apaixona por mim, é quando eu estou trabalhando numa mentira? Eu não podia ser mais azarada?

Que droga!

Edward ficou me encarando por um bom tempo, e eu sem reação.

— Você não vai me dizer nada? — ele perguntou.

— Eu preciso de um tempo para pensar.

— Você não se sente da mesma forma?

— Não pense que é isso. — digo. — Porque não é. Não mesmo!

— Então o que é?

— Isso é errado!

— Eu sei que é.

Nós dois não estávamos falando da mesma coisa, é claro.

— Edward, preciso ir embora.

— Eu te levo pra casa. — como sempre um cavalheiro!

— Não se preocupe, vou chamar um táxi. — digo indo em direção à porta.

— É tão ruim assim? — agora ele parecia devastado.

— Mais do que imagina.

— Tudo bem, então.

— Edward, eu realmente preciso ir. — digo e saio.

Por algum milagre, um táxi logo passou pela rua em que estava. Eu fui para casa e chamei por Rosalie. Ela com certeza teria conselhos pra me dar.

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Quando cheguei a meu apartamento, Rosalie veio logo em seguida, e eu me acabei em lágrimas. Rosalie queria que eu contasse tudo a Edward.

— Você tem que contar, Bella. — ela disse. — Não pode ferir o coração dele assim.

— E se ele não me quiser, quando eu contar?

— Ele com certeza não vai te querer se descobrir por outra pessoa. Tem de ser você a contar a ele.

— Se eu contar, minha matéria será arruinada! E o meu emprego vai por água a baixo!

— Bella... — Rose começou. — O que acha de por pelo menos uma vez na vida você colocar seu coração a frente de sua profissão?

— Eu não me dou bem com essa coisa de sentimentos, Rose...

— Você só vai se dar bem se começar a lidar com eles. E pra isso, tem que dar uma chance a seu professor romântico!

— Rose...

— Pelo amor de Deus, Isabella, eu me passei por uma sexóloga por sua causa! Se você não vai dar uma chance ao bonitão do Edward por causa da sua matéria, faça isso por mim!

— Ok. Eu vou contar a ele. — digo por fim, Rosalie comemora. — Vou contar no dia do baile.

E eu contaria.