A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Sim, demorei de novo, eu sei, mas acabei tendo que trabalhar alguns dias e comecei a autoescola, juntamente com o fato de eu ter que adiantar algumas matérias da faculdade. Escrevi uns 3 capítulos a mais tirando esse pra tentar não atrasar tanto dessa vez! Obrigada Ju Winchester , pessoa maravilhosa que me faz morrer de amores com os textos enormes, a Biana, outra leitora maravilhosa e a Sunshine! Obrigada meninas, fico muito feliz que vocês ainda estão acompanhando! ♥



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Pov Alexa Lee.

Parece que não importa o quanto nos esforçemos , damos nosso sangue e suor para construir um lar fixo e seguro , que sempre no final a gente acaba na rua, caminhando. 

Sempre caminhando.

Caminhando para um futuro incerto e cheio de perigo, no qual não conseguimos prever absolutamente nada. 

Mas todas essas perdas e caminhadas me fizeram perceber que o verdadeiro lar são as próprias pessoas, e não o local. Não importa a situação e nem o local se você esta acompanhado com quem ama e te ama, e isso eu finalmente tinha conseguido achar.

E eu fazia questão de lembrar disso todos os dias desde que eles me acharam. 

Olhei para o alto, colocando minhas mãos em frente aos meus olhos secos por conta do tempo em baixo do sol. Apreciei a força dos raios solares tocando minha face , mesmo que eu estava passando calor e suando a horas. A força da natureza me impressionava , e era um lembrete bruto e ao mesmo tempo leve que eu precisava continuar, de algum jeito. 

—Pelo menos vamos ficar com um belo bronze. - Maggie disse, se aproximando de mim pelo lado. Olhei rapidamente para seu rosto sujo e vermelho de sol, e desviei o olhar, sorrindo. Ela estava muito bem considerando o sumiço da irmã, pois eu sabia que ela sentia que Beth ainda estava viva. Eu sabia que a loirinha estava viva . 

—Se por “ um belo bronze” você quer dizer “ um belo torrão”, realmente, você acertou. -Respondi, arrancando uma risada de Maggie enquanto eu mostrava meus ombros queimados. - Acho que da pra fritar até um ovo na gente agora. 

—Nem me fale de ovo. - Glenn resmungou a alguns metros de nós, e sorrimos. 

—Um omelete agora cairia bem...- Tara entrou na conversa, e logo começamos um longo e frívulo papi sobre comidas que queríamos no momento.

Eu gostava quando interagíamos assim, pois acabava aliviando um pouco o clima no ar, e nos distraia da fome e do cansaço que nos cobria a dias. E era um jeito de mantermos a nossa felicidade, e , principalmente, a nossa humanidade . 

—Eu queria um esquilo torrado. - Daryl falou,interrompendo meus pensamentos,  e todos nós paramos e o encaramos, que nos olhou intrigado. - O que? 

A revirada de olhos foi coletiva, e dei um tapa na testa, mexendo a cabeça. Eu esquecia que Daryl ja era um bicho do mato antes do apocalipse, e isso provavelmente nunca iria mudar.

Andamos por mais algumas horas sem falar praticamente nada, apenas poupando energia, e o logo o som típico de passos arrastados chegou até nós. Suspirei.

—Deixem comigo. - Michonne sentenciou, matando o errante antes mesmo de eu perceber sua presença visual . 

—Isso que eu chamo de agilidade. - Falei, sendo descabelada pela mulher logo em seguida, risonha. Acabei vendo em Michonne, além de uma bela amizade, uma espécie de mãe. Ela nunca poupava palavras na hora de ensinar algo, e eu a admirava muito pois sabia a sua história. 

Acabamos por parar no mesmo lugar que ela matou o errante e decidimos montar acampamento, para continuarmos no dia seguinte.

Continuar até onde? Ainda não tínhamos decidido essa parte.

Eu e Daryl improvisamos um cantinho pra gente, ou seja, colocamos nossas mochilas perto de um tronco de árvore para usarmos de cama. As vezes eu me pegava sonhando com uma casa para nós dois, mas tentava deixar esse pensamento longe. Eu sabia que isso provavelmente nunca iria acontecer. 

—Vou ficar de vigia um tempo, tudo bem? . - Falei a ele, que me olhava com um olhar suspeito, mas o beijei e sai antes que ele falasse algo. Na realidade eu tinha visto Carol conversando com o Rick a alguns minutos antes e decidi lhe fazer companhia. Eu não tinha nem como prever o que ela estava passando agora depois de tudo.

Eu não consegui a perdoar inteiramente do que ela fez, mas agora eu entendia sua motivação. E nao era eu quem tinha que a perdoar afinal de contas. Todos ja fizemos coisas ruins. 

Me aproximei da mulher, sentando lentamente ao seu lado e ajeitando em minhas mãos uma das armas que usávamos como vigia. 

A fogueira estava longe, e soltei um suspiro, aconchegando minhas costas na árvore ainda quente do sol vespertino. Eu nem queria que ela falasse algo, apenas queria mostrar a ela que a aceitamos apesar de tudo. E que confiamos nela. 

A maioria aceitava, pelo menos. 

—Não quero falar nisso. - Disse, chamando minha atenção . Seu olhar era distante, quase que isento de sentimentos, e a encarei. - Eu não consigo. Só preciso me esquecer. - Falou, e assenti. Eu sabia como era esse sentimento. 

—Esta certo. - Concordei, a encarando mais profundamente. Porém, o nosso olhar foi rapidamente desfeito por um barulho ligeiro na mata . Levantamos, atentas. - Não é nada. - Resmunguei depois de alguns segundos olhando a mata,  mas no fundo eu sabia que tinha sim algo ali.

Algo vivo.

...

—Nos rendemos. - Falei, levantando os braços e rindo da expressão desconfiada do grupo com as armas levantadas,  pois confundiram eu e Daryl voltando com o almoço com um grupo de errantes.

—Sei que estamos feios, mas não é pra tanto. - O caçador bufou, e ouvi algumas risadas aliviadas. 

Eu e o caçador tínhamos decidido dar uma volta pelo perímetro tanto para achar animais quanto para investigar o som que eu e Carol tínhamos ouvido na noite anterior, e nos dirigimos a Rick, que ja tinha abaixado a arma e estava nos esperando. 

—Não havia rastros nem nada do tipo. - Daryl disse, e eu bufei, passando a mão em meu rosto. Eu tinha certeza que tinha algo ali, e não saber o que era estava me preocupando. 

—Aquilo que você ouviu na outra noite...- Rick começou, enquanto andávamos na frente do grupo. 

—Mais senti do que ouvi, pra ser sincera. Se alguém nos observava, haveria alguma coisa.- Admiti, lembrando a mim mesma o quanto o cansaço pode afetar a mente de uma pessoa, principalmente de um sobrevivente. 

Rick suspirou, e abaixei um pouco a cabeça, cansada. Decidimos continuar viagem. 

—Fiquem juntos! - O xerife gritou ao resto do grupo enquanto nos aproximávamos da estrada novamente, e eu dei de ombros, dando meus esquilos para Daryl segurar. Não iriamos preparar eles agora. 

—Pronto para pisar no concreto novamente? - Ouvi Abraham bradar de longe, e eu conseguia até sentir a animação dele em continuar logo com a sua missão. Eu ainda não sabia o que pensar sobre isso. - Vamos pegar a próxima estrada, tentar voltar para o norte até acharmos um veículo. Fechado?

—Fechado. -O xerife falou depois de algum tempo, e revirei os olhos. Eu sabia que o xerife estava animado com a missão também, apesar de sempre colocar a nossa sobrevivência em primeiro lugar, diferente do militar. - Não se afastem. 

Continuamos andando , e observei por alguns minutos Bob e Sasha mais a frente, conversando e rindo. Eles pegaram a mania de discutirem os lados bons das situações ruins que estavamos, e eu sinceramente amei a ideia. Eu ficava realmente feliz em ver quantos casais se formaram mesmo com toda a desgraça acontecendo. Inclusive eu e Daryl. 

Sorri com esse pensamento e apertei a mão do caçador, que me olhou surpreso.

—Eu sei que sou irresistível, mas está quente. - Daryl disse, e bufei, lhe dando um leve tapa e me afastando. Eu sabia que esse era o jeito dele de brincsr comigo. 

Me aproximei de Abraham , obssrvando seus cabelos cobre refletirem o sol, e cutuquei seu braço, o fazendo me encarar.

—Oi pequena. - Ele disse, me saudando. A gente ainda não tinha conversado sobre o jeito que nos separamos , e o que passamos, mas eu sabia que ambos estavam processando tudo que aconteceu. Cada coisa ao seu tempo. Agora ele não iria mais sumir.

Era o que eu esperava. 

—Abraham, antes de tudo isso que aconteceu na nossa casa antiga e no terminus, eu e o Daryl íamos passar no CCD indicado do bilhete do meu pai. Você sabe.  - Falei, despejando tudo de uma vez. O ruivo me encarou, surpreso. Ele lembrava. Como não lembrar? - Estou pensando em passar la antes de vocês levarem o Eugene.

—Alexa, pelo que eu ouvi, aquele CCD foi destruído pelo governo. Não deve ter sobrado nada. - Abraham disse, lentamente e com o olhar pesado,como se sentisse pena de mim. Assenti, ignorando o olhar e a sua fala. 

—Eu sei, mas deve ter sobrado algo, algum indício do tal do Adam...- Continuei, e ouvi Abraham suspirando, e o observei abrir a boca pra falar, quando um grito de socorro surgiu por meio das árvores , cortando o nosso curto diálogo .

—Ajudem! - A voz era desespero puro, e vi todos do grupo tensionarem seus músculos, apertando suas armas na mão.

O formigamento se apossou de mim.

—Errantes. - Sentenciei, olhando para o chão. 

—Pai, vamos. - Carl apressou Rick, que nos encarava com um olhar suspeito e cansado. Cansado de toda situação que não sabíamos se ia acontecer algo bom ou ruim.  O encarei firmemente. - Vamos logo! - Gritou, e todos nós assentimos, correndo em direção ao pedido de socorro que emanava do meio da floresta.

Todos nós sabíamos que podia facilmente ser uma armadilha, mas nós também sabíamos que se não fossemos atrás, a culpa nos perseguiria sempre.

Afinal, ainda somos humanos. Ou parte . 

Os gritos vinham de cima de uma pedra alta no meio de uma pequena clareira , onde um homem jazia, cercado de errantes que tentavam pegar em suas pernas a todo custo.

Afinal, eram piores que animais. 

—Mas que porra...- Ouvi Daryl grunhir, e percebi que a pessoa em cima da pedra era um padre.

Ou pelo menos estava vestida de padre.

Nunca imaginei ver isso novamente. 

Chutei a perna de um dos errantes e logo atraímos a atenção dos outros , que viraram em nossa direção, e bati com força a cara de um no chão. Enfiei a faca em outro errante que surgiu pelo meu lado, e vi outro tendo sua cabeça atravessada por uma flecha logo depois.

E quando percebi, todos ja estavam mortos.

—Limpo. Fiquem atentos. - Rick disse depois que nos certificamos que todos estavam realmente mortos, e focamos no homem, que ainda estava em silêncio nos encarando, assustado. - Desça.

O analisei, observando sua expressão. Ele tinha aproximadamente 40 anos, era negro e careca, com uma expressão totalmente apavorada em seu rosto. O encarei, intrigada.

Hoje em dia era raro ver pessoas com essa expressão de medo. Era como se ele nunca tivesse enfrentado errantes nesses anos todos de epidemia.

A desconfiança aumentou a partir dai.

—Você esta bem? - Glenn perguntou ao homem, e observei sua cor mudar, e logo depois se virou para o lado, vomitando provavelmente tudo que tinha em seu estômago. 

Que belo desperdício de comida.

—Desculpe. - Ele balbuciou, tentando se recompor e nos encarar, mas seu olhar entregava seu medo. - Estou, obrigada. Eu me chamo gabriel....- 

—Tem alguma arma?- Rick o interrompeu, provavelmente tão desconfiado quanto eu a respeito do homem.

—Tenho cara de quem carrega armas?

—As aparências enganam.-Abraham disse, e Gabriel o encarou, com uma expressão perdida. Eu sentia que ele escondia algo, mas quem não esconde algo nos dias de hoje?

—Não carrego nenhum tipo de arma. A palavra de Deus é a única proteção necessária. - Quando eu ouvi isso, revirei tanto os meus olhos que acho que até deu pra ouvir. 

—Não parece. - Daryl disse, se referindo a sua quase morte,  e concordei. Onde estava a palavra de Deus enquanto ele estava em cima da árvore? 

—Chamei por ajuda, e a ajuda veio. - Disse, e resmunguei. Eu tinha problemas com religião. - Vocês tem um pouco de comida? O que eu tinha botei pra fora.

—Temos noz-pecã.- Carl disse, erguendo o braço com um punhado de nozes em direção ao homem. Eu pensei em oferecer um esquilo, mas duvido que ele sabia o que fazer com ele. 

—Obrigada. - O homem pegou lentamente a comida na mão de Carl, e ergui um pouco a arma quando seu olhar se dirigiu a Judith, deitada em Tyrese. - Que criança linda. Vocês tem acampamento?

—Não, você tem? - Rick disse, devolvendo a pergunta. O jeito meio assustado/ desengonçado do homem me lembrou meu irmão, mas afastei o pensamento. Ele provavelmente estava morto a anos. 

—Tenho uma igreja. - Disse, e senti vontade de rir. Um padre com uma igreja no meio de um apocalipse. 

—Ponha as mãos pra cima.- Rick se irritou, e começou a revirar o terno do homem. -Quantos errantes você matou? 

—Nenhum.

—Vire-se. Quantas pessoas você matou?

—Nenhuma. 

—Por que?

—Porque Deus abomina a violência. - Balbuciou enqunto Rick terminava de o revistar, e suspirei alto. Como era possível um ser desses no meio disso tudo?

—Como que ele não esta com calor? - Maggie sussurrou para mim, e soltei uma risada baixa. Um homem desconhecido e ela estava pensando no calor do terno. 

—O que você fez? Todos nós fizemos alguma coisa- Rick continuou com o interrogatório, e senti o olhar de Gabriel vacilar. 

—Sou um pecador. Peco quase todo dia. Mas só a Deus confesso meus pecados. Não a estranhos. - Terminou, rindo nervosamente. 

—Como que você sobreviveu todo esse tempo? - E foi com essa fala alta e exaltada que o padre colocou os olhos em mim,percebeu minha presença, e vi seu rosto ficar pálido ao me analisar. 

—Isso na sua pele...- Ele sussurrou, e Daryl me colocou atrás dele, juntamente com Carol que se colocou a minha frente também. Bufei. Eu esquecia disso.

—Você disse que tem uma igreja? - Michonne disse, afastando a atenção do padre e me encarando pelo canto do olho, enquanto eu recebia um afago de Glenn. Eu sabia que o padre não ia fazer nada, mas todos sabemos o que a minha presença pode causar. 

Ele assentiu, e logo seguiu caminho, nos guiando com passos apressados ate o seu suposto lar. Vou admitir que estou curiosa para velo.

—Ei, mais cedo , você nos observava?- Rick perguntou depois de algum tempo de caminhada, e lembrei do que eu tinha visto. Mas sabia que não era ele. 

—Fico sozinho. Hoje em dia as pessoas são tão perigosas quanto os mortos, concordam?

—Não, as pessoas são piores. - Falei, e todos concordaram.

—Bem, eu não estava vigiando vocês. Só fui além do riacho perto da igreja algumas vezes desde que tudo começou. Nunca havia ido mais longe do que hoje. - Eu e Maggie nos encaramos, chocadas, e nos aproximamos uma da outra. - Ou talvez eu esteja mentindo e não tenha igreja nenhuma adiante. Vai ver os conduzo a uma armadilha pra roubar seus esquilos . 

—Sim sim. - Rick resmungou, irônico. Me apiedei da tentativa do homem de ser engraçado, mas realmente não estávamos no clima. Agora não, pelo menos. 

—Membros da minha paroquia ja disseram que meu senso de humor deixa a desejar.

—Realmente. - Abraham rosnou, e quase que falei que o do ruivo também era péssimo, mas deixei quieto. 

Andamos por mais alguns minutos até que chegamos a uma clareira, onde a luz do sol penetrava fortemente, contrastando com a floresta densa ao redor.

No meio da clareira tinha uma pequena igreja feita de madeira, toda pintada de branco e com umas cercas que não protegem em nada a redor. Estava até que bem preservada para esses anos de apocalipse. 

“Igreja anglicana de santa sara”

Não era uma vista que víamos todos os dias.

Ver uma igreja me lembrava o dia a dia do mundo antes. Não que eu ia a igrejas, claro. Dois pais cientistas não são um meio muito religioso de ser criado, ainda mais com um irmão gay .Com certeza nao. Nunca fui de acreditar em algo também, muito menos agora.

—Esperem. - Rick afastou meus pensamentos, e todos paramos, encarando nosso líderZ  - Podemos olhar primeiro? Não queremos perder nossos esquilos. - Disse, e estendeu a mão para o padre, que lhe deu a chave depois de alguns segundo exitando. Rick abriu a porta lentamente, e entramos , nos espalhando pelos cantos de maneira ágil . 

—Não se arrisque. - Daryl sussurrou para mim enquanto entrávamos, e indiquei o mesmo a ele. Nunca se sabe, certo? 

Era um local bem bonito mesmo, com um altar branco e com as cadeiras espalhadas por todo o comprimento. Tinha mais duas portas, uma com banheiros e uma sala aleatória e outra com varias bíblias abertas, provavelmente um escritório . 

Achei um livro em cima de uma escrivaninha totalmente anotado com frases da bíblia em preto, e suspirei , o fechando . Isso era macabro. A solidão afetava as pessoas, isso eu sabia. 

O altar estava cheio de velas e latas vazias  ao seu redor, mostrando a quantidade de comida que era consumida ali e não descartada,  além de desenhos infantis grudados na parede. Analisei por alguns segundos os desenhos, parando para pensar no paradeiro dessas crianças, mas afastei esses pensamentos.

Era um local estranhamente sinistro.

—Passei meses aqui sem sair pela porta da frente. Se encontrassem alguém dentro, seria uma surpresa.  - Gabriel disse depois que nos reunimos do lado de fora, e estreitei os olhos. Eu ainda achava que ele escondia algo. 

—Obrigada por isso. - Carl disse, provavelmente se referindo ao padre deixar a gente vir ate aqui. No caso, duvido que ele queria a nossa presença, mas não teve muita escolha. 

—Achamos um micro ônibus nos fundos. Não funciona, mas podemos consertar em um dia ou dois, se o padre disser que não precisa dele, claro. Parece que conseguimos transporte finalmente. - Abraham disse, e senti meus pelos dos braços eriçarem com a notícia. Isso significava que logo logo iriamos para Washgnton, finalmente. Me aproximei. - Você entendeu o que esta em jogo, certo?- Se referiu a Rick, que jazia em pé com as mãos na cintura, pensativo. 

—Entendi, sim. 

—Agora que podemos relaxar um pouco? - Michonne sentenciou, erguendo-se. Ela conseguia ser uma figura poderosa quando queria. Mesmo quando não queria, na real. 

—Quem relaxa , fica lento e sempre da merda no final. - O militar disse, se virando para Michonne , como se a desafiasse. Homens....

—Precisamos de suprimentos independentemente do que vier. - A mulher continuou, e todos concordamos. Abraham fez uma expressão cansada. 

—É verdade. Água, comida e munição.- Rick concordou, susurrando. Ele estava pensando. 

—Pode consertar o mini ônibus tranquilamente enquanto juntamos suprimentos para qualquer caminho que seguiremos depois. - Levantei a voz, e suspirei pelo que eu ia falar.  Estava chegando um dos momentos que eu mais tinha receio e animação. - Eu queria aproveitar esse tempo e visitar o CCD que tem a alguns quilômetros daqui.

—Alexa...- Abraham começou, mas Rosita o cortou. Sorri para ela, agradecida. Eu não iria obedecer o ruivo nisso. Não mais. Não era mais a função dele me proteger. 

—Eu sei que provavelmente foi destruído mesmo, e não estou pedindo para alguém ir comigo , só que não posso perder essa oportunidade. Não sei se alguma outra vez viremos a essa localização, e nem se vai sobrar algo la depois de anos.  - Falei, sentindo um formigamento anormal no meu estômago, ja imaginando tudo que eu poderia encontrar la. 

—Tudo bem, Alexa. - Rick disse depois de algum tempo em silencio, e eu sorri, aliviada. Era como se um peso de anos guardando o bilhete tinham sido descarregados de mim. Apertei meu bolso, levemente.  - Eu sei o quanto isso é importante para você, e isso também pode ajudar na ida para Washigton . - Disse, e o abracei rapidamente, agradecida, e logo o soltei, me recompondo. - Mas você não pode ir sozinha.

—Eu vou com ela. - Basicamente todos do acampamento falaram ao mesmo tempo, e sorri, rindo levemente. Era mesmo uma família.

—De um jeito ou de outro estou com Rick. Mas não vamos nos dividir . - Glenn disse a Abraham, indicando que estava com a minha ideia. 

—Bem, ja que vamos ficar aqui, vou preparar um feijão enlatado pra nós . -Maggie falou, e todos assentimos, famintos. Gabriel tinha nos deixado usar alguns de seus mantimentos, pois provavelmente ele acabaria seguindo com a gente, ou o ajudariamos a conseguir mais comida. 

—Queremos ir com você, mas fico com esse plano. - Bob disse  acompanhado por Sasha, a Abraham, que bufou. Maneei a cabeça.

Eu sabia que ele queria logo ir para Washington resolver tudo, todos queríamos, mas ele mais do que todos sabe o quanto a pressa pode acabar com uma situação.

Me afastei um pouco da igreja, me apoiando em uma árvore florida que tinha a alguns metros do local. Fechei os olhos, sentindo a brisa de final do dia tocar meu rosto.

Eu finalmente iria ver o que tinha la, depois de anos da morte do meu pai e da entrega do maldito bilhete. Mal parecia real. As faces da minha família surgiram na minha mente sem que eu percebesse, e deixei que uma lágrima  fria e teimosa escorresse por minha bochecha.

Doia muito pensar no quanto a gente era feliz alguns meses antes do começo de tudo, e o quanto tudo desandou tão rápido.

A saudade de quem um dia existiu dói, realmente dói muito. Mas era melhor focar no presente do que sofrer pelo passado, e eu sabia disso.

Fechei os olhos mais fundo e deixei com que a chuva que começou a cair limpasse minhas lágrimas que cairam fortes, me dando um momento raro para sentir tudo que eu tinha passado.

Pai, mãe, irmão... eu sinto saudades. 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O próximo capítulo vai ser uma mistura do enredo original da serie com a passagem deles no CCD, e vou admitir que estou ansiosa para postar. Daqui a pouco chega a parte de Alexandria, e só quero ver a reação de vocês com as coisas que estou planejando! Algum palpite?
Comentem fantasminhas! Quanto mais comentários mais eu tenho vontade de postar, serio! Ajuda muuuito, qualquer coisa é bem vinda! Até logo ♥



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