A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Por Favor votem em "A Cura Entre Nós - Duda Borges" na categoria Daryl x OC:

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Fui indicada ao Emmy Awards TWD 2017 e queria muuito a colaboração de vocês ♥ ! Obrigada desde ja!

Oi amores! Desculpem a demora, estou me desanimando bastante, e estou tentando tirar um tempo para relaxar nas férias! Estou meio perdida com essa fic, não sei se ela tomou o rumo que eu queria :(

Obrigada Giih e Gail pelos comentários ♥ !



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Pov Alexa

O mundo é uma coisa engraçada. Por mais que a gente ache que ja viu de tudo, sempre vai existir algo para te surpreender. 

Fechei as minhas mãos bem juntas, as esfregando ferozmente em uma tentativa falha de me aquecer. Eles tinham alargado as algemas por conta do meu desconforto, mas eu sentia meu corpo se deteriorando a cada teste a mais que eles faziam em mim.

Eu ja tinha falado de tudo, mas obvio que eles não me ouviram. Tentei contar os experimentos previamente feitos, mas Milton considerou que era uma tetativa falha de o persuadir a parar os processos. Ele nem tinha as ferramentas apropriadas! 

Pelo menos a comida era boa. Todo o dia , uma vez por dia, me traziam um prato de comida variada. O pouco alimento dado a mim era uma decisão do governador para me enfraquecer . Bufei irritada. 

Obviamente eu tinha um plano, mas não tinha conseguido pôr ele em prática ainda. Ja tinha entendido os horários deles, e tentava usar isso ao meu favor, mas o receio me cercava sempre. " e se, e se , e se" , muitos " e se" me prendiam da liberdade. 

Miltom me visitava três vezes por dia, Andrea duas vezes e o governador vinha me ver e me humilhar uma vez por dia, as vezes só para me checar mesmo. Eu ja tinha gravado sua face e meu ódio por ele crescia a cada encontro novo. 

Tentei pedir ajuda a Andrea, mas comecei a notar a presença de Martinez na porta toda vez que ela vinha me ver. O governador não confiava totalmente nela. 

Sentei em minha cama improvisada, tentando me ajeitar com as algemas pesadas. Pelas minhas contas, Milton deveria aparecer logo para me ver, e eu torcia para que não precisasse tirar mais sangue de mim. Ele era incrivelmente querido e bem instruído, e eu não estava com vontade de ter que machuca-lo, mas era necessario. 

Soltei um suspiro fundo, e estralei o pescoço, o movendo pra cima e pra baixo . Eu tinha conseguido pegar com meus pés um cano de metal que estava no fundo da cela, e tinha conseguido esconde-lo sem que ninguém notasse. O peguei e finquei em meus pulso, os ferindo ao tentar alargar as correntes com minha força.

—Que merda. - Grunhi, mas fiquei feliz ao ver que meu plano tinha dado certo. Eu estava livre das algemas. Arranquei o soro de meu braço, observando os roxos que tinham se acumulado la. O cientista ja tinha pedido desculpas tantas vezes que eu ja ignorava. 

Me alonguei rapidamente, sentindo o gostinho satisfatório de estar finalmente livre. Pensei na ironia de sempre acabar em uma situação assim, mas afastei esse pensamento. Observei a mesa cheia de apetrechos utilizados por Milton, e corri para o copo de água que tinha la. Eu tinha quase certeza que era um plano de tortura do governador , ele sabia que eu estava morrendo de sede.

Depois que o tomei toda agua que o copo raso tinha me proporcionado, soltei um longo suspiro,fechando os olhos e esfregando meus braços fracos com as mãos, tentando me focar.  Não era hora de me sentir fraca. 

Reuni toda a força que me restava e me posicionei perto da porta, onde eu ficaria escondida para qualquer pessoa que entrasse nao pudesse me ver. Agora é só esperar a oportunidade. Prendi meus cabelos em um coque improvisado, ja que não tinha amarrador, e me apoiei. 

Eu conseguia ouvir meu coração batendo aceleradamente a cada segundo que passava, como um relógio próprio . Conseguia sentir o sangue sendo impulsionado pelas minhas veias e artérias, e o sangue pulsava em meus ouvidos. Eu estava viva. Ainda.

Nao demorou muito para que meu plano começasse, e quando ouvi o barulho de passos, fiquei totalmente arrepiada, tencionando o corpo.  Senti a adrenalina começar a aumentar em mim, e entrei em meu estado de ação, totalmente alerta. 

—Mas o que...- Milton exclamou, mas nao conseguiu termina a frase. O derrubei no chão e tapei sua boca em poucos segundos, sem o mínimo de resistência, ficando em cima do mesmo.

—Desculpe por isso . - Falei, e ele arregalou os olhos, mas logo se fecharam quando golpeei sua cabeça. Acho que ele esperava por isso já. Eu nao tinha o matado, só tinha ganhado tempo de fugir sem ser notada.

Esfreguei as duas mãos juntas novamente , me surpreendendo pelo frio emanado pela porta. Ja estávamos no inverno ? Dei de ombros, pousando o medroso cientista em minha cama. Ele era extremamente leve, e fiquei surpresa com seu rosto magro. Eu não queria que ele sofresse as consequências disso. Pensei até em acorda-lo e leva-lo comigo, mas seu medo do gorvernador era possivelmente  maior. 

Para ser sincera, eu não fazia a menor ideia de onde estava. E principalmente : nao sabia o que me esperava por trás dessa porta.

Eu tinha conseguido desacordar Milton silenciosamente , mas o medo de ter sido ouvida de algum modo me assustava. A paranoia me cercava a muito tempo, mas a cada dia que passa, ela aumenta .

Eu estava em um corredor , e percebi varias portas que nem a minha . Era uma espécie de prédio antigo, com cheiro de mofo e sangue apoderados pelo ar. Senti o formigamento incessante arder em mim, e tentei não imaginar o que poderia estar acontecendo ao longo dessas portas.

Era questão de tempo até que alguém aparecesse ou notasse a falta do Milton, então tratei de acelerar o passo. Passei por algumas portas silenciosamente, ate que um barulho habitual cercou meus ouvidos, me fazendo parar. 

Conversa.

Me aproximei da porta que emanava o som,  bem quebrada e antiga, e passei a ouvir o que se passava do outro lado. A curiosidade matou o gato, não é mesmo? 

Consegui reconhecer a voz do governador, com a calmaria contida e o rancor típico por trás de uma camada de perigo. Mas além da voz do meu alvo, consegui destingir uma feminina. Arregalei os olhos: a voz era extremamente parecida com a de Maggie.

— O que você esta fazendo aqui gracinha? - Uma voz soou atrás de mim, e senti uma mão forte segurar meu braço. Arregalei os olhos, assustada com meu descobrimento. 

Acabei me impulsionando para trás, e quebrei a porta, caindo de bunda na sala na qual eu tentava ouvir discretamente.

Fiquei vermelha por alguns segundos, mas dai lembrei que era uma situação de vida ou morte e me recompus.

—Ora ora, que reunião linda. - A voz do governador invadiu minha mente, e observei a situação, enquanto Merle me segurava fortemente pelos braços. Pisquei, confusa. 

Maggie estava olhando para mim, estupefata, enquanto o governador se portava em sua frente, a perigosos metros de distancia. Ela estava suja, com aparência cansada e preocupada, e decidi na hora que ia fazer de tudo para tira-la daqui. 

— Alexa? - Ela disse, e lágrimas foram aos meus olhos. Mas não era tempo de reuniões. Muito menos de lágrimas.

Arregalei os olhos para minha irmã  de coração, e ela entendeu meu aviso depois de alguns curtos milésimos. Chutei as pernas de Merle, o fazendo cair no chão , me arranhando com seu braço mecânico no caminho , e puxei sua faca, enquando Maggie tentava distrair o Governador de alguma maneira. Na hora, eu nem pensei que eles poderiam ter armas. 

Estava tudo um completo caos.

Comecei uma luta com Merle, mas como ele era muito maior e mais pesado, eu sentia que não iria dar certo. Ouvi coisas de quebrando, e torci para Maggie estar ganhando. 

E então, tudo realmente virou um inferno. Uma explosão fez o prédio tremer, e logo tiros e gritos foram ouvidos do lado de fora, e todos na sala pararam, surpresos. 

—Errantes! Estao invadindo tudo! - Um soldado do governador gritou, entrando pela porta na qual eu quebrei, e observei-o enquanto dois errantes apareceram pelas suas costas e o morderam. Arregalei os olhos, mas apreciei a oportunidade.  

Nao podiamos perder mais tempo.

Peguei Maggie pela mão e parti em disparada, jogando um dos errantes para dentro da sala, caindo em cima de Merle. Desviamos de alguns errantes, os derrubando no chão para atrasar os dois.  Corremos por alguns segundos ate ela me fazer parar, e me abraçou temerosamente. Senti ela tremendo em meus braços, e soltei um suspiro. Ela estava bem. Me afastei dela e segurei seu rosto em minhas mãos, como um sinal de foco, e ela assentiu. 

—Alexa, Glenn esta aqui! - Ela gritou, e grunhi furiosamente . Comecei a gritar Glenn, ate que ouvi uma porta sendo chutada. Fiquei na porta matando alguns poucos errantes que zanzavam no prédio enquanto Maggie resgatava o namorado, arregalei os olhos ao o ver

—Alexa? - Ele perguntou, arregalando um dos olhos, pois o outro estava completamente inchado e pulsando. Maggie o segurava para não cair, e uma dor estranha se apoderou de mim ao ver essa cena.

Lhe dei um abraço rapido, para não o machucar, e sorri , mostrando que estava tudo bem. 

—Temos tempo para conversar depois que nos salvarmos , agora , melhor corrermos. - Falei, e eles assentiram, Glenn segurava um pedaço de madeira , e eu uma faca. Era tudo que tínhamos, mas era o suficiente. 

Finalmente saimos do prédio, e me deparei com uma cena assustadora. Eu me senti em um filme de ação, ou em uma simulação do acampamento militar. 

Era de noite, e as estrelas pulsavam fortes no céu escuro. Infelizmente, a nossa visão estava muito debilitada, pois uma fumaça estranha pairava no ar. Foi uma explosão proposital, alguêm estava invadindo Woodburry. 

—Que merda esta acontecendo? - Resmunguei, e comecei a ouvir tiros sendo disparados perto de nós . Conseguia destinguir vultos a distancia, mas não conseguia ver quem era. Vi gente lutando e errantes andando dispersos. A cidade estava caindo. 

—Abaixa. - Glenn gritou, me puxando com seu braço bom para o chão.

Estavam atirando na gente.

Resmunguei alto, e soltei um grito de susto ao ver uma lasca da parede da casa ao nosso lado sumir. Estavam se aproximando. 

Peguei a faca e mirei rapidamente, a jogando e indo para o chão novamente. Eu tinha acertado.

— Tinha mais alguem com vocês? - Perguntei, e eles negaram. Só eles tinham sido capturados. Soltei um suspiro de alívio, e continuei a analisar a cena. 

Dei uma corrida rápida ate o corpo, e confirmei que era um dos homens do governador , peguei sua arma e a faca e voltei correndo para o local, chegando sem mais problemas . 

— Isso esta uma loucura. - Falei, ouvindo mais gritos e tiros. Tinha crianças e idosos aqui, e eu torcia para que eles estejam bem. Não é culpa deles que os humanos se tornaram mais perigosos que os próprios errantes. 

—Acho que são os nossos . - Maggie falou, apontando para uma flecha cravada a alguns metros de nossa pacata proteção. Meus pelos eriçaram: Daryl estava aqui. Eles tinham vindo resgata-los. Senti vontade de chorar ao lembrar o quanto meu grupo era especial, mas não podia. 

Depois de alguns momentos se hesitação, finalmente decidimos para onde ir, e me posicionei com Glenn. Precisariamos das duas para leva-lo.

E iniciamos nossa corrida de varios metros. Estavamos fixados na saida da cidade, um muro quebrado por conta de algum tipo de explosão. Matei alguns errantes no caminho, tendo que deixar Maggie com todo o peso de Glenn para conseguir nos defender. 

—Maggie , Glenn! - Um grito chamou nossa atenção, e virei a arma rapidamente para direção da voz, tremendo. Eu não o conhecia, mas relaxei . - Corr - Ele começou a falar, mas uma bala atravessou sua cabeça, e senti o sangue ainda quente jorrar em nós. Ele estava morto, e o mundo é tão horrivel que não nos da nem tempo para luto.

Apenas fechei os olhos por alguns momentos, e me botei a correr, me certificando de que eles continuavam ali. Acho que muita coisa tinha acontecido desde que eu "morri" . 

—É o Rick! - Glenn gritou, e observei os cabelos cacheados do xerife aparecerem por cima de algumas caixa, agora ja mais nitidos por conta da fumaça estar acabando. Suspirei de alívio.

Corri para o seu lado, puxando os dois o mais rápido que consegui para trás do monte de caixas que Rick se mantinha escondido. Ele arregalou os olhos, surpreso com o que via. 

—Alexa? - Peguntou, desfocando de tudo , e percebi pelo seu olhar que ele estava muito cansado e abatido, como todos. Assenti, lhe dando um rápido abraço, tentando bloquear minhas emoções. 

— Esta tudo bem. - Falei, e ele concordou com a cabeça, fazendo uma leve careta de descontentamento. Parecia ainda não acreditar que eu era real, mas logo balançou a cabeça. - Onde estão os outros? 

— Carol e Hershell estão vivos, nos esperando com um carro ali atrás. Daryl sumiu, o resto esta na prisão . - Falou, e me deu um rapido resumo da situação . Eles realmente tinham invadido a cidade em busca dos dois, mas as coisas sairam do controle. 

As únicas palavras que pulsavam em minha cabeça eram " Daryl sumiu" . 

— Tem mais armas? - Perguntei, e percebi que Rick entendeu na hora meu plano, acordando para realidade. Ele sabia que não conseguiria me persuadir.

Ele me deu uma semi metralhadora, e resmunguei com o peso. Infelizmente não poderia usar as minhas potentes facas. Eu nem sabia se elas existiam ainda. 

E então sai do lugar, explorando a cidade no qual fui prisioneira por três semanas . Observei as casas pegando fogo e focos de incêndio aleatórios em vários lugares. Corpos de zumbis e vivos jaziam no chão, e alguns restos eram devorados pelos errantes qe continuavam a invadir o local. Por algum motivo, os errantes estavam me ignorando.

Andei por alguns minutos, me mantendo perto das casas, ate que finalmente achei o que procurava: Daryl.

O único problema era a situação em que ele se encontrava . Estava no meio de uma arena improvisada, com pessoas ao seu redor o observando enquanto errantes carniceiros o cercavam, presos por correntes. Que tipo de pessoas eram aquelas?

Observei a situação por alguns instantes, tentando pensar em algum plano , e até que a situação piorou: Merle surgiu na arena, e os dois homens começaram a travar uma luta pela sobrevivência  . 

Foi ai que eu comecei a atirar.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam! Acho que amanha vou tentar revisar os capítulos .

E é Miltom ou Milton?



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