Na manhã seguinte arrumei minhas coisas para irmos visitas Safira e Madeleine, passei com dificuldade a poção pelo meu corpo, já que sabia que Meren não queria ajudar, me despedi dos meus pais e fui para o lado de fora para encontrar com ela. Meren já havia se despedido de seus pais e eu acenei de longe para eles, ela não falou uma palavra enquanto caminhávamos em direção a parada de pegasus, nem mesmo olhou nos meus olhos, não tinha certeza se ela deixaria isso de lado logo ou se queria que eu dissesse algo.

— Então.... - tento iniciar uma conversa - Você conseguiu dormir bem?

— Hm... - murmura

— Mesmo? Você nunca gostou muito de dormir sozinha... mesmo quando éramos pequenas você vivia tentando me convencer a dormir junto com você

— Hm...

— ..... Não fique com raiva de mim, tudo bem? O que você quer que eu faça para você ficar melhor? - ela continua andando até a parada me deixando para trás - Meren! - digo a agarrando pelos ombros depois de correr para alcança-la - Por favor, fale comigo

Ela friamente retira minhas mãos dela e continua a andar em silêncio, eu a sigo silenciosamente a alguns passos atrás dela. Quando o pegasus chega ela sobe e fica de costas para mim, geralmente nessas viagens ela sempre me deixava abraça-la por trás e virava o rosto para conversarmos sempre, dessa vez eu tive que dar um jeito de não cair sem segurar nela. A viagem foi longa, mais longa em minha cabeça do que deve ter sido em tempo, cada minuto naquele silêncio pareciam horas, mas finalmente pousamos, a parada ficava ainda um pouco longe da aldeia de lobisomens, então fizemos uma pequena caminhada.

A trilha que fizemos me deixou completamente exausta, o suficiente para deixar minha visão turva, pude ver dois borrões um pouco a frente, mas apenas pelo cheiro pude dizer que eram as garotas, que rapidamente sentiram nosso cheiro também e correram para nos abraçar.

— Emma, Meren! Sentimos tanta saudade! - diz Safira abraçando nós duas ao mesmo tempo

— Ei, ei, foi só um mês mais ou menos, precisa mesmo de tudo isso? - rio

— Senti sua falta também. - Meren retribui o abraço

— Foi um mês tão longo sem vocês. - diz Madeleine se aproximando e nos abraçando também - Não é tão divertido fazer algumas coisas sem aquela pequena adrenalina do medo de ser vista por outra pessoa. - ela ria, mas parecia estar falando serio

— Dessa parte eu não sinto falta, mas certamente é difícil não ter as duas todos os dias para melhorar o humor

— Madeleine! - Meren diz animada - Você pode me falar sobre a cultura dos lobisomens? Meus pais ficaram me falando muito bem dela a noite toda antes de dormir e eu acabei ficando animada!

— Claro, meu bem, mostraremos tudo para vocês duas

— Ah, sim.. pra nós duas

Elas se entreolham por um segundo e parecem entender o que está acontecendo.

— Então.... - Safira quebra o pequeno silencio - Como vão as coisas entre vocês? Beijos, abraços todos os dias, ou.... talvez outras coisas? - ela ri, mas não recebe uma boa reação de Meren, na verdade, nunca a via tão irritada na vida, ela geralmente tenta ver o melhor lado de tudo, mas fazia uma expressão assustadora agora

— Ah, já sei! - Madeleine tentando concertar o erro de Safira antes que ela piorasse alguma coisa - Eu irei mostrar um pouco da aldeia para a Meren, Safira, querida, você e a Emma poderiam por favor ir atrás de um pouco de carne para almoçarmos?

Madeleine a puxa para perto e cochicha algo em seu ouvido, algo como "apenas descubra o que está acontecendo antes que piore", e Safira se afasta sussurrando um "pode deixar comigo, Maddie".

— Certo, certo, Emma, hoje você vai aprender a caçar como um verdadeiro lobo, vamos, mostre suas garras! - faço minhas unhas crescerem - Bom, bom, acho que vai servir. 3 veados são o suficiente para a família, não achar, querida? - pergunta para Madeleine

— Deve ser o suficiente, então, boa caçada. - ela se despede com um pequeno aceno e Safira toma sua forma lupina me deixando subir em suas costas e fomos floresta a dentro

Quando chegamos em um lugar bem afastado ela me deixa descer e volta para sua forma normal, cruza os braços e me encara.

— O que você fez? - pergunta duramente

— Eu? Eu não fiz nada

— Então Meren está com raiva sem motivo?

— E por que a culpa é automaticamente minha?

— Porque ela é uma menina doce e você sou eu nesse relacionamento, nós duas somos as que fazem o mal para a namorada adorável

— ............ ok, é meio culpa minha

— Eu sabia!

— Tá, tá, mas não é por mal

— Diga

— Acontece que..... Meren quer dar o próximo passo no nosso relacionamento

— Sexo

— Não seja tão direta! - digo corando um pouco - Enfim.... eu não posso fazer isso com ela

— Por que não?

— Por que a Meren é uma criatura da luz e eu sou uma criatura das trevas, você sabe como funciona as primeiras vezes para nós, você é uma também!

— Ah, tem razão, eu deixei arranhões na Maddie que duraram uma semana pra sair, mas ela me deixou varias marcas de mordidas, então acho que estamos quites

— Exato, você sabe que nós não podemos controlar nossos instintos nessas horas e ela não é uma vampira como eu, então quando eu perder o controle e acabar a mordendo para beber o sangue dela.... eu não sei se serei forte o suficiente para me fazer parar.... a ultima coisa que eu quero é vê-la em uma cama de hospital de novo

— Entendi...... - ela fica quieta por um tempo e suspira - Já tentou conversar com ela?

— Não, se eu contasse para ela, ela iria querer tentar do mesmo jeito e seria mais teimosa ainda

— Então acho que vamos ter que deixar nas mãos da Maddie por enquanto. - ela ri

                           ~Madeleine narrando~

Decidi levar Meren dentro da aldeia, não era um lugar grande, as simples casa de madeira formavam um circulo relativamente grande que chamávamos de praça, onde crianças brincavam e corriam, algumas de forma meio lupina, com apenas rabo e orelhas de lobo, e outros com transformação completa, ela pareceu se distrair bem olhando as crianças brincarem, as mulheres cuidando as roupas feitas de pele de animal e dos seus maridos rindo e as ajudando no que precisavam.

— Aqui parece realmente um bom lugar para se crescer. - ela fala finalmente

— Se você não for a filha do chefe, deve ser maravilhoso

— É mesmo tão ruim?

— Eu estava sendo obrigada a me casar com alguém que eu não amo

— Isso é realmente muito ruim, mas ficou tudo bem no final, não?

— Mais ou menos.... meus pais não são exatamente os maiores fãs do meu relacionamento com a Safira, mas eles também não podem nos impedir

— Por que?

— Porque para os lobisomens só existe uma pessoa com quem poderemos ficar para sempre, nossas almas gêmeas, e essa tradição é muito respeitada, ainda mais do que a tradição de que os futuros chefes devem se casa com os guerreiros ou guerreiras mais poderosos

— É muito comum casamento entre pessoas do mesmo sexo por aqui, não?

— O tempo todo

— Deve ser bom não ter que se preocupar com outras pessoas num relacionamento....

— Diga, meu bem.... o que preocupa você?

— Acho que estou sendo um pouco irracional com a Emma, eu sei que ela só quer o melhor para nós, mas ainda assim....

— Ela não quer avançar?

— Como sabe?

— Eu sou bem experiente em muitas coisas

— O que acha que eu deveria fazer?

— Por que não conversa com ela sobre isso?

— Eu tentei

— Meren, minha querida..... você sabe que as relações sexuais entre criaturas das trevas, ou noturnas, como preferir, é bem diferente da entre criaturas da luz?

— Diferente como?

— Na primeira vez de qualquer criatura das trevas eles perdem o controle de seus instintos e acabam atacando seus parceiros, demônios fazem marcas em fogo na pele do parceiro, lobisomens mordem e arranham, e os vampiros...... sugam sangue, mas isso não é prejudicial entre os vampiros, porque o corpo deles está preparado para isso, mas.... o corpo de um elfo não

— Acho que entendi

— Elas devem voltar logo, Safira caça muito rápido, quando Emma voltar, tente falar com ela, se não conseguir.... ali um pouco a diante tem um colina com um penhasco que tem um bela vista, vocês podem conversar ali, ou brigar, ou se ela te irritar você pode apenas empurra-la

— Você é cruel. - ela ri

— Eu sei. - rio junto - Mas brigar faz bem para um relacionamento, meu bem, apenas não podemos deixar ele ser a parte dominante dele

                                  ~Volta para Emma~

Safira terminou de caçar os veados e juntou todos numa pilha enquanto se alongava depois da corrida atrás deles.

— Nada como uma boa caçada para renovar os espirito!

— Talvez só pra você. - digo me apoiando nos joelhos e arfando

— Sabe, Emma...

— O que?

— Eu estava pensando em pedir a mão da Madeleine hoje

— O que?! - me endireito rapidamente fazendo minhas pernas doerem ainda mais

— Vamos ter um almoço em família hoje, depois do almoço eu pensei em chama-la para um lugar vazio e pedir a mão dela, a família dela ainda não aceita totalmente nossa relação por causa do incidente de termos fugido e ela não ter se casado com o pretendente, mas tenho certeza que vai ficar melhor depois que nos casarmos, tivermos nossa casa, nossos filhos e coisas assim

Ela parecia realmente feliz falando isso, como se agora mesmo um pequeno filme passasse na cabeça dela onde todas as coisas aconteciam com as duas e elas viviam felizes para sempre.

— Eu acho que é uma ótima ideia. - digo - Tenho certeza que ela ficará muito feliz

Pegamos os veados mortos e voltamos para a aldeia. Na casa dos pais de Madeleine, que era a maior da aldeia por eles serem os chefes, as famílias, e nós, se reuniram para comer a comida preparada pelas garotas, não sei quanto a carne, mas os veados-de-chifre tem realmente um sangue com gosto ótimo. Depois de comermos Safira fez o que disse e chamou Madeleine para um lugar onde elas pudesse ficar sozinhas e, alguns minutos depois, elas voltam realmente felizes e comemorando o noivado. Eu estava feliz por elas, os pais de Safira choravam de alegria e ate mesmo os de Madeleine sorriam e parabenizavam as duas, parecia que a aldeia inteira estava em festa naquele momento, todos alegres e animados, aparentemente fariam um banquete ao anoitecer para celebrar o noivado, se o pedido era recebido assim, imagino o tamanho da festa que dariam no dia do casamento, cujo qual fomos pedidas para sermos madrinhas.

Mesmo com toda a aldeia feliz a nossa volta, Meren ainda não falava comigo, eu podia ver que ela não estava mais irritada, mas ainda não olhava para mim, isso me fazia sentir meio solitária. Era fim de tarde quando ela finalmente decidiu falar alguma coisa para mim.

— Emma....

— O que foi, meu amor? - tentei ser o mais carinhosa possível para agradá-la

— Venha comigo

— Tudo bem

Ela me fez andar por um tempo pela floresta, estava ficando realmente escuro, então comecei a me preocupar na nossa viagem de volta, pois até lá estaria um breu, mas finalmente chegamos a uma área mais clara e sem arvores, estávamos em um penhasco, podia ouvir as ondas batendo nas pedras na embaixo.

— Eu conversei com a Madeleine....

— E o que ela falou?

— Falou sobre as relações entre criaturas da luz e das trevas

—...... Meren, eu....

— Não, tudo bem, eu entendo o que você queria fazer

— Eu não posso fazer isso com você, é pro seu próprio bem!

— *áva à quiet áva nie kare sa

— Meren..... - quando ela começava a brigar em élfico eu sabia que ela estava realmente seria

— *Estelio ammen, Emma......... ho nye istae nauthanneni ned ôl reniannen....... nalyê melme cuilenya.......

— *Aranelnya, à cen....

— Por favor, Emma

Ela me olhava com aqueles olhos tristes, eu não podia resistir a isso, mesmo sabendo que era perigoso, mas já conseguimos sair de situações piores do que essa seria, Meren estava tão assustada quanto eu, eu podia ver isso, mas ela queria enfrentar esse perigo maior.

— *Be iest lîn. - digo finalmente me rendendo

Ela não diz nada, apenas sorri e me abraça, eu sabia que isso era importante para ela, ela queria sentir que nossa conexão estava ficando mais forte e se isso a faria feliz, então eu tentaria meu máximo para realizar o seu desejo. Ficamos lá mais um tempo antes de voltarmos, apenas sentadas na grama e vendo as estrelas começarem a brilhar timidamente perto do pôr-so-sol, e vendo uma linda lua surgindo para iluminar quando tudo ficou escuro, Meren cantava uma velha canção que ela me ensinou quando éramos menores, "I want to go home with you, but in our house there are only leftovers, so you took me to a crooked house, where there is no life, and no sound, but is warm, and I felt like home".

Voltando para a aldeia, participamos do banquete e das comemorações entre os lobos, acabamos aprendendo bastante dos costumes deles em dias festivos, principalmente algumas danças, mas então a hora de ir dormir chegou, teríamos que partir muito cedo de manhã para que pudéssemos voltar a tempo das nossas atividades no exercito, então Madeleine preparou um quarto para nós na casa dela, ela e Safira foram para o quarto "ficarem sozinhas" e nos deixaram ali, naquele quarto de paredes de madeira, com apenas uma grande janela tapada pela cortina e uma cama de casal.

— Vamos? - Meren pergunta

— V-vamos o que? - digo nervosa

— Dormir

— Ah, sim, claro...

Deitamos uma do lado da outra na cama, não é como se fosse algo novo, nós fazíamos isso o tempo inteiro, mas dessa vez parecia.... diferente... eu me sentia nervosa, talvez porque eu achasse que aconteceria algo a qualquer momento.

— Emma. - ela interrompe meus pensamentos

— O que? - pergunto ainda muito nervosa

— Não precisa ser exatamente hoje se você não quiser

— Eu vou fazer se você quiser

— Mas eu não vou querer se você não quiser

— Por que não decide por mim então?

— Não é assim que funciona. - ela ri e me observa calmamente por uns segundos - Sem pressa, querida, não acho que seja assim

Ela me beija como sempre fazia, seus lábios me envolviam apaixonadamente e faziam meu corpo estremecer.

— Que tal começarmos assim? - ela me pergunta me encarando com aqueles olhos sedutores e volta a me beijar

Sinto suas mãos subindo para dentro da minha blusa e tocando suavemente minhas costas, depois fazendo o mesmo com a outra, seu toque era tão delicado que parecia que ela tocava em algo frágil, meu corpo parecia estar em chamas por dentro, eu não conseguia me aguentar, eu me levanto para ficar de joelhos na cama a levando comigo sem descolar nossos lábios e puxo seus quadris para que ela se sente no meu colo de frente para mim, a deixando um pouco mais alta enquanto eu tocava sua cintura.

— Achei que não quisesse agora. - ela diz em tom brincalhão quando para de me beijar

— Eu quero mais. - afundo meu rosto em seu pescoço o beijando enquanto retiro seu sutiã por de baixo da blusa e a escuto dar pequenos gemidos

Eu podia sentir minha sede de sangue aumentando, meu corpo aquecendo cada vez mais, unhas e dentes crescendo, eu não conseguia aguentar mais.

— Meren.... eu não.. eu não consigo me contro- minha frase é interrompida quando meus dentes crescem um pouco mais e o incomodo me faz recuar

— Está tudo bem, querida. - ela segura meu rosto com as duas mãos e me dá um pequeno beijo nos sábios, posicionando minha cabeça em seu pescoço logo depois - Não sinta medo

Eu a mordo e consigo ouvir ela soltar um gemido de dor abafado, sinto o gosto do seu sangue quente e doce escorrendo para dentro da minha boca e pingando pelo queixo, eu sabia que tinha que parar, mas estava tão bom, minhas unhas involuntariamente afundavam em suas costas, eu sabia que estava doendo para ela, mas ela aguentava firmemente, até que minha vontade de beber seu sangue passou, eu retiro os dentes do pescoço dela e sinto minhas unhas e dentes voltando lentamente ao normal.

— Viu? - ela diz ainda segurando a dor - Eu disse que ia ficar tudo bem

— Me desculpe por isso

— O importante é que você conseguiu

— Eu vou te compensar por isso. - digo a deitando na cama e tirando sua camisa a deixando apenas com a parte de baixo de suas roupas - Eu vou te compensar muito bem

— Mal posso esperar então