O que tem por trás de uma carinha de anjo? escrita por Alessandra
Notas iniciais do capítulo
Será que o Gustavo toma jeito gente?
— Cecília já vai tão cedo? – Perguntou Estefânia me alcançando já perto da saída.
— Tenho algumas coisas pra resolver antes de “pegar no batente” amanhã. – Falei respirando um pouco fundo demais.
— O que o Gustavo fez?
— Nada. – Tentei dar o meu melhor sorriso.
— As pessoas até tentam, mas não me enganam, enfim quando você estiver mais a vontade e quiser conversa, estou aqui. – Falou isso já me abraçando.
— Obrigada, agradeço de coração, mas realmente não foi nada.- Falei olhando pra porta onde um Gustavo impecavelmente em ordem aparecia com a mesma expressão de sempre: Nada me abala.
Deixei a casa tentando reorganizar meus pensamentos, tudo ficaria em paz, assim espero.
~ Um mês depois ~
— Dulce meu amor, assim não dá princesa, desce daí pra colocar o uniforme. – Estava na terceira tentativa frustrada tentando fazer com que a mesma parasse de correr pelo quarto.
— Ceci, eu não quero ir hoje minha cabeça ta doendo.- Sentou como sempre fazia com a cara mais triste do mundo, só que como a conhecia, não me comovia mais. Pelo menos tentava me manter forte, ela é a menininha mais doce do universo, mas também a mais traquina que se você não conseguir controlar caí direitinho na conversa fiada.
— Sempre a mesma conversa, eu já tenho decorado, levanta daí agora e vamos vestir o uniforme Dulce.
— Pensei que você fosse mais legal.- Falou emburrada, começando a correr novamente.
— Dulce Maria, agora.
— Ta bom, Ceci. O papai vai me levar hoje? – Perguntou enquanto finalizava o seu penteado.
— Não sei, ele já ficou o fim de semana todo grudadinho com você, ele precisa trabalhar.
— Não teria tanta certeza.
— O que você disse pequena?
— O papai tava aqui comigo, mas nem brincou.
— Como assim amor?
— Nada ele tava comigo. – Completou sem que eu entendesse muito bem o que ela falava.
— Vai lá perguntar se ele vai te levar, antes que fique tarde.
— Ta bom.
Os dias sempre passavam na monotonia de sempre, a rotina era cumprida a risca por todos, apesar da sua energia não acabar nunca, a Dulce não havia realmente me dado trabalho algum, era só eu ser mais rude no tom de voz que ela me obedecia, já havia me acostumado com a casa e o ambiente. Todos eram de extrema simpatia, menos o Gustavo que raramente o via.
— Ele ta ocupado como sempre Ceci, a Tia Perucas disse que me leva.
— Ok princesa, se comporta ta?
— Vou tentar. – Me abraçou e sussurrou triste, pra que somente eu ouvisse já que a Estefânia a esperava.
Arrumei o quarto dela colocando a bagunça em ordem, era tudo tão planejado, feito com tudo de mais caro que o pai pudesse comprar, mas ele nem sequer colocava a garota pra dormir, desprezando o amor que ela tinha pra dar. -Estava finalizando a arrumação quando uma Estefânia pálida aparece em minha frente ainda falando ao telefone.
— Ok Madre, sim senhora, estou indo pegá-la, não, alérgica a dipirona, melhor não, sim, tudo bem até daqui a pouco Madre.
— O que foi Estefânia? – Falei começando a me desesperar.
— A Dulce ta febril a Madre pediu pra ir buscá-la, disse que já ligou pro Gustavo, mas que como sempre ele não atende o telefone. Prefiro não pensar que ele esqueceu a responsabilidade de pai, dói menos sabe?.- Suspirou.- Meu primo voltou tão frio, a Dulce esperou 3 anos pela volta dele, esse tempo todo tentamos suprir as necessidades dela o Gabriel e eu fazíamos tudo o que podíamos, mas não éramos quem ela queria e quando ele voltou trouxe a mala já cheia, uma mulher que nem liga pra ela, que no final das contas só quer jogá-la no internato e comer o dinheiro do idiota do Gustavo, você tinha que ter visto ontem, ela implorou pra que ligássemos pra você, mas como você já faz tanto, acabei a convencendo em te deixar pelo menos com o domingo livre, fui almoçar com o Vitor já tava tudo marcado e ela não quis ir, quando voltei a pequena ainda estava dentro da água na piscina e os dois muito bem entretidos não preciso nem te dizer como...
— Isso é um absurdo ele tem responsabilidades e deveres como pai, alguém tem que alertá-lo.
— Concordo Ceci, mas ele não se vê como um, aí Ceci. – Sorriu irônica.- Já falei tanto e nem o Gabriel com todo aquela persuasão de Padre conseguiu.
— Temos que arrumar um jeito.
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