O que tem por trás de uma carinha de anjo? escrita por Alessandra


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!!



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Peguei meu celular para tentar me distrair, mas o mesmo estava com apenas 3% de bateria muita sorte pra uma pessoa só.

— Droga... – Disse bufando. Ele me olhou e coloquei meu celular de volta na bolsa, reclamando baixinho.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntou me olhando.

—  Nada com o que você se dê o trabalho de se preocupar.

— Não precisa ser grossa, queria ser apenas gentil.- olhou pra fora onde tudo parecia estático.

— Desculpa, meu celular ta descarregando.

— Pega aqui tem um cabo na minha bolsa, conecta aqui e carrega. – Simples assim sorriu.

— Não, não precisa Gustavo.

— Para de ser orgulhosa Cecília e pega logo, eu sei que você precisa falar com sua irmã.

— Tá bom vai... - Peguei em uma das bolsas de viagem e retirei o cabo, logo em seguida conectei o mesmo no meu celular e no carro do Gustavo, que havia uma entrada para carregadores. Em questão de segundos, o celular começou a carregar.

— Obrigada...- Sorri de volta sem jeito.

— Sabe que não precisa agradecer. - Sorri sem graça como sempre ficava quando ele falava comigo.

— Você sabe o que aconteceu pra esse engarrafamento todo?

— Eu tinha visto mais cedo que era por causa de alguns protestos, pensei que já tivesse acabado, vai demorar uma eternidade até conseguimos passar daqui.

— Que sorte a nossa heim.. - Ironizei e olhei para trás. Dulce dormia junto a Estefânia, onde as duas estavam de mãos dadas. - É parece que a Dulce e a Estefânia não vão acordar tão cedo.

— A pequena ta cansada.-Sorriu- Minha menina sapeca, não sei onde arruma tanta energia.- E se acostume a Estefânia sempre dorme nas viagens.

— Minha mãe costumava dizer que criança tem que ser enérgica quando está parada ou está dormindo ou doente.

— Você fala sempre com tanto carinho da sua mãe,  desculpa a pergunta ela faleceu de que? - Percebi que seus olhos ficaram marejados no mesmo instante e ela ficou quieta por um tempo. - Desculpe pela pergunta Cecília, não quis ser invasivo. Não precisa falar, se não quiser.

— Não tudo bem, é que sempre que falo da minha mãe bate uma saudade... Mas vamos lá... Minha mãe foi vítima de um acidente. Estávamos voltando de um dia feliz da casa da minha avó, era um almoço em família de domingo. Minha mãe dirigia, enquanto eu estava no passageiro e Fátima no banco de trás. Um carro desgovernado não parou no sinal vermelho e bateu no nosso carro, a pancada foi fatal e minha mãe não resistiu, quebrei o braço e a Fátima ficou sem falar por dias. - Sua voz embargou e ela caiu no choro. - Foi um trauma pra mim nos primeiros dias, porque eu vi tudo. - Minha mãe faleceu a caminho do hospital, ela ainda conseguiu falar comigo. Mas me lembrar disso me deixa muito mal. E tudo porque? O homem que dirigia o carro estava embriagado. Tenho pavor a bebidas. – Suspirei.

— Meu Deus que idiota. Ele foi preso?

— Não, porque ele nunca tinha feito nenhum tipo de infração e como ele se entregou ficou apenas assinando e nos dando assistência. Mas eu sinto tanta saudade dela.

— Vem aqui comigo?

— Pra onde você tá maluco? Não vou sair daqui.

— Nenhum carro ta andando Cecília, vem aqui.- Disse saindo do carro e abrindo minha porta.

— Você surtou, Gustavo.- Gritei, mas ele não me respondeu fui rapidamente rodeada por seus braços que me abraçaram acolhendo-me.

— Queria dar esse abraço em você algo me dizia que estava precisando. Você se faz de birrenta, mas precisa de conforto também, sabe, você se faz de forte, mas chora todas as noites com saudade dela, não precisa sentir vergonha disso, saudade é natural e fique sabendo que você nunca conseguirá desapegar dela e nem queira isso. Lembre-se dela como um anjo que se foi, mas que te ama, te admira e acima de tudo te guarda e te quer bem.

— Obrigada Gustavo, você tem razão. Um abraço pode nos dar a paz que o mundo tira de nós. Obrigada pelas lindas palavras, nem sei o que dizer, me deixou sem respostas- Sorri de lado enxugando as lágrimas.

— Eu sei. Já passei por isso, perder alguém tão próximo é horrível, perder quem a gente ama não é nem um pouco fácil. Eu ainda sinto muitas saudades da Teresa. Mas ela me deixou a mais pura e linda lembrança dela, a nossa filha o melhor presente que ela podia ter me dado. Vou confessar que quando me sinto muito mal durmo abraçado com o retrato dela, não ri de mim.

— A minha mãe me deixou a birrenta da Fátima, que apesar de tudo foi minha grande companhia.- Sorri com sua revelação. – Não estou rindo por achar graça e sim por admirar tal atitude sua você acabou de me dizer que é natural sentir saudades então não deveria sentir vergonha de agir assim. A esqueci o machismo e superioridade. – Revirei os olhos, ele gargalhou uma risada gostosa que saia de dentro sem ser forçada. – Só você mesmo garota. – Continuou sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!



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