Te Espero a Ti escrita por R_Che


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá! De novo eu...
Estou a pensar em escrever outra, mas ainda não deve ser já.
O próximo é o último.
Confesso que esta não me entusiasmou tanto como a anterior, por isso estou a ponderar se realmente vou escrever outra. Beijo, e obrigada pelos comentários.



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— Puck não podes reagir assim. - diz Quinn na parte de fora do restaurante abraçando-o. Rachel desde o interior estava a reparar na interacção deles. 

— Ela já me estava a irritar, e estava a dizer aquelas coisas todas para te rebaixar. - Quinn sorri com carinho. 

— Eu agradeço que me defendas, mas sabes que não preciso. A Mercedes que está aqui hoje, é a única que precisa de ajuda. - Por muito que Rachel quisesse ter travado Santana, ela saiu do restaurante e foi ter com eles. 

— Como é? Arrancas-lhe tu a cabeça ou arranco eu?! - Perguntou o furacão a Puck. Quinn revirou os olhos com um sorriso. 

— Santana já passou. - diz a arquitecta com calma. 

— Já passou ou caraças. Quem é que ela acha que é?! - disse a latina cheia de raiva. - E digo-te já que acho mal que tenha de ter sido eu a defender a tua namorada. - acrescenta agora com um sorriso malandro, e Puck olha para Quinn com interrogação. Ela muda de cor com a vergonha mas esclarece o rapaz. 

— A Rachel não é minha namorada. - Puck abre os olhos surpreendido por se estarem a referir a Rachel, mas depois esboça um sorriso torto igual ao de Santana. 

— Mas tu gostavas. - diz ele a rir-se. 

— Claro que ela gostava! - responde Santana com pressa e Quinn ri-se da atitude. 

— Fico contente que já vos tenha passado. - diz ela apaziguando a situação. 

— Não me passou nada! Se ela volta a abrir a boca, cumpro a promessa que lhe fiz. - a latina voltou a levar a mão à cintura e Puck inspirou fundo e acenou com a cabeça em concordância com Santana. - Ainda por cima o disco dela é mau como a merda. - Puck riu-se e Quinn sorriu com isso, mas a conversa terminou quando Rachel saiu do restaurante em direcção a eles. 

— Está tudo bem? - perguntou com medo. 

— Sim. Está tudo no seu lugar. - respondeu Quinn com um sorriso carinhoso. Santana revirou os olhos e Puck sorriu malandro. 

 

—x-

 

— Estou muito orgulhosa do que vi hoje. - disse Rachel com um sorriso sincero. Quinn olhou para ela com surpresa disfarçada. 

Estavam ambas no quarto de Quinn e Rachel estava sentada na cama enquanto a arquitecta se descalçava. 

— Eu não acho que tivesse sido necessário tudo isto. - responde Quinn com calma. 

— O conteúdo do que tu disseste é muito verdade, tu és a pessoa indicada para dizê-lo porque passaste por isso. 

— A Mercedes quase conseguiu sacar o pior de mim. Tu viste a postura dela? Eu ainda estou parva da minha vida. - Rachel acenou. 

— Nunca pensei que ela se tornasse nisso. Realmente a fama sobe mesmo à cabeça das pessoas. 

— Rachel, tu és uma diva da Broadway, tens em duplicado os prémios mais importantes de uma carreira dessas e não és assim. 

— Porque se calhar não estou contente com a minha vida agora. No inicio eu também tinha entusiasmo por estar a viver o sonho que alimentei toda a minha vida...

— Alguma vez rebaixaste alguém? - perguntou Quinn sabendo perfeitamente a resposta. 

— Não. - disse ela baixando a cabeça. 

— Então acho que esta conversa não tem sentido. - respondeu a loira séria a olhar para ela. - Acho até que podiamos deixar de conversar. - E agora nasceu-lhe um sorriso torto nos lábios enquanto se dirigia a ela devagarinho como se tratasse de uma presa. A morena levantou a cabeça para olhar para ela e desmanchou-se a rir. 

— De facto, falar não é bem o que me apetece fazer agora. - responde divertida antes de sentir o corpo de Quinn se debruçar por cima do seu e ser assaltada por um beijo fugaz. 

 

—x-

 

— Bom dia. - diz Rachel enquanto passa os dedos pela testa de Quinn para lhe tirar os cabelos da cara. Quinn abre os olhos sonolenta. 

— Bom dia. - responde a loira enfiando a cabeça na linha do pescoço de Rachel. A morena sorri e dá-lhe um beijinho na orelha com carinho. 

— Hoje vamos almoçar aos meus pais. - Quinn separa-se de Rachel e olha para ela nervosa mas sem negar. 

— Eles sabem?

— Claro. Foram eles que convidaram. 

— E a que horas temos de estar lá?

— Depois de tomarmos um banho juntas. - responde Rachel malandra fazendo Quinn soltar uma gargalhada e beijá-la de seguida. 

 

—x-

 

Rachel, depois de muito insistir, tinha conseguido convencer Quinnn a ir a pé para casa dos pais. Lima era uma cidade relativamente pequena e era perfeitamente possível que a deslocação fosse por essa vía. A morena teve o instinto de lhe dar a mão, mas não o fez porque se apercebeu no momento que podería ser um passo atrás naquela relação. Quinn não estava muito confortável em caminhar por aquela cidade, baixava a cabeça constantemente e sempre que passavam em algum sitío que fosse comúm de ser frequentado em tempos por ela, alguma nostalgia nascia nos seus olhos. Rachel percebeu várias vezes essa reacção, e ela estava a repetir-se mas de uma maneira diferente enquanto passavam à porta da igreja. Mas o que estava prestes a acontecer ela não achou possível.

— Vamos atravessar para o outro lado. - disse Quinn nervosa agarrando na mão de Rachel para a puxar em direcção ao outro lado da rua com alguma pressa. Mas não conseguiu a tempo. 

— Quinnie?! - Rachel ouviu aquela voz e sentiu um murro no estômago. Aquela mesma expressão, com aquele tom de voz, ela tinha ouvido em tempos quando Judy chamou a filha para a abraçar na sua graduação. A actriz apertou a mão de Quinn instintivamente, como se quisesse que ela percebesse que ela estava ali para enfrentar o monstro ao seu lado. - É mesmo ela Russell. - diz uma Judy emocionada à saída da Igreja. - Quinnie... - voltou a dizer a mulher antes de abraçar a filha emocionada. Quinn deixou-se abraçar e devolveu-o de leve. Rachel deu um passo para o lado e só observou. Russell estava nervoso e notava-se na sua postura, não sabia como reagir, e Quinn nem para ele tinha olhado ainda. 

— Olá filha. - disse ele ao ver que o abraço tinha terminado. Quinn olhou para ele fixamente e não respondeu. 

— Tinha tantas saudades tuas meu amor. Porque não avisaste que vinhas? - disse a mulher com nostalgia, mas percebeu a resposta de Quinn quando ela olhou para si com a sobrancelha franzida. Judy baixou a cabeça envergonhada, e o sorriso morreu. - Liguei-te algumas vezes. - disse baixinho. 

— Eu sei mãe, mas a vida continua. - respondeu Quinn como um cubo de gelo. Rachel tremeu com o tom. 

— As portas da nossa casa estão abertas para ti Quinn, as coisas não têm de ser assim... - começou a dizer Russell, mas foi interrompido de imeditado com um sorriso sarcástico de Quinn e uma explosão de informação que não esperava. 

— Formei-me em Yale em artes do espectáculo nos primeiros 3 anos que estive na faculadade, e não precisei de ninguém. Depois estive mais 4 para me formar em arquitectura, fi-lo sem precisar de ninguém. Sou arquitecta numa empresa muito conceituada de construcção de bairros de luxo em Nova Iorque. Também consegui sozinha. Tenho dinheiro, uma casa só minha, uma vida só minha, uma rotina só minha. - Russell sorriu com orgulho e tristeza misturado, e Rachel também sorriu por vê-lo com aquela expressão, mas Quinn soube que era aquele o momento em que ia vingar-se pelas lágrimas que chorou por ele. - Sou muito feliz, aliás, nunca fui tão feliz. 

— Ainda que não acredites, é tudo o que eu desejo para ti Quinn. - respondeu Russel com carinho. 

— E gosto de mulheres. - Russell ficou sério de repente, bem como Judy, mas Rachel expressou um sorriso torto. Quinn viu as expresões e sorriu com um sentimento de vitória. - Gosto muito de mulheres. - acrescentou com segurança. Rachel revirou os olhos e Judy percebeu. A mulher mais velha sorriu com calma, para espanto de Quinn, mas Russell manteve-se impassível. 

— Isso não é uma novidade. - disse Judy com calma. Russell olhou para ela surpreso, mas ela continuou. - Menos ainda que seja a Rachel. - E agora foi Quinn quem ficou surpresa e sem saber onde se meter. Rachel olhou para ela em interrogação e Judy gargalhou. - Ela sempre gostou de ti, e eu achava estranho que ela fizesse tanta questão em demonstrar o contrário, mas não quis dar asas à questão. Achei que era uma fase e passava. 

— Mãe... - suplicou Quinn com o olhar, mas Rachel gargalhou ao perceber. 

— Obrigada por partilhar essa informação comigo. Fico bem mais aliviada. - disse a morena simpática e divertida. 

— É melhor irmos. - Quinn estava disposta a ir embora o mais rápido possível depois de perceber que Russell continuava com uma expressão impenetrável no rosto. 

— O convite mantém-se. - acrescenta Russell afastando-se em direcção ao carro. Quinn podia ter simplesmente ficado com aquela atitude, mas de repente bateu-lhe a consciência que ele não merecia a sua piedade, e muito menos sair com ar superior daquela conversa. 

— Eu nunca mais vou voltar a entrar na tua casa. - disse num tom alto o suficiente para ele ouvir e se girar para ela. - Podias implorar, rastejar, estrabechar e mandar dois foguetões à lua... embora nunca o vás fazer porque essa atitude e esse convite não são genuinos. Tu és uma farsa, foste sempre. 

— Quinn... - diz Rachel com calma enquanto agarra a mão dela. 

— Não. - responde Quinn com segurança e Rachel não continua o que ia dizer mas mantém as mãos juntas. - Se eu dissesse mais três palavras, tu revelavas-te Russell, mas eu não o vou fazer porque não vales a pena. - e puxou Rachel em direcção contrária, não sem antes passar em frente à mãe que tinha as lágrimas nos olhos. Olhou para ela e sussurrou um "desculpa", que nada tinha de sentimento de culpa, só de educação. 

— O convite mantém-se. - repetiu Russell com um tom de voz firme, mas Quinn não olhou para trás e seguiu caminho, desaparecendo do local tão rápido quanto pôde. 

— Quinn... - disse a morena com carinho, mas não recebeu resposta. - Quinn... - voltou a repetir, mas não surtiu efeito, Quinn continuava a caminhar, com a mão aferrada à de Rachel e com as lágrimas a ponto de saltar. Rachel parou e obrigou-a a parar com ela.- Quinn! - a loira olhou para ela nos olhos e Rachel partiu-se ao meio. Abraçou-a com muita força e sentiu que ela lhe devolveu o abraço desesperadamente. - Já passou. - disse baixinho no ouvido dela. 

— Vamos, não quero deixar os teus pais à espera. - respondeu a arquitecta separando-se rapidamente. 

— Quinn...

— Não Rachel, a sério. Não quero mais falar disto. Está encerrado o assunto. 

 

—x-

 

 

O resto do caminho até à casa de Hiram e Leroy tinha sido em silêncio, e Rachel deu-lhe um beijinho na mão em frente à porta dos pais, antes de entrar, e foi quando Quinn percebeu que não a tinha largado e corou. Rachel sorriu e agarrou-lhe na cara para juntar os seus lábios nos dela antes de bater à porta. Depois de largá-la, os pais abriram a porta e deram as boas vindas a Quinn com muita simpatia e entusiasmo. A arquitecta sentiu-se em casa e entre risos e conversas, planos e memórias, conseguiram que ela se esquecesse do que tinha acontecido em frente à igreja. 

Almoçaram todos como se de uma familia se tratassem, e Rachel sentiu que o seu mundo estava quase completo. 

Os Berry adoraram aquela Quinn e perceberam perfeitamente que existia alguma coisa entre ela e Rachel, mas preferiram não interferir e esperar que alguma vez Rachel lhes ligasse a oficializá-lo.  

Passaram a última tarde de Lima juntos e depois eles levaram-nas ao hotel para ir buscar as coisas de Quinn antes de as levar ao aeroporto. O Voo que as levaria de volta a Nova Iorque era ao fim da tarde, e tudo correu como planeado pela morena. 


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Notas finais do capítulo

Espero que pelo menos alguém tenha mais entusiasmo que eu por esta história. :)
Muito obrigada de coração por continuarem comigo. Gosto muito de vocês!
Beijoo