TWD - Quinta Temporada escrita por Gabs


Capítulo 4
Três


Notas iniciais do capítulo

"Você sempre estará conosco"



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Acordei desejando a mesma coisa que desejava todas as manhãs, desde que a prisão fora atacada: Minha cama e minhas coisas. Tomei meu café da manhã no mesmo lugar em que dormi, longe dos corpos mortos que estavam no cômodo principal da igreja. Fiquei bem mais de meia hora amamentando, não só Theodore, mas Judith também e assim que pude, depois de trocar uma fralda muito cheia, me reuni com o resto do grupo no escritório do Padre Gabriel.

A manhã tinha praticamente voando e aposto que era quase meio dia, isso se já não tinha passado.

Teríamos uma despedida em dobro hoje.

Ao entrar no escritório, carregando Theodore nos braços, precisei contornar as pessoas para ficar na frente da roda que eles estavam fazendo ao redor de Bob, o qual estava acordado e não parecia muito melhor do que ontem.

— Você sempre estará conosco. – Maggie dizia, estava sentada na beirada do sofá onde Bob tinha sido posto deitado ontem e olhava carinhosamente para ele – Será parte de nós.

Observei minha amiga pegar a mão dele e levar até os lábios, depositando ali um beijo demorado. Eu me aproximei de Bob, enquanto Maggie se levantava e era guiada para longe por seu marido e assim que me sentei na mesma beirada que ela estava momentos antes, soltei um longo suspiro.

— Oi, irmão. – Murmurei, olhando para seu rosto pálido e seus olhos quase fechados – A noite foi... difícil.

— Nem me diga. – Bob murmurou de volta, sua voz estava meio embolada, mas ainda conseguíamos entender o que ele dizia

— Obrigada. – Agradeci, mordendo os lábios – Obrigada por tudo, Bob.

Ele me deu um daqueles sorrisos largos que apenas ele sabia dar e eu retornei o sorriso, rindo para ele, com ele. Bob Stookey sabia que eu tinha muito a agradecer, pois no passado, aquele homem não apenas salvou minha vida diversas vezes, mas também ajudou no meu parto.

Eu devia muito a ele.

Sair do escritório e seguir o grupo até o lado de fora da igreja nem foi o mais difícil, o difícil foi ver minhas duas pessoas favoritas no mundo se prepararem para partir... Claro, a Tara também.

— Este é nosso caminho para Washington. – Abraham comentou, estendendo um mapa para Rick e assim que ele o pegou, continuou – Nós ficaremos nele enquanto der. Se não, tem nosso destino. Quando Eugene chegar aos sabichões que sobraram, as coisas voltarão ao normal. Este grupo deveria estar lá para ver. Você deveria estar.

— Eles estarão. – Maggie comentou, afirmando com a cabeça

— Nós estaremos. – Michonne disse, confirmando também

— Nós estaremos. – Rick repetiu, se virando para olhar Maggie e Glenn

— Vamos embora. – Abraham falou alto, se virando para caminhar em direção ao micro-ônibus da igreja

De um jeito rápido, deixei com que Sam segurasse Theodore e praticamente corri em direção a aqueles dois, me jogando em cima de Glenn e puxando Maggie pelo braço, em nossa direção. Abraçando Glenn e sentindo Maggie me abraçar, escutei Glenn murmurar que logo tudo voltaria ao normal e que todos estaríamos juntos novamente, como a grande família que éramos. Concordando com ele, me distanciei dos dois, lutando contra a vontade de prender aqueles dois aqui comigo. A próxima e última pessoa que abracei foi a Tara, me despedindo e agradecendo por tudo que tinha feito por nós, também murmurando para que ela não se sinta mais culpada pelo que aconteceu na prisão. 

Novamente segurando meu filho no meu colo, em pé na escada da igreja encarando meus amigos se juntando a Eugene, Rosita e Abraham dentro do ônibus, me parecia que aquilo estava durando uma eternidade. Mas assim que Abraham fechou a porta ele acelerou o micro-ônibus, meu coração apertou, enquanto eu os via partir.

Iriamos nos encontrar novamente, eu sei que iriamos.

Mas fale isso para o meu coração irracional.

Enquanto todas as pessoas do grupo se dispersavam, indo fazer suas próprias coisas, decidi ficar um pouco do lado de fora, respirando um ar puro com Theodore. Se eu estava fugindo do cheiro de sangue que transbordava da igreja depois de ontem à noite? Certeza que sim.

Me sentei no chão, encostando minhas costas na árvore ao lado da igreja e coloquei Theodore apoiado em minhas pernas, deixando-o mais ou menos em pé. Ele estava acordado, com a metade da mão dentro da boca, me olhando atentamente com seus olhos doces e inocentes.

Ele não fazia ideia do que estávamos passando.

— Oi, filho. – Murmurei, aproximando meu rosto do seu e assim que senti sua outra mãozinha apalpar minhas bochechas, sorri – Oi, garotão.

Ele é a menina dos meus olhos, sem dúvida.

À noite, depois que amamentei as crianças e coloquei meu filho para dormir, peguei um pouco de comida e fui para o lado de fora da igreja, sabendo que seria seguro ficar ali. Assim que passei pela porta, encontrei Michonne e o Gabriel sentados na escada, eles estavam conversando.

— Não quero atrapalhar. – Murmurei, ao notar que o Padre havia parado de falar, ao me ver abrir a porta – Apenas preciso de um ar puro.

— Você também? – Michonne perguntou num suspiro, ela estava com sua espada apoiada sob as pernas

— É. – Respondi, mordendo os lábios – Eu também.

Desci as escadas e me encostei no corrimão, enquanto escutava os dois voltarem a conversar e terminava de comer o meu singelo jantar. Eles estavam conversando sobre o silêncio que estava na igreja, na verdade, o que mais falava era o Padre, Michonne apenas fazia pequenos comentários.

O som de um graveto quebrando tirou totalmente minha atenção da conversa deles e os fez parar de falar. Praticamente empurrei minha vasilha quase vazia de comida em direção a Michonne e segui o som, colocando a mão em cima do coldre onde eu guardava minha faca. Ao me aproximar do começo da floresta, parei, esperando o que quer que fosse se aproximar de mim e ao ver Daryl sair por entre as árvores, um suspiro aliviado escapou pelos meus lábios.

Mas o alívio foi breve, pois notei que além de sozinho, ele estava imundo e cansado.

— Onde está a Carol? – Perguntei, juntando as sobrancelhas

Daryl me olhou por alguns momentos, e então virou seu rosto em direção a floresta por onde veio.

— Pode sair. – O caçador falou, me fazendo ficar confusa

Em um misto de ansiedade e preocupação, me decepcionei quando vi que quem saiu, não era minha amiga. Um garoto negro saiu de trás das árvores e se aproximou mancando, ficando atrás de Daryl.

— Tem algo para me dizer? – Perguntei baixo, de forma relutante

— Pra todo mundo.


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Notas finais do capítulo

Oi galera, como estão nessa bela e quente madrugada de segunda feira?

Sim, eu sei que disse que só voltaria sexta, mas... Bem, estava eu aqui, numa pausa da escrita, relendo o que já tinha escrito na temporada em busca de erros e me deparei com um cap bem curtinho (Levando em consideração ao que estamos acostumados), e sabendo que não seria nada legal chegar aqui sexta e dizer que este cap seria o cap da semana, resolvi postá-lo hoje, como um bônus.

E agora depois da explicação, devo acrescentar que nada mudou e sexta feira eu tô de volta com um cap de tamanho razoável para os nossos parâmetros.

(Gente, olha eu gastando todo o meu dicionário asjdhasjdh quem vê pensa)


PS: Não se acostumem mal, ainda não voltamos com os dois caps por semana. ♥


Beijos e até sexta (agora é sério) ♥



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