Aquela quente sensação no peito, o frio na barriga, os pensamentos que tomavam rumo próprio, a autoconsciência à presença dele.

Chitanda estava curiosa.

Não conseguia relacionar aqueles sintomas à qualquer sentimento e o fato de não saber algo a irritava.

Procurou Mayaka por ajuda, a garota deu sorrisos marotos, porém não lhe deu respostas. Acreditava que ao menos Satoshi seria de alguma ajuda, o assistente de Oreki saberia boas possíveis opções, entretanto, sua reação fora a mesma de Mayaka, o que a deixou enfurecida. Irisu, seus pais, até Kayo e Rie, todos se negavam a contar-lhe o que sentia.

Cansada de “não direi”, “ah, que linda a juventude”, “fufufu” e “descubra sozinha”, foi até Oreki. Quem melhor do que a causa dos seus sintomas e um excelente detetive, para lhe dizer o que tinha?

E ele sabia. Claro que sabia. Oreki sempre sabia o que Chitanda queria saber.

Porém o garoto também se negou à dizer. Chianda ficou ainda mais irritada. Todos, cada um deles, negava contar. Era a pessoa que sentia todas aquelas coisas estranhas e sequer podia saber o que era?

Se ele não lhe daria respostas, quem o faria?

Usou toda sua determinação e persuasão sem se importar com o espaço pessoal de Oreki, o qual ele tanto prezava. As palavras “por favor, Oreki-san” saiam sem pausas da sua boca em pronuncias perfeitas, sem incômodo por falta de ar, gaguejar, sem morder a língua.

E em mais uma pronúncia, sua frase foi cortada ao meio pela noção da proximidade em que estava do garoto.

Os sintomas estavam lá, não se sentia doente, pelo contrário, se sentia muito bem. Oreki também estava lá, há centímetros dela e com expressão apavorada, mas o rosto inteiramente vermelho de vergonha e os lábios espremidos, com certeza para evitar soltar uma palavra sequer.

Mas não precisava mais lhe dar uma resposta.

Chitanda havia sido capaz de descobrir o nome do sentimento que lhe causava tais sensações peculiares.

Aproveitando a proximidade, quebrou o espaço entre eles e depositou um selinho nos lábios do garoto que quase caiu da cadeira.

Era amor. Chitanda estava apaixonada por Oreki Houtarou.