Com amor, Tom escrita por themuggleriddle
A casa ficava incrivelmente silenciosa quando James estava fora, ou seja, agora que o irmão mais velho havia finalmente saído de casa, Albus estranhava o silêncio diariamente. O maior barulho que Lily fazia era o som das músicas que ela deixava tocando em seu quarto, Ginny passava a maior parte do dia na redação d’O Profeta Diário e Harry, quando estava em casa, era silencioso.
Naquele dia, a música da irmã estava baixinha, um pequeno eco no fundo do barulho da chuva de verão que batia contra a janela. Albus, sentado no sofá da sala enquanto fazia o seu dever de férias, alternava entre prestar atenção no livro de História da Magia e esticar o pescoço para olhar o pai, que estava se aventurando em fazer bolinhos-de-chuva na cozinha. O cheirinho doce já enchia a casa e o garoto mal esperava para eles ficarem prontos quando ouviu um tock-tock-tock na janela.
“Albus!” a voz de Harry o chamou da cozinha. “Pegue a coruja!”
O rapaz resmungou, jogando o livro para o lado enquanto pulava do sofá e ia até a janela da sala. Quando a abriu, uma coruja cinzenta entrou voando e molhando todo o lugar, antes de derrubar uma carta em sua cabeça e ir se empoleirar na cadeira da cozinha. Harry apenas encarou o animal com as sobrancelhas franzidas, antes de continuar a rolar os bolinhos no açúcar e canela. Albus sentiu um nó na garganta: aquela era a coruja dos Malfoy e, mesmo depois do pai ter aceitado a amizade dele e de Scorpius, o jovem ainda tinha um pouco de receio de alguma reação de Harry.
O garoto abriu a carta, puxando um pedaço de papel pequeno (o que era estranho para uma carta do amigo) e o lendo com calma. Não demorou nem um minuto para Albus sentir o rosto esquentar e o coração parecer querer sair pela boca. Ele ficou ali, estático, com a carta em mãos enquanto relia a mensagem inúmeras vezes.
“Aconteceu alguma coisa?” perguntou Harry, que agora deixava os bolinhos de lado e afagava a cabeça da coruja molhada.
“N-Não,” disse Albus, antes de pigarrear. “Está tudo bem, pai. Scorpius está apenas mandando um olá.”
Potter apenas assentiu e voltou a sua atenção para a coruja, murmurando algo para a ave. Albus deu as costas para a cozinha, permitindo os seus lábios se curvarem em um sorriso enquanto relia a carta pela décima vez em menos de cinco minutos.
"Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel,
e verdadeiramente.
O nome do poeta é Maiakovsky. Eu não sei fazer isso, Al. Desculpe qualquer coisa.
Com amor,
Scorpius.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O poema é 'Amo!' do Maiakovsky, da última sessão do poema.
Como sempre, reviews são muito bem vindos (: