VINTE E TRÊS

A JUSTICEIRA EM AÇÃO!

Realmente quando a justiceira falou que eu teria noticias dela, não foi simplesmente uma brincadeira para me assustar, ela estava falando a verdade, agora eu tenho a certeza de que ela é má, cruel, é daquelas piores bruxas dos contos de fadas, ela veio mesmo com as piores das intenções, ela quer me HUMILHAR EM PUBLICO!

E foi isso mesmo que ela fez, ela criou uma revista ridícula chamada: a justiceira em ação!

Ai, eu me pergunto que droga é essa? Desde quando ela acha que pode distribuir revistas de fofoca pela escola? Sendo que SOMENTE EU posso ter uma coluna de fofocas... Ah também tem a cabeça-de-vento-Denali, mas aquela coluna ridícula dela nem conta.

Ai a MERDA já começa por ai, mas ai as coisas conseguem piorar ainda mais, quando eu abro a revista e vejo quem é o assunto da semana: EU!

Eu engoli em seco, enquanto começava a ler linha após linha, meus olhos trabalhavam depressa, correndo, não conseguia parar, eu lia sem conseguir nem mesmo respirar, quando eu acredito que já estava vermelha e desesperava demais, eu arfei, e então minhas mãos tremeram e Edward puxou a revista da minha mão, curioso para ver do que se tratava.

— Mas que idiotice é essa? – ele perguntou, irritado, amassando a revista enquanto lia.

A justiceira tinha feito uma coluna ridícula, maldosa falando sobre meu namoro com Edward e ainda à história dele com a Alicia:

A verdadeira história por trás do romance de Edward Cullen e Isabella Swan:

Edward Cullen, rico, popular, atleta, quantas lideres de torcidas não sonharam em ter um caso com ele? Varias... Mas até um tempo atrás ele nunca havia engatado nenhum romance na escola, e o motivo sempre fora um mistério, mas eu, justiceira estou aqui para acabar com esse mistério todo... Pois, agora vocês vão me conhecer e saber que eu descubro tudo!

Algumas fontes confiáveis me contou á história e agora irei contar a vocês: bom, Edward em sua infância teve uma namoradinha, coisa que para muitos não seria grande coisa, para ele fora diferente, pois não é que ele realmente levou a sério? Com certeza naquela época ele era daqueles típicos menininhos românticos, que acreditava que o romance poderia dar certo e eles poderiam até mesmo se casar, mas, o negocio não deu muito certo assim, ela ainda namorando ele beijou outro cara, e adivinhem com quem ela o chifrou? Haha JACOB BLACK! Ai... Ele ficou tão tristinho que não conseguiu mais se envolver com ninguém, até reparar em Isabella Swan e notar um detalhe: ela tem a cara muito parecida com a do seu antigo amor, e ele como não é nada bobo, pensou: já que não posso ficar com meu amorzinho de infância, vou ficar com a copia dela, ai começou a namorar a Isabella Swan como premio de consolação.

Agora vocês querem saber quem é a garota que conquistou o coração do nosso atleta? Ela se chama Alicia e está agora estudando nessa escola, SIM é uma aluna nova, agora só nos resta esperar as cenas dos próximos capítulos, mas o que nós já imaginamos que o mais provável é que Edward vai trocar a copia pela original, não é? Afinal, uma carne de primeira mão sempre é mais apetitosa! Haha!

— Desgraçada!- Edward xingou, agora amassando de vez a coluna e jogando no chão. Meus olhos a essa altura já estavam cheios de lágrimas.

— Ah isso foi ridículo, acalma-se Bella ninguém vai acreditar nessa história! – Jéssica disse, colocando a mão em meu ombro, soltei um suspiro na tentativa de me acalmar e em seguida olhei a minha volta, observei os olhares dos alunos em minha direção, pelo modo que eles me olhavam não parecia que eles não iam acreditar nessa história.

Olhei para Jéssica, depois para Ângela e depois para Edward que estava mais vermelho do que nunca, e naquele momento fiz a única coisa que me restara a fazer, FUGIR!

TÁ LEGAL! Eu sei que fugir é coisa de perdedores, mas naquele momento eu havia perdido. INFELIZMENTE eu havia perdido para aquela vadia da justiceira!

Não... Não digo que as coisas vão ficar assim, afinal, essa havia sido somente uma batalha, eu ainda iria ter que pensar e fazer alguma coisa, eu precisava pensar em alguma coisa, mas claro eu ia pensar em minha casa.

— Bella... Bella... – eu ouvi alguém me chamar enquanto saia da escola, logo reconheci que era a voz de Edward me chamando, respirei fundo, parei, virei para ele e notei que ele estava com um rosto vermelho, o meu com certeza também estava.

— Mas que droga... Você viu o que essa maldita fez? Praticamente ela me chamou de carne de segunda mão, que você está comigo só porque não pode ficar com a Alicia, ela praticamente me chamou de segunda opção... – na verdade não é que praticamente ela me chamou, ELA ME CHAMOU DE VERDADE! Na maior cara dura...

Senti uma enorme vontade de chorar, mas claro eu me segurei.

— É, e ela me chamou de chifrudo, é horrível, eu sei, mas a gente tem que respirar fundo e tentar dar um jeito de desmentir essa história, e não ficarmos chorando pelos corredores nos sentindo humilhados, pois não somos, ela é uma desgraçada que distorceu toda história! – ele falou, e só então eu consegui me lembrar de que a justiceira havia sido maldosa com ele, pois o chamou de chifrudo.

Eu naquele momento não consegui dizer nada, simplesmente o abracei, coloquei meus braços em volta dele e encostei minha cabeça em seu peitoral, ouvi Edward suspirar, e então ele correspondeu o meu abraço.

— Edward... – eu comecei, depois de alguns segundos.

— Sim? – ele falou.

— Você jura que realmente está comigo por mim mesma, e não por eu me parecer com a Alicia? – perguntei, ainda o abraçando.

— Eu juro Bella... – ele falou, me soltando e olhando para mim, com um olhar sério. – Você pode parecer fisicamente com ela, mas é só fisicamente, o resto vocês são bem diferentes...

Olhei-o nos olhos, parecia que ele estava sendo sincero comigo.

— Você ficou abalado com a volta dela? – perguntei, sentindo meu coração disparar só de pensar nisso.

— Foi uma surpresa confesso, mas isso não muda em nada... – ele garantiu, ainda me olhando fixamente, encarei-o com as sobrancelhas franzidas.

— Edward... Você jura que não está escondendo nada de mim? – perguntei, e no mesmo momento a expressão de Edward mudou, primeiro para uma de surpresa, depois ele olhou para baixo, pareceu incomodado com a minha pergunta, e aquilo me intrigou.

— Eu juro! – ele disse, olhando novamente para mim, encarei-o com as sobrancelhas franzidas, depois suspirei e decidi lhe dar um voto de confiança, afinal, apesar de tudo ele estava ali, comigo, mesmo depois de Alicia ter dado as caras, então isso é a prova de que ele não está disposto a voltar com ela, pelo menos era isso que eu precisava acreditar.

***

Nesse dia eu não consegui resistir, acabei me entupindo de sorvete até não aguentar mais, era muita pressão para cima de mim, primeiro Alicia volta, depois a justiceira publica aquela matéria ridícula, eu nem imagino como vou dar as caras amanhã na escola, tudo parecia ser o fim, mas antes que tudo acabasse, eu ia chupar o máximo de sorvete possível, que se dane a dor de barriga. Vou me acabar mesmo!

Afinal... para mim nada mais poderia piorar...

NÃO! Realmente eu não deveria ter feito essa pergunta...

Pois, no mesmo momento a campainha tocou, no mesmo momento eu suspirei e coloquei o pote de sorvete em cima do balcão, e lá fui eu abri a porta, quando, dou de cara com o demônio, ops, com o Tyler, ele com aquele olhar fuzilador levantou a droga da revista da justiceira na mão, mostrando-me, como se eu não tivesse a visto e então eu soltei um longo suspiro.

— Eu já vi essa matéria ridícula... – eu falei, e então ele entrou em minha casa sem ser convidado.

— Precisamos descobrir quem é ela! – ele disse, parecia irritado, não sei por que já que a matéria humilhou Edward e eu e não ele.

— Você acha que eu não estou tentando, virei a garota da toalha por causa disso, mas no máximo que consigo são as informações que eu coloco nas matérias, agora quem é justiceira nada, nenhuma pista!

— Então teremos que mudar isso, pois não pode existir outro meio de matérias que não seja o jornal, eu não aceito competição! – Tyler falou num tom raivoso e os olhos dele até brilharam de pura raiva, lembrei naquele momento até daqueles psicóticos de filme de terror, pelo menos a cara dele estava igualzinha aos do seriais killers, e tenho certeza que se naquele momento Tyler soubesse quem é a justiceira, ela agora estava extremamente ferrada. SIM! Pois eu conhecia mais do que ninguém esse serzinho maldoso, e ele é uma bomba de destruição quando ele quer.

— E o que você quer fazer agora? – eu perguntei, meio confusa. Afinal, se ele está dizendo que temos que descobrir quem é a justiceira, eu imagino que ele deva ter alguma ideia.

— Eu? Não você tem que fazer, você precisa arrumar um jeito de descobrir quem é ela, pois ela tem algo contra você, se ela inventou essa revista foi por sua culpa! – ele soltou, e então o olhei com a boca aberta. Ahhh não, isso já era demais. MALDITO!

— Minha culpa? Ela é uma vadia, maluca, psicótica, e a culpa é minha? – eu perguntei, quase tendo um treco. Mas que vadio desgraçado! Nem nesses momentos super, mega, ultra difíceis ele consegue ficar do meu lado.

— Sim e pode dar um jeito, eu quero o nome dela o mais rápido possível! – ele falou num tom bem ameaçador, e então minha boca se abriu ainda mais, só que para piorar eu não consegui soltar uma palavra sequer, nem consegui me desabafar com alguns xingamentos a altura, e quando ele se virou e saiu da minha casa eu senti vontade, De... De... De jogar uma bela de uma pedra no meio da cara dele feito aquelas psicóticas malucas, para ver se ele aprendia a ser uma pessoa melhor.

POIS AFINAL! Ele acha que é fácil assim descobrir quem é a justiceira? Ele acha que sou uma vidente? Que simplesmente vou estralar os dedos e o nome vai vir na minha mente?

Não, não é fácil Tyler!

Mas como eu imaginava, ele parecia não estar nem ai para isso...

Depois que o DESGRAÇADO do meu chefe gay foi embora, eu fechei a porta com raiva, virei-me e pensei em voltar para o meu delicioso sorvete, quando,  para oi meu azar novamente escutei o barulho da campainha. Bufei de tanta raiva, imaginando novamente ser o GAY DO TYLER, eu fechei as minhas mãos, sonhando em dar um belo de um soco nele, mas eu sabia que seria IMPOSSÍVEL, mas não custa nada sonhar.

Será que teria problemas em pelo menos xingá-lo? Pensei.

Eu acho que vou arriscar!

Aproximei-me da porta, abri com toda força e já tinha aberto a boca para soltar um: o que você quer agora sua bicha insuportável?... Quando, engoli a pergunta ao ver que não se tratava de Tyler, não era ele que estava ali, mas sim Jacob. E definitivamente aquilo foi uma bela de uma surpresa, tanto, que fiquei até mesmo boquiaberta.

— Oi Bella... – ele falou, soltei um longo suspiro.

— Jacob... Mas que surpresa! – falei, dando espaço para que Jacob entrasse em minha casa, em seguida fechei a porta.

— Imagino que você tenha visto a matéria que aquela tal de justiceira espalhou por ai... – ele falou e eu bufei só de me lembrar do momento em que peguei aquela maldita revista na mão.

— Sim! Você deve ter lido não é? – perguntei, ele suspirou e concordou com a cabeça. – É Edward saiu como o chifrudo, você como o amante e eu como a segunda opção! – soltei totalmente inconformada com a situação. (o que já está bastante obvio).

— É, mas eu acho que sei como resolvermos isso! – ele falou, e então franzi as sobrancelhas, meio confusa e ao mesmo tempo curiosa.

— Resolver? Você acha que tem como resolver? – perguntei, e então Jacob sorriu.

— Mas é claro, você é a enigmática Bella, suas matérias tem bem mais credibilidade do que dessa justiceira que ninguém sabia que existia, até agora... – ele falou, e então naquele momento eu inteligente do jeito que sou (me senti agora) já entendi tudo sem ele mesmo precisar explicar. SIM eu já sabia o que Jacob queria que eu fizesse.

E não é que eu gostei bastante da ideia! SIM ela poderia dar certo...

***

No outro dia assim que cheguei á escola, eu pensei em procurar Edward logo cedo, afinal, eu precisava falar com ele sobre a ideia que Jacob teve e que achei ótima (na verdade eu nem sei como não tive essa ideia na hora que a merda aconteceu, eu acho que foi devido o desespero). Ontem, depois que Jacob foi embora eu até tinha falado rapidamente sobre esse assunto com Edward no telefone, mas tinha prometido explicar melhor hoje na escola.

Então fui dobrando os corredores e olhando a minha volta, a procura de Edward, enquanto caminhava notei que ainda os alunos ficavam me olhando com olhares estranhos e confesso que senti uma enorme vontade de perguntar para esses idiotas que eles tanto olham para mim...  Será que estou com algo de errado no meio da minha cara?

Tá legal Bella, você precisa relaxar...  Logo pensei. Se não eu vou acabar é espancando um desses idiotas! Que ficam me encarando como se eu fosse um ser extremamente anormal...

Eu respirei fundo e continuei caminhando, fui soltando o ar lentamente e isso até que estava conseguindo me acalmar, é controlar a respiração ajudava mesmo a relaxar, e foi isso que fui fazendo enquanto continuava a procura, estava até mesmo pensando em contar até dez...

E LÁ FUI EU! Um, dois, três...

Até que no numero quatro algo aconteceu, algo que me fez parar a contagem ao mesmo tempo em que parei de andar. Meus lábios se entreabriram, e acho que no momento fiquei vermelha que nem um pimentão. Maldição! Que se dane a contagem e o controle da respiração, pois era impossível manter a calma com o que eu estava vendo...

Minhas mãos se fecharam, meu cérebro formigou ao mesmo tempo em que o meu sangue esquentou, eu não conseguia desgrudar os olhos da cena da minha frente...

Edward Cullen estava parado no meio do corredor, mas não sozinho, ele estava falando com alguém, tá, isso não seria grande coisa se a pessoa com quem ele estivesse falando não fosse a Alicia.

Sim! Ele estava falando com ela... Com a Alicia. AINDA no meio do corredor e na frente de todo mundo.

Naquele momento senti vontade de fazer muitas coisas, principalmente de quebrar a cabeça dos dois, mas eu não conseguia me mover, parecia que as minhas pernas haviam sido coladas no chão, o que fora bom, pois esse foi o tempo para que o meu lado racional acabasse vencendo o meu lado impulsivo...

Então assim que meu lado racional venceu, eu aproximei-me lentamente dos dois, com cuidado para eles não me verem, e então coloquei em pratica a única ideia mais racional que tive naquele momento. Apurei os ouvidos e comecei a escutar o que eles conversavam.

Continua...