White Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 13
Capítulo 13- Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Yo!

Aqui está mais um capítulo de White Angel que foi começado e terminado no mesmo dia! :3 kkk

Boa leitura!



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Meiko

—Hoje também seremos os primeiros!

—Tenma! Shinzuke! Querem parar de correr?

Todos os dias era o mesmo. Assim que tocava para a saída das aulas, aqueles dois saiam da sala à correr diretos para a sede do clube. Tinha mesmo de começar a habituar ao ritmo acelerado deles. E tal como o Tenma, também pensava que assim que chegássemos à sede, seriamos novamente os primeiros, depois de tanto correr, mas mal a porta foi aberta, demos logo de caras de com o treinador, a Haruna e os senpais.

—Bom... dia a todos.- Ninguém respondeu ao Tenma. O ambiente estava extremamente pesado- Passasse alguma coisa?

—Vamos jogar um amigável com a Eito Gakuen no domingo.- Claro que tinha de ser o capitão a responder.

—A Eito?- não fazia ideia de quem fossem.

—Ah! Sim, eu conheço-os! É um instituto que está a conseguir muita fama.- Ao menos o Shinzuke sabia quem eram.

—A sério?

—Sim! Era famosa a preparação dos seus alunos e o seu nível intelectual, mas desde há um tempo atrás que o futebol deles é muito bom.

—Graças ao Quinto Setor, claro.- O Hayami-senpai provavelmente tinha razão. Se eles se dedicavam de tal forma aos estudos, como podiam sequer pensar em jogar futebol?

—A Eito Gakuen... Por favor, esforcem-se no jogo! Eu vou animar-vos desde o banco!- claro que alguns de nós nem se importam com isso.

—Como que desde o banco? Vocês também vão jogar.

—Nós também?- as palavras da Haruna não me podiam ter espantado mais.

—Claro, porque se não falta-nos gente no campo.- Ela tinha razão. E duvidava muito que o Tsurugi fosse aparecer para salvar a situação.

—Muito obrigado pela oportunidade!- curvou, visivelmente feliz- Agora sim vou esforçar-me! Que vontade tenho que chegue domingo! Vamos por-lhe mais vontade do que nunca no treino!- assenti com um pequeno sorriso. Se íamos realmente jogar, mais valia esforçar-me também, não?

*

Terminei de descer as escadas, ainda a secar o meu longo cabelo loiro. Como era difícil seca-lo sendo tão comprido. Há imenso tempo que estava a pensar corta-lo, mas nunca tive coragem para tal, sempre que a cabeleireira aproxima a tesoura dela, o meu corpo reage por instinto e eu saiu a correr daquela cadeira. Suspirei. Foi então, enquanto descia as escadas, que fui invadida por um doce cheiro a comida. O que significava que a tia já tinha saído e o Atsushi estava na cozinha. Ajeitei a camisola branca e comprida, cheia de bolas de futebol, a qual os meus avós me enviaram para servir de novo pijama, e continuei a descer na direção da cozinha.

—Cheira bem!- o meu irmão olhou-me por cima do ombro e sorriu.

—Obrigado! Pelo menos assim hoje poderemos comer bem!

—És o maior, Sushi.- Fez logo um biquinho de chateado. Não achava grande piada que o chamasse assim- Já sei, desculpa.- Caminhei até junto dele para ver o que estava a fazer- Sopa? A sério?- que desiludam.

—Sim! Uma sopa. Sabes bem que não posso passar a vida a comer porcarias como tu, irmã.

—Eu não como só porcarias.- Por vezes perguntava-me quem era afinal o mais velho.

Coloquei a toalha molhada sobre os ombros e saí de junto dele e fui até à fotografia antiga junto à televisão. Nela estava a primeira equipa japonesa de juniores, onde estiveram os meus pais, e nela, tanto eles dois como o meu tipo tem a taça de campeões à frente, estando a minha mãe no meio deles, ambos os três a sorrir. Peguei na pequena moldura e vislumbrei a fotografia. Lembrava de ver aquela jogo como se eu própria lá tivesse estado depois de o repetir tantas vezes.

—Vamos ter um jogo no domingo.

—A sério?! Contra quem?

—A Eito Gakuen.

—Ah.- Calou-se por um pouco ao testar o sabor enquanto eu pousava a fotografia no mesmo local- Já sei quem são.

—Ai sim?- mas o que raio andava o meu irmão a fazer quando eu não via? Fechou a panela com a tampo e desceu do pequeno banco que usava sempre para poder cozinhar.

—Sim. Há pouco tempo enviaram-me para ir estudar para lá assim que terminasse a primária, mas recusei, lembras-te?

—Ah sim! Tu disseste que não aceitaste porque querias ir para a Raimon, não foi?

—Isso mesmo.

—Não acredito que um geniozinho como tu recusou o convite de uma escola.- Caminhei até à bola ao lado do móvel da televisão e peguei nela. Nesta casa onde não havia bolas de futebol? Via-se mesmo que era a casa de um jogador.

—Claro! É lá que quero jogar futebol!

—Atsushi...- já tínhamos tido aquela conversa centenas de vezes e ela acabava sempre por fazer a mesma cara, e por vezes acabávamos chateados.

—Eu sei, não posso jogar futebol por causa do meu problema cardíaco. Eu sei.

—Então se sabes porque insistes?

—Porque eu quero! Tu, o pai, a mãe e o tio podem jogar à vontade, eu sinto-me... Inútil.

Assim que passou a mão sobre o olho direito, fechado, não pude evitar passar sobre a minha marca na face... Aquela que nos marcavam como seres divinos do futebol, ainda que o meu irmão não tivesse nenhum dos poderes que eu sempre tive. Nasceu incompleto e isso provoca-lhe uma série de transtornos, como principalmente o problema cardíaco - também derivado ao acidente da nossa mãe -, mas se ele tivesse os poderes podia estar corado e podia jogar futebol livremente.

—Não fiques assim!- olhei para a bola que tinha mãos e alarguei o meu sorriso- Sabes, preciso de treinar para domingo, e preciso de ajuda.- O olhar do meu irmão ganhou de imediato um novo brilho- Desliga o fogão e enquanto a tia não chega, vamos ali para fora jogar.

Desatamos os dois a correr para a parte de trás da casa, fazendo uma corrida para ver quem chegava primeiro. Estes eram os únicos momentos em que podia jogar futebol, e apenas podiam ser passes e por vezes uns dribles, mas queria jogar muito mais, ensinar-lhe a ser ainda melhor e crescer com ele como jogadora.

*

—Mas o que te aconteceu à cara?!

Mal o Tenma chegou no domingo, à sede do clube, vinha com a cara cheia de arranhões, e numa das bochechas e na testa estava com alguns ban-aid. Mas aquele rapaz não tinha cuidado com nada?

—E essa cara? Estás cheio de arranhões.- A Aoi foi até ela para lhe ver as feridas, mas mal se aproximou, ele afastou-a logo.

—Não é nada, não é nada! A tia Aki exagerou muito, mas a sério que não é nada.- Não podia crer que ele disse aquilo. Caminhei até ele e agarrei na ban-aid da bochecha e arranquei de imediato da sua face, ouvindo soltar um grito de dor.

—Sim! Realmente não é nada.- E sorri entregando-lhe o adesivo. Como era tonto aquele rapaz.

—Sim...- até me deu uma certa pena ao ver a lágrima no canto do olho.

—Estiveste outras a praticar outra vez junto ao rio?

—É que não podia deixar de pensar no treino e não queria ser um estorvo para os meus companheiros durante o jogo.

—Então passaste toda a noite a treinar! Tu nunca paras.- De seguida bocejei. Estava cansada.

—E parece que não fui o único, não é?!- ele e o Shinzuke viraram-se para mim com enormes sorrisos, fazendo-me corar pelas razões que os levaram a fazê-lo. Tive que desviar logo a face.

—Não sei do que falam!

A verdade é que tinha acabado por ficar a treinar no jardim de casa por conta própria sem que a minha tia e o Atsushi soubessem. Acabei por ficar mais tempo do que devia, distraindo das horas. E a conversa acabou ali assim que a Haruna nos mandou pegar nas coisa e sair para irmos para o jogo.

—Uau! Vamos aqui?!- o bus que nos ia levar era realmente imponente! Sentia-me importante!

—Claro! Vamos sempre no nosso bus.

—Incrível, não é?!- assenti. Não podia estar mais de acordo com o Shinzuke.

—Vamos, rapazes. Vão subindo.

—Sim.

—Ei, Tenma.- Agarrei-o pela mala, parando-o e assim que se voltou apontei para os senpais. Ele pareceu perceber logo- Ah! Desculpem. Subam vocês primeiro.- Ri-me.

Acabamos por subirmos todos para o bus depois dos mais velhos, seguidos do treinador e da Haruna, os quais entraram antes do Tsurugi. Fiquei admirada ao vê-lo ali. Não esperava sequer que aparecesse em campo; não vinha aos treinador, não queria saber do clube, era do Quinto Setor... O que pretendia afinal? Limitei-me a ignorar a sua presença e sentar-me nos lugares de trás junto às ajudantes.

—Agora sim vamos jogar!- retirei logo os olhos da frente ao escutar o Tenma.

—Olha Tenma, estás nervoso?

—Claro que estou! Sinto-me a arder por dentro e com o coração a bater a toda a velocidade!

—Não será porque estás entusiasmado por jogar?!- a Aoi tirou-me as palavras da boca.

—Mas podes ficar um pouco nevoso que não faz mal.

—Já sei! E estou.

—E tu não estás nervosa?- voltei-me para Midori.

—Claro que estou. É o meu primeiro jogo. Estou cheia de nervos.- Todos eles se riram. Não entendi a piada.


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Notas finais do capítulo

Reviews?!
Kissus!



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