White Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 1
Capítulo 1- Vinte anos depois.


Notas iniciais do capítulo

Yo!

Bom, eu sei que a Red Angel não acabou, a Malina e o Goenji ainda não ficaram juntos para a Meiko nascer e blá, blá, blá, mas não resisti! XD Opa a Meiko tem uma personalidade super diferente da mãe: é muito desbocada, diz sempre o que sente, por vezes até pode ser um pouco arrogante e não é tão tímida! Enfim, eu adoro trabalhar com esse tipo de personagens e queria muito começar esta fic! :3

Espero que gostem da minha menina mais nova!!



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Meiko

Estava farta de chamar pelo meu irmão! Mas ele era surdo? O que estaria a fazer?! Era de manhã e já tinha que andar a correr. Logo hoje, um dia tão importante.

—Atsushi!- gritei uma vez mais para as escadas antes de o ver descer lentamente.

—Estou a ir.- Bocejou ainda ensonado. Notava-se pelo pijama que tinha e cabelo desgrenhado que tinha acabado de se levantar.

—Já devias estar à mesa.- Dirigi-me até à cozinha e sentei-me. A nossa tia não estava mas tinha-nos deixado o pequeno-almoço. Felizmente é uma comida que ela faz bem- Que eu saiba foste tu que insististe que hoje querias tomar o pequeno-almoço comigo, lembras-te?- vi o meu irmão de dez anos sentar-se à minha frente com uma visível cara de aborrecimento. Ri-me. Ele era fofo mesmo quando não queria.

Começamos a comer; eu torradas, um pouco queimadas, com manteiga e leite, enquanto o meu irmão ficava pelos seus cereais de chocolate. Esperava que a hora do jantar também fosse com comida minimamente comestível, mas para isso o Atsushi tinha que se lembrar de ajudar a nossa tia.

—Hoje vai ser um grande dia, não é?!- Levantei a cabeça em direção a ele. Os nossos olhos verdes encontraram-se de imediato. Não pude deixar de reparar que a marca que o declara como um ser divino por parte da nossa mãe parecia brilhar. Sorri tal como ele.

 

—É verdade.

—Se o papá e a mamã estivessem aqui de certeza que ficariam felizes.- Ele nunca me deixava de surpreender. Ainda que tivesse apenas dez anos, sabia bem da enorme maturidade do meu irmão. Também o que podia esperar de um génio de palmo e meio? Qualquer dia estaria na Raimon comigo e ainda lhe faltavam alguns anos para isso.

—Sim.- Ri-me- Creio que sim.

Não sabia exatamente o que pensar sobre isso. Também não imaginava o que sentia o meu irmão. Nasceu prematuro e com a sua marca divina incompleta, e para piorar, com problemas cardíacos. Nunca conheceu a nossa mãe e eu deixei de ver o seu sorriso desde que era um pouco mais nova do que ele. E o nosso pai... Deixou-nos. Um dia trouxe-nos a casa dos nossos tios, disse-me que passaríamos pouco tempo com eles, para cuidar do meu irmão e ir visitar sempre a nossa mãe ao hospital que ele voltaria logo... E há quase seis anos que não o vejo. As últimas palavras dele foi que nos amava e ainda me lembro de o ver sorrir antes de fechar a porta e desaparecer. O meu tio disse-me várias vezes para não o culpar, para não o odiar, mas como é que é possível? Como podia ele dizer algo assim se nem sabia o porquê de nos ter deixado? Que tipo de pai abandona assim os filhos ao cuidado dos outros? E a nossa mãe? Terá ido visita-la uma única vez? Sempre pensei que a história de amor entre eles que ouvi falar tivesse algum significado para ele.

—Vou-me embora!- Terminei de me calçar e levantei-me.

—Que corra tudo bem no primeiro dia!

—Claro que vai correr tudo bem!- peguei na mala e abri a porta- E vais ver, vou entrar no clube de futebol da Raimon tal como a mãe, ou não me chamo Goenji Meiko!- fechei a porta vendo o meu irmão acenar com um sorriso nos lábios. Abri o portão de entrada e sai a correr fazendo o meu longo cabelo esvoaçar a seu livre sabor.

Finalmente ia entrar na escola que sempre desejei! Aquela que os meus pais, tios e amigos dos mesmos estiveram, na qual se tornaram campeões e se conheceram, lutaram e venceram rivais que hoje todos podem chamar de companheiros. E agora era a minha vez de continuar esse legado.

Fui passando pelas várias casas que existiam no bairro, cumprimentava as pessoas que logo de manhã saiam para o trabalho e que me conheciam desde que era gente, e alguns até mesmo antes de nascer devido aos meus pais; dois futebolistas famosos que tiveram dois filhos, dos quais o mundo espera que sigam as pisadas dos seus pais, como tal, quando nasci, para além de Meiko, foi-me dado o nome de “Filha do Futebol”. Nunca liguei minimamente a esse nome. É um fardo muito pesado para mim, principalmente para alguém como eu.

Corri um pouco mais ao avistar a enorme escola relâmpago, e despachei-me a chegar ao portão tendo um novo encontro com o majestoso símbolo, aquele que tanto se parecia com a marca divina que adorna o cimo da minha bochecha direita. Estava tão entusiasmada que só me apetecia gritar, mas consegui conter-me ao ver que alguém ainda estava a entrar na escola, um pouco à minha frente. Algum maluco – como se eu tivesse moral – tinha chegado cedo de mais. Mas pouco a pouco, comecei a perceber quem era realmente.

—Tenma?- o rapaz moreno parou de imediato- Matsukaze Tenma?- e aí voltou-se para mim, espantado, antes de sorrir.

—Meiko!- corri até ele, parando diante de si.

—Há quanto tempo!

—É verdade!

Matsukaze Tenma era um rapaz que conheci há bastante tempo. Na altura eu e o Atsushi já não vivíamos com o nosso pai há quase um ano e eu estava a voltar a jogar futebol. Andamos na mesma escola durante o último ano do primário antes de ir cada um para escolas diferentes.

—Sempre conseguiste entrar na Raimon como querias.- Ri-me. O seu uniforme denunciava-o completamente. Riu-se também, embaraçado.

—Digo o mesmo de ti!- voltou-me as costas e encarou o prédio escolar- Olha só! O famoso símbolo da Raimon! Sim, é este mesmo! O famoso raio! Que emocionante!

—Sempre foste louco pela Raimon, mas nunca pensei que fosses pior do que eu.

—Me-Meiko.- Ri-me com o seu embaraço- Mas devias. Afinal, foi aqui que os teus pais também jogaram futebol.- Qualquer um que me conhecesse minimamente, sabia das minhas origens.

—Sim. É verdade.

—E também...- apontou para a minha cara, deixando-me surpresa- Tu tens uma marca na cara igualzinha ao da Raimon.

—Como se eu não soubesse disso todos os dias.- Meteu as mãos na cintura e ergueu a cabeça.

—Então devias estar mais animada!- encarou-me novamente e sorriu. Não pude resistir a fazer o mesmo.

—Ainda falta um pouco para começar a Cerimónia de Receção, por que não vamos dar um volta pelo Instituto?

—Claro.- E pusemo-nos a andar.

Começamos a procurar pelo clube de futebol. Apesar de conhecer várias pessoas que andaram aqui, nunca nenhuma delas me trouxe ao local, apenas sempre me falaram dele com imenso carinho e saudade. Após pouco minutos, encontramos um pequeno barracão, antigo, velho e sujo. Aproximamo-nos vendo que tinha uma pequena placa de madeira onde dizia “Clube de futebol”, o qual o Tenma leu em voz alta.

—Ou seja, esta é a sede do clube, não?- tinha algumas duvidas sobre o que dissera.

—Talvez.- Começamos a espreitar lá para dentro.

Estava escuro e mal se via o interior. De repente, a palavra barracão fez soar algo na minha cabeça, como uma memória distante, a qual não me conseguia recordar.

—Querem alguma coisa?- uma voz feminina fez-me dar um enorme pulo com o susto. Nem a ouvi chegar. E não fui a única que se surpreendeu. Ambos nos voltamos para a mulher a qual reconheci de imediato- Oh, desculpem. Assustei-vos?- estava espantada e chocada. Não pensei encontrar ninguém da antiga Raimon tão cedo- Sinto muito.- De seguida, fixou-me de forma estranha como se me inspeccionasse. Talvez me tivesse enganado.

—Que susto que apanhei.- E não foi o único- Desculpe, é esta a sede do clube de futebol?

—Foi a sede há muito tempo. Só a mantemos por nostalgia.- Olhei para a antiga sede lembrando-me finalmente de onde a conhecia. O meu tio já me tinha falado deste local várias vezes quando era mais nova. Foi aqui que o clube de futebol começou- Mas já não utilizamos para nada.- Continuei a olhar as paredes de lata. Era realmente velho.

—Já não se utiliza? Então podia dizer-nos onde está agora a sede do clube?

—Claro! Venham comigo.

Caminhei com eles depois de ficar uns segundos a fixar para o local. Era como se pudesse sentir a história daquele local. Como visse o meu tio, os meus pais e companheiros dos mesmos saírem para mais um treino, de sorrisos nos rostos, prontos para dar o melhor. Mas de seguida corri atrás deles ao ver que se distanciavam.

Não gostava de sentir ciúmes.

Passámos por um prédio escolar enorme, avistando várias árvores de cerejeira, típicas da época, antes de pararmos.

—É este edifício.- Apontou.

—O quê?!- ambos ficamos boquiabertos. A nova sede era enorme!

—Esta é a sede?

—Nem tem comparação à outra.- Murmurei

—É mais do que uma sede. É o edifício futebol.

—O quê? Então o edifício inteiro é a sede do clube?

—Sim. Exatamente.

—Ora Tenma, mas ainda não tinhas percebido isso?- sorriu um pouco embaraçado.

—Este é o clube de futebol da Raimon!

—É absurdamente gigante, isso sim.- Tinha que admitir que também estava extremamente espantada. Era muito mais do que eu imaginava.

—E eu sou Otonashi Haruna. A professora encarregada do clube de futebol.

—Ah! Eu sabia!- ela ficou espantada ao voltar-me repentinamente.

—Desculpa?

—Você é Otonashi Haruna, antiga ajudante do clube de futebol e irmã mais nova do estratega da seleção nacional, Kidou Yuuto!

—O quê?!- o Tenma ficou completamente admirado.

—Como é que... Ah!- creio a minha cara finalmente lhe era familiar- Bem me parecia que te conhecia! És filha do Goenji-san e da Malina, certo? Meiko, não é?

—Sim.- Ri-me.

—Vocês conhecem-se?

—Sim. Já nos tínhamos encontrado quando a Meiko era mais nova.- Voltou a encarar-me- Estás diferente, por isso não te reconheci à primeira.

—É normal.- Muita coisa mudou desde aqueles dias- Então agora és a tutora do clube?- desde cedo fui habituada a tratar os companheiros dos meus pais como se fossem família. Esperava que ela não se importasse pela falta de formalidade.

—Sim!- De seguida ele olhou para o Tenma- E bom, o vocês queriam?- o Tenma ficou completamente rígido, como se estivesse frente a um militar. Suspirei. Aquele rapaz não tinha mudado mesmo nada.

—Nós queremos entrar no clube de futebol da Raimon.- Assenti.

—Exatamente.

—No clube de futebol?- porque razão parecia admirada? Achava mesmo que me iria querer juntar a qualquer outro clube?- Claro.- Não pareceu muito entusiasmada com a ideia.

—Encantado de conhece-la, eu...- Pus-lhe a mão sobre a cabeça e forcei-o a baixar ouvindo-o resmungar.

—Este aqui é o Matsukaze Tenma e nós os dois vamos entrar no clube de futebol!

Eu não desejava entrar no clube de futebol, eu queria e ia entrar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ^^

Reviews?!
Kissus!



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