La Isla Bonita escrita por Killua


Capítulo 1
I fell in love with san Pedro...


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE

Eu tenho esse presente prometido há semanas, mas devido a vários fatores, inclusive a preguiça, parece que eu nunca ia terminar, MAS ESTÁ AQUI, bem maior do que o planejado, mas td bem, a Gema merece tudo isso e muito mais.

Não é nenhuma data comemorativa, mas eu senti a necessidade de agradecer todo o carinho, que essa menina me deu e ainda da, nesses anos de amizade que nós temos.

Ela é a menina que embarca nas minhas ideias doidas de plot, que vai lá e desenha, por mais idiota que seja. No meu aniversário, ela gasta o tempinho e o talento dela me fazendo um desenho lindom SABENDO QUE NÃO PRECISA, mas faz mesmo assim porque sabe que eu gosto.

Não tenho palavras e nem gestos para retribuir todo o amor que ela me dá, mas eu pelo menos tentei. Olha, eu demorei, me enrolei e mudei essa história umas 40 vezes o rumo dela, espero que não tenha nada absurdo, pq nao consegui revisar UWERFTWYERWYE
TE AMO, GEMA. ♥

AVISOS IMPORTANTES:
Tem algumas músicas citadas aqui na história, que são do meu gosto. Se quiserem ouvir depois, vou deixar os links no final.

>>>> Tem uma música que é fundamental para a história, o link está no texto, em "um batuque" :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725842/chapter/1

         Azul está longe de ser só uma cor.

         Na língua inglesa, por exemplo, blue, tanto sozinho quanto atrelado a diversas expressões, pode ter os mais diversos significados.

         Para início de conversa, temos o ritmo musical, o blues, marcado por notas graves que, somado às suas letras intensas, penetram fundo sua alma. Temos também out of the blue, que é algo repentino; surpreendente. Não menos interessante, Once in a blue moon, que significa algo raro, difícil de acontecer.

         Mas, o sinônimo mais comum para blue é outro, bem mais simples. Azul em inglês também quer dizer tristeza.

         Talvez, pensando assim seja mais fácil de entender o porquê de Lance ser o paladino que ostentava essa cor; ambos são muito mais profundos do que aparentam.

         Azul não é só uma cor assim como Lance não é só uma pessoa comum. Lance também era algo raro, surpreendente e intenso.

         Havia apenas uma diferença entre os dois: Lance, ao contrário da cor, era sinônimo de alegria. Ou pelo menos costumava ser.

         Naquela noite, em particular, he got the blues.

         Lance estava triste.

         Não sabia ao certo há quanto tempo estava no espaço, viajando por todos os cantos com os demais Paladinos, Coran e Allura. Ele já mal sabia o que era tempo. Salvar o universo definitivamente não fazia parte do seu plano de vida.

         Embora estivesse gostando muito da vida agitada que levava agora, o rapaz sentia saudades de casa. Da simplicidade das coisas da Terra.

         Apesar de ter se afeiçoado a todos os membros da equipe, Lance sentia falta de sua família.

         Embora estivesse se encantasse com a complexidade da diversidade de cada planeta em que pousava, Lance tinha nostalgia da Terra e ansiava pela simplicidade, como a da chuva e do cheiro que impregnava o ar depois dela cair num solo quente e seco.

         O sentimento de que talvez nunca voltasse a ver nada disso o consumia e fazia com que a tristeza tomasse conta dele.

         Quando isso acontecia, Lance arrumava um canto para se isolar e ficar observando o espaço. Como todo o resto estava espalhado pela nave, ele aproveitou a quietude da sala de comando para ficar.

         Apesar de estar há uma distância inimaginável de casa e mesmo com constelações que jamais havia visto, um céu estrelado sempre o faria sentir-se em casa. Para ele, o espaço não passava de um grande céu, pontilhado generosamente com estrelas.

         Esparramado em sua cadeira, olhando para a grande janela, pensava em quando, ou mesmo se ele voltaria a ver o céu de casa. Estava assim por horas e poderia ficar assim por mais outras tantas.

         Ele só voltou a si, quando ouviu a porta se abrir e alguns passos ecoarem no piso de metal. Jurava que Allura, Coran e os outros estavam ocupados em outro canto do castelo, consertando algumas avarias sofridas na última batalha e que ficaria só por mais algum tempo.

         Voltou o rosto para a direção de onde vinha o barulho e tudo o que viu, antes de revirar os olhos, foram um par de calças pretas, uma jaqueta vermelha e um penteado de cabelo ultrapassado.

— Seja lá qual for seu comentário sobre mim, guarde pra você, Keith. Eu não ‘tô no clima pra isso. — se adiantou, visto que, uns noventa porcento das conversas que tinha com o paladino vermelho terminavam em atrito. — Eu só quero ficar um pouco em paz, pode ser?

— Ei, mas eu nem falei nada! — Keith rebateu com um tom de indignação na voz. Ele ficara realmente incomodado. — Eu hein, que bicho te mordeu, Lance?

         Lance voltou a olhar para seu colega, que estava parado não muito longe de si. Tinha as mãos no bolso, os ombros contraídos e voltados para frente e a testa franzida mostravam que Keith ficara realmente irritado.

         Em algum momento da jornada, Lance havia aprendido a ler Keith. A postura e as caretas que assumia quando estava alegre, triste, bravo, sereno, empolgado, desanimado, pensativo ou apenas distante.

         Quando os dois discutiam, Lance só dava a conversa por encerrada, quando o outro apresentasse os sinais de irritação; esses que tinha agora.

— Perdão, foi automático. — falou sem muito caso, voltando a encarar a vista da janela. — Vocês já terminaram os reparos? Precisam de ajuda? — ele complementou, ainda sem muita vontade, só quis acabar o silêncio constrangedor que se instalara ali.

— Terminamos há um tempinho. — respondeu a pergunta no mesmo tom usado por Lance. — Estava procurando você.  Você sumiu e eu queria ver se você estava bem, o que, aparentemente, não está, julgando pelo fato de que você se desculpou comigo.

         Ao ouvir aquilo, Lance teve que rir. Ele não era o único que sabia ler as pessoas.

         A curta risada do paladino azul fez com que, mesmo que por alguns segundos, aquele clima ruim que pairava ali se dissipasse. Keith aproveitou e se jogou em sua própria cadeira, sendo acompanhado pelos olhos do amigo.

         Keith dobrou as pernas, abraçou seus joelhos e escolheu um ponto daquela vastidão do espaço, para ficar admirando também, deixando a sala ser preenchida com silêncio novamente.

         Dessa vez, não era uma quietude ruim; era reconfortante, de alguma forma.

— Então — Keith falou arrastado, dando uma pausa, olhando para o amigo — o que houve?

         Lance voltou seus olhos para o outro, encarando-o por alguns segundos.

         Desde quando ele se interessava, mesmo?

         Inspirou fundo, cruzou os braço e também as pernas. Estava relutante em se abrir com ele, mas não é como se tivesse muitas opções no momento.

— Eu sinto falta da Terra, sabe. — soltou de vez todo o ar que prendia, usando seu melhor tom de falso descaso. Não queria transparecer o quanto isso o afetava. — Quero dizer, eu adoro viajar por aí com vocês, salvando o universo e tal, mas, às vezes, eu sinto falta de casa, da minha família, da comida; a música... Essas coisas.

         Foi a vez de Keith dar um suspiro profundo. Ele entendia muito bem esse sentimento.

         Todos os dias, não importa o que fizessem, em quantas batalhas se metessem, ou mesmo o quão intensa elas fossem, assim que tudo acabava, na hora de deitar para dormir, aquele peso no peito aparecia. Aquelas perguntas sem resposta pipocavam na cabeça; “Como será que está tudo por lá?”, “Como estarão todos? Será que estão bem?”, “Quando vamos voltar?”.

         “Nós vamos voltar?”

         Keith já havia experimentado isso também. A dor que essa mistura de sentimentos ruim trazia era horrível e ele não desejava para ninguém, muito menos para Lance.

         Ele comeria ferro em brasa antes de dizer isso em voz alta, mas gostava muito de Lance. Do seu otimismo, da sua coragem, das suas piadas, mesmo as sem graça e, acima de tudo, do seu sorriso.

— Eu consigo lidar com isso, mas é que, às vezes, é tão forte... — O paladino azul provavelmente nem havia reparado que estava falando de novo. Seu cérebro, seu corpo e sua alma simplesmente precisavam desabafar.

— Eu te entendo, sabe, por isso eu—

— Minha nossa, eu mataria por um café! — Lance continuou, interrompendo Keith sem nem mesmo perceber. Este, apenas ergueu uma sobrancelha. — Eu adorava tomar café con mi madre y mis hermanos!  As manhãs eram sempre barulhentas, debido a todos los gritos y la música; siempre tenía música tocando! Se não era nossa, era de los vecinos!

— Ei, vai devagar, Macarena! — gritou, rindo em seguida — Eu não falo espanhol! Ainda mais misturando com nosso idioma! — o paladino vermelho recebia um olhar interrogativo enquanto ria.

         Lance era natural de Cuba. Uma das coisas que Keith mais gostava nele era que, quando ele se empolgava muito com algo, começava a falar em espanhol sem perceber, aí misturava os dois idiomas e em determinado ponto, não se entendia mais nada do que ele falava.

— Eu fiz de novo, não fiz? — a pergunta, que veio acompanhado de um riso sem jeito e de uma vermelhidão na ponta das orelhas, fez Keith rir mais intensamente. — Ei! — Lance se ajeitou melhor na cadeira e em seguida pegou o primeiro objeto que viu e arremessou na direção do amigo — Para de rir, isso nem é tão engraçado!

— Foi mal, é mais forte que eu! — Keith tentou se justificar, controlando seu riso pouco a pouco. — Meu Deus, como vocês, latinos, conseguem falar tanto, tão alto e em tão pouco tempo? É como se vocês tivessem quatro pulmões!

         Quem caiu na gargalhada dessa vez foi Lance. Ele queria retrucar Keith, mas não tinha como, porque concordava com ele.

— Obrigado, Keith. Eu me sinto melhor agora. — falou entre uma respirada funda e outra, enquanto se recompunha.

— Mas — fez uma pausa — eu não fiz nada.

— Por isso mesmo. Você não precisou fazer nada para me alegrar. — Lance finalizou com um pequeno sorriso, o que fez Keith ficar com o rosto quente e a cabeça confusa.

— Eh, tudo bem... De nada, eu acho. Você fala coisas estranhas. — Keith estava totalmente sem jeito e logo mudou de assunto, também para não se formar um clima estranho ali. — Ei, eu tenho uma novidade pra você. Vai ajudar com essa sua angústia e “homesick”.

         Lance não respondeu, apenas ficou encarando o outro com uma cara de paisagem. Sempre ficava com o pé atrás, quando o assunto era o outro paladino ali.

         Por dentro, estava se corroendo de curiosidade, mas ele sabia que, se demonstrasse isso e insistisse, Keith não iria contar logo, mas sim usar isso como uma forma de torturá-lo.

         Keith sabia que Lance era tão curioso como um filhote de cachorro e Lance, por sua vez, sabia que o Paladino vermelho sabia ser tão cruel quanto a Inquisição Espanhola.

— O que foi? — Por dentro, pura empolgação. Por fora, nada!

         Quando o piloto do Leão Vermelho viu que o outro não estava implorando pela notícia, fechou a cara num grande bico, mas continuou.

         Ele queria ver Lance feliz de novo.

— Então, sabe ontem, quando fomos naquela lua de trocas, para conseguirmos as lentes para o teludav?

         O Paladino azul não teve tempo de responder, por conta dos gritos entusiasmados de Pidge, que entrou correndo na sala de comando, indo diretamente para o painel de controle, largando em cima dele algumas bugigangas.

— Gente, eu consegui! Eu consegui! Eu consegui mesmo! — A Paladina do grupo repetia, transbordando entusiasmo.

— Se acalme, Pidge! — Shiro falou com bom humor, entrando na sala junto com Hunk. — O que você conseguiu? E isso que você tem aí é um... discman? Onde você conseguiu essa velharia?

— Quando fomos comprar as lentes de escaltrite, Keith barganhou um discman e alguns CD’s naquela loja de produtos da Terra! Segundo o vendedor, “tecnologia de ponta da Terra” — fez aspas com os dedos — Eu juntei o conector do fone de ouvido com um dos cabos de comunicação dessa nave! — A menina falou tão rápido, que parecia uma metralhadora de palavras.

         Todos a encaravam com o costumeiro estranhamento de quando ela falava de alguma “nerdice”. Todos, menos Keith. Sua expressão murchou e ele parecia estar chateado ou incomodado, mas isso passou batido pela maioria.

         Quando Pidge viu que ninguém tinha entendido bem o que ela tinha dito, continuou:

— Eu fiz o discman ser compatível com a nave. Posso conectar os dois e fazer o sistema de comunicação do castelo reproduzir as músicas do CD. — Ela tentou ser o mais didática possível. — Música da Terra! Esse aparelho provavelmente é mais velho que eu, mas eu modifiquei algumas coisas e deve servir!

— Pidge, você é uma gênia! — Lance se levantou de sua poltrona e correu em direção à menina, agarrando-a num “abraço de urso” — Eu nem acredito! Obrigado, você é a melhor!

— Não, eu só fiz uns ajustes! Se não fosse o Keith ter gasto seus GAC’s nesse troço, a gente estaria perdido. — Ela sorriu para o moreno emburrado no canto da sala, que lhe encarou por alguns segundos, mas não disse nada.

         E depois disso, o clima virou o de folia.

         Pidge terminou os ajustes e tudo funcionou como o planejado. Junto com o discman, Keith comprou uma coletânea de dois CD’s intitulados “O Melhor dos Anos 70 & 80”, o que surpreendeu todos os outros paladinos, porque eles achavam Keith “muito emo para esse tipo de música”. O comentário fez o moreno torcer ainda mais o nariz.

         Quando a primeira música começou a tocar, a sala de comando parecia ter se transformado num estádio de futebol, tamanha a gritaria da comemoração.

         Lance, obviamente, inaugurou a pista de dança, seguido de Pidge e Hunk. Não demorou quase nada para os três estarem pulando ao som de Pump up the Jam. Shiro demorou um pouco mais para se soltar, mas logo também estava embriagado pela nostalgia boa que as músicas de casa lhe traziam. Keith era mais travado, mas também dava seus passos.

         Quando Allura e Coran chegaram, pensaram que todos ali tinham enlouquecido. Shiro contou o que havia acontecido e assim que começou a tocar I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me), ele puxou a princesa para uma dança.

         A alteana ficou receosa de início, pois achou que aquilo era algum tipo de ritual terráqueo e estava com medo de estragar tudo, mas logo entendeu o que se passava ali. Ela gostou muito dessa música, em específico. A música, a letra e o parceiro de dança combinavam muito bem.

         O Paladino negro também ensinou uma dança lenta para ela, enquanto Hunk fazia seu show, dublando Midnight Train to Georgia, com Lance e a pequena Paladina fazendo as segundas vozes.

         De Walking on Sunshine à Proud Mary, de Signed, Sealed, Delivered I’m Yours à Dancing Queen, aquele momento de conexão com o seu planeta natal continuou, por muito e muito tempo.

         Naquela nave, as músicas eram muito mais do que simples músicas, eram uma forma de se conectar com sua casa novamente.

         A mãe de Lance uma vez lhe disse que, não importa onde você estiver, uma boa e velha canção pode leva-lo para casa em um piscar de olhos.

         Depois de algumas boas horas dançando, todos estavam exaustos e, um a um, foram para seus aposentos. Apesar de tudo, ainda estavam guerra e deveriam estar descansados para o combate.

         Aquele tinha sido um momento incrível. Não tinham tanta diversão em muito tempo e, apesar de estarem fisicamente exaustos, aquela pequena festa havia os enchido de energia.

         No fim, Shiro carregou Pidge, que dormia largada em um canto, e a levou para seu quarto, deixando na sala os dois últimos sobreviventes daquela noite: Keith e Lance.

         O Paladino vermelho estava sentado no chão, enquanto o outro mexia nos CD’s. Agora, tudo estava quieto, bem diferente de alguns minutos antes e isso causava um desconforto ali.

— Então — Lance falou arrastado, sem se dar ao trabalho de olhar para o outro — Foi divertido, não foi? E mesmo assim, você passou a maior parte do tempo com cara de bunda.

— Olha, eu estou cansado pra isso. — A irritação e exaustão dele eram quase palpáveis — Apenas pergunte e vá direto ao ponto logo.

         E talvez pela milionésima vez no dia, Keith fez Lance rir. Ele teve de rir do fato de o Paladino vermelho se achar alguém muito difícil de decifrar.

— Você queria ser o cara que fez algo legal pelo time, quando comprou essas coisas, mas Pidge meio que ficou com o crédito. — Lance falou em tom casual, voltando-se para o outro e encarando seus olhos, agora arregalados. — É difícil parecer incrível perto dela, acredite, eu sei.

— Eu tenho a fama de egoísta e impulsivo, que só age por si mesmo e para si mesmo.

— Não precisa se explicar, ‘tá tudo bem. — Deu um breve aceno com a mão, como se dissesse “deixa pra lá” — Nós todos gostamos muito do que você fez hoje. Eu não me sentia tão bem assim em muito tempo.

         A forma terna que Lance lhe sorriu em seguida, fez com que todo o seu mau humor fosse embora. A felicidade e a gratidão transmitidas naquele levantar de lábios e naquele olhar brilhante eram recompensa suficiente para Keith.

— Ei Keith, já que você está nessa onda de querer ser legal, eu — fez uma pausa para juntar toda a sua coragem — eu posso te pedir mais uma coisa? — O Paladino vermelho lhe encarava com uma sobrancelha levantada. — Você dança uma comigo?

         Longos segundos de silêncio, e então, uma gargalhada. Ela não foi muito intensa e também não durou muito, pois Keith estava mesmo cansado. Ele se esticou como um gato preguiçoso para então deitar-se no chão. Não notara a seriedade na fala do outro.

— Me desculpe, mas eu não tenho mais energia para pular como um doido, ao som dessas músicas escandalosas.

— Você não precisa pular nem nada, muito pelo contrário, eu conduzo! Você só precisa me acompanhar. — Seu tom era alto. Como num debate, ele estava tentando convencer Keith, a todo custo, com seus argumentos.

         Este, que então percebeu o tom estranho na voz de Lance, levantou a cabeça do chão para encará-lo. Não era apenas a voz; ele estava todo estranho. Parecia um pouco na defensiva e seus olhos praticamente imploravam por um assentir.

— Espera, você está falando sério?

— Claro que estou! — Sua resposta soou como um grande “dã!”.

— Por que tem que ser eu? — Ele suspirou e se impulsionou, para ficar de pé. — E que negócio é esse de você conduzir?

— Nesse CD, — sacudiu a caixinha, que estava vazia, pois o CD já estava no aparelho — tem uma faixa, que é especial para mim; minha mãe dançou essa música com meu pai, no dia do casamento deles. Eu a pulei durante a festa, mas quero dançar agora.

         Keith não deixou de notar a nostalgia que o outro exalava. Mas, ele ainda não conseguia entender.

— Ok, isso é muito bonito, mas — pausa — por que eu? Você pode chamar a Allura, ou até a Pidge. Não seria melhor? Eu não sou um bom dançarino, caso não tenha notado.

         E ali estava Lance, novamente rindo por causa do outro. Uma riso sem dentes, apenas um —encantador, do ponto de vista de Keith— entortar de lábios e o barulho forte do ar sendo expelido pelo nariz. O Paladino azul nunca pareceu tão tranquilo antes.

— É que — mordeu seu lábio inferior e então riu novamente — uma vez, minha mãe me disse assim: “Baile esta canción com alguien que realmente te encanta; alguien a quien quieres”.

         Keith não entendera uma única palavra e Lance sabia disso. Também agradecia por isso, do contrário, estaria com problemas.

— Você sabe que yo no — parou para pensar — falo tu — pausa de novo, relativamente longa — quesadilla? — O paladino azul só fez gargalhar com a tentativa muito falha de espanhol do outro. Ele estava leve. — Qual é, Lance? Meu idioma, por favor!

— Eu falei que, minha mãe disse para eu dançar esta música com a pessoa mais irritante que eu encontrar nessa vida. — viu Keith revirar seus olhos, mas não deu tempo dele retaliar — E aí, você topa? Por favor, vai? Não precisa ter vergonha, eu não conto pra ninguém. Juro!

         Em situações normais, o piloto do leão vermelho teria mandado o outro para um lugar não muito bonito, mas algo no tom de voz de Lance, na sua expressão; tudo nele gritava que ele realmente queria aquilo. Precisava daquilo. Não tinha como negar.

— ‘Tá bom, que seja! — Exclamou, abrindo o zíper de sua jaqueta e jogando-a sobre uma poltrona, junto com suas luvas. — Mas você não vai dar um pio sobre isso, com ninguém! E vai ficar me devendo uma também. Agora, que música é essa?

— Obrigado, Keith! — Lance o ergueu do chão sob protestos, num abraço de urso, que não durou muito — Primeiro, deixe eu te ensinar alguns passos básicos, vem cá!

         Lance o chamou num acenar de cabeça, enquanto também tirava sua jaqueta e puxava as mangas de sua camiseta até os cotovelos. Foi até o outro e pegou suas mãos, uma em cada uma das suas. Keith protestou e, como um gato arisco, tentou puxá-las de volta.

— Isso já está invasivo demais, e nem começou!

— Jesus, Keith! Relaxa!

         Puxou suas mãos novamente, dessa vez com mais força, e então começou a ensiná-lo o básico, falando e também demonstrando. Pelos movimentos, o vermelho logo identificou que, a música em questão, sem dúvidas era latina.

         “Não é tão difícil” é o que Keith pensava. Basicamente, nas palavras de Lance era “deixe os joelhos um pouco flexionados, moles, e então é só dar um passinho para frente, dar uma “gingada” e fazer o mesmo para trás, no ritmo da música. Depois, é só repetir”.

         Não demorou a pegar a essência da coisa. O único problema era com a parte da gingada.

— Keith, seus quadris são mais duros que as lentes de escaltrite!

— Ei, não é pra tanto! Você que é muito mole!

— Aqui! — Lance pegou as mãos de Keith e pôs em seu quadril — Tente sentir como eu faço e tente fazer igual.

         Dizer que Keith se arrepiou dos pés à cabeça não era exagero algum. Não estava nem um pouco preparado para isso. Tentou puxar suas mãos para longe, mas Lance o segurou, como se já previsse o seu protesto.

         Nunca na sua vida pensou que fosse, de fato, fazer algo assim.

         Ele estava com ambas suas mãos, uma em cada lado de Lance. Alguns de seus dedos tocavam a sua pele, sentindo a maciez e o calor de seu corpo diretamente.

         O Paladino azul parecia não se importar com o contato, pois sua expressão não havia se alterado nem um pouco, mas para Keith, aquilo era muito mais do que um simples toque. Afinal, ele tocava pessoas todos os dias, em várias ocasiões e de várias formas. Mas isso...

         Como se não bastasse, Lance retomou a aula. Seus quadris começaram a mexer, com uma facilidade e um ritmo, que não sabia explicar. Ele parecia ter molas ali.

         Jamais admitiria, mesmo para si, mas anteriormente, na festa, enquanto as músicas tocavam e todos dançavam, Keith observou o outro. Foram vários os momentos em que ele ficou intoxicado pelos movimentos de Lance; dos seus quadris.

         Um rebolado daqueles devia ser proibido. E a facilidade com que ele o fazia, a naturalidade; aquilo era muito quente para se fazer em público. Lance tinha uma cintura fina e um quadril não muito largo, apenas o bastante para fazer um contraste bonito.

         Deus, aquela bunda deve ter vida própria!

         O que indignava mais, é que ele fazia aqueles movimentos com aquele sorriso, típico dele, sempre no rosto. Ele era sexy e sabia disso. Abusava disso.

         Bem, tudo isso na cabeça de Keith. Para Lance, era só dança. Graças a Deus que o paladino azul não lia mentes.

         Com algumas dificuldades, Keith conseguiu se soltar um pouco mais. Não se comparava com Lance, mas iria quebrar o galho.

         Lance também ensinou-o alguns movimentos mais dinâmicos, como giros, puxar e empurrar e alguns truques com os pés.

— Estamos prontos para começar! E novamente, obrigado por isso.

— Só aperta o play logo, antes que eu mude de ideia! — Por dentro, estava mais derretido que manteiga na frigideira quente —talvez isso tenha amolecido sua cintura— mas jamais deixaria isso transparecer.

         O outro simplesmente obedeceu. Correu até o arcaico, porém salvador da noite, discman e deu play.

        Um batuque não demorou a preencher a sala. Para Lance, era como ser carregado para casa; para Keith, não era exatamente familiar, mas também não era estranho aos ouvidos.

 

Como puede ser verdad?

 

         Os olhos do garoto de azul se encheram de água, como se fosse a maré da Praia de Santa Lúcia, seu peito se encheu de uma alegria que não sabia nomear, um calor que fazia uma concorrência forte ao sol de Havana, no dia mais quente do verão.

         É como se Lance tivesse se transformado bem ali, diante dos olhos de Keith. E ele estava maravilhado.

         O Paladino azul foi em sua direção, com um sorriso enorme nos lábios, mas não era apenas a euforia de sentir-se em casa novamente, era algo a mais.

         Lance tomou sua mão esquerda, deixando-a na altura de seus rostos. Como já haviam feito na prática, há pouco, Keith buscou a mão direita do outro, para fazerem como no ensaio, mas não a encontrou.

         O que sentiu, logo em seguida, foi uma mão quente tocar a base de suas costas, sob sua camiseta. Aquele arrepio de antes o consumiu novamente.

— Se importa de improvisarmos um pouco? — Perguntou num tom baixo e rouco e o Paladino vermelho praticamente saiu de seu corpo por alguns segundos.

         Ele havia jurado para si que não deixaria nada transparecer, que agiria como se aquilo não fosse nada demais, mas a mão de Lance no seu cóxi o levou a falhar miseravelmente.

         Tinha certeza de que seu rosto estava vermelho, pois sentia um calor absurdo na região. Sabia também que sua expressão era a mais patética possível.

         O calor de seu corpo, o brilho naqueles olhos e aquele sorriso de criança travessa, tiraram toda e qualquer concentração que Keith pudesse ter.

         Lance começou a se mover. Apesar de a posição ser um pouco diferente e de estarem um colado no outro, os movimentos ainda serviam.

 

Tropical the island breeze

All of nature wild and free

This is where I long to be

La isla bonita

 

         Conforme Lance dava um passo para frente, Keith correspondia na mesma medida para trás, encontrando uma sincronia perfeita. Seus olhares estavam fixos um no outro e pareciam conversar; pareciam dançar. Simplesmente sabiam o que fazer.

 

And when the samba played

The sun would set so high

Ring through my ears and sting my eyes

Your spanish lullaby

 

         Eles se moviam na direção um do outro, um após o outro, cada um no seu tempo. Era como se brigassem por espaço. Lance poderia ser mais experiente nisso, mas Keith não se renderia tão fácil. Ele poderia não estar no seu juízo perfeito, mas ali não havia um condutor e um conduzido. Era uma constante batalha por dominância.

 

I fell in love with san Pedro

Warm wind carried on the sea, he called to me

 

         Lance então soltou a mão que tinha na cintura do parceiro, forçando-o a se afastar com a outra mão, mas sem quebrar o enlace dos dedos. O azul usou sua mão solta para dar um pouco de drama, característico de danças em latinas.

Te dijo, "Te amo"

 

         Como um ioiô, Keith afastou-se, mas não demorou para Lance puxá-lo de volta para si, dessa vez levando sua mão à nuca, sob os cabelos compridos do outro, ao mesmo tempo que a palavra amo era cantada por Madonna.   

         Uma onda de calor imensurável em palavras foi desencadeada no corpo de Keith por aquele toque. Como por instinto, o Paladino vermelho levou sua mão à cintura de Lance, segurando-o firme e puxando junto a si.

 

I prayed that the days would last

They went so fast

 

         Seus olhos voltaram a se encontrar, na sua própria dança. Eles sabiam que muitos limites haviam sido ultrapassados, muitas barreiras haviam sido quebradas; que estavam indo longe demais, mas nenhum dos dois demonstrou interesse em recuar.

         Queriam ir adiante, queriam mais!

         E mais uma vez, no refrão da música eles estavam juntos e em sincronia. Seus passos tinham a medida certa, seus quadris colados se moviam em harmonia. Keith nunca esteve antes tão mole, tão quente e tão entregue como estava agora. E o mesmo se aplicava a Lance.

         Quando morava em Cuba, ia a muitas festas, dançava com incontáveis parceiras, que em questão de habilidades, eram muito mais dotadas do que seu parceiro de agora, mas ele nunca se sentiu assim, como agora, com nenhuma delas.

         Ele nunca se entregou assim para ninguém. A resistência de Keith o fazia se sentir seguro.

         Dançando com qualquer uma daquelas garotas, ele sempre tinha o controle. Elas iam e vinham à sua vontade, e sabiam o que estavam fazendo, mas ali, aquele momento com o seu companheiro de equipe, era completamente diferente.

         Keith não sabia exatamente o que fazia, tudo era meio novo; era como se jogar no vazio do espaço, então ele apenas seguia seus instintos. Conseguia ver isso através dos seus olhos. Era como uma luta pela sobrevivência, pois sentia que Lance poderia facilmente devorá-lo.

         A conexão deles era única, pois ao passo que um cedia ao outro, eles também lutavam pelo controle.

         Quando o contato entre eles afrouxava, os seus músculos automaticamente se contraíam, como se tivessem medo que o outro realmente fosse embora.

         Naquele momento, eles eram duas forças em sincronia. Duas forças colossais em perfeita harmonia. E à medida que a música ficava mais intensa, os dois ficavam também.

I want to be where the sun warms the sky

 

         Êxtase talvez fosse a melhor palavra para defini-los naquele momento. Seus movimentos ficaram mais rápidos e mais fortes junto com a canção.

 

When it's time for siesta you can watch them go by

 

         Um para frente, um para trás, um para o lado e uma abertura de braços e então repetir, revezando o lado em que soltavam o enlace.

 

Beautiful faces, no cares in this world

 

         Lance segurou as duas mãos de Keith e o impulsionou para traz, apenas para puxá-lo de volta para si, fazendo-o passar por debaixo de seu braço esquerdo, girando em seu próprio eixo e fazendo seus braços se cruzarem num “X”, de forma também que os dois rapazes trocassem de lado no espaço da sala. Repetiu o passo duas vezes.

 

Where a girl loves a boy, and a boy loves a girl

 

         A essa altura, Lance estava atrás de Keith, envolvendo-o como num abraço. Os braços do Paladino vermelho estavam cruzados em sua frente, enquanto os do outro se cruzavam por atrás; suas mãos direitas se enlaçavam do lado esquerdo do corpo e vice-versa.

         Por alguns segundos, enquanto a música era apenas melodia, eles ficaram ali, parados nessa posição. Keith estava ofegante, como se tivesse treinado por horas e Lance não estava muito diferente.

         O Paladino vermelho sentia a respiração forte de seu parceiro batendo em seu rosto; era quente, era profunda e era rápida. Não incomodava nem um pouco, assim como o cheiro que invadia seu nariz. Era o cheiro de Lance, ao qual já estava acostumado, mas amplificado pela proximidade, pelo calor e pelo seu suor.

         Keith era fresco. Em outras situações, estaria com nojo e provavelmente empurraria Lance para o mais longe possível. Mas, aquela não era uma situação comum. O calor, o suor; eles eram a prova de que isso tudo estava mesmo acontecendo, que eles estavam compartilhando aquele momento e que não era um sonho.

         O Paladino azul, lentamente, quebrou o enlace das mãos, passando as suas pelas laterais da cintura de Keith, e então se afastando alguns passos.

Last night I dreamd of San Pedro — ele cantou junto com a música, passando a mão pelos cabelos úmidos e também fazendo o outro virar-se em sua direção e encará-lo — It all seems like yesterday, not far away! — Ele bateu forte em seu peito, movido pela mistura de sentimentos daquele momento, fazendo Keith arregalar os olhos com o barulho.

         Lance caminhou de volta em sua direção, a passos largos e afoitos. Pegou sua mão esquerda novamente e a outra, grudou em sua cintura, onde apertou com uma urgência que não sabia explicar. Aquilo deixaria marca.

         Keith apenas torceu um pouco o rosto, por conta da dor momentânea, mas logo a sua própria urgência falou mais alto e ele levou a sua mão livre à nuca de seu parceiro, num agarre firme e vigoroso.

         Eles aproveitaram ao máximo o restante da música. Nas duas vezes em que o refrão ainda se repetia, eles dançaram como se, quando a música acabasse, os dois fossem cair mortos.

         Dançaram colado um no outro, como se seus corpos precisassem um do outro. O mesmo para seus olhares, cada vez mais intensos. O contato quebrava apenas em meio aos rodopios, e logo que eles se firmavam um de frente para o outro, seus olhos buscavam-se de novo, desesperadamente.

         Seus corpos e suas almas estavam em completa sintonia e em frenético êxtase. Jamais se sentiram assim antes. O encontro dos dois naquele momento era como o choque de partículas extremamente carregadas.

         Keith e Lance, separados eram incríveis, mas juntos eles eram uma força da natureza. Observá-los era como observar uma tempestade, de nuvens grandes e imponentes, de ventos equivalentes a uma tempestade tropical e raios, que cortavam toda a escuridão e o caos, fazendo tudo e todos se curvarem diante deles.

         Conforme a música foi acabando, com apenas o batuque melodioso e alguns acordes de violão, os dois também começaram a reduzir o seu ritmo, até que então, pararam.

         Quando o barulho da canção cessou, só se ouvia a respiração ofegante dos dois. Um de frente para o outro, sentindo o hálito quente expelidos, se misturando em um só.

         A mão de Lance, que segurava no quadril de Keith, novamente se fechou num agarre, segurando a barra de sua camiseta. A do Paladino vermelho, por sua vez, desceu até o ombro do outro, onde agarrou o pano de sua veste.

         Foram longos minutos assim, sem se mover, com exceção de seus peitos, que subiam e desciam, ansiando desesperadamente por ar.

— Isso foi... — Lance balbuciou, entrecortado por sua respiração pesada, olhando fixamente para seu parceiro — foi incrível!

— Você disse que — inspirou fundo, soltando o ar devagar, para tentar reduzir o ritmo do seu organismo — você disse que não vai contar para ninguém, né? — Concluiu a pergunta, recebendo um maneio positivo de cabeça, acompanhado de um sorriso matreiro — Ok, então.

         Aquele era o único enlace que faltava, para coroar a experiência que eles compartilharam. Keith, ainda ofegante, cortou a pouca distância que havia entre seus rostos e uniu seus lábios, num contato urgente e um pouco atrapalhado.

         Lance arregalou os olhos, em surpresa, mas assim que assimilou o que estava acontecendo, fez como Keith e os fechou, para aproveitar. A visão não era necessária, quando seu tato, olfato e paladar estavam tão eufóricos.

         Não foi um beijo longo, mas sim vários de curta duração. Como ainda estavam cansados e com a respiração descompassada, ambos precisavam desesperadamente de ar.

— Eu não sei que tipo de feitiço latino, ou coisa do tipo, você colocou em mim, mas — o fitava novamente — se você contar isso para alguém, eu te mato. — Lance não pode conter a gargalhada que saiu de seu peito.

— Keith, acredite, você já me matou.

         O rapaz de cabelos negros estava tão cansado, que nem força para rir ele tinha mais. Lentamente, sua mão foi soltando a camiseta de Lance, descendo até a altura de seu peito, onde deu dois socos fracos, como se dissesse “é, é isso aí”.

         Assim como ele, Lance também foi, lentamente, soltando seu agarre, passando sua mão uma última vez pela cintura delgada de Keith.

         Agora, sem nada os conectando fisicamente, só restava cada um seguir o seu caminho, sem saber como seria no dia seguinte e nem como as coisas ficariam, mas estava tudo bem. Aquele momento ninguém jamais tiraria deles.

         Keith foi em direção à cadeira, pegando suas luvas e jogando seu casaco por cima do ombro, rumando a passos desapressados até a porta.

Te quiero, Keith! — gritou, usando a última reserva de euforia que lhe restou — Te quiero mucho!

         O outro Paladino, que estava com a cabeça nas nuvens, e se assustou com o grito de Lance e virou para, apenas para ver aquele sorriso de moleque travesso que ele sempre tinha no rosto.

         Keith sorriu de volta, fazendo uma negativa com a cabeça. Não entendia nada do que aquele cucaracha dizia, mas apenas sentia que era algo bom e, acima disso, algo recíproco.

— Você está fedendo, Lance. Precisa de um banho. — Não conseguiu deixar de provocar o outro, que não demorou a rebater.

— Você fala como se estivesse diferente, sua máquina de suor!

         Ping.

— Eu estou indo para o banho, para tirar esse seu fedor de mim.

         Pong.

— Estranho, porque não ouvi ninguém reclamando do meu cheiro agora a pouco!

— Cala a boca, Lance!

         O Paladino azul sorriu uma última vez, ao ver Keith saindo, irritado, porta afora. Quando as grandes portas de metal fecharam-se totalmente, Lance se sentiu livre para sair pulando pela sala, comemorando.

         Ele não conseguia crer no que havia acontecido ali, só sabia que, de fato, acontecera. Aquela música era deles, aquela dança era deles; apesar de as provocações continuarem, Keith era dele e ele era de Keith.

         Tudo o que lhe restava agora era pular de felicidade. E tomar um banho gelado.

         Ele estava fedendo, de fato.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ESPERO MESMO QUE ESTEJA ACEITÁVEL, não tenho muita experiência com outros fandoms e é a primeira vez que escrevo sobre Voltron...

O nível de espanhol da fic é super básico, então acho que deu pra entender tudo. Se não deu, só googlar rapidinho c:

Mas enfim, Gema, é pra você. De coração :D ♥


P.s.: TÁ AÍ, GABS, SUA RIDICULA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "La Isla Bonita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.