O Diabo Mora ao Lado escrita por Erzy, Gin


Capítulo 8
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente! Esse saiu mais rápido não foi? Espero que os próximos sigam esse mesmo padrão, bom capítulo!



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Will havia acordado, mas não se levantou, continuou debaixo da sua montanha de cobertas sob as quais já era de costume ficar por conta que sentia muito frio. Ele estava pensando no que havia acontecido no dia anterior, o jeito como Allena havia o abraçado e ele sem pensar havia feito o mesmo. Ele pensou no machucado em sua mão, e logo se lembrou daquele rapaz alto com quem havia “brigado” algum tempo atrás, se perguntou melhor qual era a relação dele com Allena ficando um pouco incomodado ao deixar sua imaginação o levar, logo apagando esse pensamento.

Se levantando, foi fazer o café, fritou ovos e amassou alguns pães, só assim percebeu que estava faltando leite na sua casa, e que ele deveria comprar. Ao olhar para seu pequeno quarto, pensou novamente no dia anterior, e como Allena parecia machucada e frágil, totalmente diferente daquela garota brincalhona e alegre que ele conhecia, se perguntando o motivo daquilo, e tendo certeza de que não havia sido só pelo machucado, parando para pensar, ele logo percebeu que não sabia praticamente nada sobre a garota.

Seu pensamento foi quebrado, quando Allena entrou pela sua porta sem sequer bater, ou olhar para ele, foi até a cozinha e passou a olhar o que estava pronto naquele momento.

— Ei. – Disse Will, um pouco preocupado.

Allena ainda sem responder, pegou doze pães e colocou os ovos dentro, tapeando a cafeteira e colocando em um copo de quase um litro.

— Ei. – Repetiu Willian, ainda sem resposta.

Allena começou a comer tudo e em questão de segundos, a cozinha estava vazia, apenas com os pratos sujos.

— Ei, demônio destruidor de comida! Escute quando os outros estão falando com você! – Disse Willian, se levantando e jogando fora toda sua preocupação.

— O que foi? Vim comer, só isso, achei que já estava acostumado. – Disse ela, bufando com a gritaria. – E pare de gritar, é cedo, vai acordar os vizinhos.

— Não temos vizinhos! Somos só você e eu!

— Mais um motivo para você me alimentar, não é? Assim uma pobre e inocente garota como eu não teria onde pedir se não fosse aqui! – Disse ela procurando por mais comida. – E só tem isso?! Como diabos você quer que eu sobreviva?! Trate de fazer mais!

— Eu não sou seu escravo, devoradora de mundos! Compre seus alimentos ou aprenda a cozinhar! – Disse ele, ainda irritado mesmo depois de ter esse tipo de briga quase todos os dias.

Allena sorriu para ele, era o sorriso de sempre dela, mas de alguma forma, parecia diferente. Parando para pensar agora, Allena estava um pouco diferente, ela tinha acabado com algumas de suas mechas e seu cabelo estava mais solto, as suas roupas que antes pareciam um semáforo, agora estavam um pouco mais “normais”, e quando Will percebeu isso, fez seu coração bater um pouco mais depressa.

— O que houve com seu estilo normal, Lion? Decidiu abandonar o carnaval? – Perguntou ele.

Allena ficou um pouco calada com a pergunta de Willian, seria muito vergonhoso dizer que era para ele a achar bonita, ela tinha orgulho também, porém o silêncio dela, fez Will pensar sobre o dia anterior e achar que havia uma relação.

— Bom, se não quiser me contar não precisa, eu não tenho muita relação com sua vida mesmo.

— Caramba, que frase rude!

— Eu sou um cara rude.

— É nada! – Ela pulou e apertou as bochechas de Willian, descendo ele, ouvindo em seguida um estalo em suas costas.

— Ai! – Ele se deitou no chão, se contorcendo. – Minha escoliose!

— Mas o que?!

— Sua monstra, além de comer minha comida, me extorquir ainda quer me matar, o que fiz de tão mal para você me odiar tanto? – Ele respondeu com os olhos lacrimejando pela dor.

Will havia acabado de chegar ao restaurante, era outro dia de trabalho, olhou bastante pelo salão a fim de procurar aquela criatura devoradora de lares, mas felizmente não havia encontrado, hoje ele teria uma noite um pouco mais tranquila que anteriormente, com exceção que suas costas doíam muito.

— Ah, Michaels, hoje está um pouco mais vazio então você não precisa se esforçar tanto. – Disse, Reynold, um dos seus companheiros no local.

— O mesmo para você, não saia por aí querendo atender todo mundo. – Respondeu Willian.

Will olhava para o local, e percebia que a maioria das pessoas que vinham até ali, eram de classe média alta, e muito provavelmente tinham alto status social, isso fez ele lembrar de Lana, e do passado que ele teve com ela, eles frequentavam bastante locais como esse, provavelmente em uma noite como aquela, eles estariam ali, só que como clientes, acompanhados com o pai de Lana, que era um homem extremamente importante para a economia local.

O pensamento do jovem foi apagado, quando ele observou um homem em uma mesa o chamando, ele vestia uma terno e calça social, também usava uma cartola, bem no estilo anos 60, tinha a figura completa de um aristocrata da jovem guarda.

— Boa noite meu jovem, já estou pronto para pedir. – Ele falou.

— Pois não senhor. – Respondeu Will.

O homem fez o pedido, e enquanto fazia isso, Will reparava que o senhor olhava bastante para ele, como se estivesse tentando dizer mais alguma coisa.

— Algo o incomoda, senhor? – Perguntou ele.

— Bom, é que há algumas semanas, houve uma espécie de “apresentação” aqui, não foi? Uma jovem e algumas crianças imitando uma história infantil. – Ele comentou.

Willian logo se lembrou da cena de Allena fazendo isso há um tempo atrás, escondendo com muita dificuldade o olhar furioso de seu rosto, deixando apenas transparecer o seu sorriso de sempre, mas que dessa vez deve ter saído forçado.

— Sim, sim, me desculpe por aqui...

— Ah, não, não, nem se preocupe, eu estava aqui e assisti com meus olhos, até dei uma ajuda para a moça que estava fazendo isso, e achei ela bem carismática. – O homem deu um sorriso gentil e sereno.

Willian se perguntou se o homem com quem estava falando era louco, Allena carismática? Onde? Talvez para quem olhe de fora, mas conhecendo aquela criatura você ia querer ficar completamente longe.

— Ela era uma atração daqui, não é? Um pequeno evento que aconteceu naquela noite.

— É.... bom, pode-se dizer que sim, algo do tipo. – Ele não poderia falar que foi algo completamente inesperado.

— Ah, ótimo! Vocês poderiam de algum jeito, me passar o contato daquela moça? Eu sou um organizador de uma companhia de teatro, e vendo ela, me interessei bastante pela forma como ela atuou, será que você poderia me passar? – Perguntou o senhor.

A cabeça de Will parecia que ia explodir, primeiro alguém acha aquele monstro carismático, depois gostou da bagunça que ela havia feito no restaurante, e ainda assim queria contratar ela para uma companhia de teatro? O que diabos estava acontecendo com o mundo? Mas ao pensar, percebeu novamente que não tinha o contato dela, nunca havia pedido o seu número de celular, seria suicídio.

— Ah... receio que não temos senhor... – Mas antes que pudesse terminar a frase, ele pensou na Allena do dia anterior, e de como ela estava chateada, talvez uma notícia assim a animasse. – Mas se o senhor me puder passar o seu contato, eu consigo falar com ela. – Disse.

O homem sorriu, realmente feliz com a resposta, tirando um cartão de dentro do bolso de seu terno.

— Aqui está, por favor, peça para ela entrar em contato comigo assim que puder.

— Pode deixar. – Disse ele, se despedindo com um sorriso, dessa vez, verdadeiro.

— COMO É?! UMA PROPOSTA E NÃO É DE CASAMENTO?! OH MEU DEUS!

Allena gritou tão alto, que se houvesse vizinhos ali, provavelmente a polícia já havia sido chamada.

— Estou começando a me arrepender de ter conseguido isso...

Allena saltava de alegria, com o cartão em suas mãos.

— Estou indo ao estrelado! Hollywood que me aguarde, em breve minhas mãos estarão na calçada da fama!

Will revirou os olhos.

— É só uma peça, talvez nem tenha tanto público, não tenha tanta esperança assim...

Antes que Will pudesse continuar, ela saltou em cima dele, mas não como se tentasse o derrubar e sim de forma carinhosa.

— Muito obrigada, Will. – Disse ela com um sorriso no rosto, o que fez Willian ficar um pouco corado e acelerar seu coração.

Ele deu um sorriso para ela, feliz com a felicidade que ela irradiava, contente por aquilo ter acontecido, e também sabendo que naquela hora, ela precisava disso.


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Notas finais do capítulo

Yey!



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