A Última Guerra de Percy Jackson escrita por Avassalador


Capítulo 7
O primeiro item da lista


Notas iniciais do capítulo

Fiquei muito feliz com os últimos feedbacks, porque, mesmo sendo poucos, têm um valor muito significativo pra mim. OBG MESMO =D

Espero receber cada vez mais Reviews, e faço um apelo pra você que gosta da fic e acompanha mas não comenta. Dxa aí sua opinião, tudo bem? Dê um incentivo :)

É importante eu ressaltar que a maioria dos personagens que já apareceram, tanto na saga de PJO quanto HD, terão um papel na fic. Ninguém será esquecido, e a trama terá um espaço de desenvolvimento para todos. O plano aqui é trazer uma nostalgia pros leitores, então...

Aproveitem!



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7.

 

 

Naquela hora da madrugada a chuva já havia cessado e uma lenta movimentação moribunda ocorria por grande parte do acampamento.  Semideuses com menos machucados carregavam os mais feridos em macas, a maioria arqueiros, filhos de Febo. Um tom melancólico abrangia o ânimo de todos. Alguns chutavam os entulhos espalhados pelo chão, e era perceptível que os pedaços de madeira se encontravam carbonizados. Estavam cansados, ressentidos, e desanimados. Romanos são muito orgulhosos e não conseguir derrotar um único inimigo, e ainda no próprio território, era mais que vergonhoso. Todos se dirigiam para o Portão Pretoriano, a principal entrada da Via Praetoria. Decidiram fazer dali um ponto de encontro e cuidado para os sobreviventes. Piper, que era a mais sentimental, se sentia desolada e profundamente angustiada ao andar pelo caminho da via e ver tanta destruição. Ali perto dava para ver os estábulos em uma situação parecida com como se um gigante tivesse pisoteado o edifício. O refeitório, do outro lado, estava na mesma situação. “Pobres cavalos...” pensou a semideusa. Conforme ia andando esbarrava com um ou outro campista que olhava para baixo em total estado de tristeza. Não era para menos, aquela noite foi terrível. Os semideuses que ficaram no portão usaram os vários destroços  para acenderem fogueiras com as faíscas de pedras se chocando. Hazel vendo aquilo lembrou-se de Leo e em como ele seria útil naquele momento. Saudades do amigo piadista eram constantes. A filha de Plutão foi quem separou os corpos daqueles que morreram, juntamente com Frank, que insistiu em ajuda-la. Estavam poupando os camaradas de terem que sofrer ainda mais ao terem de remoer lembranças cuidando dos mortos em batalha. Frank olhou para os defuntos no Campo de Marte à sua frente.

— Todos eles foram muito corajosos - sussurrou.

Hazel assentiu.

— Não havia muito que nós pudéssemos fazer – disse ela, numa tentativa de tirar o peso do ombro de ambos – era um inimigo muito além da nossa capacidade.

Frank sabia que ela estava certa, porém cerrou fortemente os punhos.

— Eu devia tê-lo chifrado mais forte – comentou, sem desviar o olhar dos corpos – eu devia ser mais forte!

Hazel se apressou em abraça-lo.

— Você é forte, você é mais forte do que imagina, Frank! – afirmou baixinho com a cabeça recostada em seu peito.

Ele em resposta a abraçou fortemente. Algumas singelas lágrimas escorreram por seu rosto. Não queria chorar antes, não queria parecer fraco quando mais precisava ser forte. Teria que estar firme para os outros campistas naquele instante. Entretanto, ele não era o único naquele estado. Sentado na borda do Pequeno Tibre estava Jason. O semideus chorava silenciosamente enquanto observava o rio. Como não fora capaz de derrotar aquele cara? Aquela era sua casa, seu lar, e falhou em protegê-lo. Foi necessário que um Olimpiano quebrasse uma Lei Antiga e interferisse para que o acampamento fosse salvo. Seu próprio pai, ainda por cima. Com certeza Júpiter deveria estar envergonhado por não ter um filho capaz de vencer uma batalha decisiva, era o que ele pensava. E ficaria lá se remoendo por muito mais tempo.

— Ei! – disse uma voz feminina atrás de si.

Jason não se virou. Annabeth andou até o loiro e se sentou ao seu lado esquerdo. Ainda assim, Jason não desviou o olhar. Ela usava uma jaqueta fina de moletom preto e seu cabelo com pontas cacheadas estava solto.

— Sei como você está se sentido – ela começou a dizer – ter a sensação de que poderia ter feito mais, de que poderia ter evitado maiores consequências.

— Eu poderia se fosse mais forte – respondeu ríspido.

Ele fez quase inconscientemente e se arrependeu no mesmo momento. Annabeth não pareceu se importar e também olhou para o rio. Via o borrão de seu reflexo na água. Ela olhou para o chão em volta até localizar uma pequena rocha, a qual pegou e com um rápido movimento com o pulso tacou na água. A pedra quicou no rio no mínimo umas sete vezes até cair de vez e afundar.

— Às vezes, só precisamos nos esforçar um pouco mais para deixarmos de querer algo e realmente ter aquilo – a loira concluiu.

— Está dizendo que preciso treinar mais?

Annabeth sorriu cabisbaixa.

— Desde quando esse complexo de inferioridade?

— Desde que meus companheiros morreram na minha frente e não pude ser capaz de ajuda-los – respondeu firme e melancólico.

— Estou dizendo que você já deu o primeiro passo. Veja, eu não sou poderosa como você e o Percy. Não tenho habilidades fantásticas como as de Hazel e Frank, nem mesmo a utilidade conveniente de Piper. Mas eu me esforço, me esforço para ser melhor do que já sou, me esforço para ajudar. Ainda que às vezes isso signifique não mover um dedo...

Era visível que Annabeth não se sentia útil em relação a todos os outros. Era claro que Jason achava aquilo um absurdo. Ela era de total eficiência para o que quer que fosse. Já não conseguia nem mesmo imaginar uma outra missão sem terem o apoio dela.

— Você é incrível, Annabeth! – apressou-se em dizer o filho de Júpiter – É a garota mais inteligente que conheço, tenho certeza que sem você o Percy nem estaria vivo hoje.

A garota riu divertidamente.

— Pior que você deve estar certo. Mas o que quero dizer é que nem sempre as coisas que queremos estão ao nosso alcance. Derrotar um inimigo às vezes é uma delas – disse colocando a mão sobre o ombro do amigo.

Jason sorriu para o seu reflexo borrado e agitado.

— Entendo o que quer dizer, obrigado! Ficarei mais forte, não deixarei com que ninguém mais morra em vão. É uma promessa!

— É assim que se fala! Nós loiros temos que nos unir e mostrar serviço, não acha?

No portão, Percy dava auxilio aos feridos e machucados. Ia de um lado para o outro levando néctar e aplicando primeiros socorros. Ele não fazia tudo sozinho, mas era quem estava em melhores condições e se sentia na obrigação de ajudar mais que os outros.  Pôde se sentir mais energético logo depois de entrar na água, já Jason levaria mais algum tempo até recobrar toda energia. Os semideuses deitados cuspiam sangue, outros gemiam de dor. Percy também odiava ver gente queimada, mas ali não tinha opção de escolha. “Aquele maldito poder azul” - praguejou. Era lógico que aquilo ainda seria um problema dos grandes, ele sabia disso.

— Percy! – chamou Hazel às suas costas.

Ele se virou e a olhou. Ela, assim como Piper, também retirou a blusa para ser usada no estancamento de feridas. Agora estava visível uma camiseta vermelha escrito I S2 Nova Orleans. Ela estava encolhida e um pouco tensa. Percy teve vontade de abraça-la e dizer que estava tudo bem.

— Nós encontramos Reyna – anunciou.

Ele engoliu em seco.

— Ela está...?

— Não, mas está muito ferida. Começou a receber cuidados imediatamente, Frank foi chamar os outros – respondeu, aliviando-o de certa forma – vem, vamos até ela.

Então Percy a seguiu até perto de onde costumava ficar as casas de banho. No chão, acima de um monte considerável de palha, estava Reyna. Dois campistas que ele não conhecia eram quem cuidavam dela, um garoto e uma garota. Aparentemente ela estava consciente, mas muito fraca. Várias flechas estavam cravadas em seu abdômen e ao lado dele. Um filete de sangue escorria pela sua boca e ela respirava com dificuldade. Percy quase cometeu o erro de fazer a idiota pergunta “você está bem?”. Reyna se esforçou para conseguir falar.

— Quem era ele?

— Xiu, evite conversar por enquanto – alertou o semideus que a tratava.

Logo Frank chegou com Jason, Piper e Annabeth. A última entrelaçou sua mão com a de Percy, enquanto lançava o mesmo olhar de pena que ele para Reyna. Piper se agachou para perto dela. Quase conseguia sentir sua dor.

— Não sabemos – respondeu o filho de Poseidon – mas aconteceu a mesma coisa no Acampamento Meio-Sangue. Duvido que tenha sido o mesmo cara, mas com certeza fazem parte do mesmo grupo.

Quando Annabeth contou a ele sobre o comunicado de Grover através da mensagem de Íris Percy quase enlouqueceu. Quis ir na mesma hora para lá, entretanto sua namorada o acalmou e o fez focar seus esforços ali no momento. Aquele lugar, ainda que por um curto período de tempo, também foi sua casa. Depois ele se sentiu mal consigo mesmo por quase dar às costas aos companheiros do acampamento romano. Annabeth se ajoelhou ao lado de Piper, de frente para a pretora.

— Você ficará bem, vamos encontrar os responsáveis – falou baixinho para ela.

Reyna a olhou profundamente. Annabeth não sabia distinguir qual sentimento aquele olhar transmitia, era muito vago. A morena decidiu simplesmente assentir pois falar estava sendo uma tarefa difícil.

— Deixe que cuidemos dela, mais tarde vocês voltam para vê-la, tudo bem? – pediu a semideusa enfaixando-a.

Eles concordaram e saíram de perto. O dia já estava esclarecendo, e o sol ganhava forças conforme ia surgindo. Fizeram uma roda de conversa enquanto os campistas mais disponíveis andavam por perto deles. Era a primeira vez que iam conversar todos juntos depois do ataque.

— Pena que os quartéis também não foram poupados, seriam muito úteis para cuidarem dos feridos – comentou Frank.

Jason abraçou Piper de lado e considerou os dizeres do amigo.

— É verdade, isso tudo é lamentável.

Percy fixou o olhar no céu branco. Pensou no outro acampamento e em como as coisas estariam por lá. Pior? Melhor? E quantos de seus amigos ainda estariam vivos ele também não sabia. Annabeth sentia a mesma angústia e apertou mais fortemente sua mão. O moreno a olhou e ela deu um sorriso meigo e fraco. Estava apreensiva que ele fosse começar a agir dessa maneira distante. Precisava lembra-lo de vez em quando que ela mesma já estava no Acampamento Meio-Sangue mais tempo que ele, e se importava tanto quanto. Não podiam deixar que o aperto em seus corações tomassem frente à razão.

— Annabeth, quando Júpiter voltou para falar com Jason e eu, ele disse para que conversássemos com você – contou enquanto todos eles o ouviam – porque você teria os “direcionamentos necessários” para nós.

Era verdade, Júpiter reapareceu para os dois depois de ter conversado com Annabeth. Ele foi muito breve mas compensou ao fazer um joia com o dedão na direção de Jason depois de terminar o que falava. Tinham 100% de certeza que aquela era a primeira e última vez que ele fazia aquilo.

— Sim, é verdade – então ela colocou uma mão no bolso da calça jeans que usava e retirou de lá um pedaço branco de papel – eu escrevi em uma folha para que eu não esquecesse nada. É uma lista.

Hazel imaginou se Júpiter simplesmente não poderia invocar uma lista já pronta. Nem nas pequenas coisas os deuses facilitavam.

— Uma lista? O que diz aí? – indagou Piper.

— Basicamente são as coisas que precisamos fazer e os lugares para onde devemos ir. Tudo isso será em prol da guerra e ajudará o Olimpo em alguma coisa – ela explicou.

Todos com exceção dela se entreolharam.

— Que guerra? - perguntaram juntos.

Não estavam cientes dessa parte, e essa parecia ser a parte que realmente interessa. Annabeth deu um suspiro pesado e olhou para baixo.

— Júpiter explicou para mim que foi declarada guerra contra o Olimpo. Digo, literalmente. Aparentemente o exército que aquele tal de Jacques citou realmente existe. Precisamos todos tomar partido e fazer algo para ajudar. E quando eu digo "todos" isso engloba muita gente, até os deuses menores.

— Que ótimo, até o time reserva vai entrar em campo! - disse Percy.

— Cuidado com o que diz, Percy. Você sabe muito bem como eles podem ser orgulhosos e serem ofendidos com facilidade - Annabeth o alertou.

Percy grunhiu concordando.

— Esperem um pouco. Por que é que me parece que sou a única aqui que está com medo? - Piper perguntou, chamando-lhes a atenção.

Realmente era o que parecia. Ninguém parecia estar realmente ligando para o fato de que uma guerra começou do nada.

— Assim... Eu sei que a gente já passou por muita coisa - ela deu um ênfase na palavra muita - mas não podemos nos esquecer que quase saímos mortos da maioria delas.

Annabeth sorriu.

— Eu também estou morrendo de medo. Você não faz ideia. Mas pense comigo: Se alguém declarou abertamente guerra contra o Olimpo, e sabemos que é a tal da Vossa Majestade e seus soldados, é porque estão em condições muito maiores em comparação aos titãs e gigantes. Eles estavam sem seus principais líderes, Cronos e Gaia, portanto tinham de agir na surdina até que ganhassem espaço. Consegue entender a diferença?

Piper engoliu em seco e assentiu.

— Significa que agora não há medidas preventivas, nem mesmo uma profecia, temos de ir à luta - concluiu Jason.

— Não sem antes recrutarmos quem possam nos ajudar! - Hazel pontuou - Qual o primeiro item da lista, Annabeth?

A loira sorriu.

— Vamos ver Quíron no Acampamento Meio-Sangue.


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Notas finais do capítulo

É isto!



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